O destino do homem após
a morte
Quando se diz que as
religiões cristãs não
conseguem responder
satisfatoriamente a
muitas dúvidas e
indagações que seus
fiéis suscitam, há quem
diga que tudo não passa
de uma falsa impressão e
que a teologia
tradicional tem, sim,
respostas para o que é
importante na vida do
homem.
Não é isso o que as
pesquisas têm revelado.
Há pouco vimos nas
páginas da grande
imprensa o que o povo
brasileiro pensa sobre a
reencarnação e a
pluralidade dos mundos
habitados, dois
princípios
reconhecidamente ligados
à doutrina espírita e
estranhos à teologia
tradicional. Se os
espiritistas brasileiros
não chegam a 5% da
população, a que
religião pertencem os
mais de 70% dos
habitantes do Brasil
que, segundo as
pesquisas, admitem a
reencarnação e a vida em
outros mundos?
Situação bem parecida
ocorre no momento com
relação à vida depois da
morte.
Numa pesquisa realizada
pela Igreja Universal do
Reino de Deus em
Curitiba apurou-se que
80% das 1.050 pessoas
consultadas não tinham a
menor noção do que
ocorre às pessoas,
depois de finda sua
existência corporal, e
apenas 5% delas admitem
a existência do paraíso
e do inferno. Os números
foram publicados pelo
semanário Folha
Universal.
A Igreja Universal não
esclarece se as 1.050
pessoas ouvidas por seus
pesquisadores
freqüentavam seus cultos
ou se foram selecionadas
aleatoriamente em outros
lugares. Mas isso,
evidentemente, não tem
muita importância,
porque, considerando-se
que a esmagadora maioria
dos brasileiros é adepta
do catolicismo, somente
uma minoria
insignificante aceita o
ensino católico a
respeito da vida futura.
Como sabemos, de acordo
com a teologia
tradicional adotada pela
Igreja de Roma, há
apenas duas alternativas
para o homem depois da
morte: o paraíso ou o
inferno. O purgatório
não conta, pois é morada
passageira e não
representa o destino
final para ninguém.
Ora, se apenas uma
parcela ínfima das
pessoas admitem a
validade dos ensinos
teologais, que fato pode
explicar a descrença dos
demais? Ausência de
clareza nos métodos da
catequese formal? Ou
falta de sintonia entre
o que ensina a tradição
e as aspirações
legítimas do mundo em
que vivemos?
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