O
progresso da Humanidade constitui
um dos princípios do Espiritismo.
Todos os Espíritos, afirmam os
imortais, chegarão um dia à
perfeição, informação da mais
alta importância que podemos
colher nas questões seguintes d’
O Livro dos Espíritos,
principal obra da Codificação
Kardequiana:
116.
Haverá Espíritos que se
conservem eternamente nas ordens
inferiores?
"Não;
todos se tornarão perfeitos.
Mudam de ordem, mas demoradamente,
porquanto, como já doutra vez
dissemos, um pai justo e
misericordioso não pode banir
seus filhos para sempre.
Pretenderias que Deus, tão
grande, tão bom, tão justo,
fosse pior do que vós
mesmos?"
117.
Depende dos Espíritos o
progredirem mais ou menos
rapidamente para a perfeição?
"Certamente.
Eles a alcançam mais ou menos
rápido, conforme o desejo que
têm de alcançá-la e a
submissão que testemunham à
vontade de Deus. Uma criança
dócil não se instrui mais
depressa do que outra
recalcitrante?"
118.
Podem os Espíritos degenerar?
"Não;
à medida que avançam,
compreendem o que os distanciava
da perfeição. Concluindo uma
prova, o Espírito fica com a
ciência que daí lhe veio e não
a esquece. Pode permanecer
estacionário, mas não
retrograda."
Como
a Humanidade é constituída dos
Espíritos encarnados, progredindo
estes ela também progride e, da
mesma forma que os Espíritos não
podem degenerar, ela segue sempre
para a frente, num curso evolutivo
que um dia determina a
modificação do próprio orbe que
habita, motivo pelo qual Jesus
declarou que os mansos herdariam a
Terra e, quando o final dos tempos
chegar, o Evangelho será ensinado
em todos os lugares.
Foi
a ignorância do homem e a sua
incompreensão dos reais valores
da vida que fizeram com que a
Ciência e a Religião jamais se
entendessem. Com o advento das
luzes, é evidente que ambas – a
Ciência e a Religião – se
darão as mãos, não mais
estarão em campos opostos e,
unidas pelo mesmo ideal,
determinarão na sociedade
terráquea transformações que
não temos a capacidade de prever.
Essa
é a tese espírita, exposta
magistralmente por Allan Kardec no
texto que se segue, constante do
cap. 1, item 8, d’ O
Evangelho segundo o Espiritismo:
"A
Ciência e a Religião são os
dois instrumentos da inteligência
humana. Uma revela as leis do
mundo material e a outra as do
mundo moral; mas como ambas
têm o mesmo princípio, que é
Deus, não se podem
contradizer. Se uma fosse a
negação da outra,
necessariamente que uma estaria
fora da razão e a outra com ela,
pois Deus não viria destruir a
sua própria obra. A
incompatibilidade que se supôs
haver entre essas duas ordens de
leis proveio da falta de
observação e do grande
exclusivismo de cada uma das
partes. Daí, o conflito que gerou
a incredulidade e a ignorância.
São
chegados os tempos em que os
ensinos do Cristo devem ter a sua
execução, em que o véu
propositadamente lançado sobre
alguns pontos desses ensinos deve
ser erguido, em que a Ciência,
deixando de ser exclusivamente
materialista, tem de levar em
conta o elemento espiritual, e em
que a Religião, deixando de
ignorar as leis orgânicas e
imutáveis da matéria, reconheça
que estas duas forças se amparam
uma à outra e seguem
harmonicamente, prestando-se
mútuo auxílio. A Religião, já
não sendo mais desmentida pela
Ciência, adquirirá então uma
força invulnerável, porque
estará de acordo com a razão, e
terá a seu favor a irresistível
lógica dos fatos."
As
descobertas científicas
só
glorificam o Criador
Falando
a respeito do caráter da
revelação espírita, em A
Gênese, cap. I, item 55,
Kardec afirma que a doutrina
espírita, por apoiar-se em fatos,
tem de ser, e não pode deixar de
ser, essencialmente progressiva,
como todas as ciências de
observação. Pela sua própria
substância, ela se alia à
Ciência, que, sendo a exposição
das leis da Natureza, não pode
ser contrária às leis de Deus,
que é o autor delas. "As
descobertas que a Ciência
realiza – observa Kardec –,
longe
de o rebaixarem, glorificam a
Deus; unicamente destroem o que os
homens edificaram sobre as falsas
idéias que formaram de
Deus."
Na
mesma obra e no mesmo capítulo,
adverte Kardec que o Espiritismo
não estabelece como princípio
absoluto senão o que se acha
evidentemente demonstrado ou o que
ressalta logicamente da
observação. Por esse motivo,
entendendo-se com todos os ramos
da economia social, aos quais dá
o apoio de suas próprias
descobertas, o Espiritismo "assimilará
sempre todas as doutrinas
progressivas, de qualquer ordem
que sejam, desde que hajam
assumido o estado de verdades
práticas e abandonado o domínio
da utopia, sem o que ele se
suicidaria".
Reconhecendo
a progressividade do conhecimento
e o papel que a Ciência
representa no processo evolutivo
da Humanidade, Kardec escreveu,
então, estas sábias palavras que
devem nortear os passos de todos
nós que estamos envolvidos no
estudo e na divulgação da
doutrina espírita:
"Caminhando
de par com o progresso, o
Espiritismo jamais será
ultrapassado, porque, se novas
descobertas lhe demonstrassem
estar em erro acerca de um ponto
qualquer, ele se modificaria nesse
ponto. Se uma verdade nova se
revelar, ele a aceitará." (A
Gênese, cap. I, item 55.)
O
Espiritismo, como sabem todas as
pessoas que já se iniciaram em
seu estudo, não se baseia em
dogmas. Seus princípios
fundamentais não são obra de
concílios ou fruto de teses
acadêmicas. Resultam de fatos que
se inscrevem nas próprias leis de
Deus: a existência da alma, a
imortalidade, o progresso
constante, a pluralidade das
existências, a multiplicidade dos
mundos habitados, a lei de causa e
efeito, as relações entre
encarnados e desencarnados.
É
por todos esses motivos que o
Espiritismo talvez seja, no mundo
em que vivemos, a única religião
que não teme as investigações
científicas nem se furta à
discussão de seus princípios em
congressos e simpósios promovidos
por instituições ou indivíduos
sérios.
Obra
de Francisco Cândido Xavier
antecipa a Ciência
Em
um estudo publicado nas págs. 27
a 34 da edição número 136-C da
revista Planeta, toda ela
dedicada à vida e à obra de
Chico Xavier, o confrade Hernani
Guimarães Andrade (foto)
mostra que inúmeras informações
científicas transmitidas pelos
Espíritos por intermédio de
Chico Xavier e consideradas
inicialmente mirabolantes,
ridículas ou até ingênuas têm
sido em nossos dias cogitadas e
mesmo confirmadas pela Ciência
moderna.
Hernani
lembra que, a partir da
formulação da Teoria dos Quanta
por Max Planck e da Teoria da
Relatividade por Albert Einstein,
a Física vem sofrendo profundas
transformações, cujo resultado
inicial "foi a
desentronização do pensamento
mecanicista positivista e a
introdução de novas concepções
que, em muitos aspectos, tocam as
fronteiras da metafísica".
Em
seu artigo, faz ele diversas
correlações entre ensinamentos
colhidos na obra de André Luiz
(Espírito) e textos firmados por
cientistas de nossa época, como o
neurocirurgião Karl Pribam, de
Stanford, e os físicos David Bohm,
Fritjof Capra e Jean E. Charon, os
quais revelam que em muitos e
variados pontos a obra
psicografada por Chico Xavier
tem-se antecipado à Ciência.
Duas
das informações apontadas por
Hernani Guimarães Andrade merecem
lembradas:
1)
No cap. III do livro Evolução
em Dois Mundos, no
subcapítulo "Primórdios da
Vida", André Luiz diz ao pé
da página que na esfera
espiritual o elétron (ou eletrão,
como ele prefere grafar) "é
também partícula atômica
dissociável". Como o
livro é de 1958, é difícil
imaginar que o médium tivesse
conhecimento dos trabalhos de
Física teórica desenvolvidos por
Gell-Mann, que obteve 11 anos
depois, portanto em 1969, o
Prêmio Nobel por seus trabalhos
em que se refere aos quarks,
componentes das partículas
subatômicas.
2)
No cap. 9 de E a Vida
Continua..., obra psicografada
em 1968, o Instrutor Cláudio diz
à irmã Evelina que qualquer
aprendiz de ciência elementar, na
Terra, não desconhece que a
chamada matéria densa não é
senão a energia radiante
condensada e que um dia o homem
saberá "que a matéria é
luz coagulada, substância divina,
que nos sugere a onipresença de
Deus".
Esta
antecipação - destaca Hernani
Guimarães Andrade - é
impressionante, porque somente os
físicos bem avançados é que
estão chegando agora a
semelhantes conclusões, como Bob
Toben registra nas págs. 46 e 47
de seu livro Space Time and
Beyond: "A matéria não é
senão luz (energia) capturada
gravitacionalmente". Em
1968, quando a expressão luz
coagulada foi publicada, poucos
físicos tê-la-iam levado a
sério e muitos poderiam até
mesmo valer-se da Física para
contestá-la, o que constitui uma
prova insofismável da
progressividade da Ciência, que a
Religião não pode deixar de
acompanhar.
Os
avanços da Ciência
aproximam-na
da Religião
Os
sinais da aproximação entre
Ciência e Religião são muito
claros e basta repassar o que tem
sido publicado nas revistas
científicas para ver que um volume
expressivo de pesquisas e trabalhos
em diferentes setores da Ciência
tem abonado idéias e valores
geralmente vinculados à Religião
ou por esta defendidos.
Eis,
a seguir, pequena amostra desses
trabalhos, todos eles publicados
pela grande imprensa nos últimos
dez anos, conforme indicam as
referências apostas no final de
cada tópico:
1)
Estudo realizado com 232 pacientes
operados do coração na Dartmounth
Medical School mostrou um percentual
de cura dos pacientes religiosos
três vezes superior ao dos que não
manifestavam interesse pela
religião. Outra pesquisa, realizada
no North Carolina Hospital,
demonstrou que a depressão e as
doenças físicas têm incidência
menor em pessoas que freqüentam
regularmente a igreja. (Fevereiro/1997.)
2)
O afeto, o carinho, o toque no bebê
pode programar psicologicamente seu
cérebro para responder ao estresse
de sua vida futura. Quem o diz são
cientistas da Universidade Mc-Gill,
de Montreal, Canadá. (Outubro/1997.)
3)
Pesquisa realizada com 50 estudantes
de Direito dos Estados Unidos,
conduzida por Suzanne Segerstrom, da
Universidade de Kentucky, revela que
o otimismo pode fortalecer o sistema
imunológico ou, pelo menos, reduzir
os efeitos do estresse. (Julho/1998.)
4)
A principal causa de agressividade
das crianças, segundo o pesquisador
americano Robert Blum, da
Universidade de Minnesota, é a
falta de amor. Blum baseia essa
conclusão numa pesquisa feita com
doze mil meninos, a pedido da
Clínica Mayo, e é apoiado pelos
psicanalistas Fritz Redl e David
Wineman. (Junho/1999.)
5)
O neurocientista americano Gerald
Eldman, Prêmio Nobel de
imunobiologia em 1972, diz que o
comportamento violento dos
adolescentes criminosos resulta de
suas vivências quando bebê e até
mesmo quando eram simples feto.
Segundo ele, tais vivências ficam
arquivadas no corpo como uma
memória inconsciente que vai atuar
pelo resto da vida do indivíduo. (Dezembro/1999.)
6)
Pesquisa realizada pela Universidade
do Texas (EUA) revela que as pessoas
que praticam uma religião
apresentam melhores condições de
saúde. Vários são os motivos: os
fiéis tendem a afastar-se das
drogas e das atividades que põem em
risco a saúde e têm uma maior
auto-estima e um círculo de
amizades com o qual possuem
afinidades, o que, segundo o estudo,
ajuda a prevenir doenças de fundo
emocional. (Janeiro/2000.)
7)
Trabalho realizado pela Universidade
da Carolina do Norte, nos Estados
Unidos, afirma que os que se irritam
intensamente e com freqüência têm
três vezes mais probabilidades de
sofrer um infarto do que os
indivíduos calmos. Segundo Janice
Williams, a influência do mau humor
no desencadeamento de doenças
cardiovasculares é comparável à
obesidade, ao tabagismo e ao
sedentarismo. (Junho/2000.)
8)
Segundo o Instituto Nacional de
Pesquisas em Saúde, dos Estados
Unidos, a fé faz bem ao espírito e
ao corpo e pode até mesmo prolongar
a vida das pessoas. Os indivíduos
que cultivam uma religião vivem
mais que os descrentes, porque a fé
favorece um comportamento mais
saudável, em que a tendência ao
tabagismo, às drogas e à
promiscuidade sexual é
sensivelmente menor. (Julho/2000.)
9)
Estudo elaborado pela Universidade
de Emory (Estados Unidos) diz que
abusos físicos ou sexuais sofridos
na infância, por alterarem a
composição química do cérebro
das mulheres, as tornam mais
vulneráveis à ansiedade e às
tensões emocionais quando adultas.
O trauma psicológico sofrido na
infância, diz o dr. Charles
Nemeroff, faz com que o hormônio
que regula a resposta do organismo
à tensão emocional se torne
hipersensitivo, fato que comprova
uma tese antiga segundo a qual um
bom ambiente familiar durante os
primeiros anos da infância produz
excelentes resultados a longo prazo.
(Setembro/2000.) |