WILSON CZERSKI
wilsonczerski@brturbo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
A pílula do aborto
A Doutrina Espírita,
como se sabe, é
contrária à prática do
aborto. Entendemos até
que, além de outros
fatores em jogo como
interesses comerciais da
indústria farmacêutica e
supostas preocupações
sociais do governo,
talvez nem tudo seja
exatamente escuso na
intenção da medida. É
possível que se esteja
pensando realmente no
bem-estar da mulher que
não deseja ter o filho e
que dispondo deste meio
para interromper a
gravidez, não o faça
utilizando outros mais
agressivos ao seu corpo.
Estima-se que são
praticados 1,6 milhão de
abortos anuais nos
Estados Unidos, 1,5
milhão
no Brasil
(segundo a revista Veja
de 16/05/07) e de 50 a
60 milhões no mundo
(dados de dez/99). Nos
Estados Unidos, o aborto
é legal em muitos
Estados; aqui é
proibido, exceto nos
casos de risco de vida à
mãe e estupro. Mas
tramita há algum tempo
no Congresso Nacional
projeto que pretende
ampliar o direito ao
aborto.
Não vamos nos alongar
aqui com todos os
argumentos que o
Espiritismo oferece
contra a prática do
aborto. Basta o
seguinte: a mulher é
dona do seu corpo (na
verdade, Deus lhe dá,
como aos homens, um
instrumento de trabalho
e progresso aqui na
Terra por empréstimo; ao
partir o Espírito, a
matéria, que não nos
pertence, é devolvida à
Natureza), mas não da
vida alheia que traz no
ventre.
Não importa se foi
“descuido”,
irresponsabilidade,
ingenuidade ou mesmo
estupro, pois nada
acontece por acaso
diante das leis divinas.
Por mais dura que seja a
experiência, algum forte
vínculo de vidas
passadas deve haver
entre os protagonistas
do drama: mãe, bebê e
criminoso. Somos
incapazes de alcançar
com nosso conhecimento
do presente toda a
problemática que envolve
tais Espíritos nas teias
da lei de Causa e
Efeito.
Se neste caso, em
especial, a mulher
vilipendiada julgar por
bem não ter o filho
junto a si – há casos
emocionantes em que, na
velhice dela, aquele
fruto da violência
tornou-se o único a
permanecer ao seu lado
nas dificuldades e
doença, quando até os
filhos legítimos já a
tinham abandonado –
então, que permita a
gravidez transcorrer
normalmente e, ao
nascer, doe o filho, uma
vez que há tantos casais
desejando ardentemente
possuir aquele que por
outros está sendo
desprezado. Mas que não
mate. Não importa
se está com semanas,
dias ou horas de vida.
Os Espíritos afirmam-nos
taxativamente que a
partir do momento da
concepção o Espírito
reencarnante já está
ligado ao ovo, pelos
liames do perispírito.
Além da flexibilização
prevista no acima
referido projeto
permissivo do aborto no
Brasil, cite-se a
existência, por aqui, da
pílula do dia seguinte
que recairia no caso da
concepção
recém-ocorrida.
Enganam-se os que
imaginam que a
legalização do aborto
evita a prática
clandestina. Se ele
ficar restrito às
clínicas particulares,
grande parte das
interessadas, por falta
de recursos, ficará sem
acesso. Se for adotado
também pelo sistema
público de saúde,
pergunta-se se seriam
justificáveis gastos
para tirar a vida quando
o dever de todos os que
atuam na área é o de
salvar. Num país como o
Brasil onde se vêem
filas quilométricas para
se obter uma consulta e
freqüentemente morrem
pessoas nas portas dos
hospitais por falta de
vagas, desviar os
recursos escassos para
atender caprichos ou
estreitos entendimentos
de vida seria cometer um
crime duplo.
Para finalizar esta
parte, informamos a quem
não saiba que a
Associação
Médico-Espírita do
Paraná – AME-PR - já
está há mais de um ano
com a campanha “VIDA,
DIGA SIM À GRAVIDEZ”. A
campanha já extrapolou
as divisas do Estado,
não só diretamente
através de palestras e
distribuição de
material, mas também por
meio do filme
O Grito Silencioso,
realizado por um
ex-abortista americano.
Além disso, vários
órgãos participam da
campanha que visa
prestar esclarecimentos
sobre as terríveis
conseqüências do aborto
tanto para as mães, como
para os bebês, Espíritos
imortais que somos
todos. A AME-PR faz
atendimento de mães que
intencionam abortar, sem
imposição religiosa e
presta ajuda às carentes
com acompanhamento
médico, ambulatorial e
psicológico para as que
aceitarem levar a
gravidez a termo.
Maiores informações com
o presidente da AME-PR.,
Dr. Laércio Furlan, pelo
fone (41) 262-2136.