Suave caminho
Mário
Pederneiras
Assim... ambos assim, no
mesmo passo,
Iremos percorrendo a
mesma estrada;
Tu, no meu braço
trêmulo amparada,
Eu, amparado no teu
lindo braço.
Ligados neste arrimo,
embora escasso,
Venceremos as urzes da
jornada...
E tu te sentirás menos
cansada
E eu menos sentirei o
meu cansaço.
E assim, ligados pelos
bens supremos,
Que para mim o teu
carinho trouxe.
Placidamente pela vida
iremos,
Calcando mágoas,
afastando espinhos,
Como se a escarpa desta
vida fosse
O mais suave de todos os
caminhos.
Mário Pederneiras nasceu
no Rio de Janeiro, em
1867, e lá faleceu em
1915, deixando para
nosso encantamento
“Agonia”, “Rondas
Noturnas” e “Outono”.