Mundos transitórios
Apresentamos nesta
edição o tema no
28 do Estudo
Sistematizado da
Doutrina Espírita,
que está sendo aqui
apresentado
semanalmente, de acordo
com programa elaborado
pela Federação Espírita
Brasileira, estruturado
em seis módulos e 147
temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente
antes da leitura do
texto que a elas se
segue. Se destinado
somente a uso por parte
do leitor, pedimos que o
interessado tente
inicialmente responder
às questões e só depois
leia o texto referido.
As respostas
correspondentes às
questões apresentadas
encontram-se no final da
lição.
Questões para debate
1. Que são mundos
transitórios e a que se
destinam?
2. A crosta da Terra é
rodeada de regiões ou
esferas espirituais?
3. Regiões espirituais e
mundos transitórios são
expressões equivalentes?
4. Emmanuel atribui à
palavra “moradas”
mencionada no Evangelho
três conceitos
diferentes. Quais são
eles?
5. Quantas e quais são
as regiões espirituais
circunvizinhas à Crosta
terrena?
Texto para leitura
Finalidade dos mundos
transitórios
1. Mundos transitórios
são mundos destinados
particularmente aos
seres errantes, mundos
que lhes podem servir de
habitação temporária,
espécies de campos onde
descansam de uma longa
erraticidade, estado
esse sempre um tanto
penoso. São, entre os
outros mundos, posições
intermediárias graduadas
de acordo com a natureza
dos Espíritos que a elas
podem ter acesso e onde
gozam de maior ou menor
bem-estar.
2. Os mundos
transitórios não se
prestam à encarnação de
seres corpóreos, porque
estéril é neles a
superfície e os que os
habitam de nada
precisam. Essa
esterilidade é, contudo,
transitória. A Terra,
por exemplo, já foi um
mundo transitório
“durante a sua
formação”. Hoje é um
planeta de expiação e
provas, prestando-se,
portanto, à encarnação e
reencarnação de
Espíritos necessitados
de passar pelas
vicissitudes que o
planeta oferece.
Regiões ou esferas
espirituais
3. Vizinhas à Crosta da
Terra, no plano
extrafísico, existem
regiões ou esferas
espirituais de
diferentes graus
evolutivos,
caracterizando-se desde
simples postos a
verdadeiras cidades
espirituais. Essas
regiões se dividem
gradativamente em
lugares de sofrimento e
ignorância até aqueles
onde o Espírito, em
estado de maior
entendimento, é feliz.
Considerando a
penitência em sua feição
expiatória, existem
numerosos lugares de
provações na esfera para
nós invisível,
destinados à regeneração
e preparo de entidades
perversas ou renitentes
no crime, a fim de
conhecerem as primeiras
manifestações do remorso
e do arrependimento,
etapas iniciais da obra
de redenção. Estas fazem
parte das chamadas zonas
inferiores.
4. A série "Nosso Lar"
nos esclarece a respeito
dessas diversas regiões
espirituais. Na obra
“Libertação”, cap. 4 ,
há referência a uma
cidade situada “no vasto
domínio das trevas",
limítrofe com a Terra,
assim descrita por André
Luiz: ''A claridade
solar jazia
diferenciada. Fumo
cinzento cobria o céu em
toda a sua extensão. A
volitação fácil se
fizera impossível. A
vegetação exibia aspecto
sinistro e angustiado.
As árvores não se
vestiam de folhagem
farta e os galhos, quase
secos, davam a idéia de
braços erguidos em
súplicas dolorosas. Aves
agoureiras, de grande
tamanho, de uma espécie
que pode ser situada
entre os Corvídeos,
crocitavam em surdina,
semelhando-se a pequenos
monstros alados espiando
presas ocultas. O que
mais contristava, porém,
não era o quadro
desolador, mais ou menos
semelhante a outros de
meu conhecimento, e,
sim, os apelos cortantes
que provinham dos
charcos. Gemidos
tipicamente humanos eram
pronunciados em todos os
tons”.
5. No livro "Voltei", de
Irmão Jacob, o autor nos
fala de uma colônia
espiritual situada em
esferas mais elevadas:
"A estrada que
percorríamos
marginava-se de flores,
algumas delas como que
talhadas em radiosa
substância, o que
convertia a paisagem
numa cópia do
firmamento. Árvores
próximas pareciam
cobertas de estrelas. A
que país, afinal, fora
eu arrebatado pela
morte? Teria subido a
Terra ao Céu ou teria o
Céu baixado para a
Terra? Vi desdobrar-se
ante meus olhos
enlevados a paisagem
florida e brilhante de
um burgo feliz.
Atravessávamos extensas
e formosas avenidas
marginadas por vegetação
caprichosa e linda,
quando tive o
contentamento de ver
alguns pássaros marcados
por peregrina beleza.
Cantavam estáticos,
glorificando a
Divindade”.
Kardec e os mundos
transitórios
6. Seriam os mundos
transitórios, de que os
Espíritos Superiores
falaram a Kardec, essas
mesmas colônias ou
regiões espirituais que
André Luiz descreve?
Evidente que tais locais
são destinados aos
Espíritos desencarnados,
ainda necessitados de
reencarnações (portanto,
Espíritos errantes), e
intimamente ligados ao
nosso planeta pelas
ações cometidas no
pretérito. O fato de os
Espíritos que fizeram
“O Livro dos Espíritos"
terem afirmado que a
Terra foi um mundo
transitório na sua
formação planetária
levou Kardec a dizer:
"Assim, durante a
dilatada sucessão dos
séculos que passaram
antes do aparecimento do
homem na Terra durante
os lentos períodos de
transição que as camadas
geológicas atestam,
antes mesmo da formação
dos primeiros seres
orgânicos, naquela massa
informe, naquele árido
caos, onde os elementos
se achavam em confusão,
não havia ausência de
vida. Seres isentos das
nossas necessidades, das
nossas sensações
físicas, lá encontravam
refúgio. Quis Deus que,
mesmo assim, ainda
imperfeita, a Terra
servisse para alguma
coisa. Quem ousaria
afirmar que, entre os
milhares de mundo que
giram na imensidade, um
só, um dos menores,
perdido no seio da
multidão infinita deles,
goza do privilégio
exclusivo de ser
povoado? Qual então a
utilidade dos demais?
Tê-los-ia Deus feito
unicamente para nos
recrearem a vista?
Suposição absurda,
incompatível com a
sabedoria que esplende
em todas as suas obras e
inadmissível desde que
ponderemos na existência
de todos os que não
podemos perceber”.
7. Segundo Emmanuel,
podemos conceituar de
três maneiras, para
efeito de estudo, a
palavra “moradas”
mencionada no Evangelho
de Jesus:
a) Os mundos que formam
o Universo, onde outras
humanidades realizam a
marcha evolutiva.
b) As diversas zonas
espirituais superiores
ou inferiores, além das
fronteiras físicas, onde
a vida palpita com a
mesma intensidade das
metrópoles humanas.
c) Os vários
departamentos da mente,
onde se demoram
pensamentos e reações,
dramas e tragédias,
anseios e realidades do
Espírito.
8. Ninguém poderá
imaginar quantos mundos
habitados realmente
existem, mas nenhum
espírita põe em dúvida
que inúmeras humanidades
vivem nesses mundos,
felizes, uns, infelizes,
outros. Os departamentos
da mente são outras
tantas “moradas
individuais”, como
repositório das
realizações mais ou
menos felizes das
inteligências encarnadas
ou desencarnadas.
Comunidades redimidas
9. No que toca às
diversas regiões
espirituais, sabemos que
comunidades redimidas
habitam zonas mais
elevadas da
espiritualidade, às
quais obreiros dedicados
são periodicamente
conduzidos em processo
estimulante do esforço
pessoal. Em faixas
vibratórias mais ligadas
à Terra, estacionam,
temporariamente, almas
ainda vinculadas às
sensações e problemas da
vida física, uma vez que
o peso específico de
suas organizações
perispirituais apresenta
certa densidade que não
lhes permite as grandes
ascensões.
10. Esses mundos, como o
nome indica, não teriam
a superfície física
eternamente estéril.
Como tudo no Universo
evolui, eles e os
Espíritos são submetidos
à lei do progresso. Os
Espíritos que se
encontram nesses mundos
podem deixá-los, a fim
de irem para onde devam
ir. Figuremo-los como
bandos de aves que
pousam numa ilha, para
aí aguardarem que se
lhes refaçam as forças,
a fim de seguirem seu
destino.
11. Concluindo, diremos
que os mundos
transitórios
possivelmente fazem
parte dos corpos
celestes, espalhados
pelo Universo, podendo
ser um planeta, um
satélite ou algo
similar. Já regiões
espirituais, também
denominadas zonas,
colônias ou esferas,
correspondem às
coletividades
desencarnadas existentes
nos planos dos Espíritos
e vinculadas a esse ou
àquele planeta. O campo
magnético da Terra
seria, por exemplo,
dividido em sete
esferas: 1 – o Umbral
“grosso”; 2 – o Umbral
médio; 3 – o Umbral
superior, onde se
localiza “Nosso Lar”; 4
– região da arte, da
cultura e da ciência; 5
- região do amor
fraterno universal; 6 –
diretrizes do planeta; 7
– abóbada estelar (veja
Cidade no Além,
cap. IV).
Respostas às questões
propostas
1. Que são mundos
transitórios e a que se
destinam?
R.: Mundos transitórios
são mundos destinados
particularmente aos
seres errantes, mundos
que lhes podem servir de
habitação temporária,
espécies de campos onde
descansam de uma longa
erraticidade, estado
esse sempre um tanto
penoso.
2. A crosta da Terra é
rodeada de regiões ou
esferas espirituais?
R.: Sim. Vizinhas à
crosta terrestre, no
plano extrafísico,
existem regiões ou
esferas espirituais de
diferentes graus
evolutivos,
caracterizando-se desde
simples postos a
verdadeiras cidades
espirituais. Essas
regiões se dividem
gradativamente em
lugares de sofrimento e
ignorância até aqueles
onde o Espírito, em
estado de maior
entendimento, é feliz.
3. Regiões espirituais e
mundos transitórios são
expressões equivalentes?
R.: Não. Os mundos
transitórios fazem parte
dos corpos celestes,
espalhados pelo
Universo, podendo ser um
planeta, um satélite ou
algo similar. Já as
regiões espirituais,
também denominadas
zonas, colônias ou
esferas, correspondem às
coletividades
desencarnadas existentes
nos planos dos Espíritos
e vinculadas a esse ou
àquele planeta.
4. Emmanuel atribui à
palavra “moradas”
mencionada no Evangelho
três conceitos
diferentes. Quais são
eles?
R.: 1.º - Os mundos que
formam o Universo, onde
outras humanidades
realizam a marcha
evolutiva. 2.º - As
diversas zonas
espirituais superiores
ou inferiores, além das
fronteiras físicas, onde
a vida palpita com a
mesma intensidade das
metrópoles humanas. 3.º
- Os vários
departamentos da mente,
onde se demoram
pensamentos e reações,
dramas e tragédias,
anseios e realidades do
Espírito.
5. Quantas e quais são
as regiões espirituais
circunvizinhas à Crosta
terrena?
R.: De acordo com o
livro Cidade no
Além, cap. IV,
de Heigorina Cunha, o
campo magnético da Terra
seria dividido em sete
esferas: 1 – o Umbral
“grosso”; 2 – o Umbral
médio; 3 – o Umbral
superior, onde se
localiza “Nosso Lar”; 4
– região da arte, da
cultura e da ciência; 5
- região do amor
fraterno universal; 6 –
diretrizes do planeta; 7
– abóbada estelar.
Bibliografia:
O Livro
dos Espíritos,
de Allan Kardec, itens
234 a 236.
Libertação,
de André Luiz,
psicografado por Chico
Xavier, págs. 52 e 53.
O Consolador,
de Emmanuel,
psicografado por Chico
Xavier, pergunta 244.
Voltei,
de Irmão Jacob,
psicografado por Chico
Xavier, págs. 82, 83,
102 e 103.
No Mundo Maior,
de André Luiz,
psicografado por Chico
Xavier, pág. 15.
O Pensamento de Emmanuel,
de Martins Peralva,
págs. 23 a 27.
Cidade no Além,
de Heigorina Cunha,
págs.68, 69 e 80.