A. O que é preciso para
que um Espírito se
comunique?
Para que um Espírito se
comunique, é preciso que
lhe convenha fazê-lo,
que sua posição ou suas
ocupações o permitam,
que encontre no médium
um instrumento
apropriado à sua
natureza. (O que é o
Espiritismo, capítulo I,
Segundo Diálogo, págs.
96 e 104.)
B. Por que os Espíritos
não são todos igualmente
perfeitos?
Os Espíritos não são
indivíduos perfeitos
porque, em verdade, são
apenas as almas dos
homens que
desencarnaram, os quais,
como sabemos, não
atingiram ainda a
perfeição. O progresso
espiritual faz-se
gradualmente e algumas
vezes com muita
lentidão. Existem, por
isso, Espíritos de todos
os graus de inteligência
e moralidade. (Obra
citada, capítulo I,
Segundo Diálogo, págs.
106 e 107.)
C. Qual a utilidade
prática do Espiritismo?
Tudo o que ajuda a
erguer uma ponta do véu
que nos envolve,
concorre para o
desenvolvimento da
inteligência, alarga o
círculo das idéias e
faz-nos compreender
melhor as leis da
Natureza. O mundo dos
Espíritos existe em
virtude de uma dessas
leis e o Espiritismo nos
faz conhecê-lo e nos
mostra a influência que
ele exerce sobre o mundo
visível. Além disso, é a
prova patente da
existência da alma, de
sua individualidade
depois da morte, de sua
imortalidade, de sua
sorte futura. É,
portanto, a destruição
do materialismo, não
somente pelo raciocínio,
mas por fatos. Assim
como a astronomia
destronou os astrólogos,
o Espiritismo veio
destronar os adivinhos,
os feiticeiros e os que
lêem a buena-dicha.
(Obra citada,
capítulo I, Segundo
Diálogo, págs. 109 a
111.)
D. As idéias espíritas
podem causar perturbação
das faculdades mentais?
Evidentemente que não, e
a experiência o
comprova. Bem
compreendido, o
Espiritismo é, ao
contrário, um
preservativo contra a
loucura e o suicídio,
porque o verdadeiro
espírita vê as coisas
deste mundo de um ponto
de vista tão elevado,
que as tribulações da
vida são para ele como
incidentes desagradáveis
de uma viagem. Aquilo
que em outro indivíduo
qualquer pode produzir
violenta comoção, afeta
o espírita de maneira
diferente, porque ele
sabe quais são os
objetivos das
vicissitudes e dos
dissabores da vida.
(Obra citada, capítulo
I, Segundo Diálogo,
págs. 111 a 113.)
Texto para leitura
67. As afinidades
fluídicas, princípio do
qual dimanam as
faculdades mediúnicas,
são individuais e não
gerais, podendo existir
entre o médium e
determinado Espírito, e
não existir em relação a
outro. Sem essas
afinidades, cujas
variantes são múltiplas,
as comunicações são
incompletas, falsas ou
impossíveis. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
103.)
68. Na maioria das
vezes, a assimilação
fluídica entre o
Espírito e o médium só
se estabelece depois de
algum tempo, sendo muito
raro acontecer de modo
completo desde a
primeira vez. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
103.)
69. A mediunidade é
subordinada a leis, de
alguma sorte orgânicas,
a que o médium está
sujeito. Se, pois,
repelimos a exploração
da mediunidade, não é
por capricho, nem por
sistema, mas porque os
princípios que regem
nossas relações com o
mundo invisível se opõem
à regularidade e
precisão necessárias
naquele que se põe à
disposição do público.
Nem todos os médiuns
interesseiros são
charlatães, mas a
ambição do ganho impele
ao charlatanismo e
autoriza a suspeita de
velhacaria. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
103.)
70. Em todos os tempos
houve médiuns naturais e
inconscientes que foram
qualificados de
feiticeiros e acusados
de pactuarem com o
diabo. Mas há uma
diferença evidente entre
os verdadeiros médiuns e
os chamados feiticeiros.
O Espiritismo despojou a
feitiçaria de seu
pretenso poder
sobrenatural e de suas
fórmulas e amuletos,
mostrando que o fenômeno
mediúnico está
subordinado a leis
naturais e que ninguém
tem o poder de
constranger os Espíritos
a atender ao seu
chamado. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
104.)
71. As imperfeições
morais do homem
pertencem ao Espírito e
não ao corpo. É um erro
acreditar que os
Espíritos, deixando o
corpo material, recebem
logo a luz da verdade.
Seu progresso faz-se
gradualmente e, algumas
vezes, com muita
lentidão. É, assim, um
princípio elementar do
Espiritismo que existem
Espíritos de todos os
graus de inteligência e
moralidade. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
106.)
72. Se a conversação com
os Espíritos servisse
apenas para dar-nos a
prova de sua existência,
só isso já seria de
grande utilidade para
quantos ainda duvidam
que tenham uma alma e
ignoram o que será deles
depois da morte. Mas as
comunicações deram-nos
mais: fizeram-nos
conhecer o verdadeiro
estado do mundo
espiritual, que a todos
nós interessa muito,
pois que todos temos que
ir para lá um dia. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pp.
107 e 108.)
73. Os Espíritos não
estão encarregados de
trazer-nos a ciência já
feita; isso seria,
aliás, muito cômodo.
Deus quer que
trabalhemos, que o nosso
pensamento se exercite,
e só por esse preço
adquiriremos a ciência.
Os Espíritos não vêm
libertar-nos dessa
necessidade. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
108.)
74. Os Espíritos também
não são leitores da
buena-dicha. O
Espiritismo é uma
ciência de observação, e
não uma arte de
adivinhar e especular.
Não o estudamos para
tirar dele qualquer
vantagem material. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pág.
109.)
75. Não há Espírito
algum cujo estudo não
nos traga alguma
utilidade. Alguma coisa
aprendemos sempre com
todos eles. Quanto aos
Espíritos esclarecidos,
esses nos ensinam muito,
porém sempre nos limites
do possível. Nunca
devemos perguntar-lhes o
que eles não podem ou
não devem revelar;
querer ir além é
sujeitar-nos às
manifestações dos
Espíritos frívolos,
dispostos sempre a falar
de tudo. (Cap. I,
Segundo Diálogo, pág.
109.)
76. Não se pode
confundir a loucura
patológica com a
obsessão. Esta não
provém de lesão alguma
cerebral, mas da
subjugação que Espíritos
malévolos exercem sobre
certos indivíduos e que,
muitas vezes, têm as
aparências da loucura
propriamente dita. (Cap.
I, Segundo Diálogo, pp.
113 e 114.)
77. A obsessão é
independente de qualquer
crença no Espiritismo e
existiu em todos os
tempos. Nesse caso, a
medicação comum é
impotente e mesmo
prejudicial. O
Espiritismo nos oferece,
contudo, o único meio de
vencê-la, agindo não
sobre o enfermo, mas
sobre o Espírito
obsessor. Temos então
que o Espiritismo é o
remédio e não a causa do
mal. (Cap. I, Segundo
Diálogo, pág. 114.)
(Continua na próxima
edição.)