F. ALTAMIR DA
CUNHA
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio
Grande do Norte
(Brasil)
Atitudes
Todo relacionamento,
para se tornar
duradouro, deve
acontecer sobre as bases
do respeito mútuo e da
valorização daquelas
pessoas com as quais nos
relacionamos.
Quando não nos
orientamos pela simples
regra do bem viver, que
é extensão do ensino de
Jesus, “não devemos
desejar para os outros
aquilo que não queremos
para nós”, no
relacionamento prevalece
o egoísmo e cada um
torna-se defensor
incondicional dos seus
direitos, indiferente à
necessidade de cumprir
deveres; exige atenção,
mas trata o outro com
indiferença. Desta
forma, as bases de
sustentação do
relacionamento, sob os
efeitos destruidores das
ofensas e mágoas que se
avolumam, enfraquecem, e
o resultado é a ruína.
Se compreendêssemos o
real efeito de nossas
atitudes sobre os
outros, pensaríamos
bastante antes de
agirmos.
As repetidas ações
impensadas que ferem o
nosso semelhante,
comportam-se como o
martelo sobre a pedra −
por mais dura que seja
esta, sob a ação de
repetidas marteladas
sofrerá os efeitos na
sua estrutura interna,
embora estes não possam,
a princípio, ser
observados na
superfície; no entanto,
depois de um certo
tempo, a pedra se
partirá. Alguém poderá
pensar que o fenômeno
ocorreu como
conseqüência da última
martelada, mas, na
verdade, ele foi
resultado das repetidas
ações de agressão e
desrespeito.
Quantos relacionamentos
desfeitos, como
conseqüência das
grosserias e humilhações
que cometemos e que os
pedidos de desculpas,
embora atenuando seus
efeitos, não conseguem
apagar totalmente. A
princípio, são marcas
superficiais, contudo,
as repetidas ações
impensadas, tornam-nas
profundas. E o mais
lindo sonho
transforma-se em
pesadelo. A mais nobre
esperança transforma-se
em desencanto e a
alegria, como fumaça sob
a ação do vento,
desaparece. De resto,
permanece apenas o
ressentimento, como
barreira intransponível
para o recomeço.
Um dia, a vida com sua
mágica irresistível,
desperta-nos para uma
realidade insuportável:
estamos sós!
Angustiados,
perguntamos: − por quê?
E do mais recôndito de
nossa consciência, uma
resposta silenciosa
aflora: “A cada um
segundo as suas obras”.
Pensemos antes de agir.
Ajamos somente depois de
pensarmos nos efeitos de
nossas ações. Até mesmo
a palavra que iremos
pronunciar, deve ser
submetida a uma prévia
apreciação, pois seus
efeitos poderão ser como
o orvalho, que fecunda
corações, produzindo
frutos de simpatia e
amizade, ou tempestade
cruel, deixando rastros
de mágoas e antipatias.
É lei da vida: “Não
devemos fazer aos
outros, o que não
queremos que os outros
nos façam”.