1. Deus povoou de seres
vivos os mundos,
concorrendo todos eles
para o objetivo final da
Providência. Acreditar
que só os haja no
planeta que habitamos é
duvidar da sabedoria de
Deus, que não fez coisa
a1guma inútil.
Certamente, a esses
mundos o Pai há de ter
dado uma destinação mais
séria do que a de nos
recrearem a vista. Nada,
aliás, existe, nem na
posição, nem no volume,
nem na constituição
física da Terra, que
possa induzir à
suposição de que ela
goze do privilégio de
ser habitada, com
exclusão de tantos
trilhões de mundos
semelhantes.
2. Quando Jesus disse:
"Não se turbe o vosso
coração; credes em Deus,
crede também em mim. Há
muitas moradas na casa
de meu Pai; se assim não
fosse, já eu vo-lo teria
dito, pois me vou para
vos preparar o lugar.
Depois que me tenha ido
e que vos houver
preparado o lugar,
voltarei e vos retirarei
para mim, a fim de que
onde eu estiver, também
vós aí estejais" (João,
14:1 a 3), o Mestre
estava nos ensinando o
princípio da pluralidade
dos mundos habitados, de
uma maneira cristalina,
para não deixar dúvidas.
A constituição física
dos diversos planetas
3. A casa do Pai é o
Universo. As diferentes
moradas são os mundos
que circulam no espaço
infinito e oferecem, aos
Espíritos que neles
encarnam, moradas
correspondentes ao
adiantamento dos mesmos
Espíritos. Em função
disto, diversa é a
constituição física de
cada mundo e,
conseqüentemente, dos
seus habitantes. Cada
mundo oferece aos que o
habitam condições
adequadas e próprias à
vida planetária. As
necessidades vitais num
planeta poderão não ser
as mesmas, e até
opostas, noutro.
4. O mundo que habitamos
faz parte de um séquito
de planetas e asteróides
que acompanham o Sol em
sua viagem pela vastidão
incomensurável do
espaço. Mesmo assim, as
distâncias entre os
planetas que formam o
nosso sistema planetário
são imensas. Para se ter
idéia, enquanto a Terra
gasta aproximadamente
365 dias para promover
uma volta ao redor do
Sol, existem planetas
que gastam para
completar uma revolução
ao redor do mesmo Sol
entre 88 dias e 25 anos
terrestres.
5. Nosso sistema
planetário não ocupa,
porém, senão um ponto
ínfimo no universo. Haja
vista que ele pertence a
um grupamento estelar,
ou galáxia, chamada
Via-Láctea, onde existem
bilhões de estrelas,
algumas das quais tão
grandes, mas tão
grandes, que uma só
ocupa espaço igual ao
ocupado pelo Sol e quase
todos os planetas que
este arrasta consigo.
(N.R.: A estimativa mais
recente feita pelos
astrônomos revela que
existem na Via-Láctea
cerca de 400 bilhões de
estrelas.)
As diferentes categorias
dos mundos habitados
6. Dos ensinos dados
pelos Espíritos resulta
que muito diferentes
umas das outras são as
condições dos mundos,
quanto ao grau de
adiantamento ou de
inferioridade dos seus
habitantes. Entre eles
há os em que seus
habitantes são
inferiores aos da Terra,
física e moralmente.
Outros possuem a mesma
categoria que o nosso e
muitos lhe são mais ou
menos superiores.
7. Nos mundos
inferiores, a existência
é toda material e as
paixões reinam
soberanas, sendo quase
nula a vida moral. À
medida que esta se
desenvolve, diminui a
influência da matéria,
de tal maneira que nos
mundos mais adiantados a
vida é, por assim dizer,
toda espiritual.
8. Evidentemente, não
podemos fazer uma
classificação absoluta
das categorias dos
mundos habitados, mas
Kardec nos oferece uma
que nos permite uma
visão geral sobre o
assunto:
A)
Mundos primitivos – Nos
mundos primitivos,
destinados às primeiras
encarnações da alma
humana, a vida, toda
material, se limita à
luta pela subsistência,
o senso moral é quase
nulo e, por isso mesmo,
as paixões reinam
soberanas. A Terra já
passou por essa fase.
B)
Mundos de expiação e
provas – Nesses mundos o
mal predomina. É a atual
situação da Terra, razão
por que aí vive o homem
a braços com tantas
misérias.
C)
Mundos de regeneração –
São mundos em que as
almas que ainda têm o
que expiar haurem novas
forças, repousando das
fadigas da luta.
D)
Mundos ditosos ou
felizes – São os
planetas onde o bem
sobrepuja o mal e, por
isso, a felicidade
impera.
E)
Mundos celestes ou
divinos – São as
habitações de Espíritos
depurados, onde
exclusivamente reina o
bem, visto que todos que
aí vivem já alcançaram o
cume da sabedoria e da
bondade.
Respostas às questões
propostas
1. Jesus referiu-se em
algum momento de suas
pregações à existência
de outros mundos
habitados?
R.: Sim. Quando o Mestre
disse: "Não se turbe o
vosso coração; credes em
Deus, crede também em
mim. Há muitas moradas
na casa de meu Pai; se
assim não fosse, já eu
vo-lo teria dito, pois
me vou para vos preparar
o lugar”, ele estava nos
ensinando o princípio da
pluralidade dos mundos
habitados, de uma
maneira cristalina, para
não deixar dúvidas.
2. É a mesma a
constituição física dos
diferentes globos que
circulam no Universo?
R.: Não. As diferentes
moradas a que Jesus se
referiu correspondem ao
adiantamento dos
Espíritos que nelas se
encarnam. Em função
disto, diversa é a
constituição física de
cada mundo e,
conseqüentemente, a dos
seus habitantes.
3. Existem em outros
planetas indivíduos
inferiores aos
habitantes da Terra?
R.: Sim, do mesmo modo
que há em determinados
planetas Espíritos
superiores aos que
habitam a Terra.
4. Segundo o
Espiritismo, como podem
ser classificados os
diferentes mundos
habitados?
R.: Os mundos que
circulam no espaço
infinito classificam-se
em cinco categorias:
mundos primitivos,
mundos de expiação e
provas, mundos de
regeneração, mundos
ditosos ou felizes e
mundos celestes ou
divinos.
5. Dentre os diversos
planetas existentes no
Universo, qual é a
situação da Terra?
R.: Planeta ainda muito
novo, a Terra está,
segundo o Espiritismo,
situada na categoria de
mundo de expiação e
provas.
Bibliografia:
O Livro
dos Espíritos,
de Allan Kardec, item
55.
O Evangelho segundo o
Espiritismo,
de Allan
Kardec, cap. 3, itens 2
a 4.
Páginas de Espiritismo
Cristão,
de
Rodolfo Calligaris,
págs. 16 a 19.