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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 30 - 9 de Novembro de 2007

DENIS GLEYCE
denis.gleyce@bol.com.br
Belém, Pará (Brasil)

                        Parasitose espiritual
 

Quando Jesus voltou para casa, seus discípulos lhe perguntaram, em particular: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio? Ele respondeu: Os demônios desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum. (S. Marcos, cap. IX, vers.13-28)

A mente é um santuário, fonte de forças do ser humano. É o berço de nossas realizações e o túmulo onde jaz, em vida e post mortem, nossos desvios da Lei.

Em sua infância espiritual, o homem é negligente com as potências mentais, que estão diretamente associadas à conduta moral cotidiana.

Aproveitando-se desse desleixo capital, as legiões da sombra atacam, sem piedade, os incautos desidiosos.

Por isso, hoje é consenso entre os estudiosos da Doutrina Espírita que estamos diante de uma verdadeira e grave pandemia de parasitose espiritual, que se convencionou chamar de processo obsessivo.

Trata-se, destarte, de vinculação enfermiça e prejudicial que se dá entre um Espírito e uma pessoa encarnada, embora possa ocorrer apenas entre encarnados e entre desencarnados, eventualmente.

Allan Kardec extraiu de seus estudos espíritas três tipos de obsessão: a obsessão simples; a subjugação ou possessão e a fascinação.

A obsessão simples é, de regra, um vínculo sazonal com o plano espiritual inferior, estabelecido, sobretudo, quando o ser humano atravessa fases especialmente difíceis, que baixam a guarda de sua cidadela moral e emocional, tornando-o vulnerável aos ataques obsessivos. Todos, por isso, podemos ser vítimas reincidentes deste tipo de obsessão.

A subjugação ou possessão já é um processo obsessivo bem mais nefasto, que pode ser ou não o agravamento da obsessão simples, não combatida a contento. Trata-se de verdadeira promiscuidade espiritual, onde Espíritos doentes e trevosos se associam e interferem, contundentemente, na vida e saúde orgânica e psíquica de suas vítimas, para saciar, quase sempre, a sede de vingança e os mais vis instintos animais, que resvalam nos vícios, na queda moral, arrastando suas vítimas ao pântano do submundo humano. Nas variações múltiplas desse tipo de obsessão, destaca-se o vampirismo, pelo qual Espíritos gravemente doentes e desequilibrados se acoplam no perispírito do obsidiado para deles se nutrir de forças vitais e aplacar seus vícios mais brutos, em pleno prejuízo da saúde física, emocional e psíquica do hospedeiro, que – se não cuidar da causa espiritual –, será, inevitavelmente, tomado das mais complexas enfermidades até somatizar a falência física e a perda da sanidade mental, ao preço de muito sofrimento.

Foi essa escória espiritual das trevas que enfrentou, com desassombro, os discípulos do Cristo. Por isso Jesus explicou: “(...) os demônios desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum.”

A fascinação, de sua vez, é a mais difícil de tratar e a menos perceptível, porque os Espíritos da retaguarda obsessiva são maliciosos, velhacos, ladinos. Trata-se de obsessão que ilude o hospedeiro, fazendo-o acreditar, piamente, ser dotado de maior inteligência, autoridade moral, direitos e capacidade que os outros. Conduz o indivíduo à egolatria, à prepotência, à intolerância, ao preconceito, a opressões de todos os matizes, deixando rastro de humilhados, oprimidos e injustiçados. Neste caso, a estratégia do Espírito parasita é excitar o orgulho e o egoísmo, já existentes no hospedeiro, causas primeiras deste tipo funesto de obsessão, que tem como maior característica a negação da vítima de que está obsidiado e a justificação estapafúrdia para seus atos.

O orgulho e a vaidade são as portas largas que dão entrada aos mais astutos inimigos invisíveis.

Características da obsessão. Tratamento.

Diz o adágio popular: Dize-me com quem andas e te direi quem és. Os Espíritos revelam que é a inversão da afirmação que se aplica à lei de afinidade que rege a relação entre “vivos” e “mortos”: dize-me quem és que te direi com quem andas.

Quando o Espírito impuro sai do homem, perambula por lugares áridos, procurando repouso, mas não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde saí. E voltando, encontra-a desocupada, varrida e arrumada.

Então vai e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele, e ali entram e habitam, e a condição posterior desse homem torna-se pior que a anterior. Assim acontecerá também a esta geração perversa.

(Lucas, vers. 11: 24-26, Mateus, vers. 12: 43-45)

Mulher encurvada (cap. 7); Cura dos possessos de Gerasa (cap. 5 – item 5.15) 

Atendamos ao sábio conselho de Paulo, o grande convertido, quando adverte aos cristãos da Igreja de Filipos: Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja, em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos.

Sem dúvida, é o paradigma materialista o maior obstáculo à identificação e tratamento da parasitose espiritual, não raro confundida pelas massas, desconhecida da medicina e negada pelo hospedeiro.

Por isso é que todos os dias milhares de pessoas chegam aos Centros Espíritas totalmente alquebradas e desequilibradas por graves e complicados processos obsessivos. Normalmente já transitaram pelos cuidados de muitos médicos de diversas especialidades e por diferentes religiões e seitas, sem encontrar a cura para suas mazelas e tampouco paz para seu Espírito.

Submetidos a tratamento espiritual específico, são libertos após dias, semanas ou meses – conforme sigam as orientações rigorosa e corretamente – e voltam a sentir o valor da paz de espírito. Infelizmente, após libertos do cativeiro espiritual, voltam a se entregar a comportamentos de riscos e voltam a sucumbir em processo cada vez mais grave, às investidas das trevas.


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita