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Estudando as obras de Kardec
Ano 1 - N° 37 - 6 de Janeiro de 2008

ASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

A Revue Spirite de 1858

Allan Kardec
(1a Parte)


Iniciamos nesta edição o estudo da Revue Spirite, mensário lançado por Allan Kardec em janeiro de 1858 e por ele editado até 31 de março de 1869, quando desencarnou. O texto condensado do volume correspondente a 1858 será aqui apresentado em 8 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Quantos jornais espíritas havia na Europa quando do surgimento da Revue Spirite?

Em toda a Europa só existia, em 1858, um jornal dedicado ao Espiritismo: o de Genebra. Mas nos Estados Unidos já circulavam então 17 jornais espíritas. (Revue Spirite, pág. 2.)

B. Como surgiu na obra de Kardec o vocábulo psicografia, que designa a comunicação espírita por meio da escrita?

O nome psicografia, aplicável à comunicação pela escrita, foi sugerido ao Codificador por um correspondente, e o mesmo se deu com o vocábulo tiptologia, sugerido por um confrade para designar as manifestações espíritas por meio de pancadas, que Kardec chamava antes de sematologia espírita. (Revue Spirite, págs. 8 e 9.)

C. Como Kardec chamava as visões ocorridas durante o sono e durante a vigília?

Depois de explicar que os sonhos não passam de um estado sonambúlico natural e incompleto, o Codificador diz que as visões que ocorrem nesse estado são visões sonambúlicas, enquanto que as visões obtidas em vigília são visões pela dupla vista e as que se verificam no êxtase são chamadas visões extáticas. (Revue Spirite, págs. 24 e 25.)

D. Quais os nomes dos primeiros médiuns que concorreram para a elaboração do Livro dos Espíritos?

Kardec diz que os primeiros médiuns que concorreram para esse trabalho foram as senhoritas B... e a senhorita Japhet. As senhoritas B... eram, como se soube depois, as irmãs Julie e Caroline Baudin. (Revue Spirite, pág. 34.) 

Texto para leitura

1. A Revue Spirite constitui os Anais do Espiritismo e por seu intermédio é que todos os princípios novos foram elaborados e entregues ao estudo. (P. V)

2. A força que se revela no fenômeno das manifestações está na Natureza, assim como o magnetismo. (P. 2)

3. Em 1858 havia nos Estados Unidos 17 jornais consagrados ao Espiritismo, enquanto em toda a Europa só havia um: o de Genebra. (P. 2)

4. Tudo prova que os fenômenos espíritas têm ocorrido desde as eras mais remotas. Portanto, o que hoje testemunhamos não é uma descoberta moderna: é o despertar da Antigüidade, desembaraçada do misticismo. (P. 3)

5. O fato das comunicações com o mundo invisível acha-se nos livros bíblicos. A existência dos Espíritos e sua intervenção no mundo corpóreo é atestada em Santo Agostinho, São Jerônimo, São João Crisóstomo, São Gregório Nazianzeno e em muitos outros Pais da Igreja. (PP. 3 e 4)

6. Em suas instruções os Espíritos superiores têm sempre o objetivo de despertar nos homens o amor do bem pela prática do Evangelho. (P. 5)

7. Os Espíritos atestam sua presença de várias maneiras. (P. 6)

8. As comunicações espíritas podem ser frívolas, grosseiras, sérias ou instrutivas. (P. 7)

9. As comunicações inteligentes entre os Espíritos e os homens podem dar-se por sinais, pela escrita e pela palavra. (P. 8)

10. Um correspondente sugeriu que as manifestações espíritas através de pancadas, que Kardec chamava de sematologia espírita, fossem designadas pelo vocábulo tiptologia. O nome psicografia, aplicável à comunicação pela escrita, foi também sugerido por um correspondente. (PP. 8 e 9)

11. As comunicações escritas sem intervenção direta do médium eram chamadas por Kardec de espiritografia. (P. 9)

12. As comunicações verbais foram chamadas de espiritologia mediata e espiritologia direta. O vocábulo psicofonia surgiu depois. (P. 10)

13. É essencial estar atento contra a crença no ilimitado saber dos Espíritos. Estes são como os homens; não basta interrogar o primeiro que aparece: é preciso saber a quem nos dirigimos. (P. 12)

14. As intervenção dos seres incorpóreos nas coisas da vida faz parte das crenças populares de todos os tempos. (P. 15)

15. Júlia, falecida após dolorosa enfermidade, aos 14 anos, comunica-se com a mãe e lhe dá uma prova indiscutível de sua presença. (P. 16)

16. A percepção do transcurso do tempo entre os Espíritos é diferente: dez anos para nós significam dez minutos para eles. (P. 19)

17. Kardec descreve e analisa o fracasso da experiência de Boston, em que o Dr. Gardner, mesmo contando com as senhoritas Fox, não conseguiu comprovar a realidade da intervenção dos Espíritos. (PP. 21 e 22)

18. Os sonhos não passam de um estado sonambúlico natural e incompleto: as visões que ocorrem nesse estado são, pois, visões sonambúlicas. As visões obtidas em vigília são visões pela dupla vista. As que se verificam no êxtase são chamadas visões extáticas. (PP. 24 e 25)

19. Ermance Dufaux estava com 14 anos quando escreveu a história de Joana D'Arc, ditada por ela própria. Ermance deixou de ser psicógrafa para tornar-se falante: outra pessoa registra suas palavras. (P. 30)

20. Kardec apresenta "O Livro dos Espíritos" e a repercussão que essa obra teve na França. (PP. 31 e 32)

21. A crítica d' O Livro dos Espíritos feita por G. du Chalard, no Correio de Paris, em 11-6-1857, merece ser lembrada. (PP. 31 e 32)

22. Kardec conta como o Livro dos Espíritos foi escrito e diz que os primeiros médiuns que concorreram para esse trabalho foram as senhoritas B... e a senhorita Japhet. (N.R.: As senhoritas B... são Julie e Caroline Baudin.) (P. 34)

23. Os Espíritos admitem três categorias ou ordens principais: os Espíritos imperfeitos, os bons Espíritos e os Espíritos puros. (PP. 38 a 43)

24. Predominância da matéria sobre o Espírito; propensão para o mal; ignorância, orgulho, egoísmo e todas as más paixões que lhes são conseqüentes, eis os caracteres gerais da terceira ordem. (P. 39)

25. Predominância do Espírito sobre a matéria e desejo do bem, eis os caracteres gerais da segunda ordem. (P. 41)

26. A primeira ordem é formada pelos Espíritos puros, em que nula é a influência da matéria. (P. 43)

27. Como estado, os Espíritos podem estar encarnados ou errantes. Sendo a encarnação um estado transitório, a erraticidade é realmente o estado normal dos Espíritos. (P. 44)

28. Kardec narra e analisa o caso Mademoiselle Clairon e o fantasma, ocorrido em 1743, em que a grande atriz e cantora descreve as perseguições que sofreu de um fã desencarnado. (PP. 44 a 46)

29. Os fenômenos duraram dois anos e meio, tal como o Espírito do rapaz havia previsto. (P. 47)

30. Kardec descreve o fenômeno de suspensão de uma mesa, que ele viu repetir-se várias vezes em casa do Sr. B..., à rua Lamartine. (P. 48)

31. Kardec faz uma comparação entre os fenômenos das mesas falantes e os oráculos de antigamente, como os da floresta sagrada do monte Taurus, no Épiro, para concluir que as crenças antigas tinham por princípio o conhecimento das manifestações espíritas. (P. 54)

32. São Luís, em página sobre a avareza, mostra os sofrimentos e o desespero que acometerão os avarentos na vida post-mortem. (PP. 55 e 56)

33. A senhorita Clary D..., falecida aos 13 anos de idade, revela dados interessantes sobre seu atual estado e suas vidas passadas. (PP. 56 e 57) (Continua no próximo número.)


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita