66. É digno, pois, de
nota que a Ciência
Psíquica não tenha ainda
ganho o seu inteiro
direito à liberdade
total. Nesta ciência, o
método experimental
ainda está sob uma nuvem
de suspeita e aversão.
Fatos são afirmados por
investigadores
competentes, embora
nenhuma sociedade
ortodoxa se digne de
dar-lhes atenção, por
parecerem estar eles em
contradição com a
estrutura geral do
Universo geralmente
admitida. (P. 35)
67. O método
experimental desta
ciência, que o professor
Charles Richet denominou
Metapsíquica,
ramo anormal e raro da
Psicologia, está em
prova. Ele caminha
lentamente, arcando com
as dificuldades causadas
pela desaprovação quase
geral e pela tendência
em se perseguir os
instrumentos humanos,
os únicos que permitem
se façam tais
experiências, que são os
médiuns. (P. 35) (N.R.:
Lembremo-nos de que
Lodge escreveu esta obra
em 1929, há setenta e
oito anos.)
68. Examinando os
argumentos contrários
aos fatos espíritas,
vê-se que a explicação
mecânica é incompleta,
porquanto os fatos
implicam a admissão de
que a vida e o Espírito
são realidades fora da
matéria e dos processos
materiais. Os Espíritos
são, no entanto, capazes
de agir sobre os
instrumentos materiais
na qualidade de guia. O
cérebro torna-se órgão
ou instrumento do
Espírito, mas não é ele
o Espírito. (P. 36)
69. Supondo-se que a
existência da telepatia
seja definitivamente
estabelecida, qual seria
a importância disso? (P.
38) (N.R.:
Graças ao advento da
Parapsicologia, a
telepatia é hoje um fato
cientificamente
comprovado.)
70. A
importância principal da
telepatia é provar que a
atividade mental não é
limitada aos órgãos
corporais e aos
instrumentos que a
transmitem regularmente.
Em outros termos: que o
Espírito é independente
do corpo e que não somos
obrigados a supor que o
Espírito deixa de
existir quando o seu
instrumento é destruído.
(P. 38)
71. Os pesquisadores
foram, porém, mais longe
e afirmam - a exemplo de
Oliver Lodge - que é
possível pôr-nos em
comunicação telepática
com aqueles que
sobreviveram à morte do
corpo, os quais, ainda
que não possam causar
uma impressão direta
sobre os órgãos de
nossos sentidos, são
capazes de utilizar um
instrumento fisiológico
- o mecanismo cérebro
neuromuscular de uma
pessoa viva dotada de
faculdade receptiva ou
telepática - e
transmitir mensagens aos
que deixaram na Terra.
(PP. 38 e 39)
72. Afirmando que essas
coisas não podem ser
tratadas levianamente,
Lodge atesta: “Falo sob
o peso de um grande
conjunto de provas hoje
conhecidas por mim e
outras pessoas mais. Ou
ela é verdadeira ou é
falsa. Se é verdadeira,
difícil é encobrir a sua
formidável importância.
É preciso longa e
cuidadosamente
examinar-se o assunto,
pois a esperança e o
futuro da humanidade
dependem dela”. (P. 39)
73. Tais experiências
têm sido, contudo,
ignoradas pela ciência
ortodoxa até os nossos
dias. O mundo científico
e o mundo religioso
zombam, um e outro, das
experiências sobre essas
coisas. Os médiuns
continuam expostos a
certas perseguições
legais no momento. (P.
39)
74. Os fenômenos que
parecem grupar-se em
torno da telepatia e
estabelecer a
sobrevivência não são,
no entanto, os únicos
que os investigadores
têm descoberto e
sustentado. São, de
alguma sorte, os mais
interessantes, mas
existe também a telergia
ou ação do Espírito
sobre o corpo e sobre o
cérebro. (P. 39)
75. Que o Espírito aja
sobre o próprio corpo é
fato sabido, mas há
casos em que um Espírito
estranho é que age
temporariamente sobre o
mecanismo fisiológico de
outra pessoa, que lhe
cedeu temporariamente o
aparelho. É assim que se
produz a escrita e a
palavra automáticas com
relação a assuntos
desconhecidos pela
personalidade normal.
Afirma-se ainda que, em
condições especiais e na
presença de um organismo
em relação com elas,
coisas inorgânicas podem
ser movidas, pesos
levantados, objetos
transportados, fatos
esses que, embora fáceis
de ocorrerem pela ação
dos músculos, podem
dar-se,
excepcionalmente, de
outra forma. (P. 40)
76. A
hipótese de trabalho é
que os objetos assim
movimentados são movidos
por uma espécie de
emanação chamada
ectoplasma que sai
do corpo do médium,
porção do organismo
exteriorizada
temporariamente e que,
havendo atingido o seu
fim, volta ao corpo de
onde emanou. (P. 40)
77. Após atestar a
realidade da
telecinesia, afirmando
que o deslocamento de
objetos sem contato
aparente se produz
realmente, Lodge diz que
ectoplasma é o nome dado
a uma espécie de matéria
celular organizada, que
se diz emanada,
temporariamente, e com
propriedades
extraordinárias e
inexplicáveis, de certas
pessoas. Tal substância
se molda, toma forma de
rostos e de mãos, como
se fosse guiada por uma
inteligência
subconsciente. (P. 41)
78. Existe ainda um
grupo de fenômenos tão
interessantes quanto a
ectoplasmia: a
clarividência e a
lucidez, ou seja, a
percepção de
acontecimentos sucedidos
a distância, a leitura
de cartas lacradas ou de
livros fechados, a
descoberta de objetos
ocultos ou de cursos d’água
subterrâneos. A prova de
que certas pessoas
possuem essa faculdade
se confirma dia a dia.
Alguns desses fatos não
parecem explicar-se pela
telepatia ou pela
leitura do pensamento.
Mas é preciso levar a
hipótese telepática até
o seu extremo limite,
antes de admitir-se
qualquer outra. (P. 42)
(Continua no próximo
número.)