ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Quem aprende a abrir a
mão em solidariedade,
termina por abrir o
coração em amor.
(Joanna de Ângelis)
Numa página intitulada
A Beneficência,
Adolfo, bispo de Argel,
afirmou:
(...) Compreendei as
obrigações que tendes
para com os vossos
irmãos! Ide, ide ao
encontro do infortúnio;
ide em socorro,
sobretudo, das misérias
ocultas, por serem as
mais dolorosas!
Caridade! sublime
palavra que sintetiza
todas as virtudes, és tu
que hás de conduzir os
povos à felicidade.
(...) Prodigalizai a
mancheias a vossa
simpatia, o vosso amor,
o vosso dinheiro por
todos os que, deserdados
dos bens desse mundo,
enlanguescem na dor e no
insulamento! Colhereis
nesse mundo bem doces
alegrias e, mais
tarde... só Deus o
sabe!...
(1)
Não falece dúvida
– afirma Miguel -
“que ao contato da
desgraça de outrem, a
Alma, voltando-se para
si mesma, experimenta um
confrangimento natural e
profundo, que põe em
vibração todo o ser e o
abala penosamente.
Grande, porém, é a
compensação, quando
chegais a dar coragem e
esperança a um irmão
infeliz que se enternece
ao aperto de uma mão
amiga. (2)
Prestemos atenção nesta
excelente aula da nobre
Mestra Joanna de
Ângelis:
A indiferença ante a dor
do próximo é
congelamento da emoção,
que merece combate.
À medida que o homem
cresce espiritualmente,
mais se lhe desenvolvem
no íntimo os sentimentos
nobres. Certamente não
se devem confundi-los
com os desregramentos da
emotividade; igualmente
não se os podem
controlar a ponto de
tornar-se insensível.
No bruto, a indiferença
é o primeiro passo para
a crueldade, porta que
se abre na emoção para
inúmeros outros estados
de primitivismo, vez que
a indiferença coagula as
expressões da
fraternidade e da
solidariedade, ensejando
a morte do serviço
beneficente. O
antídoto para este mal,
que reflete o egoísmo
exacerbado, é o amor.
Se não pretendes
partilhar do sofrimento
alheio, ao menos
minora-o com as migalhas
do que te excede; se não
queres conviver com a
dor do teu irmão,
ajuda-o a tê-la
diminuída com aquilo que
te esteja ao alcance; se
defrontas multidões de
necessitados e não
sabes como resolver o
problema, auxilia o
primeiro que te apareça,
fazendo a tua parte; se
te irrita a lamentação
dos que choram,
silencia-a com o teu
contributo de amizade.
Imagina-te no lugar de
algum deles e saberás o
que fazer, como efeito
natural do que gostarias
que alguém fizesse por
ti.
Ninguém está seguro de
nada, enquanto se
encontra na Terra pois a
roda das ocorrências não
pára. Quem hoje está no
alto, amanhã terá mudado
de lugar e vice-versa.
Quem aprende a abrir a
mão em solidariedade,
termina por abrir o
coração em amor. Dá o
primeiro passo, o mais
difícil. Repete-o,
treina os sentimentos e
te adaptarás à arte e
ciência de ajudar.
Há quem diga que os
infelizes de hoje estão
expiando os erros de
ontem, na injunção de
carmas dolorosos e
ajudá-los, seria impedir
que os resgatassem.
Ora, se é correto que a
dor de agora procede de
equívocos anteriores, a
indiferença dos
enregelados, por sua
vez, está-lhes criando
situações penosas para
mais tarde...
Quem deve paga, é da
Lei. Mas, quem ama,
dispõe dos tesouros que,
quanto mais se repartem,
mais se multiplicam. É
semelhante à chama, que
acende outros pavios e
sempre faz arder,
repartindo-se, sem nunca
diminuir de intensidade.
Faze pois, a tua opção
de ajudar e o mais a
Deus pertence.
(3)
Bibliografia:
(3)
Ângelis, Joanna (Divaldo
Pereira Franco).
Momentos de Meditação,
Capítulo 9.