Janet Duncan:
Espiritismo:
Minha razão
de viver
“A coisa mais
importante, a
razão de tudo.
Eu vivo, eu
penso
Espiritismo... O
único motivo
para eu
continuar a
minha encarnação
com alegria, com
força, com ânimo
são estes
abençoados
ensinamentos.”
É assim que
Janet Duncan
(foto),
inglesa por
natureza, mas
com coração
brasileiro, como
ela mesma se
define, fala
emocionada sobre
a importância do
Espiritismo na
sua vida. Dona
de uma franqueza
que lhe é
peculiar, ela é
precursora do
movimento
espírita na
Inglaterra, mas
passou grande
parte de sua
vida no Brasil,
onde teve o
primeiro
contacto com a
Doutrina
Espírita na
década de 1970.
|
|
Médium desde os
4 anos e meio de
idade, revela as
recordações
de quando chegou
ao país pela
primeira vez. “Chegando a Santos eu me encontrei envolta por um comitê de recepção
espiritual, todo
mundo tão feliz,
tão alegre. Eu
sentindo tanto
amor, tanta
alegria de estar
lá, e eles
me dizendo: Você
chegou em casa,
você está em
casa de novo.
Então eu entendi
que eu tinha
tido várias
encarnações no
Brasil, fato
que foi
verificado por
mim durante os
anos.”
Nesta
entrevista cheia
de detalhes
característicos
da sua
personalidade,
ela conta aos
leitores de O
Consolador
um pouco das
suas histórias e
suas opiniões
sobre temas
importantes
relacionados ao
Espiritismo:
O CONSOLADOR:
Janet, onde você
nasceu?
Janet Duncan: Em
um bairro
próximo ao
Jardim Botânico
Kew, em
Londres.
O CONSOLADOR:
Você
sempre morou em
Londres?
JANET:
Eu estou
residindo
novamente na
Inglaterra desde
1981, mas de
1951 a 1981 eu
morei em São
Paulo.
O
CONSOLADOR:
Como é que a
senhora acabou
indo morar no
Brasil?
JANET:
É uma longa
história...
(risos)
No fim da 2ª
Segunda Guerra
Mundial eu
me casei com um
polonês e o
governo inglês
mandou que os poloneses se retirassem do país depois da guerra.
Eles não podiam
mais ficar aqui.
Meu marido tinha
um amigo, também
polonês, que
tinha parentes
em São Paulo.
Ele foi para lá
e ficou
insistindo para
que nós fôssemos
também. Havia
uma outra
possibilidade de
ir para os
Estados Unidos,
onde
teríamos
garantido um
contrato de
trabalho. Mas
enquanto
estávamos
começando a
arrumar a
documentação
para ir para os
Estados Unidos,
chegou mais uma
carta do amigo
que estava no
Brasil,
insistindo
de novo.
Meu marido não
sabia o que
fazer. Então ele
me passou a
carta e disse:
“Olhe, você
decide”. Eu
segurei a carta
nas minhas mãos,
levantei meus
pensamentos para
o alto, fechei
os olhos e
esperei a
resposta:
Tínhamos
que ir para o
Brasil.
O CONSOLADOR:
Qual e a sua
formação?
JANET:
Cheguei a fazer
um curso de
secretariado,
mas nunca o
concluí. Não
tenho nenhum
diploma. Apesar
disso cheguei a
formar um centro
de treinamento
de professores
de inglês no
Brasil, viajei
pelas maiores
cidades
brasileiras
dando cursos de
metodologia
de ensino para
professores de
escolas
particulares,
escolas
estaduais e até
professores de
universidade.
O CONSOLADOR:
Que cargos ou
funções você já
exerceu no
movimento
espírita?
JANET:
Sou fundadora e
dirigente do
Allan Kardec
Study Group –
Centre for
Spirits
Teachings há quase 25 anos e também fui Presidente da BUSS (British Union of
Spiritist
Societies) de
2000 até 2002.
O CONSOLADOR :
Como aconteceu a
fundação do
grupo?
JANET:
Eu deixo a
entender que o
movimento
espírita na
Inglaterra
começou na sala
da minha casa,
com seis
ingleses, no
começo dos anos
80. Chegamos a
ser 15 ingleses
e a idéia
do nome do
grupo surgiu
nessas reuniões
de estudo.
Depois de alguns
anos demos o
primeiro passo
realizando
reuniões
publicas; foi aí
que o nome se
consolidou.
Vale lembrar
que esse foi um
dos primeiros
grupos, se não
foi o
primeiro, que
começou a usar o
nome de Allan
Kardec. Mas
agora, nos
países fora do
Brasil, todo
mundo está
usando, tem
grupo de estudos
Allan Kardec
para todos os
lados...
(risos)
Então, agora eu
sou obrigada a
dizer:
Allan Kardec
Study Group –
Centre for
Spiritist
Teachings.
O CONSOLADOR:
Quando você
teve seu
primeiro
contato com o
Espiritismo?
Você tem
lembrança de
como aconteceu?
JANET:
Muito vívida,
muito vívida,
muito importante
porque aconteceram muitas manifestações mediúnicas na minha vida, desde os 4
anos e meio de
idade. Essa foi
mais uma. Mais
ou menos em
abril de 1971 eu
comecei a
escutar vozes
muito altas,
dizendo que eu
tinha que ir
falar com Chico
Xavier. Eles
ficavam falando
comigo cada
quinze minutos,
frases pequenas
como: Vai
ver Chico
Xavier, tem que
ir, tem
que falar com
Chico, coisas
assim. Durou
três dias sem
parar. Aí eu
achei que alguma
coisa tinha que
ser feita.
Consultei uma
vizinha minha,
ela também achou
a mesma coisa,
mas eu estava
passando por um
tempo sem
dinheiro, mais
uma das fases
muito difíceis
financeiramente,
e não tinha
dinheiro para
viajar coisa
nenhuma. Não
estava
trabalhando, não
estava
ganhando. Então eu
me sentei, fiz
uma boa prece e
disse que ia tão
logo eu tivesse
condição
financeira. Eles
aceitaram e eu
parei de ouvir
as vozes. Logo
em seguida minha
vida começou a
se modificar
completamente,
comecei a
trabalhar,
comecei a ganhar
de novo e, na
correria do
dia-a-dia,
eu preciso dizer
que esqueci o
incidente. Mas
olha: três meses
depois em ponto,
estão lá eles
de novo.
Claramente
eu disse: Tudo
bem, eu agora
posso ir. Então
eles me disseram
o dia que eu
tinha de ir para
comprar minha
passagem de
ônibus,
disseram-me o
horário de
ônibus que eu
tinha que pegar
etc. Tudo bem,
eu fui à
rodoviária,
comprei meu
bilhete, mas
fiquei
resmungando com
eles lá em cima.
Eu dizia:
Olha, eu tenho o
nome da pessoa e
o nome da
cidade, mas eu
sou inglesa, eu
não posso viajar
sem ter o
endereço da
pessoa. Eles não
quiseram nem
saber, não
falaram nada. Na
véspera, eu
estava arrumando
a minha malinha
e continuava resmungando com eles, e no fim veio a
resposta:
Está bom... Você
vai encontrar
alguém no ônibus
que vai te levar
ate lá... E eu
falei: Mas por
que você não me
falou antes?
(risos)
Ocorreu
exatamente como
eles tinham
falado,
claramente. Eu
não vou entrar
em outros
pormenores, o
que normalmente
faço, porque a
história é
longa...
"Na manhã do
outro dia, o
próprio
Chico me
entregou uma
mensagem.
Era de Bezerra
de Menezes"
O CONSOLADOR:
Então você foi
falar com Chico
Xavier?
JANET:
À noite, a
família que
estava me
pajeando,
levou-me para o
Centro. Fui a
sexta pessoa a
falar com o
Chico naquela
noite e, assim
como a
espiritualidade
me havia dito
que aconteceria,
no fim dos
trabalhos, às
seis e meia da
manhã do outro
dia, o próprio
Chico me
entregou uma
mensagem. Era de
Bezerra de
Menezes, me
dizendo onde eu
tinha que ir
estudar o
Espiritismo.
Porque eu já
tinha tentado,
mas não tinha
encontrado o
lugar certo.
Devia procurar o
Grupo Espírita
Batuíra, no
bairro de
Perdizes em São
Paulo. Foi lá
que eu
estudei e
trabalhei com o
senhor
Spartacos Ghilardi
por 10 anos.
O CONSOLADOR:
Qual foi a
reação de sua
família diante
de sua adesão à
Doutrina?
JANET:
Bom, eu quase
não tenho
família. Tenho
uma filha que
aceita sem
problemas. Minha
mãe, que
desencarnou em
1983, tinha medo. Era médium, vivia vendo coisas, mas não quis nem saber de
entender melhor
o que acontecia.
Freqüentemente
me proibia de
falar sobre o
assunto. Quando
eu estava
passando
as férias
com ela, logo
falava: Não
vamos falar
sobre aquele
assunto, tudo
bem? Mas sempre
acabávamos
falando. Naquela
época eu já
estava separada
do meu marido,
mas ele por
sinal achava
tudo a maior
besteira.
O CONSOLADOR:
Dos três
aspectos do
Espiritismo -
cientifico,
filosófico e
religioso -
qual é o que
mais a atrai?
JANET:
Todos os três
são igualmente
importantes. Um
não pode existir
sem os outros.
Mas em termos
pessoais o que
menos me
interessa é o
cientifico. Eu
não preciso de
mais provas.
O CONSOLADOR:
Que autores
espíritas mais
lhe agradam?
JANET:
Os mais
importantes,
os mais
sérios. Claramente
em primeiro
lugar Kardec e
Chico Xavier.
Respeito muito
Léon Denis,
Martins Peralva,
Yvonne Pereira.
Tem alguns
livros que
me impressionam
demais e que eu
acho
superimportantes,
como toda a
série André Luiz
e também
Há 2.000 Anos,
Paulo e Estêvão,
Cinqüenta Anos
Depois e
toda essa série
do Chico.
O CONSOLADOR: Se
você fosse
passar alguns
anos num lugar
remoto, com
acesso restrito
às atividades e
trabalhos
espíritas, que
livros
pertinentes à
Doutrina você levaria?
JANET:
Tentaria levar
todos os livros
que acabei de
citar. Todos os
de Kardec, estes
livros
escolhidos de
Chico. Outros
livros muito
bons de
mensagens como
Coragem,
O Consolador,
Mecanismos da
Mediunidade,
Busca e Acharás,
que eu acho
lindo e
tem me ajudado
muito. Toda a
série de
Pão Nosso,
enfim eu
levaria o máximo
número de livros
que eu pudesse.
Eu fico
admirada: muitas
pessoas chegam a
Londres dizendo
que são
espíritas, mas
não trazem
nenhum
livro espírita,
nem mesmo o
Evangelho... Não
dá para
entender.
O CONSOLADOR: As
divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para
você,
Espiritismo é
religião?
JANET:
Em termos de
ortodoxia não,
eu prefiro dizer
que é um meio de
viver. Porque
a ortodoxia tem
causado e
continua
causando muitos
problemas. Pode
até causar
prejuízo à
Doutrina, por
frisar demais a
coisa religiosa,
porque o
povo, principalmente
aqui, se você
falar
em religião,
imediatamente
ele associa à
ortodoxia, o que
as pessoas daqui
não suportam. Há
uma parte
histórica na
Inglaterra a
respeito de
religião que é
motivo dessas
atitudes de hoje
em dia. Então eu
friso a parte
filosófica, a
maneira de viver
a vida,
encontrar mais
paz, mais
felicidade e
criar mais amor
em torno de nós.
Essa é a maneira
com que eu tento lidar com esses ensinamentos. Evito até a própria palavra
doutrina
e prefiro usar a
palavra teachings
(ensinamentos).
O CONSOLADOR:
Outro tema que
suscita
geralmente
debates
acalorados no
Brasil diz
respeito à obra
publicada na
França por
J. B. Roustaing.
Qual é sua
apreciação dessa
obra?
JANET:
Não a li. Eu
tenho desgosto
só de ouvir
falar dessa
obra. Eu não
consegui lê-la.
Para mim Kardec
é pureza. Muitas
pessoas têm
tentado me levar
para
estudar coisas
paralelas, mas
eu não vou
gastar meu tempo
com essas
coisas.
O CONSOLADOR: O
terceiro assunto
em que às vezes
a prática
espírita diverge
está relacionado
com os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond. Embora
saibamos que no
Brasil
atualmente se
usa
predominantemente
apenas a
imposição das
mãos, tal
como
recomenda J.
Herculano Pires,
qual é sua
opinião a
respeito?
JANET:
Nós aprendemos,
especialmente por
informações de
Kardec, que
temos que fazer
tudo da forma
mais simples
possível, mas é
claro que, para
uma organização,
porque o Centro
Espírita deve
ser considerado
uma
organização, tem
que se ter
disciplina,
ordem. Eu sempre
li muito e com o
passar dos anos
com mais estudo,
com o
entendimento dos
mecanismos do
passe, oriento
as pessoas do
grupo para fazer
o passe de uma
maneira simples,
sem contacto
direto. Nós oferecemos dois tipos de passe, o passe simples e o passe especial,
que nós chamamos
assim, para
facilitar. O
passe simples
são 3 ou 4
passistas na
sala com o
coordenador dos
trabalhos, que
também é
passista. Leva
poucos
instantes, no
máximo 30
segundos, com a
água
fluidificada no
fim. Todos os
três passistas
trabalham da
mesma maneira,
com absoluta
simplicidade,
impondo as
mãos um
pouco acima da
cabeça. O passe
especial, e uma
cadeira só, uma
pessoa por vez,
todos os
passistas em
volta e a pessoa
que está
dirigindo o
trabalho de
passe nessa
ocasião
transmite o
passe. Faz
primeiramente a
limpeza, para
depois dar o
passe
propriamente
dito.
O CONSOLADOR :
Como você vê a
discussão em
torno do aborto?
No seu modo de
ver, os
espíritas
deveriam ser
mais ousados na
defesa da vida
como tem feito a
Igreja?
JANET:
Aqui novamente
temos várias
coisas a
considerar. Uma
coisa que estou
aprendendo nesta
encarnação é não
ser tão
ditadora. Como
se fala em
inglês, tão
“bossy”. Que a
gente não deve,
e não adianta
mesmo que
se tente, forçar
as pessoas a
fazerem certas
coisas. A
gente tem que
cultivar durante
muito tempo as
boas atitudes e
passar adiante o
conhecimento. Em
primeiro lugar,
informar quando
é que a
encarnação se
inicia, qual é o
instante da
união do
Espírito, que
vai reencarnar,
com o futuro
feto. Na
Inglaterra
continua ainda
a crença que é
na hora em que a
criança nasce e
que passa a ser
gente, mesmo com
toda a
tecnologia que
prova a
existência da
vida existente.
Eu sou
completamente
contra o aborto
porque está se
cometendo um
assassinato. Mas
eu tenho que me
resguardar,
porque a maioria
do povo deste
país ainda não
pode entender isso, não tem a compreensão, porque também para eles a vida espiritual,
em termos
gerais, não é
nenhuma
realidade. Então
a gente tem que
sofrer
silenciosamente,
freqüentemente,
porque se
a gente gritar,
berrar para todo
mundo, forçando
para mostrar as
verdades, a
gente obtém o
contrario, o que
dificulta ainda
mais o processo
de transmissão
do conhecimento.
O CONSOLADOR: A
eutanásia, como
sabemos, é uma
pratica que não
tem o apoio da
Doutrina
Espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre o tema.
Surgiu, no
entanto,
ultimamente a
idéia de
ortotanásia,
defendida até
mesmo por
médicos
espíritas. Qual
sua opinião a
respeito?
JANET:
É um termo novo
que não conheço.
Não posso opinar
a respeito.
O CONSOLADOR:
O movimento
espírita no
Brasil lhe
agrada ou falta
algo nele que
favoreça uma
melhor
divulgação da
Doutrina?
JANET:
Veja uma coisa:
estou fora do
Brasil há 25
anos e de uma
certa maneira eu
estou perdendo
contato, porque
nos últimos
cinco anos só
consegui visitar
o Brasil uma
vez. O meu único
contato com o
mundo espírita
no Brasil
foi durante uma
semana no último
Congresso
Espírita
Brasileiro em
Brasília. Mas
acho que o
Brasil é o país
mais bem
equipado dentro
da Doutrina
Espírita. Belos
websites, belos
jornais, belas
revistas e
conferências,
palestrantes que
se destacam. Eu
tenho uma inveja
terrível
deles...
(risos)
Porque aqui eu
não tenho
conseguido fazer
muita coisa. Mas
percebo, também, que como nós estamos numa luta muito grande aqui fora do
Brasil, o
próprio Brasil
no momento está
passando
igualmente por
uma fase
tremendamente
perturbada. O
povo está numa
fase menos
receptiva.
Melhor do que
eles já fazem,
eu não posso nem
imaginar.
“Temos que criar
esta fase. Não é
Deus
que vai ter uma
varinha mágica e
dizer:
Abracadabra,
agora é
regeneração”
O CONSOLADOR:
Como você vê o
nível da
criminalidade e
da violência que
parece aumentar
no Brasil
e em todo mundo,
e como nós,
espíritas,
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
JANET:
Aí você tem uma
pergunta de duas
asas, vamos
dizer. Eu acho
que são duas
coisas muito
diferentes. Eu
começarei
comentando
que no
Brasil, único
país que se pode
dizer realmente
que é
um país
espírita, acho
que muitas
coisas poderiam
ser feitas.
Aqui, que não é
um país espírita
de jeito nenhum,
que não é um
país – eu diria
– que tem um
senso religioso
e que
freqüentemente
nega a
existência de
Deus, um país
totalmente
materialista, é
difícil fazer
algo. Então eu
acho que, como
muito
poderia ser
feito no Brasil,
infelizmente
basicamente nada
pode ser feito
aqui, neste
instante. Tenho
a
impressão que nessa
fase de
transição muita
gente está
marcada no mundo
espiritual
para ser
exilada, porque
não vai se
encaixar na nova
fase. Muitos
destes Espíritos
têm implorado
mais uma chance,
mais uma
oportunidade, e
estão por aí.
Muito desta
criminalidade
para mim é em
função disso. A
gente vê pessoas
cada vez
mais jovens aqui
na Inglaterra,
mesmo crianças
de 10, 12 anos,
cometendo
assassinatos,
matando outras
crianças, muitos
pais matando os
filhos. Quase não passa um dia no noticiário que não conte pelo menos
um assassinato
ou coisa do
gênero. É fora
do comum. É a
única explicação
que eu encontro
pra todo isso.
O CONSOLADOR: A
preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
expiações e
provas, passando
plenamente à
condição de um
mundo de
regeneração, em
que, segundo
Santo Agostinho,
a palavra
“amor”estará
escrita em todas
as frontes e uma
eqüidade
perfeita
regulará as
relações
sociais?
JANET:
É uma pergunta
interessante,
feita muito ao
modo humano. A
entrada nessa
nova fase já
aconteceu, como
sabemos.
Aconteceu na
época do 2º
Congresso
Espírita
Brasileiro em
Brasília. Doutor
Bezerra de
Menezes trouxe
através do
Divaldo no
Congresso uma
mensagem dizendo
que entramos
nessa fase. No
entanto, precisamos
lembrar que nós
aprendemos que
cada coisa
começa, vamos
dizer, do zero.
É o nosso
esforço, nosso
trabalho, da
humanidade
de todos os
povos, que vai
fazer a
diferença.
Depende de nós
até quando o
mundo vai
realmente
reconhecer que
estamos na nova
fase. Nós temos
que criar esta
fase. Não é Deus
vai ter uma
varinha mágica e
dizer:
Abracadabra,
agora é
regeneração. Não
é isso não...
Nós, os
encarnados,
temos que criar
a condição para
que este planeta
seja de
regeneração. Então o tempo que vai levar depende de nós, de ser mais curto ou mais
longo.
O CONSOLADOR: Em
face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve
ser a prioridade
dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
Brasil e no
mundo?
JANET:
A prioridade
máxima é tentar
mostrar para
todos a
realidade
espiritual de
todos nós.
Porque enquanto
a humanidade não
conseguir
aceitar o
conceito de que
nós somos
criaturas
espirituais temporariamente numa
passagem
material, como
encarnados,
realmente vai
ser muito
difícil mudar as
coisas. Desde
que isso não
seja uma
realidade para
todo o mundo, as
misérias vão
continuar, sem
dúvida. Em
segundo plano, a
gente precisa
entender que
precisamos
aprender amar
uns aos outros.
Porque o amor é
a maior força
que temos. Essas
duas coisas são
absolutamente
imprescindíveis.
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