Jorge Herrera
Lopes:
A experiência de
um deficiente
visual
Com
total
deficiência
visual desde os
6 anos de idade,
a sensibilidade
aguçada e o amor
à música fazem
do confrade
paulista um
artista que é
preciso conhecer
O nome artístico
é Cantor
Rodrigo, mas seu
nome civil é
Jorge Herrera
Lopes (foto).
Tem 41 anos,
reside em Bauru,
São Paulo. Há
alguns anos
tornou-se
espírita através
do contato com
parentes
espíritas.
Portador de
total
deficiência
visual desde os
6 anos de idade,
vive
profissionalmente
de apresentações
musicais, mas
também profere
palestras
espíritas utilizando-se de sua grande
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sensibilidade
musical e
expressivo
talento que
precisa ser
conhecido. |
Conhecemo-nos há
algum tempo.
Desde os velhos
tempos de
Mineiros do
Tietê, onde se
apresentou.
Também já esteve
em Matão e é
muito conhecido
na região de
Bauru, seja em
eventos
profissionais ou
em eventos do
movimento
espírita.
Convidamo-lo
para uma
entrevista,
cujas respostas
colocamos à
disposição do
leitor.
– Como surgiu o
gosto pela
música?
Jorge:
Desde a
infância, eu
sempre gostei de
ouvir músicas e
cantar, e aos 16
anos de idade
aprendi a tocar
violão.
– Você é
espírita desde
criança?
Jorge:
Não.
– Como tomou
contato com o
Espiritismo?
Jorge:
Foi por meio de
alguns parentes
que já eram
espíritas. No
ano de 1982,
comecei a
freqüentar o
Centro Espírita
Antônio de Pádua
na cidade de
Bauru, São
Paulo.
– Sua
deficiência
visual é total
ou há alguma
porcentagem de
visão?
Jorge:
Total, desde os
seis anos de
idade.
– Você chegou
aprender o
braile?
Jorge:
Sim, fiz o curso
de braille no
Lar Escola Santa
Luzia para
Cegos, em Bauru
mesmo.
– E as músicas,
o manejo com o
violão, como é o
aprendizado?
Jorge:
Aprendo as
músicas ouvindo,
e depois
interpreto com o
violão.
– Você vive
profissionalmente
da música?
Jorge:
Sim, me
apresento em
festas ou em
qualquer outro
evento.
– E no movimento
espírita, como é
seu envolvimento
da música com a
atividade
doutrinária?
Jorge:
Faço palestras
musicais, onde
canto e falo
algumas
mensagens
relacionadas com
as músicas que
apresento.
– Durante as
apresentações,
espíritas ou
não, como você
sente a platéia
presente?
Jorge:
Através da
energia emanada
pelas pessoas.
Não posso vê-las
com os olhos
físicos, mas
posso vê-las com
os olhos do
coração.
– E a presença
dos Espíritos?
Há algum relato
a nos trazer?
Jorge:
Nas palestras
sinto que eles
estão presentes
me intuindo. São
nossos amigos,
estão sempre
querendo nos
ajudar basta que
estejamos com
bons pensamentos
e atitudes, para
que eles possam
nos auxiliar
naquilo que for
possível.
– Atualmente com
os mecanismos
facilitadores da
internet como o
skype e os
programas
específicos para
deficientes
visuais, como
você acha que
ficou esse
universo de
comunicação para
os que detêm
dificuldades
visuais?
Jorge:
Melhorou muito.
Eu tive a
oportunidade de
fazer um curso
de informática,
e estou muito
feliz com a
integração que
isso me
proporcionou.
– O conhecimento
espírita é
importante na
superação dos
obstáculos
oriundos da
deficiência
visual?
Jorge:
Sim, porque nos
faz ver a vida
por outro ângulo
e percebermos
que não há
acasos.
– Qual a maior
experiência de
vida que um
deficiente
visual pode
transmitir à
sociedade?
Jorge:
É a de conhecer
a beleza das
pessoas por
dentro, e de
sentir a
sensibilidade de
cada um.
– Você chega a
enfrentar
preconceitos?
Jorge:
Não são
preconceitos. Na
realidade, é
falta de
conhecimento
sobre a vida do
deficiente.
– Que mensagem
você deixaria
para quem não
tem deficiência
visual?
Jorge:
É preciso
lembrar que
temos mais
quatro sentidos,
e não devemos
nos concentrar
apenas no
sentido da
visão.
– E para os que
vivem
dificuldade
idêntica à sua?
Jorge:
Que tenham força
de vontade, que
é possível
vencer os
obstáculos.
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