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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 26 - 12 de Outubro de 2007

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

O que é o Espiritismo
Allan Kardec

(4
a Parte)

Continuamos nesta edição o estudo do livro O que é o Espiritismo, que surgiu em Paris em julho de 1859, o qual será aqui apresentado em 14 partes. As páginas citadas no texto referem-se à 20a edição publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Se o Espiritismo é uma verdade incontestável, por que a Ciência oficial não lhe deu ainda o seu apoio e o seu aval?

Ninguém pode ser bom juiz naquilo que está fora de sua competência. As ciências vulgares repousam sobre as propriedades da matéria, que se pode à vontade manipular. Os fenômenos que elas estudam têm por agentes forças materiais. Os do Espiritismo têm, como agentes, inteligências independentes que não estão sujeitas ao nosso capricho; por isso, eles escapam aos nossos processos de laboratório e aos nossos cálculos e ficam, assim, fora dos domínios da ciência propriamente dita. (O que é o Espiritismo, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 77 a 79.)

B. Qual é a base de apoio da crença na existência e comunicação dos Espíritos?

A crença na existência dos Espíritos e, sobretudo, na sua comunicação conosco apóia-se sobre o raciocínio e sobre os fatos. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 79 a 81.)

C. Pode-se dizer que o Espiritismo seja uma criação moderna, um produto das idéias que abalaram o século 19?

Não. O Espiritismo não é uma criação moderna. Tudo prova que os antigos o conheciam tão bem ou, talvez, melhor que nós. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 81 e 82.)

D. Os incrédulos gostariam de presenciar os fenômenos para poderem crer. Dizem-lhes que, para isso, é preciso ter fé. Como pode alguém ter fé antecipada, se não lhe dão os meios de convicção de que a pessoa necessita para crer?

Há nessa proposição um equívoco. Não se exige fé antecipada de quem quer estudar. O que se exige é boa-fé, que é, aliás, coisa bem diferente. (Obra citada, capítulo I, Segundo Diálogo, págs. 86 e 87.)

Texto para leitura

45. O Espiritismo é uma questão de crença pessoal que não pode depender do voto de uma assembléia, porque esse voto, mesmo que lhe fosse favorável, não tem o poder de forçar convicções. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 78.)

46. Se Galvani tivesse repelido sua serva e lhe chamasse louca, quando esta lhe falou das rãs que dançavam no prato, talvez ainda estivéssemos sem conhecer as propriedades da pilha elétrica. O fenômeno designado dança das mesas não é mais ridículo que a dança das rãs. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 79.)

47. A descoberta do mundo dos invisíveis tem muito mais alcance que a dos infinitamente pequenos; ela é mais que uma descoberta, é uma revolução nas idéias. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 80.)

48. O Espiritismo não é uma criação moderna; tudo prova que os antigos o conheciam tão bem, ou talvez melhor que nós. Somente ele não era ensinado, senão com precauções misteriosas que o tornavam inacessível ao vulgo. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 82.)

49. A teoria da alucinação, cujo mecanismo não foi ainda explicado, não serve para explicar todos os fenômenos: quando a mesa se move, se ergue, ou bate, quando passeia sem que ninguém a toque, quando se destaca do solo e se suspende no espaço sem ponto de apoio, nada disso pode ser efeito de uma alucinação. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 83.)

50. Se tudo se limitasse aos efeitos materiais, os fenômenos poderiam ser atribuídos à ação de um fluido qualquer. Mas, quando esses movimentos nos deram provas de inteligência, a conclusão é evidente: "Se todo efeito tem uma causa, o efeito inteligente tem uma causa inteligente". Uma inteligência oculta faz mover as mesas, porque ela em si é destituída de inteligência. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 83.)

51. A teoria do reflexo é igualmente derrubada por um conjunto de fatos tão concludentes que, diante deles, é impossível duvidar. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 84.)

52. A teoria da percepção sonambúlica é também contraditada pelos fatos. O médium, no momento do fenômeno, nem se acha em crise nem dorme, mas está perfeitamente acordado, agindo e pensando como os outros. Vê-se assim que o médium é dotado de uma faculdade particular, que não permite confundi-lo com o sonâmbulo, sendo a independência do seu pensamento demonstrada por fatos da maior evidência. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 85.)

53. Os juízos precipitados nesse assunto, como em todas as coisas, são sempre perigosos, porque eles podem ser desmentidos pelos fatos que ainda não se observaram. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 86.)

54. Os Espíritos têm sua maneira de julgar as coisas, a qual nem sempre se coaduna com a nossa. Eles vêem, pensam e agem segundo outros elementos, ao passo que a nossa vista é circunscrita pela matéria. Certos pormenores, para nós importantes, podem ser futilidades a seus olhos; em compensação, ligam às vezes importância a coisas cujo verdadeiro alcance nos escapa. (Cap. I, Segundo Diálogo, pág. 88.)

55. Para compreender os Espíritos é preciso nos elevarmos pelo pensamento acima do horizonte material e moral, colocarmo-nos no seu ponto de vista, pois não são eles que devem descer ao nosso nível. Os Espíritos gostam dos observadores assíduos e conscienciosos. (Cap. I, Segundo Diálogo, págs. 88 e 89.) (Continua na próxima edição.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita