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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 30 - 9 de Novembro de 2007

FRANCISCO REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de Janeiro (Brasil)

Vida, a jóia mais preciosa que
o ser humano possui!

O Homem foi criado por Deus simples e ignorante, para progredir por seus próprios esforços na busca da paz, do amor e da felicidade, que lhes estão reservados quando alcançar o mais alto degrau da escada do progresso moral-espiritual que terá que trilhar até chegar ao patamar dos Espíritos Puros, sua destinação final.

Nasce para desenvolver e desfrutar em plenitude das virtudes latentes em seu Ser imortal; nem sempre avança como deveria e, por essa razão, vive a tropeçar nos problemas-desafios da estrada evolutiva, complicando sua marcha e atrasando a caminhada por exercer de forma equivocada o seu livre-arbítrio, voltado comumente à busca dos prazeres e enganos proporcionados pelos gozos fugidios e escabrosos das tentações materiais, representadas principalmente pelo poder e pela riqueza.

Ainda não despertou para a importância e finalidade da vida e não aprendeu sequer a valorizar seu próprio corpo físico, veículo material com o qual a Divina Providência lhe concede inúmeras oportunidades de crescimento em direção aos cimos da criação. Vive a se iludir com a aparência, buscando uma “felicidade” enganosa que pensa encontrar na satisfação do seu ego; onde a opinião de outros tantos equivocados que, como ele próprio, valorizam mais a matéria que o Espírito, do qual muitas vezes nem sequer têm conhecimento. Chafurda-se nos vícios da bebida do fumo, do sexo desregrado, das noitadas etc., que lhe têm causado sérias e funestas conseqüências.

Dessa forma, mais facilmente o indivíduo encontra como resposta da vida as dores, angústias e desgraças, que o levam erradamente a reclamar de Deus e de seus semelhantes, sem se dar conta de que o Mestre maior da humanidade Jesus de Nazaré já nos alertou em suas mensagens, há mais de 2000 anos, de que “a cada um será dado conforme suas próprias obras”.

Vivemos dias muito difíceis em nossa sociedade, onde podemos constatar diversas formas de desequilíbrio de variadas procedências, em que as atitudes de dignidade, responsabilidade, honestidade, respeito ao ser humano e às Leis não são observadas pela esmagadora maioria de nossa sociedade, que visa a “levar vantagem” em tudo, esquecida de que a Lei de Deus é perfeita e nos chamará à prestação de contas no momento oportuno.

Hoje, campeiam as falcatruas, movidas pela ambição que alimenta o crime, espalhando por todas as partes do nosso planeta o medo, a indiferença e o desamor, dando-nos a impressão de que estamos desamparados e esquecidos pelos amigos do Além. Temos a sensação de que há predominância do mal, ensejando o desprezo pelos valores éticos, culturais e sociais, desenvolvidos ao longo dos milênios de nossa civilização. Tem-se, por toda a parte, a proliferação da desconfiança, da depressão, da angústia, que fazem crescer o pessimismo e a falta de fé.

Mas, tudo isso não passa de uma visão deturpada que envolve todo aquele que não “vigia e ora”, conforme as determinações evangélicas, pois há na verdade mil motivações para o crescimento do amor e da alegria em nossos corações; desde o nascer de um novo dia, em que podemos fazer tudo de forma diferente e positiva, como, por exemplo, observar o desabrochar de uma flor, a alegria da infância confiante e mil outras formas gloriosas com que a natureza nos brinda, diariamente, trazendo-nos uma mensagem de esperança e a certeza de que Deus, nosso Pai amoroso e bom, está no comando de tudo e o que nos acontecer será sempre para o nosso próprio bem.

Tudo na Terra é convite à meditação para que encontremos a alegria e a força necessária para ultrapassar as dificuldades transitórias que nos ensejam experiência e nos facultam conquistas preciosas com as quais nos candidatamos ao encontro do equilíbrio emocional e da saúde física e espiritual, triunfando sobre nossos próprios desatinos, onde os momentos de alegria prevalecerão sobre os outros de tristeza e desesperança, e, para isso, necessário se faz iniciarmos imediatamente a tarefa que a cada um de nós está confiada, no cumprimento dos desígnios Superiores, na plantação da semente do Evangelho no nosso e no coração de toda a humanidade, contribuindo para o crescimento do bem na Terra.

Em o Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 3, os Imortais da Vida Maior nos esclarecem: “O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem. Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.” (1)

Nesse particular, nós espíritas somos constantemente alertados pelos prepostos de Jesus, que nos incentivam a manter a mente ocupada pelas nobres idéias de amor e caridade, insculpindo em nossos pensamentos os sentimentos elevados, espalhando em nossa volta a alegria e as boas ações, que formarão a sinfonia da felicidade a nos envolver na estrada do progresso individual, que nos libertará das algemas que nos mantiveram presos à ignorância até os dias da atualidade, ensejando-nos as dulcificantes alegrias da companhia de Jesus, fazendo-nos descobrir o real valor da jóia mais preciosa que possuímos, que é justamente a bênção da VIDA.

Aquele que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé. Um é qual músico que alguns acordes bastam para comover, ao passo que outro apenas ouve sons. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade”. (2)  

Bibliografia:

(1) Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 112ª edição, Cap. XVII, Item 3, FEB.

(2) Op. Cit., Item 4.  
 


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