“O pinheiro não
se empenha em
debate com o
carvalho a fim
de comprovar a
sua
superioridade.
De fato, em toda
a Criação, o
homem é o único
que não se dá
por satisfeito
com o que é.”
Osho
Já escrevi antes
sobre a
competição,
vista sob uma
ótica diante da
qual geralmente
as mentes
alimentadas
pelos conceitos
do sistema
torcem o nariz.
E esta ótica é
contrária à
competição para
ser favorável,
apenas e tão
somente, à
cooperação. E
fazer-se
entender sobre
isto não é tão
fácil, quando
nos deparamos
com as
diretrizes de
vida impostas
pelos interesses
dominantes de
hoje em dia; mas
nunca é demais
discorrer
novamente sobre
o tema, tendo
como base a
visão espiritual
da vida, para
que se evitem
leituras
equivocadas e
distorções
propositais da
nossa intenção.
Hoje mesmo li um
artigo excelente
do Dr. Mauro
Kwito sobre o
assunto,
enfrentando-o
com a mesma
compreensão do
problema. É
muito útil e
proveitosa a
descoberta de
que a vanguarda
das mentes
espiritualizadas
presentes no
mundo nos dias
de hoje entendem
esta questão sob
os mesmos
parâmetros.
Ou imprimimos ao
curso das nossas
vidas um
modus vivendi
apropriado
aos novos tempos
que todos
ansiamos,
pautado segundo
as normas da
cooperação entre
os povos, que,
inevitavelmente,
trazem em seu
bojo o
beneplácito da
harmonia e da
paz como
conseqüências
naturais e
lógicas, ou que
não incorramos
em flagrante
contradição,
acendendo uma
vela para Deus e
outra para o
diabo. Porque
competição
sempre haverá de
ser competição
sob qualquer
roupagem – como
bem assevera o
Dr. Mauro em sua
exposição do
tema – com
aquele matiz
sutil ou
ostensivo de
rivalidade e do
“tenho que ser
melhor que...”.
De fato esta
mentalidade, em
qualquer esfera
da atividade
humana, induz a
atrito e exclui
de si os
princípios da
equanimidade,
bem como as
prerrogativas
mais
inteligentes e
sábias da
cooperação, onde
todos se
beneficiam da
ação conjunta em
prol do bem
comum - para
atender a uma
faceta
inadequada
presente
principalmente
na perspectiva
empresarial
vigente, porque
baseada
sobretudo em
lucro para
alguns. E lucro
– sobretudo o
monetário – no
mais das vezes
se extraí sob a
metodologia da
ousadia e da
audácia, nem
sempre presentes
em perfis
humanos amigos
da colaboração
mútua, que põe
em relevância a
capacidade e os
valores de todos
os envolvidos –
e que não
evidencia ou
favorece apenas
egos,
bolsos e
vaidades.
O indivíduo,
desta
perspectiva
desvirtuada,
portanto,
torna-se num
produto –
que, como tal,
deve convencer
como sendo
eficiente,
funcional e
lucrativo – em
detrimento da
noção acertada
do ser humano
em si que, único
nas suas
potencialidades,
detém toda uma
riqueza interior
propiciadora de
valores e de
qualidades
apropriadas e
passíveis de
contribuir, com
igual
eficiência, para
o benefício e
para a
exuberância da
vida.
Sob o impacto
indesejado e
negativo de uma
tal referência,
observamos um
sem número de
descalabros,
facilmente
verificáveis em
todas as
vertentes da
trajetória
humana nos
tempos atuais:
hesita-se em
medidas de
subida urgência
em prol do
equilíbrio
climático
porque, como já
rezava o
personagem, o
equilíbrio da
economia de
determinadas
potências é tão
frágil quanto o
clima planetário
– na defesa da
soberania destas
mesmas economias
sobre as demais
do mundo,
colocadas
vantajosamente
em posição de
subserviência –
eis o fundo de
toda a temática!
Crianças e
jovens adotam
estranhos
valores em sua
conduta, sob a
agravante da
anuência
familiar,
entendendo o
mundo como uma
arena de batalha
onde apenas os
mais experts
em arrecadar
somas monetárias
avantajadas – e
aí se
justificando
todos os meios
para que se
atinja este
duvidoso fim! –
detêm direitos a
usufruir
felicidade e bem
estar! E decorre
da prática desta
mentalidade o
resultado
desastroso das
minorias sociais
desvalidas, dos
indigentes
repetidamente
incendiados em
bancos de praças
públicas por
jovens
embriagados pela
volúpia
inclemente do
poderio
material, que os
exime,
freqüentemente,
inclusive das
devidas
prestações de
contas com a
justiça; de toda
uma legião de
seres abdicados
do comezinho
direito à
dignidade em
decorrência
desta visão
excludente e
impositora de
uma compreensão
de vida segundo
a qual
realização e
felicidade se
prendem
unicamente a
oportunidades
sociais
inerentes apenas
a alguns – que,
via de regra, as
alcançam via
atalhos casuais
ou transversos –
não
necessariamente
por merecimento!
E propaga-se, no
processo, a
legenda
enganosa, que
alia
invariavelmente
ausência de
oportunidades
com
incompetência,
incapacidade ou
com despreparo;
fatores,
todavia,
derivados do
escalonamento
injusto
outorgado
despoticamente
por esta
mentalidade
competitiva que,
de si, exclui
automaticamente
os
desfavorecidos
pelas chances
elitistas
próprias de um
mundo que não
articula a
linguagem da
cooperação
mútua, favorável
às dádivas da
vida proveitosa
a todos, e a
todos aberto à
sua contribuição
valorosa: mas
apenas a uma
minoria, talvez
que
eventualmente
presente na hora
certa e em
locais certos, e
diante de
articulações
certas –
induzindo, com
isso, décadas de
gerações à
doentia sensação
de tédio e de
inutilidade
deprimentes,
passíveis de
lançar os seres
humanos a uma
arrasadora
quanto injusta
baixa de
auto-estima – e,
quiçá, a partir
disso, a gestos
extremos de
desespero
gerados por este
estado agudo e
anônimo de
angústia, de
ansiedade, de
falta de
finalidade e de
sentido!
Tal quadro
jamais se
compatibilizará
com aquele mundo
de sonhos,
defendido pelos
que não são
adeptos desta
mentalidade
excludente de
muitos, e que,
todavia, em
variadas
ocasiões se
acham no cerne
de muitos
movimentos
espíritas ou
espiritualistas
agindo e
pensando
exatamente em
sentido
contrário. Sem
embargos,
desafio uma
descrição
fidedigna que
seja, de origem
mediúnica ou
não, que venha a
comprovar que o
que vigora nas
paragens
espirituais
melhoradas e nos
seus métodos de
vida superiores
seja o que ora
assola a vida
corpórea, com os
seus princípios
brilhantes
quanto
traiçoeiros de
competitividade
que estimulam e
impõe, sim, um
ritmo alucinante
em todas as
esferas de
atuação humana e
uma enganosa
sensação de
progresso e de
melhoria das
relações
interpessoais –
mas jamais a
satisfação
unânime, a paz,
a felicidade e a
convivência
harmoniosa entre
as populações
imersas num
embate sem fim,
visando provar a
todo custo o ser
melhor que o
outro a fim de
se obter – coisa
estranha! – o
simples
direito
à felicidade e o
de se viver
harmonizado com
o mundo
circundante,
direito com o
qual o próprio
Criador nos
dotou desde os
primórdios
incógnitos da
nossa
trajetória!