RICARDO BAESSO DE
OLIVEIRA
kargabrl@uol.com.br
Juiz de Fora, Minas
Gerais (Brasil)
Visita inconveniente
Carlos Imbassahy e sua
esposa D. Maria recebiam
a visita de Carmine
Mirabelli, conhecido
médium de efeitos
físicos, que se
encontrava no Rio em
casa de confrades
espíritas.
Em lá chegando, certos
efeitos psicocinéticos
logo se esboçaram, como
de hábito. Em outras
casas, quebravam-se
objetos, sendo os mais
visados aqueles na
cristaleira. E foi o que
ocorreu; começaram as
louças por chocarem-se
espontaneamente. Três
litros de vidro,
contendo água, que
estavam sobre a mesa da
sala de jantar,
ergueram-se e tocaram-se
no ar. E as louças
voltaram a ser o alvo do
próximo fenômeno.
Mirabelli, a sala ao
lado, anunciava:
– Acaba de chegar uma
falange de Espíritos
poderosos. Eles estão
dizendo que vão quebrar
tudo.
Dona Maria, que se
achava acamada,
levantou-se e veio para
sala, falando e em bom
som, com autoridade
moral toda própria:
– Em nome de Deus, nesta
casa não se quebra nada.
Parem com tudo isso
porque não somos ricos
para arcar com tais
prejuízos nem precisamos
de tais demonstrações
para provar o que já
sabemos.
Tudo cessou num instante
e nenhum outro fenômeno
acorreu mais naquele
lugar, apesar da
presença do médium.
Para nossa casa
convidamos as pessoas
que desejamos. Pessoas
inconvenientes,
desagradáveis ou
maldosas não são bem
vindas em nossa
residência. Assim também
se dá com os seres da
dimensão espiritual.
Podemos escolher as
companhias espirituais
que desejamos.
Há, todavia, uma
diferença. A seleção dos
Espíritos que vêm a
nossa casa não se dá por
um convite formal, mas
por atitudes de vida.
Pensamentos elevados,
boa intenção e desejo de
ser melhor são posturas
que definem os Espíritos
que dividem conosco o
espaço de nossas casas.
Conviver com seres
desencarnados é uma
fatalidade em nossas
vidas; não podemos nos
furtar a isso, no
entanto, escolher as
nossas amizades e
cultivá-las é algo que
depende de nós.
Na pequena cidade de
Guarani, na zona da Mata
Mineira, uma menina de
cinco anos passou a
vivenciar emoções
estranhas. No cair da
tarde, quando o pai
retornava para casa, a
pequena entrava em
pânico, irritadiça,
apontava para o genitor
e punha-se a chorar
copiosamente. Como o
processo se prolongasse
há semanas, a família
buscou socorro no Centro
Espírita da localidade.
A orientação foi essa:
oração em conjunto,
culto no lar e
vigilância nos atos e
pensamentos. Em poucas
semanas a situação
voltou ao normal.
A explicação veio
depois. O pai, ao sair
da agência bancária onde
trabalhava, passava em
um boteco para tomar
cerveja com os amigos e
então se dirigia para
sua residência. Levava
consigo alguns Espíritos
vinculados àquele
ambiente. A menina via e
registrava àquelas
companhias e entrava em
pânico.
As modificações operadas
naquele lar criaram
defesas espirituais e o
fato nunca mais se
repetiu.