Alguém me pergunta: Como
definir uma vivência
cristã legítima?
A vivência cristã
implica um clima de
convivência social em
regime de fraternidade,
em que todos se ajudam e
se socorrem, dirimindo
dificuldades e
problemas. Viver o
Cristo é conviver com o
próximo, aceitando-o tal
qual é, com seus
defeitos e imperfeições,
sem a pretensão de
corrigi-lo.
O verdadeiro cristão
inspira seu semelhante
com bondade para que ele
mesmo desperte e mude de
conduta de moto próprio.
Isolar-se a pretexto de
crescer espiritualmente
não passa, pois, de uma
experiência em que o
egoísmo predomina,
porque afasta o
indivíduo da luta que
forja heróis e constrói
os santos da abnegação e
da caridade. Segundo o
Espiritismo, tal
procedimento só merece
reprovação, visto que
não pode agradar a Deus
uma vida pela qual o
homem deliberadamente se
condena a não ser útil a
ninguém. É claro que não
me refiro aos que se
afastam do bulício
citadino buscando no
retiro a tranqüilidade
reclamada por certas
ocupações, nem aos que
se recolhem a
determinadas
instituições fechadas
para se dedicarem,
amorosamente, ao socorro
dos desgraçados. Apesar
de afastados da
convivência social,
prestam eles,
obviamente, excelentes
serviços à sociedade e
adquirem duplo mérito
porque têm a seu favor,
além da renúncia às
satisfações mundanas, a
prática das leis do
trabalho e da caridade
cristã.
Lembra-nos Joanna de
Ângelis que, ao descer
das Regiões Felizes ao
vale das aflições, para
nos ajudar, Jesus
mostrou-nos como devem
agir os que se dizem
cristãos. O Mestre não
convocou a si os
privilegiados, mas os
infelizes, os rebeldes,
os rejeitados,
suportando suas mazelas
e amando-os.
Evocando o exemplo do
Cristo, a mentora de
Divaldo P. Franco
recomenda (Leis
Morais da Vida, cap.
31):
“Atesta a tua confiança
no Senhor e a excelência
da tua fé mediante a
convivência com os
irmãos mais inditosos
que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada acesa
a clarificar-lhes a
marcha.
Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda,
desculpa, compreende.
Se eles te enganam ou te
traem, se te censuram ou
te exigem o que te não
dão, ama-os mais,
sofre-os mais, porquanto
são mais carecentes de
socorro e amor do que
supões.
Se conseguires conviver
pacificamente com os
amigos difíceis e
fazê-los companheiros,
terás logrado êxito,
porquanto Jesus em teu
coração estará sempre
refletido no trato, no
intercâmbio social com
os que te buscam e com
os quais ascendes na
direção de Deus.”