Há uma frase que
no movimento
espírita
tornou-se
extremamente
conhecida, e que
qualquer um de
nós,
espiritistas, já
ouviu alguém se
referindo a ela
em palestras,
estudos ou
outras
atividades do
movimento
espírita, e que
por isso mesmo o
ouvinte
imediatamente
acrescenta ao
seu conhecimento
de Espiritismo e
sai, por sua
vez, a
espalhá-la
multiplicando
velozmente seu
conteúdo.
Como não gosto
de passar à
frente algo
referente à
Doutrina
Espírita de que
não possa
apresentar a
fonte de onde se
origina minha
informação,
procurei
desesperadamente
encontrar a
conhecida frase,
que se tornou
tão comum e que
qualquer um,
mesmo sem
qualquer base
doutrinária,
hoje em dia se
faz portador de
sua mensagem
passando à
frente o
Espiritismo, sem
qualquer base em
seus postulados
divinamente
codificados pelo
digno seguidor
do Mestre de
Nazaré.
Só então me pude
dar o direito de
também
acrescenta-la em
minhas
modestíssimas
anotações
doutrinárias,
para então poder
tornar-me um
divulgador de
seu conteúdo,
não como sempre
ouvi e li, nos
diversos meios
de comunicação
com que tive
contato, bem
como em
palestras,
seminários,
livros,
revistas,
programas de
rádios etc.,
mas, sim, como
em verdade ela
nos foi
transmitida por
seu criador, o
querido
benfeitor
Emmanuel.
A frase a que me
refiro é esta:
“a
maior caridade
que podemos
fazer pela
Doutrina
Espírita é a sua
própria
divulgação”.
Ora, quem
procurar essa
frase nos livros
de Espiritismo
ditados por
Emmanuel a Chico
Xavier, não será
bem sucedido em
sua busca, pois
a tal frase, tão
corriqueira no
movimento
espírita, não
está escrita
dessa forma nem
foi pronunciada
pelo citado
benfeitor dessa
maneira.
A referida
citação está
contida no livro
“Estude e Viva”,
ditado pelos
Espíritos
Emmanuel e André
Luiz,
psicografado por
Chico Xavier e
Waldo Vieira, e
consta do
capítulo 40 da
referida obra,
intitulado
Socorro Oportuno,
o que nos mostra
como as coisas
são alteradas ou
modificadas
voluntária ou
involuntariamente,
quando passadas
de um para outro
interlocutor;
senão vejamos
como está no
livro: “(...)
Lembra-te deles,
os quase loucos
de sofrimento, e
trabalha para
que a Doutrina
Espírita lhes
estenda socorro
oportuno.
Para isso,
estudemos Allan
Kardec, ao
clarão da
mensagem de
Jesus Cristo,
e, seja no
exemplo ou na
atitude, na ação
ou na palavra,
recordemos que o
Espiritismo
nos solicita uma
espécie
permanente de
caridade – a
caridade da sua
própria
divulgação”.
(1)
Em momento algum
identifiquei no
conteúdo do
parágrafo acima
que a
divulgação do
Espiritismo seja
a maior caridade
que podemos
fazer pela
doutrina
espírita.
Penso que a
observância e
vivência correta
dos seus
postulados ainda
é a grande
finalidade da
doutrina
espírita ao seu
sincero seguidor,
pois, da forma
como ela vem
sendo difundida
por grande
parcela de
“espíritas” que
não conhecem
seus postulados,
não é
verdadeiramente
nenhuma forma
positiva de
caridade para
com ela, e sim
um enorme
desserviço
prestado contra
sua digna e
elevada
mensagem. Isto
porque o
Espiritismo nos
solicita
que
estudemos a
codificação, que
é a mensagem do
Consolador
Prometido por
Jesus, tão bem
elaborada pelo
fiel Discípulo
do Mestre de
Nazaré, para a
vivência da
mensagem cristã,
contida no
evangelho
ensinada e
exemplificada
por Jesus, para
só então, sem
que seja preciso
fazer qualquer
alarde, a
espalhemos em
forma de
atitude, na ação
da caridade em
favor do nosso
semelhante,
testemunhando
com nosso
próprio trabalho
na plantação da
semente do bem
para que possa
germinar,
crescer e dar
bons frutos.
A referência de
Emmanuel ao
estudo das obras
de Kardec
não é citada,
mesmo fazendo
parte do mesmo
pensamento no
assunto
enfocado, e que
por essa razão
não pode ser
desprezado ou
esquecido como
se não tivesse
sido
pronunciado.
É por essa razão
que a divulgação
da doutrina
espírita segue
sendo difundida
sem qualquer
cuidado com a
fidelidade
doutrinária,
que todo e
qualquer
espírita
consciente deve
ter como meta
primordial;
essa é a razão
de hoje em dia
se aceitar
verdadeiros
absurdos como
sendo obra
espírita, quando
não passam de
ridículas obras
mediúnicas, e o
pior, são
aceitas até
mesmo por grande
número de
“espíritas”
que, sem
conhecerem os
fundamentos da
doutrina que
dizem professar,
mas que não
professam
verdadeiramente,
a elas se
referem com
entusiasmo, como
se estivessem
falando do
conteúdo da
mensagem
espírita
codificada pelos
Nobres Imortais
sob a supervisão
do próprio
Jesus.
Precisamos tomar
cuidado com as
frases
corriqueiras, e
prestarmos mais
atenção ao
conteúdo do que
à forma, para
que o mais
importante
das mensagens
que nos cheguem
ao conhecimento
não seja
simplesmente
aceito sem uma
análise mais
apurada em todo
o seu conjunto,
e, sim, que seja
devidamente
apreciado e
absorvido pelo
crente sincero
da doutrina
espírita, e, se
for portador de
um bom conteúdo,
aí então dele se
utilizará para
sua correta
divulgação.
O espírita
sincero deve ter
por lema: “fora
da caridade não
há salvação”,
(2)
mas deve
observar que
essa máxima
precisa ser
devidamente
compreendida
para não ser
interpretada ao
bel prazer de
quem quer que se
ache tão
absolutamente
dono da verdade,
pois a caridade
não dispensa o
cuidado que
todos devemos
ter em observar
que “fé
inabalável só o
é a que pode
encarar frente a
frente a razão
em todas as
épocas da
humanidade”,
(3) e
que por isso
mesmo, não
podemos nos
deixar descuidar
da razão e o bom
senso.
A principal
caridade que
podemos fazer é
a nós mesmos, em
primeiro lugar,
estudar a
mensagem cristã
contida no
evangelho, como
nos alerta
Emmanuel,
seguindo Jesus
através de
Kardec, e
efetuarmos nossa
transformação
moral-espiritual,
para que,
fundamentados no
cristianismo
redivivo que o
Consolador nos
veio trazer,
possamos dar
testemunhos como
nos alerta o
benfeitor: “seja
no exemplo ou na
atitude, na ação
ou na palavra”,
de
que seguimos
Jesus, como
fiéis discípulos
respeitáveis
divulgadores da
sua sublime
mensagem, sem
achismos ou
modismos
condenáveis sob
todos os
aspectos.
Em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
encontramos a
bela mensagem
que o Espírito
de Verdade nos
transmitiu e que
transcrevemos a
seguir: “Espíritas!
amai-vos, este o
primeiro
ensinamento;
instruí-vos,
este o segundo.
No
Cristianismo
encontram-se
todas as
verdades; são de
origem humana os
erros que nele
se enraizaram”.
(...) (4)
Precisamos
entender que o
Cristianismo
contém todas as
orientações de
que necessitamos
para fazer
crescer em nós
os valores
morais que
dormitam em
nosso íntimo,
desde nossa
criação, e que
só o estudo
sério, constante
e disciplinado
da doutrina
espírita
dar-nos-á a
necessária
capacidade para
melhor
compreender as
atitudes
infelizes e os
defeitos do
nosso próximo,
ampliando nosso
poder de
discernir melhor
para melhor
agir,
utilizando-nos
dos recursos
hauridos nos
conhecimentos
adquiridos
nesses estudos,
para vivenciar
em nosso
dia-a-dia as
lições com que
os Espíritos
Superiores nos
instruíram sobre
a verdadeira
caridade como a
entendia Jesus:
“Benevolência
para com todos,
indulgência para
com as
imperfeições
alheias e perdão
das ofensas”
(5)
É hora de tomar
uma atitude de
serenidade e
seriedade em
tudo o que
pretendemos
falar com
relação à
doutrina
espírita, não
mais agindo como
simples
repetidores do
que ouvimos
alguém dizer, e,
sim, procurarmos
falar com
responsabilidade
apenas do que
realmente
conhecermos com
segurança e que
esteja contido
nos postulados
da codificação
do Espiritismo.
Fontes: