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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 28 - 26 de Outubro de 2007

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Missionários da Luz
André Luiz
(4a Parte)

Continuamos nesta edição o estudo da obra Missionários da Luz,  de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Que efeito a prece e o pensamento edificante produzem no ambiente?

R.: A prece, a meditação elevada, o pensamento edificante refundem a atmosfera, purificando-a. O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum longe está de imaginar. (Missionários da Luz, cap. 5, págs. 46 e 47.)

B. Que é preciso fazer antes de buscar o desenvolvimento da mediunidade?

R.: Antes de enfrentar os inimigos, filhos da ignorância, devemos armar o coração com a luz do amor e da sabedoria. É preciso primeiramente procurar a elevação de nossas idéias e sentimentos para, depois disso, buscar o desenvolvimento da mediunidade. (Obra citada, cap. 5, págs. 51 a 55.)

C. O fenômeno intuitivo é comum a todas as criaturas?

R.: Sim. Desencarnados e encarnados, em todos os setores da atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de idéias. Cada mente é um mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que se lhe assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realizações. O fenômeno intuitivo, com maior ou menor intensidade, é comum a todas as criaturas. Segundo o instrutor Alexandre, é perfeitamente possível às criaturas prepararem-se para receberem a influenciação espiritual superior. Todas as almas retas podem comungar perfeitamente com os mensageiros divinos e receber-lhes os programas de trabalho e iluminação. Não existem privilegiados na Criação. Há, sim, os trabalhadores fiéis, compensados com justiça, seja onde for. (Obra citada, cap. 5, págs. 56 a 59.)

D. Qual é o antídoto mais poderoso contra o vampirismo?

R.: O antídoto mais poderoso contra o vampirismo é a prece. O santuário doméstico que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais, no qual o vampirismo não prospera. (Obra citada, cap. 6, págs. 60 a 66.) 

Texto para leitura

21. Efeito da prece - A diferença do ambiente dentro e fora da Casa espírita era notória. A atmosfera interior impregnava-se de elementos balsâmicos, regeneradores. Fora, o ar pesava, o oxigênio parecia tocado de magnetismo menos agradável. André Luiz compreendeu uma vez mais a sublimidade da oração e do serviço da Espiritualidade superior, na intimidade das criaturas. A prece, a meditação elevada, o pensamento edificante refundem a atmosfera, purificando-a. O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum longe está de imaginar. A rua, entretanto, é repositório de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de variada procedência, em vista de a maioria dos transeuntes lançar em circulação, sem cessar, colônias imensas de micróbios diversos e de maus pensamentos de toda ordem. Muitos agrupamentos de entidades infelizes e inquietas postavam-se nas cercanias do Centro. Eram os companheiros dos participantes da reunião que terminara pouco antes. Nas reuniões públicas eles podem comparecer, mas nas privativas, não, porque era preciso socorrer ali os amigos, para que o vampirismo de que são vítimas fosse atenuado em seus efeitos prejudiciais. (Cap. 5, págs. 46 e 47)

22. Nos braços das entidades - André Luiz observou como diversas pessoas, ao saírem da reunião espírita, voltavam instintivamente aos braços das entidades ignorantes que as exploram. Nas conversas, muitas promessas e votos de serviço. Ao primeiro embate com as necessidades reais do trabalho, reduzido número permanece fiel à própria consciência. Nas horas calmas, grandes louvores. Nos momentos difíceis, disfarçadas deserções, a pretexto da incompreensão alheia. Prometem excessivamente com as palavras; todavia, operam pouco no campo dos sentimentos, de modo que, comumente, voltam cada semana ao núcleo de preces nas mesmas condições da semana anterior, requisitando conforto e auxílio externo. Cada hábito menos digno, adquirido pela alma no curso incessante dos séculos, funciona qual entidade viva, no universo de sentimentos de cada um, compelindo-nos às regiões perturbadas e oferecendo elementos de ligação com os infelizes que se encontram em nível inferior. André descreve então pequeno grupo – mãe e dois filhos – que volta ao lar, finda a reunião mediúnica. Três entidades de sombrio aspecto acercaram-se do trio em causa. Uma delas encostou-se à senhora e de pronto sua fronte se tornou opaca, estranhamente obscura. Era seu ex-esposo, bastante perturbado, que continuava vinculado ao ambiente doméstico. O discurso da mulher mudou radicalmente; começaram as queixas e as lamúrias. Nesse momento, as duas outras entidades agarraram-se comodamente aos braços do rapaz, embaciando-se-lhe a claridade mental. (Cap. 5, págs. 47 a 51)

23. O auxílio de Alexandre - O rapaz relata ser vítima dos maus pensamentos. Apesar de casado há menos de oito meses, tem o coração repleto, por vezes, de tentações descabidas. Sua irmã sugere que ele deve estar sob a influência de entidades menos esclarecidas e ele, concordando com o que ela disse, explica que é por isso que vem tentando o desenvolvimento da mediunidade, para localizar a causa de semelhante situação. Alexandre, com o intuito de ajudá-los, colocou a destra na fronte da menina, mantendo-a sob vigoroso influxo magnético e transmitindo-lhe suas idéias generosas. A mão do instrutor expedia luminosas chispas somente perceptíveis para André Luiz. E, sob sua influência, a jovem disse que nesse caso o desenvolvimento mediúnico deveria ser a última solução, porque antes de enfrentar os inimigos, filhos da ignorância, devemos armar o coração com a luz do amor e da sabedoria. É preciso primeiramente procurar a elevação de nossas idéias e sentimentos. Mãe e filho ficaram contrariados com semelhantes idéias, porque elas os desconcertavam. A mãe chegou a desautorizar a menina, dizendo que ela não tinha bastante idade para opinar nesse assunto e que, quando passasse pelos problemas que eles enfrentavam, veria então como é difícil manter a paz e a luz no coração. Alexandre, referindo-se ao rapaz, explicou nesse momento que o rapaz, de leviandade em leviandade, criou fortes laços com certas entidades ainda atoladas no pântano de sensações do meretrício, das quais se destacavam as duas criaturas que naquele instante a ele se agarravam, quase que integralmente sintonizadas com o seu campo de magnetismo pessoal. (Cap. 5, págs. 51 a 54)

24. Como libertar-se do vampirismo - O instrutor Alexandre explica que, para libertar-se dessas influências, quem deverá romper as algemas são eles mesmos, os enfermos.  Embora procurem atualmente os elementos de libertação, mãe e filho, e respectivos comparsas, ainda se alimentam uns aos outros, no terreno das sensações sutis, imponderáveis para quem não lhes possa sondar o mecanismo íntimo. Se de fato eles cultivassem a resolução positiva, transformariam suas forças pessoais, tornando-as determinantes no domínio da ação regeneradora. Esperam, porém, por milagres inadmissíveis e renunciam às energias próprias, únicas alavancas da realização. Mesmo que os vampiros inconscientes fossem retirados à força, os interessados forçariam, por sua vez, a volta deles. Certa vez, beneficiados de modo indireto, aquela irmã declarou-se demasiadamente saudosa do companheiro desencarnado que a explora e o rapaz afirmou, intimamente, sentir-se menos homem, levando a humildade à conta de covardia e tomando o desapego aos impulsos inferiores por tédio destruidor. Tanto expediram reclamações mentais que as suas atividades interiores constituíram verdadeiras evocações e, de novo, agregaram-se-lhes os companheiros infelizes. Satisfazendo-se mutuamente na permuta contínua das emoções e impressões mais íntimas, vivem quase sempre imantados uns aos outros. Verifica-se, portanto, que a solução exige tempo e tolerância fraternal. Se ainda não avançaram, todos eles, no terreno da espiritualização elevada, isto só se dá em virtude da fraqueza e da ignorância a que vivem escravizados voluntariamente. Colhem o que semeiam. (Cap. 5, págs. 54 e 55)

25. Espiritismo: escola de preparação - Como as lamentações de mãe e filho continuavam, Alexandre colocou novamente a destra sobre a fronte da jovem, que lhe traduziu o pensamento dizendo aos demais concordar que o Espiritismo é nosso manancial de consolo, mas é também bendita escola de preparação. Se permanecermos arraigados às exigências de conforto, talvez venhamos a olvidar as obrigações do trabalho. Os instrutores da verdade espiritual desejam, antes de tudo, a nossa renovação íntima, para a vida superior. Se apenas buscarmos consolação, sem adquirirmos fortaleza, não passaremos de crianças espirituais. Naturalmente, os benfeitores do Além não nos querem como eternos necessitados da casa de Deus, mas, sim, como companheiros dos gloriosos serviços do bem, tão generosos, fortes, sábios e felizes quanto eles já o são. Não se pode compreender Cristianismo sem a nossa integração prática nos exemplos do Cristo. Como André Luiz estivesse surpreso com a facilidade da jovem em captar as idéias do instrutor, Alexandre explicou-lhe que ali ocorria um trabalho simples de transmissão mental. Desencarnados e encarnados, em todos os setores da atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de idéias. Cada mente é um mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que se lhe assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realizações. Tratava-se, pois, de um fenômeno intuitivo, que, com maior ou menor intensidade, é comum a todas as criaturas. Aquela jovem, nos seus dezesseis anos de idade, conservava ainda o seu vaso orgânico na mesma pureza com que o recebeu dos benfeitores que lhe prepararam a presente reencarnação. Não tendo sido conduzida ainda ao plano de emoções mais fortes, suas possibilidades de recepção, no domínio intuitivo, conservavam-se claras e maleáveis. (Cap. 5, págs. 56 a 58)

26. Intercâmbio geral - Após explicar as razões da capacidade intuitiva da jovem, Alexandre esclareceu que é perfeitamente possível às criaturas prepararem-se para receberem a influenciação espiritual superior. Todas as almas retas, disse o instrutor, podem comungar perfeitamente com os mensageiros divinos e receber-lhes os programas de trabalho e iluminação, independentemente da técnica do mediunismo que presentemente se desenvolve no mundo. Não existem privilegiados na Criação. Há, sim, os trabalhadores fiéis, compensados com justiça, seja onde for. (Cap. 5, págs. 58 e 59)

27. Impotência da medicina humana - Diante do enfermo jugulado pelas duas formas escuras, André Luiz destacou a impotência dos métodos terapêuticos convencionais na cura daquele rapaz. Sua diagnose era diferente; escapava ao seu conhecimento dos sintomas e aos seus antigos métodos de curar. No entanto, aquele era um paciente em condições muito graves. Viam-se-lhe os parasitos escuros e a desesperação íntima em face do assédio incessante. Alexandre explicou-lhe então que as manifestações do vampirismo não se circunscrevem ao ambiente dos encarnados. Quase que a totalidade dos sofrimentos nas zonas inferiores deve a ele sua dolorosa origem. Criaturas desviadas da verdade e do bem, nos longos caminhos evolutivos, reúnem-se umas às outras, para a continuidade das permutas magnéticas de baixa classe. Criminosos diversos, fracos de vontade, aleijados do caráter, doentes voluntários, teimosos e recalcitrantes integram comunidades de sofredores e penitentes do mesmo padrão, arrastando-se pesadamente nas regiões invisíveis ao olhar humano. Todos eles segregam forças detestáveis e criam formas horripilantes, porque toda matéria mental está revestida de força plasmadora e exteriorizante. Em face disso, compreendendo a extensão dos ascendentes morais em todos os acontecimentos da vida, percebe-se que o campo médico é muito maior depois da morte do corpo. Há, assim, diversos processos saneadores e curativos de natureza exterior, utilizados no combate ao vampirismo; mas, examinando o assunto na essência, somos compelidos a entender que cada filho de Deus deve ser o médico de si mesmo e, até à plena aceitação dessa verdade, a criatura estará sujeita a incessantes desequilíbrios. (Cap. 6, págs. 60 a 63)

28. O antídoto mais poderoso - Quando o rapaz chegou à sua casa, André observou que as entidades infelizes mostravam-se contrafeitas. Alguma coisa as impedia de penetrar no recinto do lar. Este estava protegido por fronteiras vibratórias criadas pela prece. Era Cecília, esposa do jovem atormentado, quem cultivava o hábito da oração fervorosa e reta. O lar – explicou-lhe Alexandre – não é somente moradia de corpos, mas sobretudo a residência das almas. O santuário doméstico que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados, converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais. De fato, a tranqüilidade interior era grande e confortadora. Em cada ângulo das paredes e em cada objeto isolado havia vibrações de paz inalterável. Quando o jovem penetrou seu quarto para recolher-se, Alexandre bateu à porta, de leve, como se estivesse ante um santuário que não deveria ser devassado sem religioso respeito. Uma senhora muito jovem, desligada do corpo físico, em momento de sono, veio atender e saudou o instrutor afetuosamente, agradecendo a sua presença. O leito conjugal rodeava-se de intensa luminosidade. Cecília, desligada do corpo, sentou-se à cabeceira e, no mesmo instante, o rapaz descansou a cabeça em seu regaço espiritual. Acariciando-lhe os cabelos, a esposa elevou os olhos ao Alto e fez fervorosa prece. Luzes sublimes cercavam-na toda. Seu coração se transformara num foco ardente de luz, do qual saíam inúmeras partículas resplandecentes, projetando-se sobre o corpo e sobre a alma do esposo, com a velocidade de minúsculos raios. Os corpúsculos radiosos penetravam-lhe o seu organismo em todas as direções e, particularmente, na zona do sexo, destruindo as pequenas formas escuras e horripilantes do vampirismo devorador. Os elementos mortíferos, porém, não ficaram inativos. Lutavam, desesperados, com os agentes da luz. O rapaz, finda a prece, parecia estar num oásis de paz. (Cap. 6, págs. 63 a 66). (Continua no próximo número.)


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita