Finalidade da encarnação
1. Deus criou os
Espíritos simples e
ignorantes, isto é,
tendo tanta aptidão para
o bem quanto para o mal.
O destino de todos é a
perfeição espiritual e,
para atingi-la, devem
passar por experiências
e adquirir
conhecimentos.
2. A vida na matéria
propicia o
aperfeiçoamento do
Espírito. Ao encarnar,
os Espíritos são
submetidos a
situações e
provas necessárias
ao seu adiantamento
moral. Quando erram ou
não atingem os objetivos
propostos, voltam a
sofrer as vicissitudes
da vida corporal,
reencarnando em tarefa
expiatória. A vida na
matéria possibilita,
ainda, a cooperação de
cada Espírito com a Obra
Divina.
3. A encarnação está
sujeita a leis
imutáveis. Os processos
de encarnação, embora
obedecendo aos
princípios gerais
estabelecidos pelas leis
divinas, variam de caso
para caso, conforme as
atenuantes ou
agravantes.
União da alma ao corpo
4. A união da alma ao
corpo é planejada
previamente, tendo como
principal determinante
no nosso orbe as provas
ou expiações pelas quais
o Espírito deverá
passar. O encarnante
poderá cooperar ou
trabalhar ativamente
nesse planejamento.
5. De acordo com o grau
evolutivo em que se
encontre, o Espírito
poderá facilitar ou
dificultar o processo de
renascimento.
6. Os que se detêm no
desamor e no
desequilíbrio reclamam
maior cooperação dos
benfeitores que se
encarregam do
renascimento. Os
Espíritos rebeldes ou
indiferentes têm sua
encarnação completamente
a cargo dos
trabalhadores divinos,
que escolhem as
condições e as
experiências a que
deverão se submeter.
7. A maioria dos que
retornam ao globo é
magnetizada pelos
benfeitores espirituais,
que lhe organizam novas
tarefas redentoras.
Muitos encarnam em
estado de inconsciência.
8. Os processos de
encarnação são operações
graduais: iniciam-se na
concepção e se completam
no nascimento. A união
da alma com o corpo
começa na concepção, mas
só se completa com o
nascimento. Essa união
efetua-se por meio do
perispírito, envoltório
fluídico que servirá de
ligação entre o Espírito
e a matéria. Em processo
extremamente variado e
complexo, o perispírito
é reduzido, condensado e
se assimila às moléculas
materiais.
9. O perispírito
torna-se um molde
fluídico que age sobre o
corpo em formação,
juntamente com as
condicionantes
hereditárias, a
influência mental
materna e a atuação dos
benfeitores que
colaboram no processo
reencarnatório.
10. A modelagem fetal e
o desenvolvimento do
embrião obedecem a leis
físicas naturais, qual
ocorre na organização
das formas em outros
reinos da Natureza.
Pelas necessidades de
expiação ou de provas, o
corpo em formação poderá
apresentar deficiências
ou qualidades que se
constituirão em
oportunidades de
redenção ou reequilíbrio.
Estado da alma durante a
gestação
11. No período que se
estende da concepção ao
nascimento, o estado do
encarnante assemelha-se
ao do Espírito encarnado
durante o sono. Os
Espíritos mais evoluídos
gozam de maior
liberdade, mas desde o
momento da concepção o
Espírito sente as
conseqüências de sua
nova condição e começa a
sentir-se perturbado.
12. Uma espécie de
torpor, agonia e
abatimento o envolvem
gradualmente,
intensificando-se até o
término da vida
intra-uterina. Suas
faculdades vão-se
velando uma após a
outra, a memória
desaparece, a
consciência fica
adormecida, e o Espírito
como que é sepultado em
opressiva crisálida.
Esse fenômeno se deve à
constrição do
perispírito e à sua
limitação pelo corpo,
que fazem com que a
existência no Plano
Espiritual e a
consciência das vidas
pregressas volvam ao
inconsciente.
13. O esquecimento do
passado não é, contudo,
absoluto. Durante o
sono, liberado
parcialmente dos laços
corporais, o Espírito
pode ter a consciência
do passado, que se
manifesta, em muitas
pessoas, sob a forma de
impressões e em algumas
poucas sob a forma de
recordações, umas
nítidas, outras vagas e
imprecisas. As
reminiscências do
passado podem
manifestar-se com
tendências instintivas,
simpatias inexplicáveis
e súbitas, idéias inatas
etc. Isso ocorre porque
o movimento vibratório
perispiritual,
amortecido pela matéria
no decurso da vida
atual, é excessivamente
fraco para que o grau de
intensidade e a duração
necessária à renovação
dessas recordações
possam ser obtidas
durante a vigília.
Esquecimento do passado
14. A oclusão da memória
espiritual não é
definitiva. Com a
desencarnação, liberto
das contingências
materiais, o Espírito
poderá retomar a
consciência de seu
passado.
15. Esse mecanismo, que
faz com que o homem
esqueça suas
experiências anteriores
ao nascimento, é prova
irrefutável da Sabedoria
Divina, visto que o
conhecimento total da
vida passada, seja no
plano físico como no
Plano Espiritual,
apresentaria grandes
inconvenientes para a
reeducação dos
indivíduos e progresso
da Humanidade,
implicaria maiores
dificuldades ao Espírito
na tarefa de
transformação de sua
herança mental e,
talvez, o prolongamento
através dos séculos de
idéias falsas, de
teorias errôneas e dos
preconceitos.
16. Na sua vida de
relações o homem teria
de conviver com antigos
adversários, com o
objetivo da
reconciliação. Se os
reconhecesse,
encontraria dificuldades
para estabelecer
vínculos afetivos
necessários ao
atendimento mútuo. Na
qualidade de ofensor
poderia se sentir
humilhado e, na
qualidade de ofendido,
magoado ou irado. O
conhecimento de um
passado faustoso poderia
avivar o orgulho humano,
enquanto que um passado
de miséria ou de erros
terríveis poderia causar
desnecessária humilhação
e talvez o remorso
viesse a paralisar as
iniciativas no bem.
17. Para que o homem
progrida espiritual e
cumpra o programa
assumido no plano
físico, não é preciso
lembrar-se das
experiências anteriores.
Na forma de intuições e
impressões, o Espírito
reencarnado tem por
advertência a não
reincidir no erro as
lições do passado
impressas na própria
consciência, bem como as
resoluções que haja
tomado no sentido de sua
melhoria interior.