Rosângela
Raddi Forestiero, da cidade de
Astorga (PR), pede-nos uma
orientação sobre as expressões almas
gêmeas e metades eternas.
E pergunta: Posso considerar que
não se trata da mesma coisa?
No tocante ao
assunto suscitado por esta
pergunta, existem controvérsias
mesmo entre os espiritistas.
Do ponto de
vista literário, não há o que
opor à tese das almas gêmeas.
Trazendo, porém, o tema para a
discussão espírita, como devemos
encará-lo?
Segundo
Emmanuel, almas gêmeas existem,
sim. E parece-nos claro que
diversos autores desencarnados
respeitados, a exemplo de Jésus
Gonçalves, André Luiz, Manoel P.
de Miranda e Victor Hugo, o
apóiam, porque todos eles se
valeram dessa expressão em um e
outro momento de suas obras.
Aceita a tese,
a questão consiste em definir o
que sejam almas gêmeas. É bom
não esquecermos que, segundo a
doutrina exposta em "O Livro
dos Espíritos", não existem
almas feitas aos pares, não
existem almas idênticas a outras,
e não se aplica aos Espíritos o
conceito usual pertinente ao
vocábulo gêmeos tal como
o utilizamos quando nos referimos
a irmãos que nascem decorrentes
de uma mesma gestação.
As almas
gêmeas seriam pessoas que se
buscam, que nutrem uma pela outra
um carinho especial, e tal
relação prossegue até que ambas
atinjam o estágio da perfeição.
Essa afeição nasce certamente de
uma espécie de afinidade especial
decorrente, talvez, do fato de
haverem iniciado juntas o processo
evolutivo. Esse é, aliás, o
pensamento do confrade Hugo
Gonçalves, fundador e diretor do
jornal espírita O Imortal,
que circula desde dezembro de
1953.
Cabe, por fim,
dizer que Emmanuel tem razão ao
afirmar que a tese das almas
gêmeas nada tem que ver com as
questões 298 a 303 de "O
Livro dos Espíritos", porque
almas gêmeas não são o mesmo
que metades eternas e é
disso que Kardec tratou na
referida obra.