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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 25 - 5 de Outubro de 2007

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)

Passaporte para a vida

A morte não interrompe a Vida, antes abre a porta na sua direção.
(Joanna de Ângelis) (1)

Entendemos com Jesus, o vexilário da sepultura vazia, que a morte é o passaporte para a Vida.  Por isso mesmo Ele foi muito claro ao nos convidar a amealhar tesouros no Céu e não na Terra. (Mt, 6:20.)

Em outra oportunidade, Ele disse:

Levantai os vossos olhos e vede as terras que já estão brancas para a ceifa. (Jo, 4:35)  

O Mestre não perdia oportunidade para fazer-nos entender a transitoriedade das coisas da Terra e a perenidade das do Céu.

Quando estamos ergastulados no casulo somático temos, por ancestral atavismo, nos ligado mais ao estômago e ao sexo.   Não contestamos o fundamento sagrado de ambos, entretanto, urge não estacionarmos numa ou noutra expressão...

Eis o lúcido conselho de Emmanuel:

Há que se levantar os olhos e devassar zonas mais altas.   É preciso acreditar nas palavras de Jesus e cogitar da colheita de valores novos, atendendo ao nosso próprio celeiro.

Não se resume a Vida a fenômenos de nutrição, nem simplesmente à continuidade da espécie.   Laborioso serviço de iluminação espiritual requisita o homem.   Valiosos conhecimentos reclamam-no a esferas superiores.   Verdades eternas proclamam que a Vida não constitui apenas curto período de manifestações carnais na Terra, que a paz é tesouro dos filhos de Deus, que a grandeza divina é a maravilhosa destinação das criaturas; no entanto, para receber tão altos dons é indispensável erguer os olhos, elevar o entendimento e santificar os raciocínios. (2)

O amadurecimento psicológico vem da observância correta das Leis da Vida, quando a criatura já adquiriu consciência de si mesma e do porquê da existência, não desconhecendo, portanto, sua origem e destino transcendentais.

Aprendemos com Joanna de Ângelis:

(...) Somente a consciência dos objetivos da Vida, em seu conjunto, favorece a visão correta para uma conduta existencial preparadora das etapas futuras.

Porque a morte não interrompe a Vida, antes abre a porta em sua direção, é imprescindível que a escalada corporal seja uma preparação para a espiritual e, por conseguinte, para a futura reencarnação. (1)

Em seguida, a Mentora Amiga traça os normativos da conduta reta que nos possibilitará amealhar os Tesouros dos Céus, fazendo jus ao passaporte para a Vida:

(...) Se desejas possuir a integridade da criatura de bem, treina os pequenos deveres, as realizações de significado modesto. É muito fácil tornar-se gigante nas grandes e expressivas realizações. Entanto, os verdadeiros triunfadores agigantam-se nas pequenas coisas, enobrecendo-se nos lugares de significado inexpressivo sem os quais ruem as grandiosas construções e tornam-se prejudicados e impraticáveis os complexos projetos. Apaga-se esse trabalhador nas situações de alta projeção, e toma responsabilidade nos serviços das horas sem aparente significação.   Não é notado quando presente, pois que todos se acostumaram ao seu equilíbrio, à harmonia do conjunto, no qual labora, no entanto, quando não se encontra, todos lhe notam a ausência e compreendem-lhe o valor.

O homem íntegro é fiel ao dever e nunca deserta. Ele tem consciência da sua utilidade, que constrói e, por conseqüência, é responsável, discreto e operoso. (1)

Em sublime peroração completa Emmanuel:

(...) Irmão muito amado...  Olha para o alto!...  Repara as frondes imortais, balouçando-se ao sopro da Providência Divina! Dá-te aos labores da ceifa e observa que, se as raízes demoram-se presas ao solo, os ramos viridentes, cheios de frutos substanciosos, avançam no Infinito, na direção dos Céus. (2)

Fontes:

1. Joanna de Ângelis/Franco, D.P. “Momentos de Consciência” – Capítulo 17.
2. Emmanuel/Xavier, F.C. “Vinha de Luz” – Capítulo 10
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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita