72. Que se deve
fazer quando surja espontaneamente
a faculdade mediúnica num
indivíduo qualquer?
O correto neste
caso é deixar o fenômeno seguir
seu curso normal: a natureza é
mais prudente do que os homens e a
Providência é sábia, porquanto,
tendo seus objetivos, o menor
deles poderá ser o instrumento
das maiores realizações. É
sempre útil, por isso, procurar
pôr-se em relação com o
Espírito para saber-se dele o que
ele deseja. Os seres invisíveis
que revelam sua presença por
efeitos sensíveis são, em geral,
de categoria inferior e que
podemos dominar pelo ascendente
moral; é este ascendente moral
que é preciso adquirir-se. Para
obtê-lo, faz-se necessário
passar o indivíduo do estado de
médium natural ao de médium
facultativo, que tem plena
consciência de seu poder e produz
os fenômenos espíritas pelo ato
de sua vontade. Desse modo, em
lugar de entravar os fenômenos, o
que se consegue raramente e nem
sempre sem perigo, é preciso
levar o médium a produzi-los por
sua vontade, impondo-se ao
Espírito, ao invés de ser por
ele dominado. Por este meio, o
médium chega a controlar o
Espírito e de um dominador às
vezes tirânico ele poderá fazer
um ser obediente e freqüentemente
muito dócil. A moralização do
Espírito pelos conselhos de uma
terceira pessoa influente e
experimentada, se o médium não
reúne condições de fazê-lo, é
também um meio muito eficaz.
(Item 162)
73. Há um
diagnóstico para saber se alguém
é médium?
Não; os sinais
físicos pelos quais algumas
pessoas julgaram ver indícios
não têm nada de certo. A
faculdade mediúnica se encontra
nas crianças e nos velhos, nos
homens e nas mulheres, quaisquer
que sejam o temperamento, o estado
de saúde, o grau de
desenvolvimento intelectual e
moral. Não há senão um meio de
verificar se a faculdade existe:
é experimentar. (Item 200)
74. A
mediunidade é uma missão?
Sim; é uma
missão de que o indivíduo é
encarregado e da qual é feliz;
afinal, o médium é o intérprete
dos Espíritos junto aos homens.
Ocorre, no entanto, que essa
tarefa não é privilégio dos
homens de bem e que a faculdade é
dada a pessoas falíveis, que até
abusam do recurso que lhes foi
concedido. A razão disso é
simples: a mediunidade é
concedida a tais indivíduos
porque estes dela necessitam para
sua própria melhoria, a fim de
que estejam à vontade para
receber bons ensinamentos; se eles
não os aproveitam, sofrerão as
conseqüências. (Item 220,
parágrafos 12 e 14)
75. Qual o
objetivo da faculdade mediúnica?
A faculdade
mediúnica não é dada a uma
criatura para corrigir somente uma
ou duas pessoas; seu objetivo é
maior: trata-se da Humanidade. Um
médium é um instrumento
pouquíssimo importante como
indivíduo; eis por que, quando os
Espíritos ditam suas instruções
que devam aproveitar à
generalidade das pessoas, eles se
servem de médiuns que possuem as
facilidades necessárias. Chegará
um tempo, neste planeta, em que os
médiuns serão muito comuns,
possibilitando que os bons
Espíritos dispensem o serviço
dos maus instrumentos. (Item 226,
parágrafo 5)
76. As
crianças também podem
desenvolver a mediunidade?
Há grave
inconveniente em desenvolver a
mediunidade nas crianças. Seus
organismos delicados e ainda
frágeis poderiam ser abalados e
sua imaginação sobreexcitada.
Por isso os pais prudentes as
afastarão dessas idéias, ou pelo
menos somente lhes falarão acerca
delas sob o ponto de vista da
conseqüências morais. (Item 221,
parágrafo 6)
77. Os animais
podem ser médiuns?
Não; os fatos
mediúnicos não podem produzir-se
sem o concurso consciente ou
inconsciente dos médiuns, e não
é senão entre os encarnados,
Espíritos de natureza idêntica
à dos seres invisíveis, que
podemos encontrar os médiuns.
(Item 236)
78. Quais as
principais variedades em que se
dividem os médiuns?
As principais
variedades são: médiuns de
efeitos físicos; médiuns
sensitivos ou impressionáveis;
auditivos; falantes; videntes;
sonâmbulos; curadores;
pneumatógrafos; escreventes ou
psicógrafos. (Item 159)
79. Como são
os médiuns imperfeitos?