3. A liberdade e a
responsabilidade são
correlativas no ser e
aumentam com sua
elevação. É a
responsabilidade do
homem que faz sua
dignidade e moralidade.
Sem responsabilidade, o
homem não seria mais do
que um autômato, um
joguete das forças
ambientes. A noção de
moralidade é, pois,
inseparável da de
liberdade.
O livre-arbítrio
4. Quando resolvemos
fazer ou deixar de fazer
alguma coisa, a nossa
consciência sempre nos
alerta a respeito,
aprovando-nos ou
censurando-nos. Apesar
de essa voz íntima nos
alertar, sempre usamos o
que foi decidido pela
nossa vontade, ou
livre-arbítrio. Nada nos
coage nos momentos de
decisões próprias, daí
ser correto afirmar que
somos responsáveis pelos
nossos atos, que somos
os construtores do nosso
destino.
5. O livre-arbítrio pode
ser, desse modo,
definido como a
faculdade que tem o
indivíduo de determinar
sua própria conduta, ou
seja, a possibilidade
que ele tem de, entre
duas ou mais razões
suficientes de querer ou
de agir, escolher uma
delas e fazer que
prevaleça sobre as
outras.
6. Aceitar que seja a
vida guiada por um
determinismo onde todos
os acontecimentos estão
fatalmente
preestabelecidos é
raciocinar de maneira
ingênua, simplória,
porque, se assim fosse,
o homem não seria um ser
pensante, capaz de tomar
resoluções e de
interferir no progresso.
Seria apenas uma máquina
robotizada,
irresponsável, à mercê
dos acontecimentos.
7. O livre-arbítrio, a
livre vontade que tem o
Espírito de agir,
exerce-se principalmente
na hora das
reencarnações.
Escolhendo tal família,
certo meio social, ele
sabe de antemão quais
são as provações que o
aguardam, mas
compreende, igualmente,
a necessidade dessas
provações para
desenvolver suas
qualidades, curar seus
defeitos, despir-se de
seus preconceitos e
vícios.
8. Essas provações podem
ser também conseqüência
de um passado nefasto,
que é preciso reparar, e
ele as aceita com
resignação e confiança.
O futuro aparece-lhe,
então, não em seus
pormenores, mas em seus
traços mais salientes,
isto é, na medida em que
esse futuro é a
resultante de atos
anteriores.
A origem dos males
9. A Doutrina Espírita
ensina que de duas
espécies são as
vicissitudes da vida,
ou, se se preferir,
promanam de duas fontes
bem diferentes. Umas têm
sua causa na vida
presente; outras têm-nas
fora desta vida.
10. Remontando-se à
origem dos males
terrestres,
reconhecer-se-á que
muitos são a
conseqüência natural do
caráter e do proceder
dos que os suportam.
11. Quantos homens caem
por sua própria culpa!
Quantos são vítimas de
sua imprevidência, de
seu orgulho e de sua
ambição! Quantos se
arruinaram por falta de
ordem, de perseverança,
pelo mau proceder, ou
por não terem sabido
limitar seus desejos!
Quantas doenças e
enfermidades decorrem da
intemperança e dos
excessos de todo gênero!
Quantos pais são
infelizes com seus
filhos, porque não lhes
combateram desde o
princípio as más
tendências!
12. A quem, então, há de
o homem responsabilizar
por todas essas
aflições, senão a si
mesmo? O homem é,
portanto, em grande
número de casos, o
causador de seus
próprios infortúnios.
13. Existem, no entanto,
males que se dão sem que
ele, ao menos
aparentemente, tenha
qualquer culpa. São
dores e vicissitudes
cuja origem se encontra
em atos praticados em
existências pregressas,
como, por exemplo, os
acidentes que nenhuma
previsão pode impedir;
os reveses da fortuna,
que frustram todas as
precauções ditadas pela
prudência; os flagelos
naturais, as
enfermidades de
nascença, sobretudo as
que tiram a tantas
pessoas os meios de
ganhar a vida pelo
trabalho, etc.
Ação e Reação
14. Os que nascem nessas
condições, sem que
tenham feito nada na
atual existência para
merecer tão triste
sorte, colhem agora os
efeitos dos seus atos do
pretérito, porquanto não
há sofrimento sem causa,
e a lei de ação e
reação, que rege a nossa
vida, determina que, se
somos livres na
semeadura, somos
escravos na colheita.
15. Deus nos permite,
assim, pelo
livre-arbítrio, a
responsabilidade de
praticar o bem ou a mal,
mas, a partir do momento
que decidimos o que
fazer, essa ação gera
uma reação
característica, que
virá, mais tarde sob a
forma de colheita.
16. Explicam-se, dessa
forma, pela pluralidade
das existências e pela
destinação da Terra,
como mundo expiatório,
as anomalias que
apresenta a distribuição
da ventura e da
desventura entre os bons
e os maus neste planeta.
Respostas às questões
propostas
1. Que é livre-arbítrio?
R.: O livre-arbítrio
pode ser definido como a
faculdade que tem o
indivíduo de determinar
sua própria conduta, ou
seja, a possibilidade
que ele tem de, entre
duas ou mais opções,
escolher uma delas e
fazer que prevaleça
sobre as outras.
2. Qual a relação entre
livre-arbítrio e
responsabilidade?
R.: A liberdade e a
responsabilidade são
correlativas no ser e
aumentam com sua
elevação. É a
responsabilidade do
homem que faz sua
dignidade e moralidade.
Sem responsabilidade, o
homem não seria mais do
que um autômato, um
joguete das forças
ambientes.
3. Em que momento de
nossa vida o
livre-arbítrio se exerce
de forma mais completa?
R.: O livre-arbítrio, a
livre vontade que tem o
Espírito de agir,
exerce-se principalmente
na hora das
reencarnações.
Escolhendo tal família,
certo meio social, ele
sabe de antemão quais
são as provações que o
aguardam, mas
compreende, igualmente,
a necessidade dessas
provações para
desenvolver suas
qualidades, curar seus
defeitos, despir-se de
seus preconceitos e
vícios. Essas provações
podem ser também
conseqüência de um
passado nefasto, que é
preciso reparar, e ele
as aceita com resignação
e confiança.
4. De que fonte promanam
os males, as
vicissitudes, os
sofrimentos que o homem
suporta?
R.: A Doutrina Espírita
ensina que as
vicissitudes da vida
promanam de duas fontes
distintas. Umas têm sua
causa na vida presente;
outras têm-nas fora
desta vida.
Remontando-se à origem
dos males terrestres,
reconhecer-se-á que
muitos são a
conseqüência natural do
caráter e do proceder
dos que os suportam. Há,
no entanto, vicissitudes
que se dão sem que
aparentemente tenhamos
qualquer culpa. Sua
origem se encontra em
atos praticados em
existências pregressas,
como, por exemplo, os
acidentes que nenhuma
previsão pode impedir;
os reveses da fortuna,
que frustram todas as
precauções ditadas pela
prudência; os flagelos
naturais, as
enfermidades de
nascença, sobretudo as
que tiram a tantas
pessoas os meios de
ganhar a vida pelo
trabalho, etc.
5. Qual é o significado
da frase seguinte: “Se
somos livres na
semeadura, somos
escravos na colheita”?
R.: A frase de Jesus é
uma alusão à lei de ação
e reação, que rege a
nossa vida e nos lembra
que toda ação gera uma
reação característica,
que virá, mais tarde,
sob a forma de colheita.
Bibliografia:
O
Evangelho segundo o
Espiritismo,
de Allan
Kardec, cap. 5, itens 4,
6 e 7.
O Livro
dos Espíritos,
de Allan Kardec, itens
843, 844, 846, 847, 850,
851 e 852.