MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Missionários da Luz
André Luiz
(1a
Parte)
Iniciamos nesta edição o
estudo da obra
Missionários da Luz,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual
integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Ciente de que nos
serviços mediúnicos
preponderam os fatores
morais, que se espera de
um médium fiel ao
mandato mediúnico?
R.: Clareza
e serenidade, como o
espelho cristalino de um
lago. Para prestar-se ao
intercâmbio desejado, o
médium precisa renunciar
a si mesmo, com
abnegação e humildade,
primeiros fatores na
obtenção de acesso à
permuta com as regiões
mais elevadas. Ele
necessita calar, para
que outros falem; dar de
si mesmo, para que
outros recebam; em suma,
deve servir de ponte,
onde se encontrem
interesses diferentes.
Ele deve, por fim, zelar
pela manutenção dos
recursos interiores,
tais como a tolerância,
a humildade, a
disposição fraterna, a
paciência e o amor
cristão.
(Missionários da Luz,
cap. 1, págs. 13 e 14.)
B. Que cuidados
especiais recebe o
médium dos protetores
espirituais?
R.: Muito antes da
reunião, o médium é
objeto da atenção dos
Espíritos para que os
pensamentos grosseiros
não lhe pesem no campo
íntimo. Suas células
nervosas recebem novo
coeficiente magnético,
para não haver perdas
lamentáveis do tigróide
(corpúsculos de Nissl),
necessário aos processos
da inteligência. O
sistema nervoso
simpático,
principalmente o campo
autônomo do coração,
recebe auxílios
enérgicos e o sistema
nervoso central é
atendido
convenientemente, para
que sua saúde não seja
comprometida. Por fim,
as glândulas
supra-renais recebem
acréscimo de energia
para aumentar a produção
de adrenalina,
necessária ao
atendimento do eventual
dispêndio de reservas
nervosas.
(Obra citada, cap. 1,
págs. 16 e 17.)
C. A epífise exerce
alguma função na
atividade mediúnica?
R.: Sim. A função da
epífise vai muito além
do que relatam os livros
médicos. Em realidade, a
epífise não é um órgão
morto, mas, sim, a
glândula da vida mental
que preside aos
fenômenos nervosos da
emotividade, como órgão
de elevada expressão no
corpo etéreo.
(Obra citada, cap. 2,
págs. 19 a 21.)
D. Que regras morais são
indispensáveis ao
enriquecimento efetivo
da personalidade?
R.: A perversão do nosso
plano mental consciente,
em qualquer sentido da
evolução, determina a
perversão do nosso
psiquismo inconsciente.
A vontade desequilibrada
desregula o foco de
nossas possibilidades
criadoras. Daí procede a
necessidade de regras
morais para quem, de
fato, se interesse pelas
aquisições eternas nos
domínios do Espírito.
Renúncia, abnegação,
continência sexual e
disciplina emotiva não
representam meros
preceitos de feição
religiosa. São
providências de teor
científico, para
enriquecimento efetivo
da personalidade.
(Obra citada, cap. 2,
págs. 22 e 23.)
Texto para leitura
1. Na Casa
espírita -
Dentre as dezenas de
cadeiras, apenas dezoito
estavam ocupadas por
pessoas terrestres. As
demais atendiam à
massa
invisível. Fios
luminosos dividiam os
assistentes da região
espiritual em turmas
diferentes. Cada grupo
tinha características
próprias. Havia controle
da entrada dos
desencarnados. Os
companheiros encarnados,
em estado de rigorosa
concentração do
pensamento elevado a
objetivos altos e puros,
emitiam raios luminosos
muito diferentes entre
si, na intensidade e na
cor. Esses raios
confundiam-se à
distância aproximada de
60 cm dos corpos físicos
e estabeleciam corrente
de força, bastante
diversa das energias da
esfera espiritual. A
corrente não se limitava
ao círculo movimentado,
mas, em certo ponto,
despejava elementos
vitais, à maneira de
fonte miraculosa, com
origem nos corações e
nos cérebros humanos. As
energias dos encarnados
casavam-se aos fluidos
vigorosos das entidades
desencarnadas. (Cap. 1,
págs. 11 e 12)
2. O exercício
mediúnico - Um
grupo de seis entidades
próximas aguardava a
oportunidade de
comunicação com a Terra.
Nem todos, na esfera
espiritual, conseguem
ser atendidos da mesma
maneira: há quem espere
semanas, meses ou
anos... Naquela noite só
compareceu um médium em
condições de atender;
assim, nem
todos poderiam
comunicar-se e o grupo
terreno somente
receberia o que se
relacionasse com o
interesse coletivo. Nos
serviços mediúnicos
preponderam os fatores
morais. O médium, para
ser fiel ao mandato
superior, necessita
clareza e serenidade,
como o espelho
cristalino de um lago. O
médium não é simples
aparelho. É um Espírito,
que deve ser tão livre
quanto qualquer outro e
que, para prestar-se ao
intercâmbio desejado,
precisa renunciar a si
mesmo, com abnegação e
humildade, primeiros
fatores na obtenção de
acesso à permuta com as
regiões mais elevadas.
Ele necessita calar,
para que outros falem;
dar de si mesmo, para
que outros recebam; em
suma, deve servir de
ponte, onde se encontrem
interesses diferentes.
Naturalmente, ele é
responsável pela
manutenção dos recursos
interiores, tais como a
tolerância, a humildade,
a disposição fraterna, a
paciência e o amor
cristão. E os Espíritos
precisam cooperar no
sentido de manter-lhe os
estímulos de natureza
exterior, porque se o
companheiro não tem pão,
nem paz relativa, se lhe
falta assistência nas
aquisições mais simples,
não se pode exigir-lhe a
colaboração redundante
em sacrifício. (Cap. 1,
págs. 13 e 14)
3. O psicógrafo
- Antes do início do
trabalho, os auxiliares
invisíveis já haviam
preparado as
possibilidades do médium
psicógrafo para as
tarefas programadas, a
fim de que não se lhe
perturbasse a saúde
física. A transmissão da
mensagem não é
simplesmente "tomar a
mão". Os processos são
intrincados, complexos.
Havia no corpo do médium
grande laboratório de
forças vibrantes. Com
poder de apreensão
visual superior aos
raios X, André Luiz pôde
perceber que as
glândulas do médium se
transformavam em núcleos
luminosos, como
perfeitas oficinas
elétricas. Os condutores
medulares formavam
extenso pavio,
sustentando a luz
mental, como a chama
generosa de uma vela de
enormes proporções. O
cérebro mostrava
fulgurações em seus
desenhos. Os lobos
cerebrais pareciam
correntes dinâmicas. A
epífise emitia raios
azulados e intensos.
Transmitir mensagens de
uma esfera a outra, no
serviço de edificação
humana, demanda esforço,
boa vontade, cooperação
e propósito consistente.
O preparo do médium
facilita o trabalho, mas
o serviço não é
automático... Requer
muita compreensão,
oportunidade e
consciência. O médium
não consegue improvisar
o estado receptivo. Sua
preparação espiritual
deve ser incessante,
porque qualquer
incidente pode
perturbar-lhe o
aparelhamento sensível,
como uma pedrada que
interrompe o trabalho de
uma válvula. Além disso,
a cooperação magnética
por parte dos Espíritos
é fundamental para a
execução da tarefa.
(Cap. 1, págs. 14 a 16)
4. A
epífise
- No exercício mediúnico
de qualquer modalidade,
a epífise desempenha o
papel mais importante.
Através de suas forças
equilibradas, a mente
humana intensifica o
poder de emissão e
recepção de raios
peculiares à esfera
espiritual. É na epífise
que reside o sentido
novo dos homens;
todavia, na grande
maioria deles, a
potência divina dorme
embrionária. Com efeito,
a glândula pineal do
psicógrafo expedia
luminosidade cada vez
mais intensa. (Cap. 1,
pág. 16)
5. Os cuidados
antes da tarefa
- Muito antes da
reunião, o médium fora
objeto da atenção
especial dos Espíritos,
para que os pensamentos
grosseiros não lhe
pesassem no campo
íntimo. Suas células
nervosas receberam novo
coeficiente magnético,
para não haver perdas
lamentáveis do tigróide
(corpúsculos de Nissl),
necessário aos processos
da inteligência. O
sistema nervoso
simpático,
principalmente o campo
autônomo do coração,
recebeu auxílios
enérgicos e o sistema
nervoso central foi
atendido
convenientemente, para
que a saúde do tarefeiro
não fosse comprometida.
As glândulas
supra-renais receberam
acréscimo de energia,
para aumentar a produção
de adrenalina,
necessária ao
atendimento do eventual
dispêndio de reservas
nervosas. (Cap. 1, págs.
16 e 17)
6. A
comunicação
- O médium parecia quase
desencarnado. Suas
expressões grosseiras da
carne haviam
desaparecido aos olhos
de André Luiz, tamanha a
intensidade da luz que o
cercava, oriunda de seus
centros perispirituais.
Alexandre chama Calixto,
o único Espírito
autorizado para o
intercâmbio naquela
noite. O instrutor
pede-lhe que escreva no
interesse de todos, sem
particularismos
pessoais. Calixto
postou-se ao lado do
médium, que o recebeu
com evidente sinal de
alegria. Enlaçou-o com o
braço esquerdo e,
alçando a mão até ao
cérebro do rapaz,
tocava-lhe o centro da
memória com a ponta dos
dedos, como a recolher o
material de lembranças
do companheiro. Pouco a
pouco, a luz mental do
comunicante se misturava
às irradiações do
encarnado. A zona motora
do médium adquiriu outra
cor e outra
luminosidade. O
instrutor Alexandre
aproximou-se da dupla em
serviço e colocou a
destra sobre o lobo
frontal do médium, como
a controlar as fibras
inibidoras, evitando,
quanto possível, as
interferências do
aparelho mediúnico.
Calixto estava radiante
e, dando sinais de
profunda gratidão ao
Senhor, começou a
escrever, apossando-se
do braço do companheiro
e iniciando o serviço
com as belas palavras: –
A paz de Jesus seja
convosco! (Cap. 1, págs.
17 e 18)
7. Função da
epífise -
Enquanto a comunicação
transcorria, André Luiz
observou que uma luz
crescente era emitida
pela epífise. Esta
transformara-se em
núcleo radiante e seus
raios formavam, em
derredor, um lótus de
pétalas sublimes. Ele
examinou atentamente os
demais encarnados e
notou que, em todos
eles, a epífise
apresentava notas de
luminosidade, mas em
nenhum brilhava como no
médium em serviço. Luzes
suaves, de Mais Alto,
caíam sobre o núcleo.
Ali se encontravam em
jogo vibrações
delicadíssimas,
imperceptíveis até mesmo
para André Luiz. A
função da epífise ia
muito além do que
relatam os livros
médicos, que
circunscrevem suas
atribuições ao controle
sexual no período
infantil. Mero velador
dos instintos, até que
as rodas da experiência
sexual possam deslizar
com regularidade pelos
caminhos humanos, a
epífise – segundo os
autores clássicos –
decresceria em força,
relaxar-se-ia e quase
desapareceria, para que
as glândulas genitais a
sucedessem no campo da
energia plena. As
observações do fenômeno
mediúnico contrastavam,
porém, com as definições
dos círculos oficiais.
Em realidade, a epífise
não é um órgão morto,
mas, sim, a glândula da
vida mental, que acorda
no organismo do homem,
na puberdade, as forças
criadoras e, em seguida,
continua a funcionar,
como o mais avançado
laboratório de elementos
psíquicos da criatura
terrestre. Aos quatorze
anos, aproximadamente,
recomeça ela a funcionar
no homem reencarnado. O
que representava
controle é fonte
criadora e válvula de
escapamento. A glândula
pineal reajusta-se ao
concerto orgânico e
reabre seus mundos
maravilhosos de
sensações e impressões
na esfera emocional. A
criatura entrega-se à
recapitulação da
sexualidade, examina o
inventário de suas
paixões vividas noutra
época, que reaparecem
sob fortes impulsos. A
epífise preside, enfim,
aos fenômenos nervosos
da emotividade, como
órgão de elevada
expressão no corpo
etéreo. Desata, de certo
modo, os laços divinos
da Natureza, os quais
ligam as existências
umas às outras, pelo
aprimoramento das almas,
e deixa entrever a
grandeza das faculdades
criadoras de que a
criatura é capaz. É por
isso que ela é também
conhecida dos Espíritos
como glândula da vida
espiritual do homem,
possuindo ascendência
sobre todo o sistema
endocrínico e, ligada à
mente através de
princípios
eletromagnéticos do
campo vital, comandando
as forças subconscientes
sob a determinação
direta da vontade. (Cap.
2, págs. 19 a 21)
8. Viciações e
perversões -
Manancial criador dos
mais importantes, as
atribuições da epífise
são extensas e
fundamentais. Como
controladora do mundo
emotivo, sua posição na
experiência sexual é
básica e absoluta. Mas,
de modo geral, todos nós
viciamos esse foco
sagrado de forças
criadoras,
transformando-o num ímã
relaxado, entre as
sensações inferiores de
natureza animal.
Divorciados da lei do
uso, abraçamos os
desregramentos
emocionais e daí resulta
nossa multimilenária
viciação das energias
geradoras, carregada de
compromissos morais com
todos aqueles a quem
ferimos com nossos
desvarios e irreflexões.
A perversão do nosso
plano mental consciente,
em qualquer sentido da
evolução, determina a
perversão do nosso
psiquismo inconsciente.
A vontade desequilibrada
desregula o foco de
nossas possibilidades
criadoras. Daí procede a
necessidade de regras
morais para quem, de
fato, se interesse pelas
aquisições eternas nos
domínios do Espírito.
Renúncia, abnegação,
continência sexual e
disciplina emotiva não
representam meros
preceitos de feição
religiosa. São
providências de teor
científico, para
enriquecimento efetivo
da personalidade. Nunca
fugiremos à Lei. Ninguém
enganará a Natureza.
Centros vitais
desequilibrados
obrigarão a alma à
permanência nas
situações de
desequilíbrio. (Cap. 2,
págs. 22 e 23)
(Continua no próximo
número.)
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