1. O contato com o
Espírito de Raymond, seu
filho desencarnado em
1915 nos campos de
guerra da França,
robusteceu a convicção
de Sir Oliver Joseph
Lodge, mas não foi esse
fato que o levou aos
fenômenos espíritas, a
que ele já se dedicava
desde 1883. (PP. VII e
VIII)
2. Nascido a 12 de junho
de 1851 em Penkhull,
Sttafordshire,
Inglaterra, Lodge
desencarnou a 22 de
agosto de 1940, aos 89
anos de idade, em
Amesbury, Wiltshire, em
seu país natal. (P. VIII)
3. Sua vida pode ser
dividida em duas partes
distintas. Até aos 56
anos de idade, granjeou
fama mundial como
professor e inventor,
notadamente no campo da
radiotelegrafia. Educado
na Grammar
School, de Newport,
e no University
College, de
Londres, especializou-se
em Física. Professor
emérito, foi feito
cavaleiro pelo rei
Eduardo VII, em 1902, e
recebeu grau de doutor
em Ciências por sete
Universidades. (PP. VIII
e IX)
4. Lodge foi o inventor
do “coherer”, o primeiro
detector de ondas a ser
usado, de relevante
papel na telegrafia sem
fio. Aliás, foi ele o
primeiro cientista a
enviar mensagens pelo
telégrafo sem fio, em
1894, antes de Marconi
ter-se ocupado do
assunto. E uma de suas
maiores glórias foi a
descoberta das ondas
hertzianas e o modo de
detectá-las, descoberta
que foi efetuada por
Hertz quase que
simultaneamente, razão
pela qual elas ficaram
associadas ao nome de
Hertz. (PP. IX e X)
5. De 1901 a 1903, já
estudioso dos fenômenos
espíritas, presidiu a
Sociedade de Pesquisas
Psíquicas de Londres,
havendo realizado
numerosas
experimentações com os
médiuns Verall e Leonora
Piper e assistido, em
1894, com Charles
Richet, a algumas das
célebres sessões de
efeitos físicos de
Eusápia Paladino. (P.
IX)
6. As provas que Lodge
obteve da sobrevivência
e comunicação de seu
filho Raymond foram das
mais robustas, e tão
evidentes, que deram
origem ao livro
Raymond, traduzido
para o português pelo
escritor Monteiro
Lobato. (P. IX)
7. Richet, que não
acreditava na
sobrevivência da alma,
era um homem de ciência,
como Oliver Lodge, que
também negou, na sua
mocidade, os fenômenos
espiritistas. Mais
tarde, Lodge
reconheceria que os
homens de ciência não
têm senão um
“conhecimento parcial e
imperfeito dos fatos”,
do que se deriva sua
descrença. (PP. XV e
XVI)
8. Segundo João Teixeira
de Paula, Lodge não foi
espírita. “Não sabemos -
diz Teixeira de Paula -
se Lodge conhecia ou não
as obras de Kardec,
conquanto lhe aceitasse
os princípios básicos;
mas provavelmente as
conheceria e as teria
lido, estudioso
insofreável.” O certo,
porém, é que em nenhuma
vez Lodge cita, em suas
obras, o Codificador.
(P. XVII)
9. Psiquista convicto e
erudito, Oliver Lodge,
como tantos outros
cultores do Psiquismo
Transcendental, admitia
a existência da alma, a
sua preexistência ou
sobrevivência, e a
fenomenologia espírita.
(P. XVII)
10. A Verdade - ensina o
autor de Raymond
- “apresenta diversas
faces: quando pensamos
nos inumeráveis mundos e
na sua diferente
distribuição no
Universo, somos
obrigados a crer num
impulso que leva a
humanidade a cogitar de
realidades mais
importantes, a perceber
que a transitória vida
terrena não pode ser
tudo senão um prelúdio
que a levará a um grande
fim”. (P. XVIII)
11. Segundo ele, Deus
obra sempre de modo
ameno, opera de forma
indireta, sem exercer
coerção, que, “se fosse
exercida, o mundo
hominal seria mais
perfeito, como se pode
dizer do mundo
inorgânico ou mecânico,
porém ele seria apenas
uma máquina e não uma
entidade espiritual”.
Nós, contudo, não somos
máquinas; possuímos “uma
vontade livre e a
faculdade de escolher,
privilégio esse a que
podemos atribuir as
nossas dificuldades e os
nossos fracassos”. (P.
XVIII)
12. Atestando sua
convicção na
imortalidade em diversas
obras, como A
Sobrevivência Humana, A
Formação do Homem e
Raymond, Lodge
declarou, com toda a
clareza, na última
referida: “Jamais
ocultei minha crença de
que a personalidade não
só persiste, como ainda
continua mais entrosada
ao nosso viver diário do
que geralmente o
supomos; de que não há
nenhuma solução de
continuidade entre os
vivos e os mortos”. (P.
XXI)
13. Logo na introdução à
obra em estudo, Oliver
Lodge afirma: “Conheço o
peso da palavra ‘fato’
na Ciência e digo, sem
hesitação, que a
continuidade individual
e pessoal é para mim um
fato demonstrado”. (P.
1)
(Continua no próximo
número.)