Sabemos que
quando
mergulhamos na
matéria para uma
nova experiência
encarnatória,
esperam de nós
duas coisas
principais: 1)
aumento de nossa
capacidade de
resolver
problemas, com o
crescimento da
nossa
inteligência e
2) eliminação ou
redução de
nossas
imperfeições
morais. Desse
modo, esperam,
tal como nós,
que, ao findar
de cada nova
existência na
Terra, tenhamos
ficado mais
inteligentes e
melhores. Claro
que, além disso,
devemos ter
trabalhado para
tornar o mundo
melhor e mais
belo, pois
produzir beleza
e contribuir com
o progresso do
mundo é também
um dos objetivos
da existência
humana.
Para atingir
essa meta,
teremos que
ultrapassar
certas
barreiras,
vencer
dificuldades.
São vicissitudes
ligadas à saúde
ou a limitações
importantes,
decorrentes de
lesões por nós
mesmos
produzidas em
outras vidas e
que, muitas
vezes, só podem
ser corrigidas
pelo mecanismo
das encarnações.
Outras barreiras
são os desafios
que nos
propusemos
enfrentar para
verificar se
foram, de fato,
para valer, as
resoluções que
tomamos, antes
de chegarmos
aqui.
Os problemas de
saúde e das
limitações são
dificuldades
impostas. São
expiações que
resgatam e,
dessa maneira,
necessárias e
quase sempre
inevitáveis. Já
os desafios são
provas que
escolhemos para
testar a nossa
capacidade de
resistir e
crescer.
Não há, pois,
motivo para
revolta perante
as dificuldades
que exigem
enfrentamento.
Expiações e
desafios são
filhos de nossas
resoluções,
derivados de
nossa
imprudência ou
da nossa
determinação, de
nossa livre
escolha, como
quem vê neles
meio seguro de
melhorar-se.
Essa matéria
está examinada
nas questões 258
e seguintes de
O Livro dos
Espíritos.
Lá ficamos
sabendo, por
exemplo, que:
1) Antes de
iniciarmos uma
nova existência
corporal,
tínhamos
conhecimento do
que nos poderia
acontecer, já
que nós mesmos
havíamos
escolhido o
gênero de provas
a que seríamos
submetidos.
2) Não é Deus
quem nos submete
a castigo, mas a
lei universal de
causa e efeito
que nos cobra
com a mesma
segurança e a
mesma medida.
Deus é tão
misericordioso
que nos abre
tantas
oportunidades
quantas forem
necessárias para
corrigir nossos
erros, na
caminhada para a
evolução. Deus
não nos impõe
nada.
Concedeu-nos o
livre arbítrio,
liberdade plena
para agirmos do
jeito que
quisermos, para
podermos ser
responsabilizados
pelos atos que
praticamos.
3) Nem tudo o
que nos
acontece, porém,
faz parte da
nossa previsão.
Previstos só
estão os fatos
principais, os
que influem no
nosso destino.
Os
acontecimentos
secundários se
originam das
circunstâncias e
da força mesma
das coisas. Há o
caminho que
devemos tomar;
mas, se dele nos
desviamos,
sujeitamo-nos a
vicissitudes que
não estavam
inseridas na
previsão, embora
passíveis de
ocorrência em
razão da opção
adotada. Corre
o risco de
morrer afogado
quem se mete a
atravessar um
rio sem saber
nadar.
4) Às vezes, nos
perguntamos:
como pode alguém
desejar nascer
entre gente de
má vida? Nada a
estranhar.
Elege-se o
contacto com o
vício para se
aprender a
vencer a
tentação de a
ele se submeter.
Lutar contra o
instinto do
roubo pode levar
alguém a
escolher viver
entre gente que
se dá à prática
do roubo. O
mérito está em
resistir à
tentação.
5) Quando não
temos condições
de escolher por
nós mesmos as
nossas provas,
amigos que nos
amam, que
conhecem as
nossas
necessidades,
escolhem por nós
e na medida
certa, sem risco
de erros.
6) A
reencarnação
normalmente é
consentida. A
justiça de Deus
sabe esperar,
não apressa a
expiação. Há,
entretanto,
casos há em que
a reencarnação
se impõe,
compulsoriamente:
quando o
Espírito, por
sua
inferioridade ou
por sua
persistente má
vontade, não se
mostra apto a
compreender o
que lhe seria
mais útil e,
ainda, quando
Deus enxerga que
tal existência
servirá para a
purificação e o
progresso do
Espírito,
servindo-lhe ao
mesmo tempo de
expiação.
7) A escolha das
provas é sempre
feita de acordo
com o objetivo a
alcançar.
Elegem-se as que
levem à expiação
das faltas e as
que ajudam a
progredir mais
depressa. É por
isso que uns
impõem a si
mesmos uma vida
de misérias e
privações,
objetivando
suportá-las com
coragem,
enquanto outros
preferem
experimentar as
tentações da
riqueza e do
poder, muito
mais perigosas,
pois sujeitas
aos abusos e à
má destinação
orientada pelas
paixões
inferiores.
Não é de
estranhar que o
Espírito opte,
às vezes, por
provas tão
dolorosas. Na
sua condição de
desencarnado,
desliga-se da
matéria,
cessando toda
ilusão e
passando a ter
outra maneira de
pensar. Na vida
espiritual,
compara os gozos
fugazes e
grosseiros com a
inalterável
felicidade que
lhe é dado
entrever, o que
lhe auxilia
compreender a
transitoriedade
dos sofrimentos
terrenos.
É desse modo
que, no geral,
fazemos nossas
escolhas.
Talvez, por
isso, seja
oportuno o
lembrete de
Emmanuel para
nos recordar que
“à frente do
Senhor, toda
queixa é
descabida”.
Devemos,
portanto, nos
pautar pelo bom
conselho
expresso nos
versos de Cruz e
Souza, através
da mediunidade
de Chico Xavier:
“Nenhuma
provação te
desanime!...
Inda que o mal
te espanque e
humilhe...
Embora os
temporais de
fel, a cada
hora, agradece a
aflição que te
redime!”