Comunicabilidade dos
Espíritos
Apresentamos nesta
edição o tema no
18 do Estudo
Sistematizado da
Doutrina Espírita,
que está sendo aqui
apresentado
semanalmente, de acordo
com programa elaborado
pela Federação Espírita
Brasileira, estruturado
em seis módulos e 147
temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente
antes da leitura do
texto que a elas se
segue. Se destinado
somente a uso por parte
do leitor, pedimos que o
interessado tente
inicialmente responder
às questões e só depois
leia o texto referido.
As respostas
correspondentes às
questões apresentadas
encontram-se no final da
lição.
Questões para debate
1. A
possibilidade de
comunicar-se com os
chamados mortos é
fato recente na história
da Humanidade?
2. Por que Moisés
proibiu o intercâmbio
entre os homens e os
Espíritos?
3. Para ser médium é
preciso ter um
comportamento moral
elevado?
4. Qual é, segundo o
Espiritismo, o objetivo
da mediunidade?
5. Como entender, à
vista dos ensinamentos
espíritas, a interdição
das relações entre os
homens e os mortos?
Texto para leitura
O fenômeno mediúnico e a
lei mosaica
1. A
comunicabilidade dos
Espíritos com os
encarnados é um fato
antiqüíssimo, com a
única diferença de que
no passado ela era
conhecida somente pelos
chamados iniciados e na
atualidade, com o
Espiritismo, tornou-se
um fenômeno
generalizado.
2. A
possibilidade de os
Espíritos se comunicarem
é um fato já muito bem
estudado e comprovado,
mas correntes religiosas
diferentes da Doutrina
Espírita criticam-na,
baseando-se na proibição
mosaica de evocação dos
mortos.
3. Para melhor
compreensão das palavras
de Moisés, vejamos o
texto:
“Não vos desvieis para
procurar mágicos; não
consulteis os adivinhos,
e receais que vos
contamineis,
dirigindo-vos a eles. Eu
sou o senhor vosso
Deus.” (Levítico,
cap. XIX, v.31.)
“O homem ou mulher que
tiver Espírito de
adivinho, morra de
morte. Serão
apedrejados, e o seu
sangue recairá sobre
eles.” (Levítico,
cap. XX, v.27.)
“E entre vós ninguém
haja que pretenda
purificar filho ou filha
passando-os pelo fogo;
que use malefícios,
sortilégios e
encantamentos; que
consulte os que têm o
Espírito de adivinhar,
interrogando os mortos
para saber a verdade. O
senhor abomina todas
essas coisas e
exterminará todos esses
povos, à vossa entrada,
por causa dos crimes que
têm cometido.” (Deuteronômio,
cap. XVIII, vv. 9, 10,
11 e 12.)
Objetivo da proibição
mosaica
4. Se a lei de Moisés
deve ser rigorosamente
observada neste ponto,
então por que não
observá-la, também, nos
outros pontos? A
resposta é conhecida.
Sabe-se que a lei
mosaica não é aplicada
hoje porque não está
mais de acordo com a
nossa época e com os
nossos costumes. Ora, o
mesmo ocorre
relativamente à
proibição da evocação
dos mortos e do trato
com os Espíritos.
5. O legislador hebreu
queria que o seu povo
abandonasse todos os
costumes adquiridos no
Egito, onde as evocações
estavam em uso e
facilitavam abusos,
inclusive o comércio
grosseiro, associado às
práticas da magia e do
sortilégio e acompanhado
até mesmo de sacrifícios
humanos.
6. A
proibição de Moisés foi,
assim, justíssima,
porquanto as relações
que então se
estabeleciam com os
Espíritos não se
baseavam nos sentimentos
de respeito, afeição ou
piedade para com eles,
sendo antes um recurso
para adivinhações,
habilmente exploradas
pelo charlatanismo.
A mediunidade segundo o
Espiritismo
7. O Espiritismo veio
mostrar o fim
exclusivamente moral,
consolador e religioso
das relações com a
espiritualidade. Os
espíritas não fazem
sacrifícios humanos, não
interrogam astros,
adivinhos e magos para
se informar de qualquer
coisa, não usam objetos,
medalhas, talismãs,
fórmulas sacramentais ou
lugares lúgubres e
horários específicos
para atrair ou afastar
Espíritos.
8. O espírita sabe que o
conhecimento do futuro é
vedado ao homem, e só em
casos raríssimos e
excepcionais é que Deus
faculta a sua revelação.
Se o homem conhecesse o
futuro, por certo
negligenciaria o
presente e não agiria
com a mesma liberdade.
9. A
mediunidade não é uma
faculdade inerente
apenas ao homem de bem
e, por isso, todos podem
possuí-la. Mas, a
moralização do médium
libera-o da influência
de Espíritos inferiores
e perversos, que se
sentem, então,
impossibilitados de
exercer domínio sobre os
sensitivos, por lhes
faltarem condições para
a necessária sintonia. A
prática mediúnica
constitui, portanto, um
fator de progresso
humano pelos benefícios
que acarreta.
A Igreja e as
manifestações dos mortos
10. Repelir as
comunicações é, pois,
repudiar o meio mais
poderoso de instrução,
já pela iniciação nos
conhecimentos da vida
futura, já pelos
exemplos que as
comunicações nos
fornecem.
11. A
experiência nos ensina,
além disso, que é grande
o bem que podemos fazer
desviando do mal os
Espíritos imperfeitos e
ajudando os que sofrem a
desprender-se da matéria
e a se aperfeiçoarem.
12. Interditar as
comunicações equivale,
portanto, a privar as
almas sofredoras da
assistência que lhes
podemos e devemos
dispensar, razão por
que, atualmente, até a
Igreja, pela voz de
vários de seus pastores
– entre eles frei
Boaventura Kloppenburg,
padre François Brune e
padre Gino Concetti –,
admite que a comunicação
com os Espíritos pode
ser salutar,
especialmente pelo
conforto moral que traz
aos que se encontram
desesperados com a perda
de um ente querido.
Respostas às questões
propostas
1. A
possibilidade de
comunicar-se com os
chamados mortos é
fato recente na história
da Humanidade?
R.: Não. A
comunicabilidade dos
Espíritos com os
encarnados é um fato
antiqüíssimo, com a
única diferença de que
no passado ela era
conhecida somente pelos
chamados iniciados e na
atualidade, com o
Espiritismo, tornou-se
um fenômeno
generalizado.
2. Por que Moisés
proibiu o intercâmbio
entre os homens e os
Espíritos?
R.: Moisés queria que
seu povo abandonasse
todos os costumes
adquiridos no Egito,
onde as evocações
estavam em uso e
facilitavam os abusos,
inclusive o comércio
grosseiro, associado às
práticas da magia e do
sortilégio e até mesmo
de sacrifícios humanos.
A proibição de Moisés
foi, assim, justíssima,
porquanto as relações
que então se
estabeleciam com os
Espíritos não se
baseavam nos sentimentos
de respeito, afeição ou
piedade para com eles,
sendo antes um recurso
para adivinhações,
habilmente exploradas
pelo charlatanismo.
3. Para ser médium é
preciso ter um
comportamento moral
elevado?
R.: Não. A mediunidade
não é uma faculdade
inerente apenas ao homem
de bem e, por isso,
todos podem possuí-la.
Ressalve-se, no entanto,
que a moralização do
médium libera-o da
influência de Espíritos
inferiores e perversos,
que se sentem, então,
impossibilitados de
exercer domínio sobre os
sensitivos por lhes
faltarem condições para
a necessária sintonia.
4. Qual é, segundo o
Espiritismo, o objetivo
da mediunidade?
R.: O Espiritismo
mostra-nos o fim
exclusivamente moral,
consolador e religioso
das relações com a
espiritualidade. Nas
práticas do Espiritismo,
conforme os ensinamentos
de Kardec e seus
seguidores, não se fazem
sacrifícios humanos, não
se interrogam astros,
adivinhos e magos para
se informar de qualquer
coisa, não se usam
objetos, medalhas,
talismãs, fórmulas
sacramentais, nem se
escolhem lugares
lúgubres e horários
específicos para atrair
ou afastar Espíritos.
5. Como entender, à
vista dos ensinamentos
espíritas, a interdição
das relações entre os
homens e os mortos?
R.: Em face da
finalidade superior da
mediunidade, repelir as
comunicações é repudiar
um meio poderoso de
instrução, já pela
iniciação nos
conhecimentos da vida
futura, já pelos
exemplos que as
comunicações nos
fornecem. Interditar as
comunicações equivale a
privar as almas
sofredoras da
assistência que lhes
podemos e devemos
dispensar, razão por
que, atualmente, até a
Igreja, pela voz de
vários de seus pastores,
entre eles frei
Boaventura Kloppenburg,
padre François Brune e
padre Gino Concetti,
admite que a comunicação
com os Espíritos pode
ser salutar,
especialmente pelo
conforto moral que traz
aos que se encontram
desesperados com a perda
de um ente querido.
Bibliografia:
O Livro dos Médiuns,
de Allan Kardec, cap. I
da segunda parte.
O Céu e o Inferno,
de Allan Kardec, itens
3, 4, 10 e 15.
Estudos Espíritas,
de Joanna de Ângelis.
Mediunidade, p. 138.
Deuteronômio,
18:10-12.
Levítico,
19:31 e 20:27.