CRISTIAN MACEDO
cristianmacedo@potencial.net
Porto Alegre,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
Um sonho sobre a
raiva e
o perdão
Os anjos
aparecem em
sonhos. Nossos
avós já diziam
isso.
Esta noite um
anjo me veio
falar sobre a
raiva e o
perdão.
Tudo bem... Nada
me garante que
tenha sido
realmente um
anjo. Era uma
linda mulher.
Uma mulher
angelical.
Vou tentar
transmitir o
que, tão
singelamente,
aquele anjo
feminino me
falou.
Quando um
espinho rasga
nossa carne e se
aloja nela, dói
muito. Imagine
um espinho
embaixo do pé.
Se tentarmos
caminhar com
ele, dói demais
e certamente a
ferida irá
piorar.
Podemos chamar o
espinho de
raiva.
Uma pessoa
inteligente
procura retirar
o espinho e
trata o
ferimento até
que cicatrize.
Toma todos os
cuidados
necessários para
não sentir dor.
A pessoa
inteligente não
espera o espinho
gerar
inflamações,
gerar problemas
graves.
Alguém
verdadeiramente
sábio não deixa
a emoção da
raiva tornar-se
sentimento de
ódio.
A raiva é
retirada com
todo o cuidado,
com todo o zelo.
Através de um
“diálogo”... É
uma partida
suave. Ela vai
embora, pois um
belo instrumento
cirúrgico é
usado: a razão.
A razão diz:
“não mantenha
esse espinho aí.
Ele só irá
piorar a
situação. Só irá
machucar mais,
irá perturbar
mais, podendo
até gerar um
câncer”.
A mente pouco
sábia (nada
sábia, aliás)
vai caminhar com
o espinho, vai
tentar até fazer
de conta que ele
não está ali,
agravando mais e
mais a situação.
A sabedoria está
em retirar o
espinho.
E o perdão?
O perdão
consiste em
retirar o
espinho.
Livrar-se da
raiva é perdoar.
Perdoar a
situação.
Perdoar quem nos
magoou. Perdoar
a nós mesmos.
Perdoar aos
objetos (tem
gente que não
perdoa o martelo
que bateu em seu
dedo, digo, o
martelo que a
própria pessoa
usou para
agredir o
próprio dedo).
A sabedoria faz
com que o perdão
venha mais
rápido. Não
vamos esquecer o
ocorrido. Toda a
experiência é
aprendizado, mas
vamos retirar o
espinho, a
raiva. Vamos
abrir mão do
rancor.
Quando abrimos
mão da raiva a
cicatrização é
mais rápida. O
perdão controla
os anticorpos
que apressam a
regeneração.
Infelizmente
somos pouco
sábios.
Normalmente,
quando se trata
de sentimentos,
preferimos
sofrer. Não
deixamos feridas
cicatrizarem.
Estamos sempre
dando um jeito
de deixar a
ferida aberta,
mal curada,
dolorida.
É o ego que fala
mais alto. Não a
sabedoria. O
orgulho inibe a
inteligência.
Preferimos
sofrer a perdoar
o outro. Mas
apenas o perdão
faz cessar o
sofrimento.
Enquanto vamos
alimentando ódio
e desejo de
vingança a nossa
vida vai se
tornando um
inferno.
Algumas pessoas
acham que, se
perdoarem,
estarão
beneficiando o
criminoso. O
perdão não é
contra a
justiça. Ele é
contrário à
vingança que
confundimos
quase sempre com
justiça.
Outros acreditam
que ao perdoar
estarão
atestando
burrice. E logo
alguém irá
abusar
novamente. A
sabedoria deve
ser usada para o
perdão e também
para a
autopreservação.
Perdoar não é
dizer: faça
novamente. Ou
dar ao agressor
o mesmo
tratamento que
se dá aos que
nunca
aproveitaram mal
a nossa
confiança.
Dizem que os
inteligentes não
perdoam. Vale a
pena pensar no
que a alma
angelical me
transmitiu no
sonho.
Não sei quem
explicaria
melhor esse
sonho, se Freud
ou Allan Kardec,
apenas sei que
nunca vou
esquecer que
tolo é quem
tenta caminhar
um longo
percurso com um
espinho no
pé.
“O ódio e o
rancor denotam
alma sem
elevação, nem
grandeza.”
O Evangelho
segundo o
Espiritismo.
capítulo X, item
4.