ARTHUR BERNARDES
DE OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani, Minas
Gerais (Brasil)
A alma após a
morte
No terceiro
capítulo, da
parte segunda de
O Livro dos
Espíritos,
Kardec trata da
questão que mais
tem preocupado
os homens desde
sempre: a morte.
E o próprio
título do
capítulo, “da
volta do
espírito,
extinta a vida
corpórea, à vida
espiritual”, já
deixa claro o
que se deve
pensar deste
fato comum na
vida das pessoas
e que,
entretanto,
incompreensivelmente,
é tão mal aceito
pela maioria das
pessoas.
O que nos cabe,
então, é buscar
responder a
grande questão
humana: O que
acontece conosco
depois do
advento da
morte?
Para os
materialistas,
uma única
evasiva
resposta:
simplesmente
nada. A vida
para eles é um
mero aglomerado
de células.
Desfeita a
aglomeração, a
vida se acaba e
tudo se
extingue. Tudo
se apaga.
Para os
espiritualistas,
a resposta ganha
outra direção.
Extinta a vida
do corpo, a alma
continua
existindo,
sujeita a
destinos
variados, de
acordo com a fé
de cada um.
Para certos
espiritualistas,
ela fica em
estado de
inconsciência
plena, sujeitas
ao sono
profundo, até o
momento em que
se dá a chamada
ao julgamento e
os seus
resultados:
condenação ao
sofrimento sem
fim, ou
premiação,
segundo a
felicidade
eterna. Para
outros, a alma
retorna à fonte
de onde saiu,
reintegrando-se
a ela com a
perda total da
individualidade.
A alma, nesse
caso, seria tal
qual uma gota
d’água que,
caindo sobre o
oceano, nele se
reintegrasse,
perdendo a
identidade.
Há ainda outros
espiritualistas
que entendem que
a alma é julgada
imediatamente
após a morte,
recebendo a
destinação que a
sentença lhe
indicar:
felicidade ou
sofrimento
eternos.
Nós, espíritas,
temos uma
maneira
diferente de ver
a questão. A
morte, para nós,
é apenas o ato
de despojar-se a
alma do corpo
grosseiro de que
se serviu
durante a
existência
terrena,
prosseguindo, em
outra dimensão,
uma vida mais
intensa do que a
que conheceu,
quando de sua
passagem pelo
planeta Terra.
Assemelha-se a
alguém que se
livrasse de uma
roupa velha para
vestir roupa
nova. Para nós,
a morte não mata
a vida. Faz
apenas com que
voltemos a ter a
vida que
tínhamos antes
de nascer e de
que abrimos mão
por algum tempo,
para uma nova
experiência no
plano dos
homens.
Por que pensamos
assim? Porque
aqueles que
morreram antes
de nós, voltaram
para nos dizer
como as coisas
acontecem. O que
nós sabemos,
colhemos dos
inúmeros
depoimentos
daqueles que
passaram por ela
e voltaram para
nos ensinar. Há
milhares de
testemunhos,
absolutamente
confiáveis, que
tratam dessa
matéria. Tantos
são os
depoimentos que
a aceitação de
sua veracidade
não está mais
implicada a uma
simples questão
de crença, mas
de conhecimento,
de leitura, de
estudo.
Livros há muitos
sobre a matéria,
mas dois deles
merecem ser
citados: ”A
crise da morte”,
de Ernesto
Bozzano,
pesquisador
italiano de fama
internacional e
“Raymond”, do
renomado
cientista inglês
Sir Oliver Lodge.
O livro de
Bozzano analisa
depoimentos
diversos para
pôr em evidência
a unanimidade
das informações,
característica
básica, segundo
Kardec, para
avaliação segura
da mensagem
recebida.
A obra de Oliver
Lodge nasceu do
sofrimento do
pai que perdera
o filho, na
guerra de 1914,
um piloto, cujo
avião explodira
no ar atingido
pela força
inimiga.
Entendendo que
deviam enterrar
o corpo do
filho, ele e sua
mulher saíram
desesperados a
procurar, sem
sucesso, o corpo
do seu
indigitado
Raymond.
Finalmente,
advindo do mundo
espiritual, o
filho reaparece
e, valendo-se da
mediunidade de
várias senhoras
inglesas, dá
provas
incontáveis de
sua identidade e
estabelece
interessantes
diálogos com o
pai, fazendo
surgir mais
tarde o referido
livro, que é tão
importante.
A literatura
mediúnica,
sobretudo a
coleção de André
Luiz, é farta em
instruções sobre
o tema da morte,
em absoluta
concordância com
o que Kardec já
havia assinalado
nas questões 149
a 165 do livro
básico da
doutrina
espírita. Neste
percurso, o
leitor
encontrará as
questões cujas
respostas todos
gostariam de
saber, tais
como: Que
acontece à alma
no momento da
morte? Após a
morte, a alma
conserva a sua
individualidade?
Como comprova a
sua
individualidade
se não mais tem
o corpo que a
identificava?
Dói quando a
alma se separa
do corpo? Como
se opera essa
separação?
Instantaneamente,
por brusca
transição, ou
devagar como
quase tudo na
natureza? Haverá
alguma linha de
demarcação
nitidamente
traçada entre a
vida e a morte?
No momento da
morte, costuma a
alma entrever o
mundo para onde
vai de novo
entrar? Que
sensação
experimenta a
alma no momento
em que reconhece
estar no mundo
dos Espíritos?
Quem morreu
encontra-se
imediatamente
com os que
conheceu na
Terra e que
morreram antes
dele? Nos casos
de morte
violenta e
acidental, a
separação da
alma e a
cessação da vida
ocorrem ao mesmo
tempo? A alma
tem consciência
de si mesma
imediatamente
depois de deixar
o corpo? A
perturbação é do
mesmo grau e da
mesma duração
para todos os
Espíritos?