Questões preliminares
A. Qual foi um dos
primeiros resultados
obtidos por Allan Kardec
em suas observações?
Kardec diz que um dos
primeiros resultados que
obteve em suas
observações foi que os
Espíritos não tinham nem
a soberana sabedoria,
nem a soberana ciência,
que o seu saber era
limitado ao grau do seu
adiantamento e que a
opinião deles não tinha
senão o valor de uma
opinião pessoal. (O
que é o Espiritismo,
Biografia, p. 17.)
B. Dois pontos muito
importantes Kardec
destaca no fato das
comunicações dos
Espíritos. Quais são
eles?
O primeiro ponto é que a
comunicação dos
Espíritos provava a
existência de um mundo
invisível ambiente. O
segundo é que, por meio
desse intercâmbio,
tornava-se possível
conhecer o estado desse
mundo e seus costumes.
(Obra citada, p. 17.)
C. No dia 19 de setembro
de 1860, Kardec fez em
Lyon, sua cidade natal,
pela primeira vez, uma
classificação dos
espíritas. Segundo esse
discurso, como Kardec
considerava os
espíritas?
Kardec disse naquela
oportunidade que havia
três categorias de
adeptos: os que
procuram, antes de tudo,
os fenômenos; os que
compreendem o alcance
filosófico dos fatos
espíritas e admiram a
moral que deles decorre
mas não a praticam; e,
por fim, os que não se
contentam de admirar a
moral, mas a praticam,
aceitam-lhe as
conseqüências e têm na
caridade a regra de sua
conduta. Estes últimos
são, segundo palavras do
Codificador do
Espiritismo, os
verdadeiros espíritas,
ou, melhor, os
espíritas cristãos.
(Obra citada, pp. 28 e
29.)
D. O ano de 1861
registra um fato
marcante nos anais do
movimento espírita
internacional. Que
acontecimento foi esse?
Foi o auto-de-fé de
Barcelona, em que foram
queimadas, por ordem do
bispo local, trezentas
obras espíritas
importadas legalmente
pelo Sr. Maurice
Lachâtre. O fato ocorreu
em 9 de outubro de 1861.
(Obra citada, pp. 34
e 35.)
Texto para leitura
1. Foi em 1854 que o
professor Rivail ouviu
pela primeira vez falar
nas mesas girantes, a
princípio do Sr.
Fortier, magnetizador,
com o qual mantinha
relações em razão de
seus estudos sobre
Magnetismo. Fortier lhe
disse que "não somente
se faz girar uma mesa,
magnetizando-a, mas
também se pode fazê-la
falar". "Interroga-se, e
ela responde." Rivail
respondeu-lhe: "Isso é
uma outra questão; eu
acreditarei quando vir e
quando me tiverem
provado que uma mesa tem
cérebro para pensar,
nervos para sentir e que
se pode tornar
sonâmbula. Até lá,
permita-me que não veja
nisso senão uma
fábula..." (O que é o
Espiritismo, Biografia,
pág. 14.)
2. No ano de 1855, o Sr.
Carlotti, um amigo de há
25 anos, discorreu sobre
os fenômenos durante
mais de uma hora com o
entusiasmo que ele punha
em todas as idéias
novas. Apesar de
reconhecer nele as
qualidades que
caracterizam uma alma
grande e bela, o
professor Rivail
desconfiava de sua
exaltação. "Ele foi o
primeiro a falar-me da
intervenção dos
Espíritos, e contou-me
tantas coisas
surpreendentes que,
longe de me convencerem,
aumentaram as minhas
dúvidas", disse depois
Allan Kardec.
(Biografia, pág. 15.)
3. Em maio de 1855, o
professor Rivail esteve
em casa da Sra. Roger,
sonâmbula, com o Sr.
Fortier, seu
magnetizador. Ali
encontrou o Sr. Pâtier e
a Sra. Plainemaison, que
lhe falaram dos
fenômenos no mesmo
sentido que o Sr.
Carlotti, mas noutro
tom. "O Sr. Pâtier era
funcionário público, de
certa idade, homem muito
instruído, de caráter
grave, frio e calmo; sua
linguagem pausada,
isenta de todo
entusiasmo, produziu-me
viva impressão", anotou
Kardec. (Biografia, pág.
16.)
4. A convite do Sr.
Pâtier, o professor
Rivail foi assistir às
experiências que se
realizavam na casa da
Sra. Plainemaison. A
primeira ocorreu numa
terça-feira de maio de
1855, às 20 horas. Diz
Allan Kardec: "Foi aí,
pela primeira vez, que
testemunhei o fenômeno
das mesas girantes, que
saltavam e corriam, e
isso em condições tais
que a dúvida não era
possível". O codificador
relata ter visto também,
na mesma reunião, alguns
ensaios de escrita
mediúnica em uma ardósia
com o auxílio de uma
cesta. (Biografia, pág.
16.)
5. A respeito da reunião
na casa da Sra.
Plainemaison, disse
Kardec: "Minhas idéias
estavam longe de se
haver modificado, mas
naquilo havia um fato
que devia ter uma causa.
Entrevi, sob essas
aparentes futilidades e
a espécie de
divertimento que com
esses fenômenos se
fazia, alguma coisa de
sério e como que a
revelação de uma nova
lei, que a mim mesmo
prometi aprofundar".
(Biografia, pág. 16.)
6. Em um dos serões da
Sra. Plainemaison, o
professor Rivail
conheceu a família
Baudin, que realizava em
sua casa sessões
semanais. "Foi aí que
fiz os meus primeiros
estudos sérios em
Espiritismo, menos ainda
por efeito de revelações
que por observação",
anotou o codificador.
(Biografia, pág. 16.)
7. Allan Kardec aplicou
à nova ciência o método
experimental. Ele assim
escreveu: "Nunca
formulei teorias
preconcebidas; observava
atentamente, comparava,
deduzia as
conseqüências; dos
efeitos procurava
remontar às causas pela
dedução, pelo
encadeamento lógico dos
fatos, não admitindo
como válida uma
explicação, senão quando
ela podia resolver todas
as dificuldades da
questão". (Biografia,
págs. 16 e 17.)
8. Uma noite, um
Espírito amigo, Z.,
disse ao professor
Rivail que eles foram
conhecidos um do outro
em uma anterior
existência, quando, ao
tempo dos Druidas,
viveram juntos nas
Gálias. O professor
chamava-se, então, Allan
Kardec. O incentivo
recebido naquela
oportunidade de Z. levou
o professor a aceitar a
tarefa de pôr em ordem
50 cadernos de
comunicações diversas
que haviam sido reunidas
por um grupo de amigos
formado pelos Srs.
Carlotti, René
Taillandier,
Tiedeman-Manthese,
Sardou, pai e filho, e
Didier. (Biografia, pág.
18.)
9. O professor tomou os
cadernos, anotou-os com
cuidado, suprimiu as
repetições e pôs em
ordem cada ditado, cada
relatório de sessão.
Assinalou depois as
lacunas a preencher, as
obscuridades a aclarar e
preparou as perguntas
necessárias para chegar
a esse resultado.
(Biografia, pág. 18.)
10. Até então, as
sessões na casa do Sr.
Baudin não tinham nenhum
fim determinado. Com o
professor Rivail isso
mudou. Ele comparecia a
cada sessão com uma
série de questões
preparadas e
metodicamente dispostas,
que eram respondidas com
precisão, profundeza e
de modo lógico. Desde
esse momento as reuniões
passaram a ter caráter
diferente, e os
assistentes sérios
tomaram vivo interesse
pelo trabalho.
(Biografia, págs. 18 e
19.)
11. A princípio, o
professor Rivail tinha
em vista apenas a sua
própria instrução; mais
tarde, quando viu que
aquilo formava um
conjunto e tomava as
proporções de uma
doutrina, teve o
pensamento de o
publicar. O codificador
então registrou em suas
memórias: "Foram essas
mesmas questões que,
sucessivamente
desenvolvidas e
completadas, fizeram a
base de O Livro dos
Espíritos".
(Biografia, pág. 19.)
12. Em 1856 o professor
Rivail freqüentou as
reuniões realizadas na
casa do Sr. Roustan,
onde trabalhava a
senhorita Japhet,
sonâmbula, que obtinha
comunicações com o
auxílio da cesta
aguçada, em forma de
bico. Ele fez examinar
por essa médium as
comunicações obtidas
anteriormente e postas
em ordem. O trabalho
era, no início, efetuado
nas sessões ordinárias,
mas, a pedido dos
Espíritos, para que
fosse dada mais atenção
a esse exame, foi
continuado em sessões
particulares.
(Biografia, pág. 19.)
13. O exame feito com o
auxílio da senhorita
Japhet não o satisfez
inteiramente e, por
isso, toda vez que se
lhe oferecia ocasião o
professor Rivail a
aproveitava para propor
algumas das questões que
lhe pareciam mais
melindrosas. Escreveu
então: "Foi assim que
mais de dez médiuns
prestaram seu concurso a
esse trabalho. E foi da
comparação e da fusão de
todas essas respostas,
coordenadas,
classificadas e muitas
vezes refeitas no
silêncio da meditação,
que formei a primeira
edição de O Livro dos
Espíritos, a qual
apareceu em 18 de abril
de 1857". (Biografia,
pág. 19.)
14. No momento de
publicá-lo, o autor
ficou embaraçado em
resolver como o
assinaria, se com o seu
nome civil, ou com um
pseudônimo. Sendo o seu
nome muito conhecido do
mundo científico, em
virtude de seus
trabalhos anteriores, e
podendo originar alguma
confusão e até
prejudicar o êxito do
empreendimento, ele
adotou o alvitre de
assiná-lo com o nome de
Allan Kardec, que tivera
como druida. (Biografia,
pág. 20.)
15. A primeira
manifestação ostensiva
do Espírito de Verdade
ao professor Rivail
ocorreu em sua casa no
dia 25/3/1856 por meio
de pancadas. No dia
seguinte, em casa do Sr.
Baudin, o professor pôde
conversar com o Espírito
de Verdade, apresentado
por uma outra entidade
espiritual como sendo um
Espírito familiar do
professor. E ele assim
se identificou: "Para ti
chamar-me-ei Verdade, e
todos os meses, durante
um quarto de hora,
estarei aqui, à tua
disposição". (Biografia,
págs. 20 e 21.)
16. O professor Rivail
indagou ao Espírito de
Verdade se esse nome
seria uma alusão à
verdade que ele
procurava. A resposta
obtida foi: "Talvez, ou,
pelo menos, é um guia
que te há de auxiliar e
proteger". Intentando
saber a identidade do
Espírito, o professor
perguntou se ele havia
animado alguma
personagem conhecida na
Terra. A resposta foi
sintomática: "Disse-te
que para ti eu era a
Verdade, o que da tua
parte devia importar
discrição; não saberás
mais que isto".
(Biografia, págs. 21 e
22.)
17. Em razão do êxito
que "O Livro dos
Espíritos" alcançou,
Kardec decidiu criar um
jornal espírita.
Solicitou para isso
apoio financeiro ao Sr.
Tiedeman, mas este não
estava resolvido a
participar do
empreendimento. Em
15/11/1857, Kardec
perguntou aos seus
guias, por intermédio da
médium Ermance Dufaux, o
que deveria fazer. Os
Espíritos lhe disseram
que pusesse a idéia em
execução, sem se
inquietar com o resto. O
primeiro número da
"Revista Espírita" saiu
no dia 1o de
janeiro de 1858, sem um
único assinante, nem
sócio capitalista. O
êxito foi surpreendente,
os números se sucederam
e, como previram os
Espíritos, o jornal se
tornou um poderoso
auxiliar de Kardec na
obra da codificação.
(Biografia, págs. 22 e
23.)
18. Em 12/6/1856, a
senhorita Aline C. foi
intermediária de um
interessante diálogo
travado entre Kardec e o
Espírito de Verdade, que
lhe falou sobre sua
missão, esclarecendo que
ela seria rude e
difícil. "Não creias que
te seja suficiente
publicar um livro, dois
livros, dez livros, e
ficares tranqüilamente
em tua casa; não; é
preciso te mostrares no
conflito; contra ti se
açularão terríveis
ódios, implacáveis
inimigos tramarão a tua
perda; estarás exposto à
calúnia, à traição,
mesmo daqueles que te
parecerão mais
dedicados; as tuas
melhores instruções
serão impugnadas e
desnaturadas; sucumbirás
mais de uma vez ao peso
da fadiga; em uma
palavra, é uma luta
quase constante que
terás de sustentar com o
sacrifício do teu
repouso, da tua
tranqüilidade, da tua
saúde e mesmo da tua
vida, porque tu não
viverás muito tempo.".
Mais de dez anos depois,
Kardec anotou em suas
memórias que a previsão
se cumprira
integralmente.
(Biografia, págs. 23 e
24.)
19. A Sociedade
Parisiense de Estudos
Espíritas foi fundada a
1o de abril
de 1858. Até então, as
reuniões se realizavam
na casa de Kardec, na
Rua dos Mártires, tendo
a senhorita Ermance
Dufaux como principal
médium. No salão de
reuniões cabiam até 20
pessoas, mas cedo já
eram 30 os
participantes. Alguns
dos assistentes
propuseram, então,
formar uma sociedade
espírita e alugar um
local mais apropriado.
As primeiras reuniões
após a fundação da
Sociedade realizavam-se
às terças-feiras no
Palais-Royal, galeria
Valois. Dois anos
depois, a Sociedade se
instalou em sede
própria, na rua e
passagem Sant'Ana, no
59, na capital francesa.
(Biografia, págs. 25 e
26.)
(Continua na próxima
edição.)