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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 28 - 26 de Outubro de 2007

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)

Ajudar é uma arte

Quem aprende a abrir a mão em solidariedade, termina por abrir o coração em amor. (Joanna de Ângelis)

Numa página intitulada A Beneficência, Adolfo, bispo de Argel, afirmou:

(...) Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas!

Caridade! sublime palavra que sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade.

(...) Prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, enlanguescem na dor e no insulamento! Colhereis nesse mundo bem doces alegrias e, mais tarde... só Deus o sabe!...  (1)

Não falece dúvida – afirma Miguel - “que ao contato da desgraça de outrem, a Alma, voltando-se para si mesma, experimenta um confrangimento natural e profundo, que põe em vibração todo o ser e o abala penosamente. Grande, porém, é a compensação, quando chegais a dar coragem e esperança a um irmão infeliz que se enternece ao aperto de uma mão amiga. (2)

Prestemos atenção nesta excelente aula da nobre Mestra Joanna de Ângelis:

A indiferença ante a dor do próximo é congelamento da emoção, que merece combate.

À medida que o homem cresce espiritualmente, mais se lhe desenvolvem no íntimo os sentimentos nobres.  Certamente não se devem confundi-los com os desregramentos da emotividade; igualmente não se os podem controlar a ponto de tornar-se insensível.

No bruto, a indiferença é o primeiro passo para a crueldade, porta que se abre na emoção para inúmeros outros estados de primitivismo, vez que a indiferença coagula as expressões da fraternidade e da solidariedade, ensejando a morte do serviço beneficente.   O antídoto para este mal, que reflete o egoísmo exacerbado, é o amor.

Se não pretendes partilhar do sofri­mento alheio, ao menos minora-o com as migalhas do que te excede; se não queres conviver com a dor do teu irmão, ajuda-o a tê-la diminuída com aquilo que te esteja ao alcance; se defrontas multidões de necessita­dos e não sabes como resolver o problema, auxilia o primeiro que te apareça, fazendo a tua parte; se te irrita a lamentação dos que choram, silencia-a com o teu contributo de amizade.   Imagina-te no lugar de algum deles e saberás o que fazer, como efeito natural do que gostarias que alguém fizesse por ti.

Ninguém está seguro de nada, enquanto se encontra na Terra pois a roda das ocorrências não pára.  Quem hoje está no alto, amanhã terá mudado de lugar e vice-versa.

Quem aprende a abrir a mão em solidariedade, termina por abrir o coração em amor. Dá o primeiro passo, o mais difícil. Repete-o, treina os sentimentos e te adaptarás à arte e ciência de ajudar.

Há quem diga que os infelizes de hoje estão expiando os erros de ontem, na injunção de carmas dolorosos e ajudá-los, seria impedir que os resgatassem.

Ora, se é correto que a dor de agora procede de equívocos anteriores, a indiferença dos enregelados, por sua vez, está-lhes criando situações penosas para mais tarde...

Quem deve paga, é da Lei.  Mas, quem ama, dispõe dos tesouros que, quanto mais se repartem, mais se multiplicam. É semelhante à chama, que acende outros pavios e sempre faz arder, repartindo-se, sem nunca diminuir de intensidade.

Faze pois, a tua opção de ajudar e o mais a Deus pertence. (3) 

Bibliografia:

(1) Kardec, A. O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XIII, Item 11.

(2) Kardec, A. O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XIII, Item 17.

(3) Ângelis, Joanna (Divaldo Pereira Franco). Momentos de Meditação, Capítulo 9.


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita