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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 37 - 6 de Janeiro de 2008

WASHINGTON L. N. FERNANDES
washingtonfernandes@terra.com.br
São Paulo - SP (Brasil)

Alexandre Dumas acreditava na imortalidade da alma

Conhecido em todo o mundo é o escritor francês Alexandre Dumas (1802-1870), que escreveu várias obras, das quais as mais conhecidas no Brasil são O Conde de Monte Cristo (1846) e Os Três Mosqueteiros (1844); ele foi pai do outro escritor Alexandre Dumas Filho (1824-1895). Como curiosidade, extraímos um trecho de O Conde de Monte Cristo, onde sua crença na vida espiritual e na reencarnação se apresenta incontestável:

“Escutai, Valentim; jamais sentistes por alguém uma dessas simpatias irresistíveis que fazem tudo que, vendo uma pessoa pela primeira vez, credes conhecê-la há muito tempo, e vos perguntais onde e quando a vistes; se bem que, não podendo vos lembrar nem do lugar nem do tempo, chegais a acreditar que estais num mundo anterior ao nosso, e que essa simpatia não é senão uma lembrança que desperta?” (O Conde de Monte-Cristo, 3ª parte, cap. XVIII, o Recinto de luzerna.)

“Jamais ousastes vos elevar um golpe de asa nas esferas superiores que Deus povoou de seres invisíveis e excepcionais. – E vós admitis, senhor, que essas esferas existem; que os seres excepcionais e invisíveis se misturem conosco? – Por quê? É que vedes o ar que respirais, e sem o qual não poderíeis viver? – Então, não vemos esses seres dos quais falais. – Se feito; vede-os quando Deus permite que se materializem...” (O Conde de Monte-Cristo, 3ª parte, cap. IX, Ideologia.)

“E eu, senhor (Villefort), eu vos digo que não é nisso que assim credes. Esta noite, dormi um sono terrível, eu me via de alguma sorte dormir, como se a minha alma tivesse já planado acima de meu corpo; meus olhos, que me esforçava para abrir, se fechavam apesar de mim; e, no entanto... com meus olhos fechados, eu vi, no lugar mesmo onde estais, entrar sem ruído uma forma branca.” (O Conde de Monte-Cristo, 4ª parte, cap. XIII, senhora Mairan.)

“Uma hora antes de expirar, ele me disse: Meu pai, a fé de nenhum homem pode ser mais viva do que a minha, porque vi e ouvi falar uma alma separada de seu corpo.” (François Picaut, continuação de O Conde de Monte-Cristo.)

Exceto o trecho que chama os Espíritos de excepcionais, pois na verdade eles são as almas dos homens que viveram na Terra, nada tendo de excepcional, em verdade as citações de Alexandre Dumas parecem ter sido tiradas de obras espíritas, pois seu conteúdo está perfeitamente consentâneo com o da Doutrina Espírita.

Tendo sido Alexandre Dumas amigo próximo do outro grande escritor francês, Victor Hugo (1802-1885), que fez muitas experimentações com as mesas girantes em Jersey, é possível que também Alexandre Dumas tenha se interessado mais proximamente pela realidade do mundo invisível e participado de reuniões mediúnicas, e aguardemos que o tempo confirme esses fatos mas, de qualquer forma, fica já demonstrado sua convicção na realidade espiritual da vida... 
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita