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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 28 - 26 de Outubro de 2007

LEONARDO MACHADO
leo@leonardomachado.com.br e www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)

Pagar o mal com o bem

Em uma cela, na prisão de Atenas, o velho Critão, figura exaltada e muito admiradora do amigo Sócrates, ia ter com o sábio grego, que, àquela altura, encontrava-se encarcerado à espera da execução de sua sentença: a morte através da cicuta, veneno letal.

Na realidade, ele não conseguia entender a postura do amigo que não reagia diante da situação em que se encontrava.

“Como o filósofo podia aceitar semelhante injustiça?” – pensava, talvez, Critão... Nesse sentido, ele obtemperou:

− Dá-me ouvido e põe-te a salvo. Não é muito dinheiro que certas pessoas querem receber para levar-te daqui e salvar-te. Os meus haveres estão a tua disposição, além dos outros estrangeiros, como Símias e Cebes, que não hesitariam em ajudar-te a sair. Vamos, resolve-te.

Sócrates, paciente que era, observava o discurso do fiel, porém inadvertido amigo. E, ao término do mesmo, falaria tais verdades sublimes:

− Meu caro Critão, jamais se deve proceder contra a justiça. Não se deve retribuir a injustiça com a injustiça, pois o procedimento injusto é sempre inadmissível. Lembra-te, ainda, que entre fazer um mal a uma pessoa e cometer uma injustiça não há diferença nenhuma. Sendo assim, em suma, não devemos retribuir a injustiça, nem fazer o mal a pessoa alguma, seja qual for o mal que ela nos cause. Devo partir, mesmo que vítima da justiça, não a real, mas a dos homens. Se, porém, evadir-me, retribuindo vergonhosamente a injustiça com a injustiça, o dano com o dano, estarei indigno, e, lá nas Leis do Hades, não haverão de me acolher com benevolência. Procedamos, pois, pagando o mal com o bem, porque tal é o caminho por onde a divindade nos guia.

Com essas palavras, Sócrates veio preludiar a doutrina de pagar o mal com bem. E, lembrando a questão 887 de O Livro dos Espíritos, na qual se encontra que “amar os inimigos é perdoar-lhes e lhes retribuir o mal com o bem”, pode-se afirmar, com certeza, que tais ensinamentos dirigidos a Critão e à humanidade são, na realidade, o prelúdio para o Sermão do Monte de Jesus, quando, então, o Mestre maior diria que era preciso dar a face esquerda quando nos batessem na direita; que não bastava amar os amigos, mas que era preciso, também, amar os inimigos, conforme anota o evangelista Mateus (5:39 e 44).

Na vida, desse modo, é bem provável que nos cheguem muitas pedras pelo caminho. Mesmo quando estivermos imbuídos de total desinteresse no serviço do amor, é bem natural que, aí também, aproximem-se de nós a calúnia, o julgamento superficial e a inveja, tão somente por querermos construir a nossa estrada de redenção, enquanto outros, por padecerem da falta de entendimento, se demorem ainda em atitudes pequenas, mesmo que disfarçadas.

Mas se os homens deram ao sábio a cicuta e ao Mestre maior a cruz, o que poderíamos esperar receber? A compreensão? De fato, ilusão...

Entretanto, nem nesses momentos devemos parar no caminho. Ao contrário, devemos construir essa nossa estrada com essas pedras que nos atiram, retribuindo, desse modo, o mal com o bem, como ensinara o filósofo e sublimara o Cristo.

Continuemos, pois...


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita