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Estudando
a série André Luiz |
Ano 1 - N° 37 -
6 de Janeiro de
2008
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MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Missionários da Luz
André Luiz
(Parte 13)
Continuamos nesta edição
o estudo da obra
Missionários da Luz,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual
integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Como entender o sexo
e como deve ele ser
exercido?
R.: A manifestação
sexual evolui com o ser.
Entre as criaturas que
se encaminham aos montes
de elevação, a união
sexual traduz a permuta
sublime das energias
perispirituais,
simbolizando alimento
divino para a
inteligência e o coração
e força criadora não
somente de filhos
carnais, mas também de
obras e realizações
generosas da alma para a
vida eterna.
Se substituirmos as
palavras "união sexual"
por "união de
qualidades", veremos que
toda a vida universal se
baseia nesse divino
fenômeno, cuja causa
reside no próprio Deus.
Essa "união de
qualidades" entre os
astros chama-se
magnetismo planetário de
atração, entre as almas
denomina-se amor, entre
os elementos químicos é
conhecida por afinidade.
A paternidade e a
maternidade são tarefas
sublimes, mas não
representam os únicos
serviços divinos no
setor da Criação
infinita. Há fecundações
físicas e fecundações
psíquicas. Umas
referem-se às formas. As
segundas efetuam-se nos
resplandecentes domínios
da alma. É por isso que
é lamentável que a
maioria dos homens tenha
menosprezado as
faculdades criativas do
sexo, desviando-as para
o vórtice dos prazeres
inferiores. O uso do
sexo é uma lei natural
na esfera dos
encarnados, mas é
preciso que seja
exercido, como todas as
leis naturais, sobre as
bases da lei universal
do bem e da ordem. As
uniões sexuais que se
efetuem à distância
desses imperativos,
transformam-se em causas
geradoras de sofrimento
e perturbação. O sexo,
na existência humana,
pode ser um dos
instrumentos do amor,
sem que o amor seja o
sexo. É por isso que os
homens e mulheres, cujas
almas se vão libertando
dos cativeiros da forma
física, escapam
gradativamente do
império absoluto das
sensações carnais,
porque aprendem a trocar
os valores divinos da
alma entre si,
alimentando-se
reciprocamente, através
de permutas magnéticas,
não menos valiosas para
os setores da Criação
Infinita. Para tais
pessoas, a união
reconfortadora e sublime
não se acha circunscrita
à emotividade de alguns
minutos, mas constitui a
integração de alma com
alma, através da vida
inteira, no campo da
Espiritualidade
Superior.
(Missionários da Luz,
cap. 13, págs. 198 a
203.)
B. O lar estruturado em
bases retas goza de
alguma proteção
especial?
R.: Sim. Ele tem o
concurso de testemunhas
respeitosas que lhe
garantem a privacidade
dos atos mais íntimos,
mas não ocorre a mesma
coisa nas moradias cujos
proprietários escolhem
baixas testemunhas
espirituais, buscando-as
em zonas inferiores. A
esposa infiel aos
princípios nobres da
vida em comum e o esposo
que põe sua casa em
ligação com o
meretrício, não devem
esperar que seus atos
afetivos permaneçam
coroados de veneração e
santidade. Suas relações
mais íntimas têm a
participação das
desvairadas testemunhas
que escolheram.
Tornam-se vítimas
inconscientes de grupos
perversos, que lhes
partilham as emoções de
natureza fisiológica,
induzindo-as à mais
dolorosa viciação, seja
qual for a posição
social que desfrutem.
(Obra citada, cap. 13,
págs. 203 a 209.)
C. Que ocorre ao corpo
perispiritual do
reencarnante antes do
início do processo
reencarnatório?
R.: À medida que a
ligação fluídica do
reencarnante com os
futuros pais se
intensifica, ele vai
perdendo os pontos de
contato com os veículos
que consolidou na esfera
espiritual, para que o
organismo perispiritual
possa retomar a
plasticidade
característica. É
necessário desfazer-se
de determinados
elementos dos círculos
da vida espiritual, para
poder penetrar com êxito
a corrente da vida
carnal. Em seguida,
inicia-se a redução da
forma perispiritual, uma
operação que não é curta
nem simples e requer o
esforço dos protetores
espirituais para que a
redução se efetue.
(Obra citada, cap. 13,
págs. 210 a 215.)
D. Que é que a criança,
tendo em vista a lei da
hereditariedade, herda
dos pais?
R.: O organismo dos
nascituros provém do
corpo dos pais, mas a
criatura herda
tendências e não
qualidades. As primeiras
cercam o homem que
renasce, desde os
primeiros dias de luta,
não só em seu corpo
transitório, mas também
no ambiente geral a que
foi chamado a viver,
aprimorando-se. As
segundas resultam do
labor individual da alma
encarnada, na defesa,
educação e
aperfeiçoamento de si
mesma. Se o Espírito
reencarnado estima as
tendências inferiores,
desenvolvê-las-ás, ao
reencontrá-las dentro do
novo quadro de
experiências humanas.
Assim, ninguém se pode
queixar de forças
destruidoras ou de
circunstâncias
asfixiantes, em se
referindo ao círculo
onde renasceu. Haverá
sempre, dentro de nós, a
luz da liberdade íntima
indicando-nos a
ascensão. Praticando a
subida espiritual,
melhoraremos sempre.
Esta é a lei. (Obra
citada, cap. 13, págs.
217 a 220.)
Texto para leitura
86. A
questão do sexo
- Alexandre disse a
André que o sexo tem
sido tão aviltado pela
maioria dos homens
reencarnados na Crosta,
que se torna difícil
elucidar o raciocínio
humano acerca do
assunto. A união
sexual entre a maioria
dos homens e mulheres,
disse o instrutor,
aproxima-se
demasiadamente das
manifestações sexuais
entre os animais. Entre
as criaturas, porém, que
se encaminham, de fato,
aos montes de elevação,
a união sexual é muito
diferente. Traduz a
permuta sublime das
energias perispirituais,
simbolizando alimento
divino para a
inteligência e o coração
e força criadora não
somente de filhos
carnais, mas também de
obras e realizações
generosas da alma para a
vida eterna. E
Alexandre acentuou, com
bastante clareza: A
procriação é um dos
serviços que podem ser
realizados por aquele
que ama, sem ser o
objeto exclusivo das
uniões. O Espírito que
odeia ou que se coloca
em posição negativa,
diante da Lei de Deus,
não pode criar vida
superior em parte
alguma. É necessário
deslocar a concepção do
sexo, sem situá-lo
apenas em determinados
órgãos do corpo
transitório. Vejamos o
sexo como qualidade
positiva ou passiva,
emissora ou receptora da
alma. Assim,
verificamos que toda
manifestação sexual
evolui com o ser.
Substituindo as palavras
"união sexual" por
"união de qualidades",
observaremos que toda a
vida universal se baseia
nesse divino fenômeno,
cuja causa reside no
próprio Deus. Essa
"união de qualidades"
entre os astros chama-se
magnetismo planetário de
atração, entre as almas
denomina-se amor, entre
os elementos químicos é
conhecida por afinidade.
A paternidade e a
maternidade são tarefas
sublimes, mas não
representam os únicos
serviços divinos no
setor da Criação
infinita. Há fecundações
físicas e fecundações
psíquicas. Umas
referem-se às formas. As
segundas efetuam-se nos
resplandecentes domínios
da alma. É por isso que
é lamentável que a
maioria dos homens tenha
menosprezado as
faculdades criativas do
sexo, desviando-as para
o vórtice dos prazeres
inferiores, concluiu
Alexandre. (Cap. 13,
págs. 198 a 201)
87. O sexo diante
das Leis de Deus
- A uma indagação de
André Luiz, Alexandre
asseverou que ninguém
contesta que o uso do
sexo seja uma lei
natural na esfera dos
encarnados, mas é
preciso que seja
exercido, como todas as
leis naturais, sobre as
bases da lei universal
do bem e da ordem.
Quem foge ao bem, é
defrontado pelo crime;
quem foge à ordem, cai
no desequilíbrio,
acentuou o instrutor. As
uniões sexuais que se
efetuem à distância
desses imperativos,
transformam-se em causas
geradoras de sofrimento
e perturbação. Ademais,
não devemos esquecer que
o sexo, na existência
humana, pode ser um dos
instrumentos do amor,
sem que o amor seja o
sexo. É por isso que os
homens e mulheres, cujas
almas se vão libertando
dos cativeiros da forma
física, escapam
gradativamente do
império absoluto das
sensações carnais,
porque aprendem a trocar
os valores divinos da
alma entre si,
alimentando-se
reciprocamente, através
de permutas magnéticas,
não menos valiosas para
os setores da Criação
Infinita. Para tais
pessoas, a união
reconfortadora e sublime
não se acha circunscrita
à emotividade de alguns
minutos, mas constitui a
integração de alma com
alma, através da vida
inteira, no campo da
Espiritualidade
Superior. Diante dos
fenômenos da presença
física, bastam-lhe, na
maioria das vezes, o
olhar, a palavra, o
simples gesto de carinho
e compreensão, para que
recebam o magnetismo
criador do coração
amado, impregnando-se de
força e estímulo para as
mais difíceis
edificações. E
Alexandre concluiu:
Não há criação sem
fecundação. As formas
físicas descendem das
uniões físicas. As
construções espirituais
procedem das uniões
espirituais. A obra do
Universo é filha de
Deus. O sexo, portanto,
é manifestação cósmica
em todos os círculos
evolutivos, até que
venhamos a atingir o
campo da Harmonia
Perfeita, onde essas
qualidades se equilibram
no seio da Divindade.
(Cap. 13, págs. 201 a
203)
88. Os receios de
Segismundo -
Alexandre passou a
examinar os mapas
cromossômicos relativos
ao futuro corpo físico
de Segismundo, para
certificar-se até que
ponto seria possível
colaborar em favor do
amigo, com recursos
magnéticos para a
organização das
propriedades
hereditárias. Segismundo
parecia extenuado e
abatido e não conseguia
manter-se sentado.
Assistido por Herculano,
conversava com
dificuldade, estirado
numa cama, em grande
prostração. Mais uma vez
André podia registrar a
penosa impressão dos que
se encontram no limiar
de nova experiência
terrestre. Segismundo
sentia-se fraco,
incapacitado... Tinha
receio de novos
fracassos. Sabia da
ajuda que Herculano lhe
daria, acompanhando-o
com desvelo e constância
em sua nova existência,
mas entendia que o
renascimento na carne,
com os valores
espirituais que ele
possuía, representava um
fato gravíssimo no
processo de elevação. Ai
dele, se caísse outra
vez! Vendo esse estado
de desânimo, Alexandre
chamou-o à
responsabilidade: Não
deixe de cooperar com a
sua confiança em nosso
labor para o seu próprio
benefício. Dê trabalho à
sua imaginação criadora.
Mentalize os primórdios
da condição fetal,
formando em sua mente o
modelo adequado.
Levante o padrão de suas
forças morais. André
ficou sabendo então que
há Espíritos que
reencarnam inconscientes
do ato que realizam.
Somente as almas
educadas têm compreensão
real da verdadeira
situação que se lhes
apresenta. A maioria dos
que retornam à vida
corporal é magnetizada
pelos benfeitores
espirituais, que lhe
organizam novas tarefas
redentoras, e quantos
recebem esse auxílio são
conduzidos ao templo
maternal de carne como
crianças adormecidas. O
trabalho inicial, que
lhes compete na
organização do feto,
passa a ser executado
pela mente materna e
pelos amigos
desencarnados que os
ajudam. São inúmeros os
que regressam à Crosta
nessas condições. (Cap.
13, págs. 203 a 206)
89. A
proteção divina aos
lares em bases retas
- Alexandre havia sido
solicitado pelo chefe do
grupo de Espíritos
Construtores a dar o seu
concurso para a divisão
da cromatina no útero
materno, e André ficou
envolvido por mil
perguntas. Raquel
estaria consciente da
colaboração espiritual?
Qual seria o papel dos
Espíritos no processo
reencarnatório?
Alexandre explicou-lhe
que a intervenção dos
Espíritos Construtores,
nesses casos,
desenvolve-se com a
mesma santidade que
caracteriza o concurso
de um médico responsável
e honesto, ao praticar a
intervenção no parto
comum. A modelagem fetal
e o desenvolvimento do
embrião obedecem a leis
físicas naturais, como
se dá em outros reinos
da Natureza, mas, em
todos esses fenômenos,
os ascendentes de
cooperação espiritual
coexistem com as leis,
de acordo com os planos
de evolução ou resgate.
O concurso dos
Espíritos, portanto, em
processos tais, é uma
das tarefas mais comuns.
O instrutor depois
explicou que não é
necessária a presença
dos Espíritos ao ato
sexual. Semelhantes
momentos do tálamo
conjugal são sublimes e
invioláveis nos lares em
bases retas,
acentuou Alexandre. A
fecundação do óvulo
materno somente se
verifica algumas horas
depois da união
genesíaca <N.R.:
Cerca de 5 a 7 horas
depois, conforme os
especialistas>. A
observação de Alexandre
relativa aos lares em
bases retas, que têm o
concurso de testemunhas
respeitosas que lhes
garantem a privacidade
dos atos mais íntimos,
levou-o a explicar que
não ocorre o mesmo nas
moradias cujos
proprietários escolhem
baixas testemunhas
espirituais, buscando-as
em zonas inferiores. A
esposa infiel aos
princípios nobres da
vida em comum e o esposo
que põe sua casa em
ligação com o
meretrício, não devem
esperar que seus atos
afetivos permaneçam
coroados de veneração e
santidade. Suas relações
mais íntimas têm a
participação das
desvairadas testemunhas
que escolheram.
Tornam-se vítimas
inconscientes de grupos
perversos, que lhes
partilham as emoções de
natureza fisiológica,
induzindo-as à mais
dolorosa viciação, seja
qual for a posição
social que desfrutem.
Obviamente, se a esposa
é fiel e devotada, ainda
que seu marido seja
desleal e aventureiro no
campo sexual, ela não
ficará à mercê das
testemunhas
enlouquecidas que o
homem atrai. O mau
não pode perturbar o que
é genuinamente bom.
Nesses casos, a esposa
garantirá o ambiente
doméstico, mas o marido
imprevidente tornar-se-á
paulatinamente cego à
virtude e converter-se-á
por vezes no escravo
integral das entidades
perversas que tomou por
testemunhas habituais,
presentes em todos os
seus caminhos e
atividades fora do
santuário da família.
Sua queda nos
desfiladeiros fatais do
crime das trevas é,
então, iminente. É assim
que a maioria das
tragédias conjugais se
transferem para
além-túmulo, criando
pavorosos infernos para
aqueles que as viveram
na Crosta. É doloroso
observar a extensão dos
crimes perpetrados na
existência carnal e ai
dos desprevenidos que
não se esforçam a tempo,
no sentido de combater
as paixões baixas!
Angustioso lhes é o
despertar na verdadeira
vida!..., concluiu
Alexandre. (Cap. 13,
págs. 207 a 209)
90. Indispensável
criar esperanças novas
- Na casa de Adelino e
Raquel todos já se
haviam recolhido e
Segismundo, repousando
em pequena câmara,
permanecia aflito, de
olhar triste e
vagueante. Qual seria o
motivo de tanto
sofrimento? Alexandre
explicou que desde a
semana passada
Segismundo estava em
processo de ligação
fluídica direta com os
futuros pais. Herculano
o ajudava nesse
trabalho. Na medida em
que se intensificava
essa aproximação, ele ia
perdendo os pontos de
contato com os veículos
que consolidou na esfera
espiritual, através de
assimilação dos
elementos do plano
invisível. Tal operação
era necessária para que
o organismo
perispiritual pudesse
retomar a plasticidade
característica e, nesse
estágio, o serviço
impunha-lhe sofrimentos.
Claro que seu
perispírito é o mesmo
que ele trouxe da Crosta
ao desencarnar pela
última vez, mas, com o
tempo, em vista de nova
alimentação e novos
hábitos em meio muito
diferente, incorporou
determinados elementos
dos círculos da vida
espiritual, dos quais é
necessário desfazer-se
para poder penetrar com
êxito a corrente da vida
carnal. Seria aquilo
parecido com a morte
física na Terra?
Alexandre disse que sim,
desde que consideremos a
morte do corpo carnal
como simples abandono de
envoltórios atômicos
terrestres. O instrutor
depois aproximou-se de
Segismundo e,
acariciando-lhe a face,
disse-lhe: Você deve
estar satisfeito: é
chegado o momento
decisivo. Todas as
nossas expressões de
reconhecimento a Deus
são insignificantes,
diante da nova
oportunidade recebida.
E, diante dos receios da
entidade reencarnante,
Alexandre falou-lhe com
ternura, lembrando que a
hora era de confiança e
coragem. Que ele não
deveria asilar o monstro
do medo no coração. E se
guardasse alguma
preocupação, dividisse
com eles os seus
pesares, abrindo a sua
alma... Segismundo
lembrou-lhe então a obra
de socorro que ele
fundara nas cercanias da
colônia espiritual e
que, apesar do bom
funcionamento, não
estava ainda terminada.
Será que ele se
precipitou em afastar-se
tão cedo do seu
trabalho, antes de
consolidá-lo? Alexandre
respondeu-lhe com
franqueza e otimismo:
Desprenda-se de suas
criações aqui. Todas as
nossas obras, efetuadas
de acordo com as leis
divinas, sustentam-se
por si mesmas e
esperam-nos em qualquer
tempo para a colheita de
saborosos frutos de
alegria eterna. O
resgate do desvio de
outra época concederá ao
seu espírito uma luz
nova e mais brilhante.
Persevere no seu
propósito. Não se prenda
a receios pueris. E,
após desfilar diversos
conselhos e
advertências, Alexandre
disse que aquele estado
d' alma negativo poderia
perturbar o
desenvolvimento fetal e
determinar a morte
prematura do novo corpo,
no período infantil.
É verdade que ele devia
e precisava pagar, mas,
em sã consciência, quem
não é devedor?
Com tristeza e
abatimento nunca
resgataremos nossos
débitos. É indispensável
criar esperanças novas,
concluiu Alexandre.
(Cap. 13, págs. 210 a
213)
91. Segismundo
volta a ser criança
- Os Espíritos
Construtores começaram o
trabalho de magnetização
do corpo perispiritual
de Segismundo,
secundados pelo esforço
de Alexandre. André Luiz
registrou assim o que
ele via: Sem que me
possa fazer
compreendido, de pronto,
pelo leitor comum, devo
dizer que "alguma coisa
da forma de Segismundo
estava sendo eliminada".
A entidade tornava-se
mais pálida; seu olhar
parecia penetrar outros
domínios; tornava-se
vago, menos lúcido. A
certa altura, Alexandre
falou-lhe com
autoridade:
Segismundo, ajude-nos!
Mantenha clareza de
propósitos e pensamento
firme! Agora sintonize
conosco relativamente à
forma pré-infantil.
Mentalize sua volta ao
refúgio maternal da
carne terrestre!
Lembre-se da organização
fetal, faça-se
pequenino! imagine sua
necessidade de tornar a
ser criança para
aprender a ser homem!
Parecia claro que o
interessado precisava
oferecer o maior
coeficiente de
cooperação individual
para o êxito amplo. E,
de fato, a forma
perispiritual de
Segismundo tornava-se
reduzida, numa operação
que não era curta, nem
simples. Era visível o
esforço geral para que a
redução se efetuasse.
Segismundo parecia cada
vez menos consciente.
Por fim, para assombro
de André, este verificou
que a forma do amigo
assemelhava-se à de uma
criança. O autor de
"Nosso Lar" não podia
imaginar que o
renascimento de alguém
compelisse o plano
espiritual a serviços
tão complexos... O
trabalho enobrecedor
–respondeu-lhe
Alexandre– está em
toda a parte. O paraíso
da ociosidade é talvez a
maior ilusão dos
princípios teológicos
que obscureceram na
Crosta o sentido divino
da verdadeira Religião.
(Cap. 13, págs. 214 e
215)
92. Processos
reencarnatórios
- O instrutor fez
algumas considerações
comparando a encarnação
à desencarnação. Esta,
quando se processa em
condições normais,
obriga o corpo denso de
carne a não menores
modificações. A
enfermidade mortal, para
o homem terreno, nada
mais é que uma
prolongada operação
redutiva, libertando por
fim a alma,
desembaraçando-a dos
laços fisiológicos. Há
pessoas que, depois de
algumas semanas de
leito, ficam
irreconhecíveis, e não
podemos esquecer que o
corpo físico não tem a
plasticidade do corpo
perispiritual, que é
profundamente sensível à
influenciação magnética.
Os processos
reencarnatórios não são
idênticos. As
facilidades e obstáculos
estão subordinados a
muitos fatores, muitas
vezes relativos ao
estado consciencial dos
próprios interessados no
regresso à Crosta.
Companheiros de grande
elevação dispensam quase
totalmente o concurso
dos benfeitores
espirituais. Os irmãos,
porém, que procedem de
zonas inferiores
necessitam de cooperação
muito mais complexa do
que a exercida no caso
de Segismundo. A
importância da
reencarnação é muito
grande, pois ela é o
curso repetido de lições
necessárias. A
esfera da Crosta é uma
escola divina. É por
isso que o amor, através
das atividades
"intercessórias",
reconduz diariamente ao
banco escolar da carne
milhões de aprendizes. A
reencarnação de
Segismundo, contudo,
obedecia às diretrizes
mais comuns, porquanto o
irmão pertencia à enorme
classe média de
Espíritos que habitam a
Crosta, nem altamente
bons, nem
conscientemente maus. Já
a volta de certas
entidades das regiões
mais baixas ocasiona
laboriosos e pacientes
esforços dos Espíritos,
obrigando-os a processos
de serviço que o próprio
André Luiz levaria muito
tempo para compreender.
(Cap. 13, págs. 215 e
216)
93. Renascimento
em lares desequilibrados
- André Luiz perguntou a
Alexandre o que
sucederia se o lar de
Adelino não fosse em
bases retas. A
explicação foi direta:
O diamante perdido no
lodo não deixa de ser
diamante. A paternidade
e a maternidade, em si
mesmas, são sempre
divinas. Em todo lugar
desenvolve-se o auxílio
da esfera superior,
desde que se encontre em
jogo o trabalho da
Vontade de Deus. O
que sucede é que, em
tais circunstâncias, as
atividades de auxílio
são verdadeiramente
sacrificiais. As
vibrações contraditórias
e subversivas das
paixões desvairadas da
alma em desequilíbrio
comprometem os melhores
esforços e, muitas
vezes, para ajudar é
preciso, antes de tudo,
lutar contra entidades
monstruosas, que os
próprios pais atraem por
sua invigilância. Certas
almas heróicas escolhem
semelhante entrada na
existência carnal, para
se fortalecerem nas
resistências supremas
contra o mal, desde os
primeiros dias de vida
uterina. É preciso,
contudo, ser forte na fé
e na coragem para não
sucumbir. Nos
renascimentos dessa
espécie, o maior número
de criaturas cumpre, no
entanto, o programa
salutar das provações
retificadoras, em que
muitas fracassam,
havendo, porém, grande
quantidade das que
retiram os melhores
lucros espirituais no
setor da experiência
para a vida eterna.
André começava a
entender a procedência
de certos fenômenos
teratológicos e de
determinadas doenças
congênitas que, no
mundo, confrangem o
coração. (Cap. 13, págs.
217 e 218)
94. Herculano é
designado anjo da guarda
do menino - Sem
qualquer condição de
entender os desenhos
contidos nos mapas
cromossômicos do
reencarnante, André Luiz
apenas registrou uma
última observação feita
por Alexandre aos demais
companheiros de
serviço: Com exceção
do tubo arterial, na
parte a dilatar-se para
o mecanismo do coração,
tudo irá muito bem.
Todos os genes poderão
ser localizados com
normalidade absoluta.
Ficava claro que o corpo
físico de Segismundo,
com a exceção já
referida, não teria
qualquer anomalia. Todos
ficaram sabendo, naquele
momento, que Herculano
permaneceria em
definitivo junto de
Segismundo, na nova
experiência, até ele
atingir os sete anos,
ocasião em que o
processo reencarnatório
estaria consolidado. A
partir daí, sua tarefa
de amigo e orientador
seria amenizada, visto
que seguiria o amigo em
sentido mais distante. O
instrutor pediu,
contudo, aos
companheiros de serviço
que tivessem muita
atenção nos primórdios
de formação do timo,
glândula de importância
essencial para a vida
infantil, desde o útero
materno. O equilíbrio
perfeito da referida
glândula é indispensável
até que se forme a
medula óssea e se
habilite à produção dos
corpúsculos vermelhos
para o sangue. Alexandre
esclareceu ainda uma
dúvida de André
relativamente à lei da
hereditariedade,
afirmando que o
organismo dos nascituros
provém do corpo dos
pais, mas a criatura
herda tendências e não
qualidades. As primeiras
cercam o homem que
renasce, desde os
primeiros dias de luta,
não só em seu corpo
transitório, mas também
no ambiente geral a que
foi chamado a viver,
aprimorando-se. As
segundas resultam do
labor individual da alma
encarnada, na defesa,
educação e
aperfeiçoamento de si
mesma. Se o Espírito
reencarnado estima as
tendências inferiores,
desenvolvê-la-ás, ao
reencontrá-las dentro do
novo quadro de
experiências humanas.
Assim, ninguém se pode
queixar de forças
destruidoras ou de
circunstâncias
asfixiantes, em se
referindo ao círculo
onde renasceu. Haverá
sempre, dentro de nós, a
luz da liberdade íntima
indicando-nos a
ascensão. Praticando a
subida espiritual,
melhoraremos sempre.
Esta é a lei. (Cap. 13,
págs. 218 a 220)
(Continua
no próximo número.)
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