F. ALTAMIR DA CUNHA
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio Grande do
Norte (Brasil)
A inutilidade do
suicídio
O grande equívoco do
suicida é acreditar que
após o fenômeno da morte
tudo estará terminado.
Movido por esta ilusão
materialista, ele aceita
a infeliz idéia, que o
conduzirá à sua primeira
decepção: constatar que
a vida continua após a
morte do corpo; e com
ela também, todos os
problemas não
resolvidos.
É de estranhar que
algumas pessoas, apesar
dos inúmeros fenômenos
comprobatórios da
realidade espiritual,
ainda relutem em manter,
a visão limitada que
entende o ser humano,
apenas, como um
amontoado de células
regido pelas complexas
ações cerebrais.
Movido por esta
equivocada
interpretação, não
compreendem, que a vida
no corpo físico é uma
maravilhosa
oportunidade, através da
qual o espírito se
acerta com as leis
universais.
Por mais que alguns
estudiosos o defendam,
como um direito do homem
contemporâneo, o
suicídio será sempre um
ato violento e uma
ingratidão contra a
misericórdia divina. O
verdadeiro dever de cada
um deveria ser o de
preservar a vida e
através dela alcançar a
perfeição. Para isso,
lutaria procurando
vencer os obstáculos e
desafios, inerentes a
tão importante
empreendimento.
É bem verdade, que o
homem quando atinge
certo nível de evolução,
realiza uma importante
conquista
−
o livre arbítrio
(liberdade de agir),
porém, vinculado a esta
conquista ele assume um
grande compromisso – a
responsabilidade pelos
seus atos.
Atentar contra a própria
vida é na realidade,
resultado de uma
interpretação tão
imediatista, quanto
paradoxal, comum a
alguns materialistas de
plantão, que assim se
expressam: “O homem tem
o direito de renunciar à
vida, quando esta não
lhe proporciona as
mínimas condições para
sentir-se feliz”. Nesta
ilusão, projetam-se para
uma infelicidade maior.
Estudos realizados
comprovaram que cada
suicídio tem um impacto
em pelo menos seis
outras pessoas. Dessa
forma, o infrator pelo
mau exemplo, poderá
causar dissabores e
agravamentos na vida dos
que ficam inclusive a
indução à idêntica
atitude. Daí, por força
da lei de causa e
efeito, ele será
responsabilizado tanto
pelos danos causados a
si, quanto pelos danos
causados aos outros,
necessitando de uma ou
até várias
reencarnações, para a
devida reparação.
É importante que se
considere: a vida mesmo
sendo um patrimônio
individual, pela
interdependência através
da qual é gerada e
perpetuada, torna-se
patrimônio coletivo.
Dessa forma podemos
perceber que se suicidar
não é apenas um fenômeno
de autodestruição, mas
também de destruição de
esperanças e causa de
muitos sofrimentos para
familiares, amigos e
outros, que de forma
direta e indireta se
vinculam à
vítima.
A literatura espírita, a
única que nos oferece
subsídios para uma
análise real sobre
suicídio, em nenhuma
obra fala de qualquer
circunstância, que
justifique essa trágica
decisão.
Quanto ao resultado de
tamanha violência,
podemos afirmar que
dores superlativas
aguardam todos aqueles
que aderem a tão
precipitada atitude.
Do livro Loucura e
Obsessão (Divaldo
Pereira / Manoel
Phillomeno de Miranda)
encontramos um
comentário a respeito de
Sara, que se suicidou
ingerindo substância
tóxica:
“Atada aos despojos que
se exauriam com vagar,
apesar da brusca
interrupção vital pelo
suicídio, encontrava-se
a pobre equivocada,
somando às dores do
tóxico corrosivo, as
dilacerações produzidas
pela autópsia”.
Relatos como este
testemunham, claramente,
que suicidar-se no
intuito de fugir de
problemas e sofrimentos
considerados
insuportáveis, é
simplesmente sofrer a
frustração de se deparar
com sofrimentos
maiores.
Diante do exposto, temos
motivos de sobra para
concordarmos quanto a
este fenômeno, com a
afirmativa de A.
Schopenhauer: “Suicidar
é um ato inútil e
insensato; destrói
arbitrariamente o
fenômeno individual,
enquanto a coisa em si
permanece intacta”.