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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 25 - 5 de Outubro de 2007

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Missionários da Luz
André Luiz
(1a Parte)

Iniciamos nesta edição o estudo da obra Missionários da Luz,  de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Ciente de que nos serviços mediúnicos preponderam os fatores morais, que se espera de um médium fiel ao mandato mediúnico?

R.: Clareza e serenidade, como o espelho cristalino de um lago. Para prestar-se ao intercâmbio desejado, o médium precisa renunciar a si mesmo, com abnegação e humildade, primeiros fatores na obtenção de acesso à permuta com as regiões mais elevadas. Ele necessita calar, para que outros falem; dar de si mesmo, para que outros recebam; em suma, deve servir de ponte, onde se encontrem interesses diferentes. Ele deve, por fim, zelar pela manutenção dos recursos interiores, tais como a tolerância, a humildade, a disposição fraterna, a paciência e o amor cristão. (Missionários da Luz, cap. 1, págs. 13 e 14.)

B. Que cuidados especiais recebe o médium dos protetores espirituais?

R.: Muito antes da reunião, o médium é objeto da atenção dos Espíritos para que os pensamentos grosseiros não lhe pesem no campo íntimo. Suas células nervosas recebem novo coeficiente magnético, para não haver perdas lamentáveis do tigróide (corpúsculos de Nissl), necessário aos processos da inteligência. O sistema nervoso simpático, principalmente o campo autônomo do coração, recebe auxílios enérgicos e o sistema nervoso central é atendido convenientemente, para que sua saúde não seja comprometida. Por fim, as glândulas supra-renais recebem acréscimo de energia para aumentar a produção de adrenalina, necessária ao atendimento do eventual dispêndio de reservas nervosas. (Obra citada, cap. 1, págs. 16 e 17.)

C. A epífise exerce alguma função na atividade mediúnica?

R.: Sim. A função da epífise vai muito além do que relatam os livros médicos. Em realidade, a epífise não é um órgão morto, mas, sim, a glândula da vida mental que preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo. (Obra citada, cap. 2, págs. 19 a 21.)

D. Que regras morais são indispensáveis ao enriquecimento efetivo da personalidade?

R.: A perversão do nosso plano mental consciente, em qualquer sentido da evolução, determina a perversão do nosso psiquismo inconsciente. A vontade desequilibrada desregula o foco de nossas possibilidades criadoras. Daí procede a necessidade de regras morais para quem, de fato, se interesse pelas aquisições eternas nos domínios do Espírito. Renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros preceitos de feição religiosa. São providências de teor científico, para enriquecimento efetivo da personalidade. (Obra citada, cap. 2, págs. 22 e 23.)  

Texto para leitura

1. Na Casa espírita - Dentre as dezenas de cadeiras, apenas dezoito estavam ocupadas por pessoas terrestres. As demais atendiam à massa invisível. Fios luminosos dividiam os assistentes da região espiritual em turmas diferentes. Cada grupo tinha características próprias. Havia controle da entrada dos desencarnados. Os companheiros encarnados, em estado de rigorosa concentração do pensamento elevado a objetivos altos e puros, emitiam raios luminosos muito diferentes entre si, na intensidade e na cor. Esses raios confundiam-se à distância aproximada de 60 cm dos corpos físicos e estabeleciam corrente de força, bastante diversa das energias da esfera espiritual. A corrente não se limitava ao círculo movimentado, mas, em certo ponto, despejava elementos vitais, à maneira de fonte miraculosa, com origem nos corações e nos cérebros humanos. As energias dos encarnados casavam-se aos fluidos vigorosos das entidades desencarnadas. (Cap. 1, págs. 11 e 12)

2. O exercício mediúnico - Um grupo de seis entidades próximas aguardava a oportunidade de comunicação com a Terra. Nem todos, na esfera espiritual, conseguem ser atendidos da mesma maneira: há quem espere semanas, meses ou anos... Naquela noite só compareceu um médium em condições de atender; assim, nem todos poderiam comunicar-se e o grupo terreno somente receberia o que se relacionasse com o interesse coletivo. Nos serviços mediúnicos preponderam os fatores morais. O médium, para ser fiel ao mandato superior, necessita clareza e serenidade, como o espelho cristalino de um lago. O médium não é simples aparelho. É um Espírito, que deve ser tão livre quanto qualquer outro e que, para prestar-se ao intercâmbio desejado, precisa renunciar a si mesmo, com abnegação e humildade, primeiros fatores na obtenção de acesso à permuta com as regiões mais elevadas. Ele necessita calar, para que outros falem; dar de si mesmo, para que outros recebam; em suma, deve servir de ponte, onde se encontrem interesses diferentes. Naturalmente, ele é responsável pela manutenção dos recursos interiores, tais como a tolerância, a humildade, a disposição fraterna, a paciência e o amor cristão. E os Espíritos precisam cooperar no sentido de manter-lhe os estímulos de natureza exterior, porque se o companheiro não tem pão, nem paz relativa, se lhe falta assistência nas aquisições mais simples, não se pode exigir-lhe a colaboração redundante em sacrifício. (Cap. 1, págs. 13 e 14)

3. O psicógrafo - Antes do início do trabalho, os auxiliares invisíveis já haviam preparado as possibilidades do médium psicógrafo para as tarefas programadas, a fim de que não se lhe perturbasse a saúde física. A transmissão da mensagem não é simplesmente "tomar a mão". Os processos são intrincados, complexos. Havia no corpo do médium grande laboratório de forças vibrantes. Com poder de apreensão visual superior aos raios X, André Luiz pôde perceber que as glândulas do médium se transformavam em núcleos luminosos, como perfeitas oficinas elétricas. Os condutores medulares formavam extenso pavio, sustentando a luz mental, como a chama generosa de uma vela de enormes proporções. O cérebro mostrava fulgurações em seus desenhos. Os lobos cerebrais pareciam correntes dinâmicas. A epífise emitia raios azulados e intensos. Transmitir mensagens de uma esfera a outra, no serviço de edificação humana, demanda esforço, boa vontade, cooperação e propósito consistente. O preparo do médium facilita o trabalho, mas o serviço não é automático... Requer muita compreensão, oportunidade e consciência. O médium não consegue improvisar o estado receptivo. Sua preparação espiritual deve ser incessante, porque qualquer incidente pode perturbar-lhe o aparelhamento sensível, como uma pedrada que interrompe o trabalho de uma válvula. Além disso, a cooperação magnética por parte dos Espíritos é fundamental para a execução da tarefa. (Cap. 1, págs. 14 a 16)

4. A epífise - No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à esfera espiritual. É na epífise que reside o sentido novo dos homens; todavia, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária. Com efeito, a glândula pineal do psicógrafo expedia luminosidade cada vez mais intensa. (Cap. 1, pág. 16)

5. Os cuidados antes da tarefa - Muito antes da reunião, o médium fora objeto da atenção especial dos Espíritos, para que os pensamentos grosseiros não lhe pesassem no campo íntimo. Suas células nervosas receberam novo coeficiente magnético, para não haver perdas lamentáveis do tigróide (corpúsculos de Nissl), necessário aos processos da inteligência. O sistema nervoso simpático, principalmente o campo autônomo do coração, recebeu auxílios enérgicos e o sistema nervoso central foi atendido convenientemente, para que a saúde do tarefeiro não fosse comprometida. As glândulas supra-renais receberam acréscimo de energia, para aumentar a produção de adrenalina, necessária ao atendimento do eventual dispêndio de reservas nervosas. (Cap. 1, págs. 16 e 17)

6. A comunicação - O médium parecia quase desencarnado. Suas expressões grosseiras da carne haviam desaparecido aos olhos de André Luiz, tamanha a intensidade da luz que o cercava, oriunda de seus centros perispirituais. Alexandre chama Calixto, o único Espírito autorizado para o intercâmbio naquela noite. O instrutor pede-lhe que escreva no interesse de todos, sem particularismos pessoais. Calixto postou-se ao lado do médium, que o recebeu com evidente sinal de alegria. Enlaçou-o com o braço esquerdo e, alçando a mão até ao cérebro do rapaz, tocava-lhe o centro da memória com a ponta dos dedos, como a recolher o material de lembranças do companheiro. Pouco a pouco, a luz mental do comunicante se misturava às irradiações do encarnado. A zona motora do médium adquiriu outra cor e outra luminosidade. O instrutor Alexandre aproximou-se da dupla em serviço e colocou a destra sobre o lobo frontal do médium, como a controlar as fibras inibidoras, evitando, quanto possível, as interferências do aparelho mediúnico. Calixto estava radiante e, dando sinais de profunda gratidão ao Senhor, começou a escrever, apossando-se do braço do companheiro e iniciando o serviço com as belas palavras: – A paz de Jesus seja convosco! (Cap. 1, págs. 17 e 18)

7. Função da epífise - Enquanto a comunicação transcorria, André Luiz observou que uma luz crescente era emitida pela epífise. Esta transformara-se em núcleo radiante e seus raios formavam, em derredor, um lótus de pétalas sublimes. Ele examinou atentamente os demais encarnados e notou que, em todos eles, a epífise apresentava notas de luminosidade, mas em nenhum brilhava como no médium em serviço. Luzes suaves, de Mais Alto, caíam sobre o núcleo. Ali se encontravam em jogo vibrações delicadíssimas, imperceptíveis até mesmo para André Luiz. A função da epífise ia muito além do que relatam os livros médicos, que circunscrevem suas atribuições ao controle sexual no período infantil. Mero velador dos instintos, até que as rodas da experiência sexual possam deslizar com regularidade pelos caminhos humanos, a epífise – segundo os autores clássicos – decresceria em força, relaxar-se-ia e quase desapareceria, para que as glândulas genitais a sucedessem no campo da energia plena. As observações do fenômeno mediúnico contrastavam, porém, com as definições dos círculos oficiais. Em realidade, a epífise não é um órgão morto, mas, sim, a glândula da vida mental, que acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. Aos quatorze anos, aproximadamente, recomeça ela a funcionar no homem reencarnado. O que representava controle é fonte criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. A criatura entrega-se à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos. A epífise preside, enfim, aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as existências umas às outras, pelo aprimoramento das almas, e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras de que a criatura é capaz. É por isso que ela é também conhecida dos Espíritos como glândula da vida espiritual do homem, possuindo ascendência sobre todo o sistema endocrínico e, ligada à mente através de princípios eletromagnéticos do campo vital, comandando as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade. (Cap. 2, págs. 19 a 21)

8. Viciações e perversões - Manancial criador dos mais importantes, as atribuições da epífise são extensas e fundamentais. Como controladora do mundo emotivo, sua posição na experiência sexual é básica e absoluta. Mas, de modo geral, todos nós viciamos esse foco sagrado de forças criadoras, transformando-o num ímã relaxado, entre as sensações inferiores de natureza animal. Divorciados da lei do uso, abraçamos os desregramentos emocionais e daí resulta nossa multimilenária viciação das energias geradoras, carregada de compromissos morais com todos aqueles a quem ferimos com nossos desvarios e irreflexões. A perversão do nosso plano mental consciente, em qualquer sentido da evolução, determina a perversão do nosso psiquismo inconsciente. A vontade desequilibrada desregula o foco de nossas possibilidades criadoras. Daí procede a necessidade de regras morais para quem, de fato, se interesse pelas aquisições eternas nos domínios do Espírito. Renúncia, abnegação, continência sexual e disciplina emotiva não representam meros preceitos de feição religiosa. São providências de teor científico, para enriquecimento efetivo da personalidade. Nunca fugiremos à Lei. Ninguém enganará a Natureza. Centros vitais desequilibrados obrigarão a alma à permanência nas situações de desequilíbrio. (Cap. 2, págs. 22 e 23) (Continua no próximo número.)


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita