WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Entrevista
Ano 1 - N° 19 - 22 de Agosto de 2007
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)

Ismael Gobbo:

Uma visão coerente. De um
líder espírita...

Divulgação, coerência e dedicação à causa
identificam nosso entrevistado

Ismael Gobbo está radicado em Araçatuba, no interior de São Paulo, e é muito conhecido no Estado pela dedicação à causa espírita. Além da atuação local, nosso entrevistado participa ativamente do movimento de unificação, inclusive distribuindo pela internet as notícias da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Por retificação judicial, por conta da obtenção de cidadania italiana, modificou a assinatura de Ismael Gobi para Ismael Gobbo.

Nascido em 26 de dezembro de 1947 na    mesma    cidade   onde   reside, 

formado em Administração de Empresas e Direito, com especialização em Direito Empresarial, na juventude foi diretor do Departamento de Mocidades do Conselho Regional Espírita. Tempos depois, foi presidente da USE Regional Araçatuba por nove anos, onde atualmente exerce o cargo de diretor do Departamento de Orientação Doutrinária. Foi presidente da Aliança Espírita Varas da Videira e atualmente é diretor do Departamento de Orientação Doutrinária da mesma instituição.

Ismael concedeu entrevista à nossa revista, cujas perguntas e respostas entregamos aos nossos leitores.

 

O Consolador – Como se deu seu envolvimento com o movimento espírita?

Ismael Gobbo Meus pais conheceram a doutrina quando a buscaram para solucionar problemas pessoais. Minha mãe, de família católica, buscou a Casa Espírita para resolver um problema de saúde. Sofria do ouvido e não havia tratamento médico convencional que a curasse. Bateram à porta do Centro Espírita "Amor e Caridade", em Birigüi (SP), dirigido por dona Linda Dias  Almeida e  seu esposo João. Meu pai também sofria problemas obsessivos. Naquela Casa ambos encontraram respostas bem convincentes para as situações que os afligiam e,  a partir de então, tornaram-se espíritas.   

– Você é espírita desde a infância?

Como disse, logo que meus pais começaram a freqüentar as reuniões espíritas em Birigüi,  alguns primos com mais idade nos levavam à evangelização infantil no Centro Espírita Bezerra de Menezes, de Araçatuba, onde residíamos. Depois meus pais começaram a freqüentar o Grupo Espírita Pagan para onde íamos em suas companhias às reuniões de meio de semana, à noite,  e com minhas irmãs à evangelização infantil, nos domingos. Posteriormente freqüentamos a Instituição "Nosso Lar" onde nos iniciamos na mocidade e nas atividades doutrinárias ao lado de importantes companheiros dentre os quais o nosso valoroso Antônio César Perri de Carvalho.

– Doutrinariamente, o que mais lhe agrada no Espiritismo, especialmente considerando seu tríplice aspecto?

Como monitor há vários anos  de cursos ministrados na  Casa Espírita temos de estudar a Doutrina Espírita em seu tríplice aspecto, embora, na área científica, tenhamos limites por falta de formação acadêmica. Mesmo assim tentamos trabalhar os temas da filosofia espírita, especialmente aqueles que tratam dos fundamentos básicos do Espiritismo,  nos arriscando  a transitar pelas informações científicas que delas se ocupam.  Gosto dos temas evangélicos que são tratados sistematicamente nas reuniões públicas da nossa casa espírita.      

– Quais são seus autores preferidos?

As Obras Básicas são os livros que estudo e consulto antes de qualquer outra.  Das obras suplementares de autores desencarnados nos habituamos a estudar aquelas psicografadas por Chico Xavier e Divaldo Pereira Franco. Além delas temos nos valido de autores encarnados que têm canalizado suas inteligências e esforços em nosso beneficio. Aliás os autores encarnados devem ser mais valorizados porque, mesmo sofrendo as injunções da matéria, superam-nas para nos dar seus testemunhos vivos nas áreas do conhecimento que dominam. E tudo à luz da nossa querida doutrina. São profissionais das  áreas da medicina, juristas, administradores, comunicadores, filósofos, educadores, dentre outros, que colocam seus conhecimentos e  suas renúncias pessoais para ajudar o semelhante no imperioso processo de espiritualização.  Não podemos preteri-los de forma alguma, aliás, na condição de encarnados como nós, devem ser nossas constantes inspirações. São tantos talentos que mesmo uma relação meramente ilustrativa se nos afiguraria  injusta. Dos autores não-espíritas me marcou profundamente as obras de autoria da médica suíça Elisabeth Kubler-Ross.

– E como você vê o atual movimento espírita?

O movimento espírita tem tido uma atuação muito vigorosa no sentido de promover o estudo, a divulgação e a prática dos postulados contidos na obra dos Espíritos superiores magistralmente codificada por Allan  Kardec. Creio que a Casa Espírita é imbatível em termos de estudo sistematizado em comparação com outros movimentos espiritualistas. Essa prática tem desencadeado a multiplicação  pelo mundo todo de Instituições espíritas que buscam aglutinar trabalhadores para desenvolver atividades doutrinárias, de assistência social e de  promoção humana. Além disso, a comunidade espírita  tem dado seus  exemplos de cidadania participando de atividades sociais fora das lides espíritas que visam o  bem-estar da coletividade, exercitando o senso de justiça e de amor ao próximo. Mas o movimento espírita também tem lá seus problemas, especialmente aqueles que são frutos do exclusivismo e do isolamento, verdadeiras pedras-no-caminho pelos que se esforçam por uma família espírita mais unida e sintonizada com o idealismo vivenciado por Jesus e Kardec.      

– Que visão você tem de temas polêmicos como aborto, eutanásia, entre outros ligados às atuais pesquisas científicas?

A postura espírita deve ser consciente, responsável e aberta a todos os avanços que a ciência nos propicia. Afinal a ciência é de Deus e existe para levar avante os seus desígnios. Conscientes disso, os espíritas têm trabalhado com muito critério os temas que você arrolou.  No que se refere ao aborto estamos a braços com o polêmico Projeto de Lei que objetiva descriminalizá-lo. O movimento espírita encetou e continua trabalhando arduamente ao lado de outras entidades igualmente notáveis  para que aquela pretensão legislativa não venha prosperar. E olha que se não fossem esses movimentos provavelmente já estaríamos com a novidade no nosso ordenamento jurídico. O espírita tem sempre que valorizar a sua vida e respeitar a de seu próximo. O Espírito que está em processo de reencarnação merece respeito qualquer que seja a situação em que esteja retornando porque nós espíritas entendemos que o acaso não existe no vocabulário divino. Por isso precisamos ter muito cuidado e responsabilidade quando alguém pede nossa opinião sobre o assunto.  A resposta é encontrada claramente nas obras espíritas. A eutanásia e a distanasia, ou distanásia, assuntos também em voga,  igualmente não podem ter uma resposta simplista como comumente ouvimos.  O respeito à vida deve ser encarado como um direito inalienável que está devidamente inscrito na Lei Natural. Quem o desrespeita comete ilícito que, se não punido pela lei humana, certamente o será pela Lei de Deus.

– Sobre as dificuldades de união vividas pelo movimento espírita, que caminhos você indicaria?

Os problemas do exclusivismo ainda grassam no meio espírita, infelizmente.  Mas não podemos desanimar. Quem enxerga o problema que procure pacientemente e sem ostensividade quebrar as amarras. Que os órgãos de unificação promovam meios de fazer a aproximação, organizando algumas atividades que ensejam esse mister. Organizem escala de expositores com elementos de todas as casas promovendo rodízio entre elas; promovam seminários; palestras, teatro e se empenhem no sentido de que todas participem. Façam divulgação das atividades de todas, sem exclusão, ainda que de imediato os resultados não sejam o esperado. Enfim, estamos bem longe do movimento cristão primitivo onde comunidades de países distantes estendiam suas mãos para as outras.  Creio que é isso que Jesus espera de cada um de nós. Para Jesus, que vê uma universalidade,  não deve ser nada animador ver a desunião vigendo entre aqueles que deveriam constituir uma grande e unida família. Se numa cidade de dez casas espíritas uma delas não caminha bem, a preocupação por ajudá-la deve merecer atenção de todas as outras porque esta certamente está merecendo maiores cuidados por parte da espiritualidade. Infelizmente temos apego excessivo por aquilo que é nosso e muita facilidade em enxergar o próprio umbigo.    

– Sobre aquecimento global, ameaça da falta de água, aumento da criminalidade e violência, epidemias, entre outros desafios sociais, que contribuição oferece o Espiritismo na superação desses desafios?

O Espiritismo pugna por tudo aquilo que enseja a harmonia e o respeito à obra da criação. E não é só questão de ideologia, mas de mudança de comportamento. Quem deve representar o Espiritismo somos nós, os espíritas. Que cada um de nós, cidadãos, exerçamos nossos deveres de cidadania com firmeza e respeito. Temos de nos engajar em todos os movimentos sérios que lutam por vencer esses desafios, que são desafios de todos nós. E isso podemos fazer aliando nossos conhecimentos técnicos, nas respectivas áreas de atuação à luz da Doutrina Espírita que vem nos ajudando a melhorar o caráter.  Médicos, juristas, filósofos, escritores, jornalistas, administradores e políticos espíritas, temos que aplicar a formação e os conceitos que esposamos naqueles espaços que atuamos. Felizmente temos tido grandes exemplos a nos inspirar.

– Sobre a literatura espírita disponível e seu considerável aumento nos últimos tempos, você acha que está havendo prejuízos com o surgimento de obras de caráter duvidoso?

É um tema recorrente no meio espírita. Parece que uma pessoa só se realiza se tiver uma obra publicada. É livro surgindo aos borbotões. Não restam dúvidas que a bibliografia espírita é notável, porém, presentemente, parece que estamos num quadro de disputa para ver quem escreve mais. E o filão dos "romances espíritas", sobretudo os psicografados,  parece que lidera. É só pegarmos um catálogo de editora e compararmos. Se não bastassem aqueles que nada acrescentam, ainda surgem muitos rotulados de espíritas que não se apresentam com a coerência da doutrina espírita tão bem alicerçada pelo coerente Allan Kardec. Não somos ninguém para admoestar quem quer que seja, porém que escritores, editores e distribuidores espíritas meditem seriamente sobre as responsabilidades que pesam sobre seus ombros.  
 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita