August Kilk:
“Os
homens
precisam da
Doutrina
Espírita
para
desembaraçarem-se
da
selvageria e
do estado em
que
se encontra
a
Humanidade”
Muito
distante
do
Brasil,
no norte
da
Europa,
situa-se
a
Estônia,
um
pequeno
país com
pouco
mais de
1
milhão e
trezentos
mil
habitantes
que ao
longo
dos |
tempos
sofreu
muitas
invasões e
guerras,
diferentes
regimes,
influência
de muitas
culturas e
que, devido
a isso, tem
muitas
histórias
para contar,
como a do
nosso
companheiro
espírita
August Kilk
(foto),
72 anos . Com muita
honestidade
e sem medo
de se expor,
August fala
sobre a
própria
vida,
emocionando
aqueles
que
passam a
conhecê-lo
através
de suas
palavras,
como
esta
passagem
durante
a
Segunda
Guerra
Mundial:
“Meus
três
irmãos
foram
forçados
a servir
no
Exército
russo,
mas,
depois
da
guerra,
foram
presos
pelos
russos e
condenados
ao
cárcere”.
|
|
Graças a
sua
crença
no amor,
palavra
muito
presente
em seu
vocabulário,
os
sofrimentos
e as
perdas,
constantes
em sua
vida,
foram
substituídos
por
trabalho
e
devoção
na busca
de viver
guiado
pela
verdade
encontrada
na
Doutrina
Espírita.
|
Nesta
entrevista à
revista
O Consolador
ele nos
permite
viajar pela
história e
nos ajuda a
refletir
sobre o
preceito que
nos
recomenda
“Amar uns
aos outros”,
como nos
ensinou o
mestre
Jesus:
O
Consolador:
August, onde
você nasceu?
– Nasci em
16 de
outubro de
1935 na
Rússia, na
então
província de
Leningrado,
distrito de
Luuga, na
vila
estoniana de
Leeda, onde
meus pais
tinham uma
pequena
fazenda e 11
filhos. Eu
fui o
penúltimo.
O
Consolador:
Como foi
viver
naquela
época?
– Naquele
tempo, nesse
território
entre a
Estônia e a
cidade de
Leningrado
(hoje São
Petersburgo),
viviam
muitos
estonianos e
finlandeses.
Durante o
desumano
regime de
Stalin foi
coletivizada
a
agricultura.
A
coletivização
de
camponeses
se chamava
kolkoz e a
estatal se
chamava
sovkoz.
Associar-se
a uma ou à
outra era
obrigatório.
As fazendas
dos
estonianos
eram
dispersas,
mas veio uma
ordem
severa: as
construções
dos
camponeses
deveriam ser
destruídas e
depois
reconstruídas
junto ao
caminho, em
fila, igual
às vilas
russas.
Todas as
propriedades
deveriam ser
entregues à
coletivização.
As antigas
construções
eram
destruídas
pela
juventude
comunista.
Os sitiantes
que
expressassem
algo
contrário
eram
chamados
“gulags” e
liquidados.
Quase todos
os homens
adultos,
estonianos e
finlandeses,
foram presos
e
desapareceram
para sempre.
Meu pai, que
eles
chamaram de
“gulag”, foi
preso no ano
de 1938 e
nunca mais
tivemos
nenhuma
informação
dele. Minha
mãe ficou
com as
crianças,
sozinha,
enquanto
eles nos
levaram até
a última
vaca.
Durante a
segunda
guerra
mundial, o
Exército
alemão
conquistou o
território
onde
morávamos em
setembro de
1941 e
cercou
Leningrado,
que ficou
sitiada por
900 dias.
Cerca de um
milhão de
pessoas,
durante esse
tempo, ali
pereceram
pela fome,
frio e pelos
bombardeios.
Minhas três
irmãs e uma
sobrinha,
milagrosamente,
sobreviveram.
No mês de
abril de
1942 os
alemães
transportaram
dali os
estonianos
para a
Estônia e os
finlandeses
para a
Finlândia.
Minha mãe
foi morar
com seus
filhos mais
jovens no
sul da
Estônia, no
campo, em
propriedades
cujos donos
foram
deportados
da Sibéria,
com milhares
de outros
estonianos
em 14 de
junho 1941,
durante a
primeira
ocupação
russa na
Estônia. Na
fazenda
trabalhávamos,
eu
pastoreava
animais. Em
setembro de
1944 o
Exército
russo de
novo ocupou
a Estônia,
expulsando
as tropas
alemães.
Começaram
novas
represálias.
Naquela
época
comecei a ir
à escola que
ficava a 9
km de minha
casa. Ia e
voltava a
pé.
O
Consolador:
Onde você
mora
atualmente?
– Morei
entre 1951 e
1979 em
Tallinn, a
capital da
Estônia, mas
atualmente
vivo na vila
de Võsu.
O
Consolador:
O que o
levou a
morar na
vila de Võsu?
– No ano
1979
mudei-me de
minha morada
de um cômodo
em Tallinn
para a vila
de Võsu,
onde ganhei
uma morada
de um cômodo
no porão. Em
Võsu eu
trabalhei
como guia
turístico na
Casa de
Cultura. A
vila de
veraneio
Võsu
situa-se
junto ao mar
no norte da
Estônia, no
território
do Parque
Nacional
LAHEMAA.
A vila tem
650
habitantes.
No verão,
muitos
veranistas e
turistas de
diversos
países nos
visitam e
desfrutam
com prazer a
praia
arenosa e a
pitoresca
natureza.
No ano 1991,
a Estônia se
tornou um
Estado
independente.
Oficializou-se
nova lei de
propriedade.
Por causa
disso, cem
mil famílias
ficaram sem
moradia,
porque as
casas
ficaram para
os novos
donos que,
quase sempre
sem nenhuma
recompensa,
expulsaram
os antigos
moradores.
Por exemplo,
na minha
casa, o novo
dono trocou
o cadeado no
dia 6 de
setembro
2002. Minhas
coisas e
móveis
ficaram lá.
Fui ao
tribunal e
meu processo
dura até
hoje,
passados já
cinco anos!
De fato, a
culpa é do
Estado,
porque fez
uma lei
injusta que
não protege
os pobres.
Sistema
capitalista,
em que a
base é
apenas o
dinheiro,
nunca poderá
ser justo e
honesto.
Graças a
Deus tive a
oportunidade
de reformar
a pequena
casinha para
o Centro
Espírita
Amor, onde
resido
atualmente.
O
Consolador:
Qual a sua
formação
escolar?
– Meu nível
escolar é o
Técnico
Eletromecânico
(profissão
de segundo
grau para
superior),
mas
trabalhei
como
eletricista
e engenheiro
elétrico.
Além disso,
fiz
diversos
cursos e
trabalhei em
alguns
períodos
como
fotógrafo no
Ministério
das
Florestas,
como agente
cultural na
Casa de
Cultura,
como
geólogo,
como guia de
excursão,
como ator em
teatro
amador etc.
O
Consolador:
No movimento
espírita
você exerce
algum cargo?
– Não tenho
posto algum
no movimento
espírita. Eu
simplesmente
instruo a
mim mesmo e
ao próximo,
explicando
que somos
Espíritos e
que devemos
viver
segundo a
consciência
divina, de
acordo com
as leis de
Deus, que é
a Fonte do
Amor,
enquanto os
homens são
crianças
espirituais!
O
Consolador:
Como surgiu
o Centro
Espírita
Amor?
– Os
soviéticos
ocuparam a
Estônia em
1940.
Milhares de
estonianos
foram
mortos,
presos ou
deportados
para a
Sibéria
pelas forças
russas. Suas
propriedades
foram
tomadas e
dadas aos
novos
poderosos.
Isso
igualmente
aconteceu
com parentes
de meu amigo
esperantista
Olaf
Langsepp. No
ano 1991,
quando a
Estônia se
fez Estado
independente,
Olaf recebeu
de volta a
velha casa
de madeira.
Aconselhado
por
parentes,
ele doou
metade da
casa para
fundar o
Centro
Espírita
Amor, sem
fins
lucrativos,
em Võsu,
onde o
Esperanto é
a língua
usada. A
velha casa
de madeira
necessitava
de reforma.
A reforma
foi feita
com a ajuda
financeira
da
esperantista
norueguesa
Kjellaug Rod
Johnsed
(Clara), que
aprendeu
esperanto
aos 70 anos
de idade!
Ali se
reúnem, no
primeiro
sábado do
mês, cerca
de 10
pessoas para
conversação
livre e
meditação.
Todos têm
direito de
expressar
sua opinião,
experiências,
fatos da
vida. Eles
tomam
emprestados
os livros de
nossa
modesta
biblioteca,
da qual eu
cuido.
Infelizmente
poucos
aprendem
esperanto,
embora eu
esteja
pronto para
ensinar. De
igual
maneira
reunimo-nos
para
conversação
livre no sul
da Estônia,
na
cidadezinha
de Nuia. Não
sou nem
mestre nem
dirigente,
sou o
responsável
para que
tudo ocorra
na
consciência
divina dos
participantes.
Em 22 de
setembro
completaram-se
12 anos de
fundação
oficial do
movimento
espírita no
Centro
Espírita
Amor em Võsu.
A Casa é
muito
modesta, mas
eu atuo ali
tanto quanto
me permite a
saúde. Ano
passado, no
dia 6 de
maio, tive
um infarto.
Graças a
Deus, me
recuperei e
posso
continuar o
aprendizado
da vida.
O
Consolador:
Quando você
teve o
primeiro
contacto com
o
Espiritismo?
– Foi
durante o
Natal de
1947.
O
Consolador:
Houve algum
fato ou
circunstância
especial que
haja
propiciado
esse contato
inicial?
– Depois da
visita a
cavalo à
igreja, após
a comida
vespertina
numa festa
em que
apreciamos
uma sopa e
bebemos
vinho feito
por nós
mesmos, veio
à cabeça de
minha prima
Alma a idéia
de “girar
pratinhos”!
Ela era
acostumada
a
isso.
Lá fora a
neve caía
muito forte,
mas dentro
havia um
fogão aceso
aquecendo o
ambiente.
Sobre a mesa
estava
pequena
garrafa de
tinta com
petróleo e
uma mecha
(barbante)
que queimava
e iluminava
o cômodo.
Este
iluminador
chamamos
“muknazulo”
(lamparina).
Nesse tempo
nós não
tínhamos
outra
iluminação.
Na cama
havia palha
em vez de
colchão. O
pratinho
girou muito
bem.
Perguntava-se
com
curiosidade
ao Espírito
que vinha
através do
pratinho, e
o Espírito
deu
afavelmente
respostas a
todas as
questões. Eu
perguntei:
Que
profissão
terei? O
Espírito
respondeu:
“Engenheiro
elétrico”.
Eu
perguntei:
Em que ano
chegará o
comunismo no
bom sentido?
A resposta:
“No ano
2052”.
Perguntei
ainda: Em
que país
acontecerá
primeiro? A
resposta:
“Na
Lituânia”.
Eu muito
atentamente
observei se
alguém
poderia
estar
dirigindo o
pratinho,
mas me
convenci de
que isso não
acontecia.
Então eu
pedi
esclarecimento
sobre o
fenômeno,
mas apenas
riram e nada
claramente
foi
explicado.
Então eu
tomei
conhecimento
de que
também os
cientistas
só riem do
fenômeno, em
vez de o
pesquisarem
seriamente.
Encolerizei-me,
e na minha
cabeça de
menino veio
o pensamento
de que os
cientistas
não são
sábios, mas
de fato
ignorantes,
porque os
visíveis e
palpáveis
fenômenos
espíritas
acontecem e
os homens do
campo
científico
não
investigam
as causas!
No ano 1951
a sorte
guiou-me
para a
cidade de
Tallinn,
onde no ano
1955 me
graduei em
Eletromecânica
e, depois de
um ano de
serviço
militar
obrigatório,
trabalhei
muitos anos
como
engenheiro
elétrico.
Assim, a
primeira
resposta se
cumpriu, mas
e a
segunda...
se
concretizará?
Passaram-se
anos, e eu
não mais
experimentei
tão
extraordinário
fenômeno.
No ano de
1966, quando
trabalhava
no
Ministério
de
Agricultura,
vi com uma
colega um
belo cartão
postal em
língua
estranha,
que era o
Esperanto.
Passei a
estudar a
língua
neutra e a
participar
de encontros
de
esperantistas
dos países
bálticos. Em
1969 comecei
a organizar
um seminário
de uma
semana sobre
a proteção
da natureza,
intitulado
“Esperanto e
Natureza”.
Eles
aconteceram
por mais de
10 anos e
deles
participaram
esperantistas
amigos da
natureza de
toda a União
Soviética.
No ano de
1970, no
Clube
Esperantista
de Talinn,
as caras e
afáveis
irmãs
Svetlana e
Tatjana
Timahovitŝ
deram-me
O Livro dos
Espíritos,
de Allan
Kardec, em
Esperanto!
Lendo-o, me
vieram
lágrimas de
alegria,
porque
encontrei
nele a
verdade, da
qual eu
desde muito
tinha sede!
Fiz conhecer
O Livro dos
Espíritos
aos meus
parentes e
conhecidos,
interpretando
o texto. Em
breve,
alguém me
deu uma
versão
datilografada
em estoniano
do livro, o
qual era
redatilografado
e
distribuído
aos bons
conhecidos,
porque
oficialmente
essa
literatura
era
proibida. O
livro foi
primeiramente
traduzido do
Esperanto
pelo Sr.
Lipandi,
que, segundo
se diz,
depois disso
fugiu para o
Canadá.
O Livro dos
Espíritos
oficialmente
foi
publicado
pela editora
OÜ Nebadon
no ano 2001,
controlando
o texto
adequadamente
com o
original em
francês. Mas
no livro
estão
faltando
alguns
comentários
de Allan
Kardec, os
quais o
editor Sr.
Peep Sõber
achou
desnecessários.
A quantidade
editada de
1.000
exemplares
está
esgotada e o
editor
prometeu
reeditar o
livro se
alguém o
financiar,
pois ele diz
que não
consegue
vender a
edição se
custar caro
o exemplar.
O
Consolador:
Qual foi a
reação de
sua família
ante sua
adesão à
Doutrina
Espírita?
– Minha
esposa é
mórmon e
conseguiu
levar também
minha filha.
Mórmons têm
templos
especiais,
onde eles
fazem o
chamado
“trabalho do
templo”.
Minha esposa
e filha já
fizeram o
“trabalho do
templo” em
Estocolmo e
Helsinque. A
mim eles não
dão o
direito de
falar sobre
este
“trabalho”.
Doutrina
espírita e
reencarnação
não são
aceitas pela
minha
esposa.
Felizmente
moramos
separados,
mas nos
relacionamos
bem se eu me
silenciar
sobre
Espiritismo.
Eu no meu
credo do
AMOR não
tenho
segredos!
Espero que
minha cara
filha Stela
se liberte
da hipnose
mórmon!
Estudei o
Livro dos
Mórmons e
não
compreendo
como os
mórmons se
prendem a
ele. Stela é
esperantista,
e estuda
medicina na
Tartua
Universidade
Estatal, já
no terceiro
ano.
O
Consolador:
Dos três
aspectos do
Espiritismo
-
científico,
filosófico e
religioso -
qual é o que
mais o
atrai?
– Para mim,
Espiritismo
é a própria
vida,
portanto
tudo!
O
Consolador:
Que autores
espíritas
mais lhe
agradam?
– Esforço-me
para viver
no AMOR,
também o
Cristo vive
em nome do
AMOR. A mim,
agradam
igualmente
todos os
autores
espíritas
que
igualmente
vivem e
obram em
nome do
AMOR. Os
livros
espíritas
que são
traduzidos
para o
esperanto
são, pela
minha
experiência,
instrumentos
de instrução
de amor.
O
Consolador:
Que livros
espíritas
você
considera de
leitura
indispensável
aos
confrades
iniciantes?
– Em
verdade,
O Livro dos
Espíritos,
de Allan
Kardec, é
indispensável
para os
iniciantes.
Também
Agenda
Cristã
e
Nosso Lar,
de André
Luiz,
psicografados
por
Francisco
Candido
Xavier,
O Consolador,
de Emmanuel
etc. Na
Estônia nós
usamos
também um
livrinho
espírita,
intitulado
“A Vida em
Transe”,
recebido por
médiuns da
Estônia. Mas
além dos
livros eu
pessoalmente
desejo aos
iniciantes
instruir a
leitura de
suas
consciências,
onde o
Criador
“escreveu” o
pensamento
divino e a
qualidade de
sentimento
do AMOR,
nossas sedes
divinas, que
devemos
praticar em
nossa vida
diária!
Somente
através
disso
poderemos
harmonicamente
contactar
com os
elevados
Espíritos e
com Deus e
chegar a uma
pacífica e
alegre
harmonia.
O
Consolador:
Se você
fosse passar
alguns anos
num lugar
remoto, com
acesso
restrito às
atividades e
trabalhos
espíritas,
que livros
pertinentes
à Doutrina
Espírita
você
levaria?
– É difícil
dizer. Um
amigo meu,
padre
ortodoxo,
disse o
seguinte:
“Se falarmos
sobre Deus
então
fechemos a
Bíblia!” E
se morremos,
então não
levemos
Bíblia ou
outro
sagrado
livro para o
mundo
espiritual!
Eu gostaria
de ter mais
experiências
no AMOR e
não perder
tempo com
leitura. Eu
não sei qual
livro mais
ajudaria ter
experiência
com o Amor?
O espírita
consciente
nunca pode
estar
isolado,
porque a
fonte do
Amor, Deus,
está em toda
parte, junto
de nós e em
nós! Os
livros
espíritas
são para
acordar a
humanidade
para uma
compreensão
divina.
Quando o
homem,
estudando,
acordar em
sua
consciência
na direção
do Amor,
então deverá
seguir a
consciente
prática
desse
sentimento.
O
Consolador:
Como você vê
os chamados
passes ou a
imposição de
mãos na cura
das
enfermidades?
– Na
Estônia, de
diversas
maneiras se
tenta ajudar
a si ou ao
próximo. Eu
sei que o
que mais
importa é a
qualidade de
nosso
pensamento-energia
e por que
nós o
dirigimos. O
pensamento-energia
pode curar
ou adoecer!
A mão é
apenas o
instrumento
de ajuda do
pensamento.
O Criador
criou sutis
energias,
nas quais
vivemos,
para que
sejamos
sãos. Se o
homem está
consciente,
crê e
confia, que
o Amor-Fonte
envolve e
penetra-o,
então ele
está
protegido e
energizado.
O
Consolador:
Como você vê
a atual
discussão em
torno da
liberação da
prática do
aborto?
– O homem é
livre e
responsável
por suas
intenções e
ações, mas
os
espiritistas
deveriam ser
mais
conscientes,
porque a
evolução do
Espírito
humano
depende de
sua
colaboração
com o Mundo
Espiritual.
A encarnação
claramente
explica a
lei de causa
e efeito. A
ajuda mútua
mostra a
prática do
Amor, porque
isso para a
evolução é o
mais
importante.
O aborto
pode ser em
certos casos
necessário,
como na
hipótese em
que a
gravidez
ofereça
risco de
morte à
gestante.
O
Consolador:
A eutanásia,
como
sabemos, é
uma prática
que não tem
o apoio da
Doutrina
Espírita.
Kardec e
outros
autores,
como Joanna
de Ângelis,
já se
posicionaram
sobre esse
tema.
Surgiu, no
entanto,
ultimamente
a idéia da
ortotanásia,
defendida
até mesmo
por médicos
espíritas.
Qual é sua
opinião a
respeito?
– A
eutanásia de
longa
duração
acontece
sempre: pelo
fumo, pelo
álcool, pelo
excesso de
comida,
pelos
medicamentos
comerciais,
pelos
conservantes
nos
alimentos,
pelas más
conversas,
pela
depressão,
pelas drogas
etc.
Ortotanásia
é na minha
opinião a
forma mais
humana da
eutanásia,
se ela é de
livre
vontade e se
o indivíduo
está
espiritualmente
pronto para
desencarnar.
Na minha
consciência
eu não apóio
a eutanásia,
mas eu
seguiria
minha
consciência
em caso de
um
sofrimento
extremo?
O
Consolador:
Você tem
contacto com
o movimento
espírita no
Brasil? Se
sim, o
movimento
lhe agrada
ou falta
algo nele
que favoreça
uma melhor
divulgação
da Doutrina?
– Sim, eu
tenho
contato com
espíritas do
Brasil.
Graças a
isso eu me
fiz um
espírita
consciente.
Considero o
Brasil como
modelo para
todo o
mundo. Os
homens
conscientes
no mundo
precisam da
Doutrina
Espírita
para
desembaraçarem-se
da
selvageria e
do desumano
estado em
que se
encontra a
humanidade.
Li na
revista “LA
ONDO” que o
programa de
radio
Evangelio-Spiritismo-Esperanto
já completou
30 anos.
Também o
programa
espírita de
televisão
produzido no
Brasil é, ao
que me
parece, o
primeiro no
mundo! Muito
me alegro
por esses
sucessos, o
que também
ajuda a
difundir o
Espiritismo
na Estônia e
no mundo. Na
modesta
biblioteca
de nosso
Centro
Espírita
AMOR se
encontram
cerca de 30
títulos de
livros
espíritas em
Esperanto,
os quais
recebemos na
maior parte
do Brasil!
Um grande
muito
obrigado!
Vossas
emissões
pelo rádio e
televisão
são em
português ou
espanhol.
Compreendo
apenas
Estoniano,
Russo e
Esperanto.
Portanto,
espero muito
a mensagem
em
Esperanto.
O
Consolador:
Como vai o
movimento
espírita na
Estônia?
– Na Estônia
existem
muitos
espíritas
por si
mesmos,
porém eles
não se
preocupam
em
colaborar.
Existem até
revistas
espiritualistas,
mas conforme
a Doutrina
Espírita
codificada
por Allan
Kardec
funciona
apenas o
Centro
Espírita
AMOR em Võsu,
o único na
Estônia. Na
internet eu
consegui
fazer a
página
www.spiritism.ee
em
estoniano.
Nela
alistaram-se
cerca de 60
pessoas. Mas
acredito que
para
difundir a
Doutrina
deveríamos
demonstrar o
contacto
prático com
o Mundo
Espiritual e
ao mesmo
tempo
esclarecer a
realidade.
Somente
palavras e
palestras
não
convencem.
O
Consolador:
Como você vê
o nível da
criminalidade
e da
violência
que parece
aumentar em
todo o mundo
e como nós,
espíritas,
podemos
cooperar
para que
essa
situação
seja
revertida?
– É difícil
mudar a
compreensão
dos homens,
que estão
sob a
influência
do
primitivismo,
dos
costumes,
tradições,
instruções
equivocadas
e medo. Os
homens não
são capazes
por si
mesmos de
pensar mais
alto, ver e
chegar a uma
conclusão! A
situação
parece ser
quase
desesperadora.
A violência
sem Deus,
hipocritamente
cruel e
sagaz, que
rege o
mundo,
chegou com
suas ações à
agonia e
tudo faz
para
atemorizar a
humanidade
pelas
guerras,
terrorismo,
catástrofes,
doenças e
morte. O
mundo é
guiado por
dirigentes
desumanos. O
papel de
guias é
desempenhado
por
interesseiros,
não por
iluministas.
Eles
controlam as
riquezas,
armas,
bancos e têm
poder graças
à
ingenuidade
dos homens,
que não
podem por si
mesmos
compreender
a situação.
O “poder” é
buscado
mediante a
força pelo
Estado
através
de
uma
humanidade
atemorizada.
Parece que
os homens
precisam
ainda de
mais
sofrimentos
para
conhecer o
verdadeiro
inimigo –
sua
ignorância!
Os espíritas
deveriam
unir-se mais
e praticar o
Amor e o
poder de
compreensão,
primeiramente
entre nós
mesmos para
dar exemplo
aos demais.
Na Estônia
lançamos um
manifesto
para mudar o
programa de
ensino. Mas
como? Eu
propus aos
ativistas
introduzir
no programa
de ensino,
toda semana,
uma aula de
uma hora
sobre
conversação
espiritual
livre em
todas as
escolas, em
todas as
classes.
Deveríamos
assim
raciocinar:
Quem somos
nós? O
pensamento é
material?
Qual o
sentido da
vida? O que
é o sonho? O
que é a
consciência
e onde ela
se situa? O
que é a
morte? O que
é o Amor?
Existe
espírito, e
onde ele
está? O que
é espírito?
O que é
alma? Deus
existe? E
assim por
diante. Tais
conversas
espirituais
necessitam
de sábios e
amigos
professores.
Parece que
apenas os
espíritas
seriam
capazes de
dirigir tais
conversações
e esclarecer
a realidade?
Segue-se que
os espíritas
devem buscar
a perfeição
para mais
servirem no
Amor.
O Consolador:
Em face dos
problemas
que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve
ser a
prioridade
máxima dos
que dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
mundo?
– A
prioridade
superior do
espiritista,
agora e
sempre, é
disciplinar
seu
pensamento,
sentimentos
e ações na
qualidade do
AMOR. Isso
é: fé no
Criador,
abertura ao
AMOR
universal,
vontade de
compreender,
vontade de
aprender,
esperança,
justiça,
sinceridade,
santidade,
humildade,
agradecimento,
boa vontade,
alegria,
disposição
de servir e
ajudar,
perdão,
pedir perdão,
compaixão,
indulgência,
dedicação,
pureza,
busca do
belo,
autodomínio,
paciência,
labor
efetivo, fé,
responsabilidade,
esquecimento
do mal,
tolerância,
bondade. O
homem não é
um pecador,
mas
essencialmente
uma criança
no amor,
porque o
criou a
fonte de
amor, Deus.
Eis nosso
caminho de
evolução!
Assim o
sentido da
vida é a
vida
divinizada
em si mesmo. |