Mediunidade, conceito e
tipos
Apresentamos nesta
edição o tema no
19 do Estudo
Sistematizado da
Doutrina Espírita,
que está sendo aqui
apresentado
semanalmente, de acordo
com programa elaborado
pela Federação Espírita
Brasileira, estruturado
em seis módulos e 147
temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente
antes da leitura do
texto que a elas se
segue. Se destinado
somente a uso por parte
do leitor, pedimos que o
interessado tente
inicialmente responder
às questões e só depois
leia o texto referido.
As respostas
correspondentes às
questões apresentadas
encontram-se no final da
lição.
Questões para debate
1. O que é um médium?
2. Como se dá a
percepção das
influências espirituais?
3. Como definir o papel
da mente no fenômeno
mediúnico?
4. Quais são os
principais tipos
conhecidos de
mediunidade?
5. Que meio de
comunicação espírita é
considerado por Kardec o
mais completo?
Texto para leitura
Que é ser médium
1. Todo aquele que
sente, num grau
qualquer, a influência
dos Espíritos é, por
esse fato, médium. Essa
faculdade é inerente ao
homem; não constitui,
portanto, um privilégio
exclusivo. Por isso,
raras são as pessoas que
dela não possuam alguns
rudimentos.
2. Apesar disso, só
chamamos de médiuns
aqueles em que a
faculdade mediúnica se
mostra caracterizada e
se traduz por efeitos
patentes, de certa
intensidade, o que
depende de uma
organização mais ou
menos sensitiva.
3. A
percepção das
influências espirituais
se dá pelo fenômeno
mental da sintonia, ou
seja, nossa mente, sendo
um núcleo de forças
inteligentes, gera
pensamentos plasmados
que, ao se
exteriorizarem, entram
em comunhão com as
faixas de idéias do
mesmo teor vibratório,
estabelecendo-se, assim,
a sintonia mediúnica.
Atraímos os Espíritos
que se afinam conosco,
tanto quanto somos por
eles atraídos.
Mediunidade e Doutrina
Espírita
4. Achando-se a mente na
base de todas as
manifestações
mediúnicas, é
imprescindível
enriquecer o pensamento,
incorporando-lhe
tesouros morais e
culturais. A
mediunidade, pois, não
basta por si mesma.
Sendo uma faculdade
própria da espécie
humana, ela existe desde
as épocas mais remotas,
mas foi somente na
Doutrina Espírita que
ela encontrou um sentido
mais elevado e
disciplinado.
5. Como os historiadores
informam, Sócrates
referia-se ao amigo
invisível que o
acompanhava
constantemente. Plutarco
reporta-se ao encontro
que Bruto teve certa
noite com um de seus
perseguidores
desencarnados. Pausânias,
no templo de Minerva, em
Roma, ali condenado a
morrer de fome, aparecia
e desaparecia aos
olhares de circunstantes
assombrados, durante
largo tempo. Nero, nos
últimos dias de seu
reinado, viu-se fora do
corpo carnal, junto de
Agripina e de Otávia,
sua genitora e esposa,
ambas assassinadas por
sua ordem, a lhe
pressagiarem a queda no
abismo.
6. Com o advento do
Cristianismo, a
mediunidade atingiu a
sublimação com as
manifestações provocadas
por Jesus e, mais tarde,
por seus apóstolos. E na
Idade Média prosseguiu
vitoriosa nos feitos de
Francisco de Assis, nas
visões de Lutero e nos
desdobramentos de Tereza
d’Ávila, para culminar,
nos tempos modernos, nas
prodigiosas
manifestações de
Swedenborg.
7. O dom mediúnico, por
ser uma conquista
evolutiva da Humanidade,
não deve se limitar a
mera produção de
fenômenos. O médium
consciente de seu papel
precisa buscar
disciplina e iluminação
íntimas, para tornar-se
um instrumento de
progresso, com vistas à
felicidade própria e
coletiva.
Tipos de Mediunidade
8. Geralmente, os
médiuns têm uma aptidão
especial para
determinados fenômenos,
do que resulta uma
variedade muito grande
de manifestações. As
principais variedades de
médiuns são: médiuns de
efeitos físicos, médiuns
sensitivos ou
impressionáveis, médiuns
audientes, médiuns
videntes, médiuns
sonambúlicos, médiuns
curadores, médiuns
pneumatógrafos e médiuns
escreventes ou
psicógrafos.
9. Os médiuns de efeitos
físicos são aptos a
produzir fenômenos
materiais, como o
movimento de corpos
inertes, ruídos,
pancadas, vozes diretas,
materializações,
transportes, etc. A
mediunidade de efeitos
físicos foi muito comum
no surgimento do
Espiritismo, com o
objetivo de chamar a
atenção dos encarnados
para as coisas do Além,
tal como ocorreu em
Hydesville e depois na
França, em meados do
século passado.
10. Os Espíritos que se
prestam a esse tipo de
manifestação geralmente
são de pouca evolução.
Na verdade, são mais
levianos do que maus,
que se riem dos terrores
que causam, agarrando-se
a um indivíduo ou a um
lugar por mero capricho
ou com o propósito de se
comunicarem com certas
pessoas, para lhes dar
algum aviso ou pedir
alguma coisa.
11. Médiuns sensitivos
ou impressionáveis são
as pessoas suscetíveis
de sentir a presença dos
Espíritos por uma
impressão vaga, por uma
espécie de leve roçadura
sobre todos os seus
membros, não
apresentando caráter bem
definido, visto que
todos os médiuns são
mais ou menos
sensitivos. Esta
faculdade pode adquirir
tal sutileza, que aquele
que a possui reconhece
não só a natureza, boa
ou má, do Espírito que
está ao lado, mas até a
sua individualidade,
como o cego reconhece a
aproximação de tal ou
tal pessoa.
12. Os médiuns audientes
ouvem a voz dos
Espíritos, algumas vezes
uma voz interior, que se
faz ouvir no foro
íntimo, doutras vezes
uma vez exterior, clara
e distinta, qual a de
uma pessoa viva, podendo
até realizar conversação
com os Espíritos, que
podem ser agradáveis ou
desagradáveis,
dependendo do nível do
Espírito comunicante.
13. Os médiuns falantes
transmitem a mensagem
espírita através da
fala. Os Espíritos atuam
sobre o órgão da fala,
como atuam sobre a mão
dos médiuns escreventes.
14. Os médiuns videntes
são dotados da faculdade
de ver os Espíritos.
Alguns a possuem no
estado normal, ou seja,
acordados, lembrando-se
do que viram, outros só
a possuem em estado
sonambúlico, ou próximo
do sonambulismo, que
quase sempre é efeito de
uma crise passageira.
Ver os Espíritos durante
o sono resulta de uma
espécie de mediunidade,
mas não constitui,
propriamente falando, o
que se chama vidência.
15. Médium sonambúlico é
aquele que, nos momentos
de emancipação, vê, ouve
e percebe, fora dos
limites dos sentidos.
Muitos sonâmbulos vêem
perfeitamente os
Espíritos e os descrevem
com precisão, como os
médiuns videntes. Podem
conversar com eles e
transmitir-nos seus
pensamentos.
16. Médiuns curadores
são aqueles que têm o
dom de curar pelo
simples toque, olhar ou
imposição das mãos, sem
o uso de medicação. É a
ação do magnetismo
animal que produz a
cura, mas essa faculdade
deve ser classificada
como mediunidade porque
as pessoas que possuem
esse dom não agem
sozinhos, mas são
auxiliados por Espíritos
que se dedicam a essa
tarefa.
17. Médiuns
pneumatógrafos são os
que produzem a escrita
direta, sem tocarem no
lápis ou no papel. Já os
médiuns escreventes ou
psicógrafos transmitem a
mensagem espiritual
utilizando lápis e
papel.
18. Falando sobre a
psicografia, Kardec diz
que, de todos os meios
de comunicação, a
escrita manual é o mais
simples, o mais cômodo e
o mais completo. Para
esse meio devem tender
todos os esforços,
porquanto ele permite se
estabeleçam com os
Espíritos relações
continuadas e regulares,
como as que existem
entre nós, e é por ele
que os Espíritos revelam
melhor sua natureza e o
grau do seu
aperfeiçoamento ou de
sua inferioridade.
Respostas às questões
propostas
1. O que é um médium?
R.: Todo aquele que
sente, num grau
qualquer, a influência
dos Espíritos é, por
esse fato, médium. Essa
faculdade é inerente ao
homem; não constitui,
portanto, um privilégio
exclusivo e raras são as
pessoas que dela não
possuam alguns
rudimentos. No meio
espírita, porém, só
chamamos de médiuns
aqueles em que a
faculdade mediúnica se
mostra caracterizada e
se traduz por efeitos
patentes, de certa
intensidade, o que
depende de uma
organização mais ou
menos sensitiva.
2. Como se dá a
percepção das
influências espirituais?
R.: A percepção das
influências espirituais
se dá pelo fenômeno
mental da sintonia, ou
seja, nossa mente, sendo
um núcleo de forças
inteligentes, gera
pensamentos que, ao se
exteriorizarem, entram
em comunhão com as
faixas de idéias do
mesmo teor vibratório,
estabelecendo-se, assim,
a sintonia mediúnica.
Atraímos os Espíritos
que se afinam conosco,
tanto quanto somos por
eles atraídos.
3. Como definir o papel
da mente no fenômeno
mediúnico?
R.: A mente se acha na
base de todas as
manifestações
mediúnicas. Em face
disso é ao médium
imprescindível
enriquecer o pensamento,
incorporando-lhe
tesouros morais e
culturais.
4. Quais são os
principais tipos
conhecidos de
mediunidade?
R.: As principais
variedades de médiuns
são: médiuns de efeitos
físicos, médiuns
sensitivos ou
impressionáveis, médiuns
audientes, médiuns
videntes, médiuns
sonambúlicos, médiuns
curadores, médiuns
escreventes ou
psicógrafos e médiuns
pneumatógrafos.
5. Que meio de
comunicação espírita é
considerado por Kardec o
mais completo?
R.: A psicografia.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, itens
159, 160, 164, 165, 166,
167 e 172.
O Livro dos Médiuns,
de Kardec, itens 90 e
178.
Nos Domínios da
Mediunidade,
de André Luiz, pág. 18.
Mecanismos da
Mediunidade,
de André Luiz, pág. 13.