ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
O que é o Espiritismo
Allan Kardec
(8a
Parte)
Continuamos nesta edição
o estudo do livro O
que é o Espiritismo,
que surgiu em Paris em
julho de 1859, o qual
será aqui apresentado em
14 partes. As páginas
citadas no texto
referem-se à 20a
edição publicada pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Qual é, segundo Allan
Kardec, a melhor de
todas as religiões?
A melhor de todas as
religiões, ensina o
Codificador, é aquela
que só ensina o que é
conforme à bondade e
justiça de Deus; que dá
de Deus a maior e mais
sublime idéia; que torna
os homens bons e
virtuosos e lhes ensina
a amarem-se todos como
irmãos; que condena todo
mal feito ao próximo;
que não autoriza a
injustiça sob qualquer
forma ou pretexto; que
nada prescreve de
contrário às leis
imutáveis da Natureza; é
aquela cujos ministros
dão o melhor exemplo de
bondade, caridade e
moralidade; que procura
melhor combater o
egoísmo e lisonjear
menos o orgulho e a
vaidade dos homens; que,
finalmente, em nome da
qual se comete menos
mal, porque uma boa
religião não pode servir
de pretexto a mal
nenhum. (O que é o
Espiritismo, capítulo I,
Terceiro Diálogo, págs.
131 e 132.)
B. Que diz o Espiritismo
a respeito do purgatório
e do inferno?
O Espiritismo não nega o
purgatório; antes, pelo
contrário, demonstra sua
necessidade e justiça e,
além disso, o define. O
purgatório seria a
própria Terra, onde a
alma culpada purga,
expia os erros do
passado. Quanto ao
inferno, o Espiritismo
considera-o tão-somente
uma figura, uma
alegoria, visto que, não
admitindo a eternidade
das penas, os Espíritos
Superiores ensinam que a
duração do castigo é
subordinada ao
melhoramento do Espírito
culpado. (Obra
citada, capítulo I,
Terceiro Diálogo, págs.
135 e 136.)
C. Que o Espiritismo
ensina sobre os demônios
e Satanás?
O Espiritismo não admite
os demônios no sentido
vulgar da palavra, mas,
sim, os maus Espíritos,
seres atrasados,
imperfeitos que, no
entanto, um dia
alcançarão a perfeição.
Quanto a Satanás,
trata-se de uma alegoria
que personifica o gênio
do mal, insuscetível de
conversão para o bem, o
que contraria
inteiramente o
ensinamento espírita,
que apresenta o
progresso de todas as
criaturas como um de
seus princípios mais
relevantes. (Obra
citada, capítulo I,
Terceiro Diálogo, págs.
137 e 138.)
D. É verdade que Moisés
e o Evangelho de Jesus
proibiram formalmente as
comunicações com os
Espíritos dos mortos?
Moisés, como sabemos,
proibiu realmente a
consulta aos mortos e
teve motivos sérios para
fazê-lo, visto que
queria que seu povo
rompesse com todos os
hábitos trazidos do
Egito, entre os quais a
evocação dos mortos era
objeto de abusos. Quanto
ao Evangelho, não existe
nele proibição alguma
com relação às
comunicações entre nós e
os Espíritos. (Obra
citada, capítulo I,
Terceiro Diálogo, págs.
139 e 140.)
Texto para leitura
90. Os Espíritos
proclamam um Deus único,
soberanamente justo e
bom; eles dizem que o
homem é livre e
responsável por seus
atos, recompensado ou
punido pelo bem ou pelo
mal que houver feito;
colocam acima de todas
as virtudes a caridade
evangélica e a seguinte
regra sublime ensinada
pelo Cristo: fazer aos
outros como queremos que
nos seja feito. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
128.)
91. O Espiritismo é,
antes de tudo, uma
ciência, e não cogita de
questões dogmáticas. Ele
funda-se na existência
de um mundo invisível,
formado pelos seres
incorpóreos que povoam o
espaço e que são as
almas daqueles que
viveram na Terra, ou em
outros globos. São os
seres a que chamamos
Espíritos, que nos
cercam e incessantemente
exercem sobre os homens
uma grande influência e
desempenham papel muito
ativo no mundo moral e,
até certo ponto, no
físico. O Espiritismo
está, pois, em a
Natureza. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
129.)
92. Ele repousa,
portanto, em princípios
independentes das
questões dogmáticas.
Suas conseqüências
morais são todas no
sentido do Cristianismo,
porque de todas as
doutrinas é esta a mais
esclarecida e pura.
(Cap. I, Terceiro
Diálogo, pág. 130.)
93. O sentimento
religioso domina nas
evocações e em nossas
reuniões, mas não temos
fórmula sacramental:
para os Espíritos o
pensamento é tudo e a
forma, nada. Nós os
chamamos em nome de
Deus, porque cremos em
Deus e sabemos que nada
se faz neste mundo sem
sua permissão, e,
portanto, eles não virão
sem que Deus o permita.
(Cap. I, Terceiro
Diálogo, pág. 130.)
94. A prática do bem,
que é a lei superior, é
a condição sine qua
non do nosso futuro,
como prova o estado dos
Espíritos que conosco se
comunicam. O
Espiritismo, como
doutrina moral, só impõe
uma coisa: a necessidade
de fazer o bem e evitar
o mal. (Cap. I, Terceiro
Diálogo, pág. 134.)
95. A duração do castigo
na vida post-mortem é
subordinada ao
melhoramento do Espírito
culpado. Nenhuma
condenação por tempo
determinado é
pronunciada contra ele.
O que Deus exige, para
pôr um termo aos
sofrimentos, é o
arrependimento, a
expiação e a reparação;
em uma palavra, um
melhoramento sério e
efetivo, uma volta
sincera ao bem. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
135.)
96. Os Espíritos não
negam, portanto, as
penas futuras, pois que
são eles mesmos que nos
vêm descrever seus
próprios sofrimentos, e
este quadro nos toca
mais que o das chamas
perpétuas, porque tudo
nele é perfeitamente
lógico. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
136.)
97. A Bíblia, o
Evangelho e os pais da
Igreja reconhecem
perfeitamente a
possibilidade das
comunicações com o mundo
invisível. Além disso, a
Igreja, admitindo a
autenticidade de certas
aparições e comunicações
de santos, rejeita assim
a idéia de que só
podemos entrar em
relação com os maus
Espíritos. (Cap. I,
Terceiro Diálogo, pág.
137.)
(Continua na próxima
edição.)
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