Questões preliminares
A. O homem possui
livre-arbítrio ou está
sujeito à fatalidade?
O homem é dotado do
livre-arbítrio, que é
uma conseqüência da
justiça de Deus.
Trata-se de um atributo
que eleva o homem acima
de todas as outras
criaturas. Se sua
conduta fosse sujeita à
fatalidade, não haveria
para ele
responsabilidade do mal,
nem mérito do bem que
pratica. (O que é o
Espiritismo, capítulo
III, item 128.)
B. Qual é a causa dos
males que afligem a
humanidade?
Os males da nossa
humanidade são a
conseqüência da
inferioridade moral da
maioria dos Espíritos
que a formam. Pelo
contacto de seus vícios,
eles se infelicitam
reciprocamente e
punem-se uns aos outros.
(Obra citada,
capítulo III, item 132.)
C. Qual a explicação
espírita para o fato de
muitas pessoas nascerem
na indigência enquanto
outros nascem na
opulência?
Esse efeito tem uma
causa; se esta causa não
é encontrada na vida
presente, deve achar-se
antes desta. O
Espiritismo nos mostra
que mais de um homem
nascido na miséria foi
rico e considerado numa
existência anterior, na
qual fez mau uso da
fortuna que Deus o
encarregou de gerir. Nem
sempre, porém, uma vida
penosa é fruto de
expiação; muitas vezes é
prova escolhida pelo
Espírito, que vê nela um
meio de avançar mais
rapidamente, conforme a
coragem com que saiba
suportá-la. A riqueza é
também uma prova, mais
perigosa até que a
miséria, pelas tentações
que dá e pelos abusos
que enseja. O exemplo
dos que passaram pela
Terra demonstra ser ela
uma prova em que a
vitória é mais difícil.
(Obra citada,
capítulo III, item 134.)
D. Qual é a situação da
alma logo depois da
morte do corpo?
No momento da morte tudo
se apresenta confuso.
É-lhe preciso algum
tempo para se
reconhecer. O tempo da
perturbação seqüente à
morte é muito variável;
pode ser de algumas
horas, como de muitos
dias, meses e mesmo de
muitos anos. Essa
perturbação nada tem de
penosa para o homem de
bem, mas é cheia de
ansiedade e de angústias
para o indivíduo cuja
consciência não é pura e
amou mais a vida
corporal que a
espiritual. (Obra
citada, capítulo III,
itens 144, 145 e 153.)
Texto para leitura
178. Os sonhos são o
resultado da liberdade
do Espírito durante o
sono; às vezes, são a
recordação dos lugares e
das pessoas que o
Espírito viu ou visitou
nesse estado. (Cap. III,
item 137, pág. 204.)
179. Os pressentimentos
são recordações vagas e
intuitivas do que o
Espírito aprendeu seus
momentos de liberdade e,
algumas vezes, avisos
ocultos dados por
Espíritos benévolos.
(Cap. III, item 138,
pág. 204.)
180. A presença
simultânea da selvageria
e da civilização, na
Terra, é um fato
material que prova o
progresso que uns já
fizeram e que os outros
têm de fazer. A alma do
selvagem atingirá, pois,
com o tempo, o mesmo
grau da alma
esclarecida, mas para
atingi-lo deverá passar
por encarnações
sucessivas. (Cap. III,
itens 139 a 141, pp. 205
e 206.)
181. As faculdades da
alma são proporcionais à
sua purificação; só as
de escol podem gozar da
presença de Deus. (Cap.
III, item 146, pág.
209.)
182. Deus está em toda a
parte, porque em toda a
parte Ele irradia. Os
Espíritos atrasados,
porém, estão envolvidos
numa espécie de nevoeiro
que O oculta a seus
olhos e que não se
dissipa senão à medida
que eles se
desmaterializam e se
purificam. (Cap. III,
item 147, pág. 209.)
183. Na morte natural, o
desprendimento da alma
se opera gradualmente e
sem abalo, começando
mesmo antes que a vida
esteja extinta. Na morte
violenta, por suplício,
suicídio ou acidente, os
laços são partidos
bruscamente; o Espírito,
surpreendido, fica como
que tonto com a mudança
nele efetuada, e não
acha explicação para a
sua situação. Um
fenômeno mais ou menos
comum em tal caso é
pensar que não esteja
morto, podendo essa
ilusão durar muitos
meses e até muitos anos.
Nesse estado, ele se
locomove, julga
ocupar-se dos seus
negócios e mostra-se
espantado de não lhe
responderem, quando
fala. (Cap. III, item
149, pp. 210 e 211.)
184. A mesma ilusão
post-mortem se nota,
fora dos casos de morte
violenta, em muitos
indivíduos cuja vida foi
absorvida pelos gozos e
interesses materiais.
(Cap. III, item 149,
pág. 211.)
185. Livre do invólucro
material, o Espírito de
uma criança morta em
tenra idade volta a ter
as faculdades que tinha
antes da sua encarnação.
Como não passou mais que
alguns instantes na vida
corpórea, não sofre
modificação nas
faculdades. (Cap. III,
item 154, pág. 212.)
186. O Espírito de um
menino pode falar como
um adulto, porque pode
ser um Espírito
adiantado. Se algumas
vezes adota a linguagem
infantil é para não
tirar à mãe o encanto
que sempre está ligado à
afeição de um ente
frágil, delicado e
adornado com as graças
da inocência. (Cap. III,
item 154, pág. 212.)
187. A entrada no mundo
dos Espíritos não dá à
alma todos os
conhecimentos que lhe
faltavam na Terra.
Depois da morte, elas
progridem mais ou menos,
segundo sua vontade, e
algumas se adiantam
muito, mas precisam pôr
em prática, durante a
vida corporal, o que
adquiriram em ciência e
moralidade. (Cap. III,
item 156, pág. 213.)
188. Os Espíritos têm
ocupações na vida
espiritual relacionadas
com o seu grau de
adiantamento. (Cap. III,
item 159, pág. 214.)
189. A Igreja reconhece
hoje que o fogo do
inferno é todo moral e
não material, mas não
define a natureza dos
sofrimentos. Segundo os
Espíritos, essas penas
não são uniformes:
variam infinitamente,
segundo a natureza e o
grau das faltas
cometidas, sendo quase
sempre essas faltas o
instrumento do seu
castigo. Assim é que
certos assassinos são
obrigados a conservar-se
no próprio lugar do
crime e a ver suas
vítimas incessantemente;
que o homem de gostos
sensuais e materiais
conserva esses pendores
juntamente com a
impossibilidade de
satisfazê-los; que
certos avarentos julgam
sofrer o frio e as
privações que suportaram
na vida por sua avareza;
que outros se conservam
junto aos tesouros que
enterraram, com medo de
que os roubem... Em uma
palavra, não há um
defeito, uma imperfeição
moral, um ato mau que
não tenha, no mundo
espiritual, seu reverso
e suas conseqüências
naturais. Para isso, não
existe necessidade de um
lugar determinado e
circunscrito. Onde quer
que se ache o Espírito
perverso, o inferno
estará com ele. (Cap.
III, item 160, pág.
215.)
190. Além dos
sofrimentos materiais,
há as penas e provas
materiais que o
Espírito, se não está
depurado, experimenta
numa nova encarnação, na
qual é colocado em
condições de sofrer o
que fez a outrem sofrer;
de ser humilhado, se foi
orgulhoso; miserável, se
foi avarento; infeliz
com seus filhos, se foi
mau filho, etc. A Terra
é, assim, um dos lugares
de exílio e de expiação,
um purgatório,
para os Espíritos dessa
natureza, do qual cada
um se pode libertar
melhorando-se
suficientemente para
merecer habitação em
mundo melhor. (Cap. III,
item 160, pp. 215 e
216.)
191. A prece é sempre
útil às almas
sofredoras. Os bons
Espíritos a recomendam e
os imperfeitos a pedem
como meio de aliviar os
seus sofrimentos. Além
do consolo que propicia,
a prece exorta o devedor
ao arrependimento. (Cap.
III, item 161, pág.
216.)
192. A felicidade dos
bons Espíritos consiste
em conhecer todas as
coisas, não sentir ódio,
nem ciúme, nem inveja,
nem ambição, nem
qualquer das paixões que
infelicitam os homens. O
amor que os une é, para
os bons Espíritos, a
fonte de suprema
felicidade, pois não
experimentam as
necessidades, nem os
sofrimentos, nem as
angústias da vida
material. O estado
contemplativo seria uma
coisa estúpida e
monótona. A vida
espiritual é, ao
contrário, plena de
atividades incessantes
pelas missões que os
Espíritos recebem do Ser
Supremo, como seus
agentes no governo do
Universo. (Cap. III,
item 162, pp. 216 e
217.)