MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Nosso
Lar
André
Luiz
(3ª
Parte)
Damos
prosseguimento à apresentação
do texto condensado do livro
"Nosso Lar", de André
Luiz, psicografado pelo médium
Francisco Cândido Xavier e
publicado pela editora da
Federação Espírita Brasileira,
o qual deu início à Série
André Luiz.
Questões
preliminares
A. Quem é
Lísias e que atividades estavam a
seu cargo?
R.: Lísias,
que André Luiz conheceu durante
seu tratamento, era um jovem de
singular e doce expressão, que se
designou como sendo um "visitador
dos serviços de saúde". Foi
ele quem primeiro lhe disse que
"Nosso Lar" não era uma
estância de Espíritos
propriamente vitoriosos.
"Somos felizes –
explicou-lhe o amigo –, porque
temos trabalho." (Nosso
Lar, cap. 5, págs. 37 a 39.)
B. O que o
ministro Clarêncio lhe disse
sobre as lamentações e as
queixas?
R.: Num dado
momento em que André desabafou
diante do ministro e lamentou tudo
o que passara desde a morte de seu
corpo, Clarêncio lhe perguntou:
"Meu amigo, deseja você, de
fato, a cura espiritual?"
Ante sua resposta afirmativa, ele
continuou: "Aprenda, então,
a não falar excessivamente de si
mesmo, nem comente a própria dor.
Lamentação denota enfermidade
mental de curso laborioso e
tratamento difícil. É
indispensável criar pensamentos
novos e disciplinar os
lábios". Clarêncio o
informou de que estaria a seu lado
para resolver dificuldades
presentes e estruturar projetos de
futuro, mas não dispunha de tempo
para voltar a zonas estéreis de
lamentação. (Nosso Lar, cap.
6, págs. 43 e 44.)
C. Como é a
natureza na colônia "Nosso
Lar"?
R.: A natureza
na colônia espiritual
impressionara André Luiz. Quase
tudo parecia melhorada cópia da
Terra. Cores mais harmônicas,
substâncias mais delicadas. O
solo era forrado de vegetação.
Grandes árvores, pomares fartos e
jardins deliciosos. Graciosos
edifícios, nenhum sem flores à
entrada, e aves de plumagens
policromas, que cruzavam os ares.
Extremamente surpreendido,
observando o movimento do parque,
identificou ali animais
domésticos. Lísias explicou,
então, que todo processo
evolutivo implica gradação e que
há regiões múltiplas para os
desencarnados, como existem planos
inúmeros e surpreendentes para as
criaturas envolvidas de carne
terrestre. (Nosso Lar, cap. 7,
pág. 46.)
D. Que fez a
mãe de André enquanto ele
estivera no Umbral?
R.: Embora
André não a tivesse visto em
momento algum desde que
desencarnara, sua mãe o havia
ajudado dia e noite. O ministro
Clarêncio o localizara no Umbral
atendendo aos apelos dela, que
quando soube que ele havia rasgado
os véus escuros, com o auxílio
da oração, chorou de alegria.
André foi informado, então, de
que sua mãe não vivia em
"Nosso Lar", mas em
esferas mais altas, onde
trabalhava não somente por ele. (Nosso
Lar, cap. 7, págs. 47 e 48.)
Texto para
leitura
17. O amigo
Lísias – Foi durante seu
tratamento que André ficou
conhecendo Lísias, um jovem de
singular e doce expressão, que se
designou como um "visitador
dos serviços de saúde" e
lhe relatou que somente na seção
onde André se encontrava existiam
mais de mil doentes espirituais.
Na turma de 80 enfermos que
atendia diariamente, 57 se
encontravam nas mesmas condições
do ex-médico. E havia ainda os
mutilados. O homem imprevidente,
que gastou os olhos no mal, ali
comparecia de órbitas vazias. O
malfeitor, interessado em utilizar
a locomoção fácil nos atos
criminosos, experimentava agora a
desolação da paralisia, quando
não era recolhido absolutamente
sem pernas. Os obsidiados nas
aberrações sexuais costumavam
chegar em extrema loucura...
"Nosso Lar",
explicou-lhe Lísias, não é
estância de Espíritos
propriamente vitoriosos.
"Somos felizes –
complementou o amigo –, porque
temos trabalho." Depois,
reportando-se ao caso de André,
Lísias lembrou-lhe que a causa
dos seus males persistia nele
mesmo, e persistiria ainda, até
que ele se desfizesse dos germes
de perversão da saúde divina que
havia agregado ao seu corpo sutil
pelo descuido moral e pelo desejo
de gozar mais que os outros. (Cap.
5, págs. 37 a 39)
18. Lamentações
descabidas – Confessando a
Clarêncio que as tempestades
íntimas haviam voltado, André
desabafou diante do ministro e
lamentou tudo o que passara desde
a morte do corpo. Clarêncio lhe
perguntou: "Meu amigo, deseja
você, de fato, a cura
espiritual?" Ante a sua
afirmativa, continuou:
"Aprenda, então, a não
falar excessivamente de si mesmo,
nem comente a própria dor.
Lamentação denota enfermidade
mental de curso laborioso e
tratamento difícil. É
indispensável criar pensamentos
novos e disciplinar os
lábios". Após lembrar-lhe
que o Pai atende a todos e que
atenderá, portanto, os parentes
que ficaram na Terra, Clarêncio
lhe disse que estaria a seu lado
para resolver dificuldades
presentes e estruturar projetos de
futuro, mas não dispunha de tempo
para voltar a zonas estéreis de
lamentação. (Cap. 6, pág. 43)
19. A
bênção da dor e do trabalho
– "Temos nesta colônia –
acentuou o bondoso ministro – o
compromisso de aceitar o trabalho
mais áspero como bênção de
realização, considerando que a
Providência desborda amor,
enquanto nós vivemos onerados de
dívidas." E advertiu:
"Se deseja permanecer nesta
casa de assistência, aprenda a
pensar com justeza". Embora
envergonhado de sua fraqueza,
André assumiu diversa atitude. E
Clarêncio mostrou as semelhanças
entre o programa de trabalho na
Terra e em "Nosso Lar".
"Aqui, o programa não é
diferente. Apenas divergem os
detalhes. Nos círculos carnais, a
convenção e a garantia
monetária; aqui, o trabalho e as
aquisições definitivas do
espírito imortal. Dor, para nós,
significa possibilidade de
enriquecer a alma; a luta
constitui caminho para a divina
realização." (Cap. 6, pp.
43 e 44)
20. Sensações
novas – À medida que
procurava habituar-se aos deveres
novos, sensações de desafogo
aliviavam o coração de André.
Diminuíram as dores e os
impedimentos de locomoção
fácil. Mas, quando tinha
recordações mais fortes dos
fenômenos físicos, voltavam-lhe
a angústia, o receio do
desconhecido e a mágoa da
inadaptação. (Cap. 7, pág. 45)
21. A
natureza em "Nosso Lar"
– "Nosso Lar" o
impressionava. Quase tudo parecia
melhorada cópia da Terra. Cores
mais harmônicas, substâncias
mais delicadas. O solo era forrado
de vegetação. Grandes árvores,
pomares fartos e jardins
deliciosos. Graciosos edifícios,
nenhum sem flores à entrada, e
aves de plumagens policromas, que
cruzavam os ares... Extremamente
surpreendido, observando o
movimento do parque, identificou
ali animais domésticos. Lísias
explicou, então, que todo
processo evolutivo implica
gradação e que há regiões
múltiplas para os desencarnados,
como existem planos inúmeros e
surpreendentes para as criaturas
envolvidas de carne terrestre.
(Cap. 7, pág. 46)
22. Saudades
– Um pensamento martelava a
mente de André: Por que sua mãe
não o visitara ainda? Lísias
esclareceu que ela o havia ajudado
dia e noite, desde a crise que
antecipou sua vinda. Foi aí,
então, que André soube que sua
permanência nas esferas
inferiores durara mais de oito
anos consecutivos e que ela jamais
desanimou, intercedendo em seu
favor em "Nosso Lar" e
rogando os bons ofícios de
Clarêncio, que passou a
visitá-lo freqüentemente.
"No dia em que você orou com
tanta alma, quando compreendeu que
tudo no Universo pertence ao Pai
Sublime, seu pranto era
diferente", disse-lhe Lísias.
"Não sabe que há chuvas que
destroem e chuvas que criam?
Lágrimas há também,
assim." E Lísias
acrescentou: "É lógico que
o Senhor não espera por nossas
rogativas para nos amar; no
entanto, é indispensável nos
colocarmos em determinada
posição receptiva, a fim de
compreender-lhe a infinita
bondade". (Cap. 7, pp. 47 e
48)
23. A mãe
de André Luiz – Clarêncio
não tivera dificuldade em
localizá-lo no Umbral, atendendo
aos apelos de sua mãe. André é
que demorou muito a encontrar
Clarêncio. E quando ela soube que
ele havia rasgado os véus escuros
com o auxílio da oração, chorou
de alegria... André foi
informado, então, de que a mãe
não vivia em "Nosso
Lar", mas em esferas mais
altas, onde trabalhava não
somente por ele. Lísias deu-lhe,
contudo, esperanças de revê-la.
"Quando alguém deseja algo
ardentemente, já se encontra a
caminho da realização" –
explicou o amigo. E o seu próprio
caso servia de lição: "Anos
a fio rolou, como pluma,
albergando o medo, as tristezas e
desilusões; mas, quando
mentalizou firmemente a
necessidade de receber o auxílio
divino, dilatou o padrão
vibratório da mente e alcançou
visão e socorro". (Cap. 7,
pág. 48)
Frases e
apontamentos importantes
XXIX. O Umbral
funciona como região destinada a
esgotamento de resíduos mentais;
uma espécie de zona purgatorial,
onde se queima a prestações o
material deteriorado das ilusões
adquiridas por atacado,
menosprezando o sublime ensejo de
uma existência terrena. (Lísias,
cap. 12, pp. 70 e 71)
XXX. Nunca
faltou no Umbral a proteção
divina. Cada espírito lá
permanece o tempo que se faça
necessário. (Lísias, cap. 12,
pág. 72)
XXXI. O plano
umbralino está repleto de
desencarnados e de
formas-pensamento dos encarnados,
porque, em verdade, todo
espírito, esteja onde estiver, é
um núcleo irradiante de forças
que criam, transformam ou destroem.
(Lísias, cap. 12, pág. 72)
XXXII. Quem
pensa, está fazendo alguma coisa
alhures. E é pelo pensamento que
os homens encontram no Umbral os
companheiros que afinam com as
tendências de cada um, pois toda
alma é um ímã poderoso. (Lísias,
cap. 12, pág. 72)
XXXIII. Os
médicos espirituais são
detentores de técnica diferente.
Ali, a medicina começava no
coração, exteriorizando-se em
amor e cuidado fraternal, e
qualquer enfermeiro, dos mais
simples, tinha conhecimentos e
possibilidades muito superiores à
minha ciência. (André Luiz, cap.
13, pp. 74 e 75)
XXXIV. O
trabalho e a humildade são as
duas margens do caminho do
auxílio. Antes de amparar os que
amamos, é indispensável
estabelecer correntes de simpatia.
Sem a cooperação é impossível
atender com eficiência. Para que
qualquer de nós alcance a alegria
de auxiliar os amados, faz-se
necessária a interferência de
muitos a quem tenhamos ajudado,
por nossa vez. Os que não
cooperam, não recebem
cooperação. Isso é da lei
eterna. (Clarêncio, cap. 13,
pág. 78)
XXXV. O médico
da Terra não pode estacionar em
diagnósticos e terminologias. Há
que penetrar a alma, sondar-lhe as
profundezas. Muitos médicos, no
planeta, são prisioneiros das
salas acadêmicas, porque a
vaidade lhes roubou a chave do
cárcere. Raros conseguem
atravessar o pântano dos
interesses inferiores. (Clarêncio,
cap. 14, pp. 82 e 83)
XXXVI. O
verdadeiro bem espalha bênçãos
em nossos caminhos. (Clarêncio,
cap. 14, pág. 84)
XXXVII. Os
fluidos carnais compelem a alma a
profundas sonolências. A
experiência humana, em hipótese
alguma, pode ser levada à conta
de brincadeira. (André Luiz, cap.
15, pág. 85)
XXXVIII. A
alegria também, quando excessiva,
costuma castigar o coração.
(Mãe de André Luiz, cap. 15,
pág. 86)
XXXIX. Nunca
saberemos agradecer a Deus
tamanhas dádivas. O Pai jamais
nos esquece, meu filho. Às vezes,
a Providência separa os
corações, temporariamente, para
que aprendamos o amor divino.
(Mãe de André Luiz, cap. 15,
pág. 87)
XL. Na Terra,
quase sempre, as mães não passam
de escravas, no conceito dos
filhos. Raros lhes entendem a
dedicação antes de as perder.
(André Luiz, cap. 15, pág. 88)
XLI. A atitude
de queixa e de lamentação não
se coaduna com as novas lições
da vida. Esses gestos são
perdoáveis nas esferas da carne;
aqui, porém, filho, é
indispensável atender, antes de
tudo, ao Senhor. (Mãe de André
Luiz, cap. 15, pág. 88)
XLII. Nossa dor
não nos edifica pelos prantos que
vertemos, ou pelas feridas que
sangram em nós, mas pela porta de
luz que nos oferece ao espírito,
a fim de sermos mais compreensivos
e mais humanos. (Mãe de André
Luiz, cap. 15, pág. 88)
XLIII. A esfera espiritual mais
elevada requer, sempre, mais
trabalho, maior abnegação.
Ninguém ali permanece em visões
beatíficas, a distância dos
deveres justos. (Mãe de André
Luiz, cap. 16, pág. 90)
(Continua
no próximo número.)
|