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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 36 - 23 de Dezembro de 2007

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Tempo de renovação!

Aprende o amor que reparte em abraços o pão e o perdão,amor fraterno que faz pontes nos abismos e dá bússola ao coração, pois nele desnuda o medo para clarear o fato: seu destino, viajor, é amar sem fuga!

Seja qual for a tradição, o Ano Novo tem por função “abrir o tempo”, a chegada do momento favorável. E essa transfiguração do tempo chama-se Festa, na qual se rememora os votos da paz, amor e gratidão, que devem ser compartilhados.

E nossa paz, amor e gratidão pertencem a Jesus, o Excelso Médium do Senhor, que albergou a Humanidade no seu coração, confiante de que a Verdade é capaz de construir em nós as atitudes santificadoras, que reconhecem todos os semelhantes como irmãos.

Toda a trajetória de Jesus na Terra foi uma conferência iluminada de abnegação, doçura, tolerância, dedicação ao próximo – Ele que possuía todas as virtudes e talentos. Seus exemplos, guiados pelo hálito do amor, estão embebidos de uma ética benevolente e compassiva, que nos esclarece o amor a Deus, a si mesmo e ao próximo como as senhas principais para a superação de quaisquer sofrimentos e para o valioso sentido da vida – o caminho para a vida eterna.

Entretanto, se somos frágeis, pois imperfeitos, podemos saciar nossa sede de existência significativa caso ouçamos, com o coração, as parábolas de Jesus, que nos revelam os segredos, tão claros, de uma vida boa, pois é sempre tempo de renovação!

Quando estamos em dificuldade de qualquer ordem, deveríamos deixar crescer em nós uma voz serena, que sussurra, mais uma vez, a fala do Cristo: “Vós sois o sal da terra...

Mas o que é ser o sal da terra?

O sal está ligado à condimentação e à conservação dos alimentos. Ele enriquece a comida e, ainda, evita a deterioração. Dessa maneira, segundo uma ética cristã, nós temos a incumbência de temperar a vida, dar-lhe sabor, neutralizar a insipidez dos acontecimentos, tantas vezes eivados de desgostos e de todos os tipos de corrupção, que apodrecem o Espírito e descortinam a senda de uma existência insossa, inclinada a doenças e tormentos.

Todo mundo pode ser feliz se levar em consideração a sua essência salina, apta a transformar o azedume em ânimo, a mágoa em perdão, a maledicência em silenciosa compreensão. Viver para o bem exige disciplina contínua, haja vista as ilusões mundanas; contudo, a ação cotidiana no bem produz resultados tão positivos e prazerosos, que o esforço mínimo é de imediato recompensado. Nada supera a esperança do aprendiz disciplinado, que leva o tempero da indulgência às situações contaminadas pelo desamor e a ignorância.

De outro lado, o sal se tomado em estado puro, não cumprirá sua finalidade de garantir o sabor; porém, quando usado discretamente como adição, como adequação, assegura agradabilidade a tudo. Dessa maneira, é a consciência ética, crivada na lei do amor e da caridade, que transforma as situações mundanas negativas, principalmente as embaraçosas, preservando-as da putrefação. Sejamos, então, Espíritos compromissados com a Verdade do Cristo, a única que saciará a nossa fome de evolução.

Ora, se no Natal recordamos a estrela misteriosa que penetrou no estábulo, no qual brilhou a Luz da Criança-Jesus, no Ano Novo, sem dúvida, o sentido de nossa caminhada se reencontra justamente diante da abertura hospitaleira que o dia 31 anuncia... Abrir-se o homem ao divino, quebrar o ranço dos velhos hábitos para entrever a dimensão de possibilidades que promova o seu crescimento interior a serviço do bem e da fraternidade.

Neste findar de dezembro, portanto, existe para nós, novamente, esta reflexão essencial: o encontro com o Cristo no interior de nós mesmos, que pede atenção ao instante favorável, o presente, para a realização de uma prática, que, estribada em nosso livre-arbítrio, pode revestir dois tipos de atitudes – as ajustadas com uma felicidade confundida com a segurança material (ilusória) ou as ajustadas com a função de sal do qual somos portadores, que reclama nossa contribuição de acordo com a nossa particularidade, com a nossa diferença para que o mundo seja um lugar melhor e mais temperante...

Obrigada, Jesus! Nós agradecemos o seu Evangelho – Código de Ética Universal – que nos ensina a ser-fazer, à medida que nos dá as respostas para nossas dificuldades, os meios para o nosso crescimento e os recursos para a expansão do talento que o Pai nos confiou. Nós agradecemos os seus servos fiéis, Francisco de Assis, Allan Kardec, Francisco Cândido Xavier (a tríade Francisco-Kardec-Xavier), seus disciplinados instrumentos que, por amor, sinalizam o discernimento para uma afortunada estada no seu planeta Azul.

Ah!, Jesus, que o nosso Ano Novo seja abençoado e que a sua Paz, Mestre Amado, guarde a Terra inteira.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita