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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 25 - 5 de Outubro de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O que é o Espiritismo
Allan Kardec

(3
a Parte)

Continuamos nesta edição o estudo do livro O que é o Espiritismo, que surgiu em Paris em julho de 1859, o qual será aqui apresentado em 14 partes. As páginas citadas no texto referem-se à 20a edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Como o aprendiz em matéria de Espiritismo, que nada sabe e nada viu, mas deseja esclarecer-se, deve proceder para conhecer a Doutrina Espírita?

Em primeiro lugar é preciso instruir-se pela teoria, lendo e meditando as obras que tratam do assunto. Nelas ele aprenderá os princípios e encontrará a descrição de todos os fenômenos. Depois, quando se apresentar a oportunidade de observar ou operar pessoalmente, nada de estranho verá nos fatos que ocorrerem. (O que é o Espiritismo, capítulo I, Primeiro Diálogo, pág. 64.)

B. Como surgiram os vocábulos espírita e Espiritismo?

Para as novas coisas, disse Kardec, são necessários termos novos; assim o exige a clareza. Foi por isso que ele adotou os vocábulos espírita e Espiritismo, que exprimem, sem equívoco, as idéias relativas aos Espíritos. Todo espírita é espiritualista, mas nem todos os espiritualistas são espíritas. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 66 e 67.)

C. Onde está a força que tem permitido o desenvolvimento do Espiritismo, apesar dos ataques de seus adversários?

A força do Espiritismo não provém de uma só fonte, mas da universalidade das manifestações dos Espíritos, que surgem em todos os pontos do globo para desmentir os detratores e confirmar os princípios da Doutrina. Assim, cada pessoa pode receber diretamente comunicações dos Espíritos e por meio delas certificar-se da veracidade do fenômeno. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 72 e 73.)

D. O Espiritismo também admite a existência de fatos miraculosos ou sobrenaturais?

O sobrenatural desaparece à luz do facho da Ciência, da Filosofia e da Razão. Sobrenatural é tudo o que está fora das leis da Natureza. Em todos os tempos foram assim considerados os fenômenos cuja causa não era conhecida. O Espiritismo veio, porém, revelar uma nova lei segundo a qual a conversação com o Espírito de um morto é um fato tão natural como os fenômenos objeto de estudo pela Física. Ele repudia, portanto, nos limites do que lhe pertence, todo efeito maravilhoso, ou seja, fora das leis da Natureza. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 74 e 75.)

Texto para leitura

35. A convicção só se adquire com o tempo, por meio de uma série de observações feitas com cuidado todo particular. É que os fenômenos espíritas diferem essencialmente dos das ciências exatas: eles não se produzem à vontade; é preciso que os colhamos de passagem; é observando muito que se descobre uma porção de provas que escapam à primeira vista. (Cap. I, Primeiro Diálogo, pág. 63.)

36. As provas abundam para o observador assíduo e refletido: uma palavra, um fato aparentemente insignificante é para ele um raio de luz, uma confirmação. (Cap. I, Primeiro Diálogo, pág. 63.)

37. Não se pode fazer um curso de Espiritismo experimental como se faz um de Física ou de Química, porque não se pode produzir os fenômenos espíritas à vontade. (Cap. I, Primeiro Diálogo, pág. 64.)

38. O Espiritismo é uma ciência que acaba de nascer e da qual resta ainda muito a aprender. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 65.)

39. O Espiritismo prende-se a todos os ramos da Filosofia, da Metafísica, da Psicologia e da Moral; é um campo imenso que não pode ser percorrido em algumas horas. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 65.)

40. Era natural que ao surgirem os primeiros fenômenos, quando eram ignoradas as leis que os regem, cada pessoa tivesse um sistema. Onde estão hoje esses sistemas primitivos? Caíram todos ante uma observação mais completa. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 69.)

41. Os espíritas não se ocupam de fazer aparecer espectros nem de ler a buena-dicha. Só a maledicência e uma rematada má-fé puderam confundir o Espiritismo com magia e feitiçaria. Alguns chegaram até a comparar as reuniões espíritas com as assembléias do sabbat. nas quais se espera o soar da meia-noite para que os fantasmas apareçam. (Cap. I, Segundo Diálogo, págs. 70 e 71.)

42. O Espiritismo, longe de sofrer com tais ataques, tem crescido pelos reclamos que lhe fazem. Os reclamos provocaram o exame e contribuíram para lhe aumentar o número de adeptos, porque se reconheceu, então, que, em vez de brincadeira, ele é coisa séria. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 71.)

43. O Espiritismo vem revelar uma nova lei, segundo a qual a conversação com o Espírito de um morto é um fato tão natural como o que se dá por intermédio da eletricidade, entre dois indivíduos separados por uma distância de cem léguas. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 75.)

44. É na classe ilustrada que o Espiritismo faz maior número de prosélitos, isto em todos os países.  (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 76.) (Continua na próxima edição.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita