A. Se o Espiritismo é
uma verdade
incontestável, por que a
Ciência oficial não lhe
deu ainda o seu apoio e
o seu aval?
Ninguém pode ser bom
juiz naquilo que está
fora de sua competência.
As ciências vulgares
repousam sobre as
propriedades da matéria,
que se pode à vontade
manipular. Os fenômenos
que elas estudam têm por
agentes forças
materiais. Os do
Espiritismo têm, como
agentes, inteligências
independentes que não
estão sujeitas ao nosso
capricho; por isso, eles
escapam aos nossos
processos de laboratório
e aos nossos cálculos e
ficam, assim, fora dos
domínios da ciência
propriamente dita. (O
que é o Espiritismo,
capítulo I, Segundo
Diálogo, págs. 77 a 79.)
B. Qual é a base de
apoio da crença na
existência e comunicação
dos Espíritos?
A crença na existência
dos Espíritos e,
sobretudo, na sua
comunicação conosco
apóia-se sobre o
raciocínio e sobre os
fatos. (Obra citada,
capítulo I, Segundo
Diálogo, págs. 79 a 81.)
C. Pode-se dizer que o
Espiritismo seja uma
criação moderna, um
produto das idéias que
abalaram o século 19?
Não. O Espiritismo não é
uma criação moderna.
Tudo prova que os
antigos o conheciam tão
bem ou, talvez, melhor
que nós. (Obra
citada, capítulo I,
Segundo Diálogo, págs.
81 e 82.)
D. Os incrédulos
gostariam de presenciar
os fenômenos para
poderem crer. Dizem-lhes
que, para isso, é
preciso ter fé. Como
pode alguém ter fé
antecipada, se não lhe
dão os meios de
convicção de que a
pessoa necessita para
crer?
Há nessa proposição um
equívoco. Não se exige
fé antecipada de quem
quer estudar. O que se
exige é boa-fé, que é,
aliás, coisa bem
diferente. (Obra
citada, capítulo I,
Segundo Diálogo, págs.
86 e 87.)
Texto para leitura
45. O Espiritismo é uma
questão de crença
pessoal que não pode
depender do voto de uma
assembléia, porque esse
voto, mesmo que lhe
fosse favorável, não tem
o poder de forçar
convicções. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
78.)
46. Se Galvani tivesse
repelido sua serva e lhe
chamasse louca, quando
esta lhe falou das rãs
que dançavam no prato,
talvez ainda
estivéssemos sem
conhecer as propriedades
da pilha elétrica. O
fenômeno designado
dança das mesas não
é mais ridículo que a
dança das rãs. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
79.)
47. A descoberta do
mundo dos invisíveis tem
muito mais alcance que a
dos infinitamente
pequenos; ela é mais que
uma descoberta, é uma
revolução nas idéias.
(Cap. I, Segundo
Diálogo, pág. 80.)
48. O Espiritismo não é
uma criação moderna;
tudo prova que os
antigos o conheciam tão
bem, ou talvez melhor
que nós. Somente ele não
era ensinado, senão com
precauções misteriosas
que o tornavam
inacessível ao vulgo.
(Cap. I, Segundo
Diálogo, pág. 82.)
49. A teoria da
alucinação, cujo
mecanismo não foi ainda
explicado, não serve
para explicar todos os
fenômenos: quando a mesa
se move, se ergue, ou
bate, quando passeia sem
que ninguém a toque,
quando se destaca do
solo e se suspende no
espaço sem ponto de
apoio, nada disso pode
ser efeito de uma
alucinação. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
83.)
50. Se tudo se limitasse
aos efeitos materiais,
os fenômenos poderiam
ser atribuídos à ação de
um fluido qualquer. Mas,
quando esses movimentos
nos deram provas de
inteligência, a
conclusão é evidente:
"Se todo efeito tem uma
causa, o efeito
inteligente tem uma
causa inteligente". Uma
inteligência oculta faz
mover as mesas, porque
ela em si é destituída
de inteligência. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pág.
83.)
51. A teoria do reflexo
é igualmente derrubada
por um conjunto de fatos
tão concludentes que,
diante deles, é
impossível duvidar.
(Cap. I, Segundo
Diálogo, pág. 84.)
52. A teoria da
percepção sonambúlica é
também contraditada
pelos fatos. O médium,
no momento do fenômeno,
nem se acha em crise nem
dorme, mas está
perfeitamente acordado,
agindo e pensando como
os outros. Vê-se assim
que o médium é dotado de
uma faculdade
particular, que não
permite confundi-lo com
o sonâmbulo, sendo a
independência do seu
pensamento demonstrada
por fatos da maior
evidência. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
85.)
53. Os juízos
precipitados nesse
assunto, como em todas
as coisas, são sempre
perigosos, porque eles
podem ser desmentidos
pelos fatos que ainda
não se observaram. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pág.
86.)
54. Os Espíritos têm sua
maneira de julgar as
coisas, a qual nem
sempre se coaduna com a
nossa. Eles vêem, pensam
e agem segundo outros
elementos, ao passo que
a nossa vista é
circunscrita pela
matéria. Certos
pormenores, para nós
importantes, podem ser
futilidades a seus
olhos; em compensação,
ligam às vezes
importância a coisas
cujo verdadeiro alcance
nos escapa. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
88.)
55. Para compreender os
Espíritos é preciso nos
elevarmos pelo
pensamento acima do
horizonte material e
moral, colocarmo-nos no
seu ponto de vista, pois
não são eles que devem
descer ao nosso nível.
Os Espíritos gostam dos
observadores assíduos e
conscienciosos. (Cap. I,
Segundo Diálogo, págs.
88 e 89.)
(Continua na próxima
edição.)