Cristina me pergunta:
Se, de fato, existem os
anjos da guarda, que
tipo de mal que nos
acomete mais os aflige?
Os bons Espíritos se
preocupam com nossos
males, do mesmo jeito
que compartilham nossas
alegrias. Procurando
fazer-nos todo o bem que
lhes seja possível, é
natural que se sintam
ditosos com nossa
felicidade e nossos
momentos de alegria.
Sabendo ser transitória
a existência corporal e
cientes de que as
tribulações a ela
inerentes constituem
meios de alcançarmos uma
situação melhor, os bons
Espíritos se afligem
mais com os males que
tenham origem em causas
de ordem moral do que
com nossos sofrimentos
físicos, todos
passageiros.
Assim, eles pouco se
incomodam com as
desgraças que atingem
nossas idéias e
preocupações mundanas,
do mesmo modo como,
aliás, agimos com
relação às mágoas pueris
das crianças. Vendo nas
amarguras da vida um
meio de nos adiantarmos,
eles as consideram como
uma crise ocasional de
que resultará a salvação
do doente. Compadecem-se
dos nossos sofrimentos,
como nos compadecemos
dos sofrimentos de um
amigo. Entretanto,
enxergando as coisas de
um ponto de vista mais
justo, apreciam-nos de
um modo diverso do
nosso.
Em casos assim, os bons
Espíritos procuram
levantar-nos o ânimo no
interesse do nosso
futuro, enquanto os
Espíritos inferiores,
com o objetivo de
comprometer-nos, nos
impelem ao desespero.
À vista dos ensinamentos
espíritas, podemos
deduzir assim as
seguintes conclusões em
torno do assunto
examinado:
Os bons Espíritos se
afligem quando nós,
diante de um mal
qualquer, não sabemos
suportá-lo com
resignação; os
inferiores, no entanto,
se rejubilam com nossa
postura negativa.
Os males morais que mais
preocupam os Benfeitores
Espirituais são o nosso
egoísmo e a dureza dos
nossos corações, do que,
ensina o Espiritismo,
decorre tudo o mais.
Nossos adversários
desencarnados e os maus
Espíritos, porém, adoram
tal comportamento.
Os bons Espíritos se
riem de todos os males
imaginários que nascem
do nosso orgulho e da
nossa ambição. Os
inferiores, contudo,
valem-se deles para, se
for possível,
afundar-nos mais ainda
no fosso da amargura.