F. ALTAMIR DA
CUNHA
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio
Grande do Norte
(Brasil)
Sonhos Premonitórios
Discute-se,
freqüentemente, sobre a
possibilidade de se
conhecer o futuro. Dizem
alguns que o futuro a
Deus pertence.
Entretanto, existem
situações através das
quais algumas pessoas
entram numa determinada
faixa vibratória, seja
por revelação feita
diretamente por
Espíritos, sonhos ou
clarividência
sonambúlicas (o espírito
fica parcialmente
liberto do corpo
físico), e elas têm
acesso a informações
sobre o futuro.
Não é tão raro quanto se
imagina. Embora a
maioria desses fenômenos
não seja divulgada,
quando acontece entre
pessoas ilustres
despertam mais interesse
e divulgação.
Como exemplo, lembramos
dois casos bastante
conhecidos: o de Martin
Luther King e o de
Abraham Lincoln.
a) Martin
Luther King
Revela o jornal
parisiense,
France-Dimanche em seu
número 1.130, que dois
dias antes de ser
assassinado, o líder
negro tivera um sonho em
que se via estendido em
um caixão mortuário e
cercado de milhares de
pessoas. Impressionado
com o sonho, chamou seu
amigo Andy Young e
telefonou para a sua
esposa informando sobre
o acontecido.
Na véspera da tragédia,
ele se encontrava
discursando para os
membros das associações
sanitárias em Memphis,
quando surpreendeu a
todos falando: “muitas
vezes penso na minha
morte e no meu enterro.
Se um dia alguém de vós
falar sobre a minha
campa, diga que Martin
Luther King deu a vida
pelos seus irmãos, para
vestir os pobres e
alimentar os
esfomeados”. Parecia sem
sentido o que falara.
Porém, a previsão
tornou-se realidade;
algum tempo depois, ele
foi assassinado.
b) Abraham
Lincoln
Alguns dias antes de ser
assassinado, Lincoln
teve um sonho que o
deixou impressionado.
Numa oportunidade onde
se encontrava com
algumas pessoas,
inclusive a sua esposa,
ele contou:
“Há uns dez dias
recolhi-me muito tarde.
Pouco tempo depois de
estar deitado, caí em
sonolência, pois estava
fatigado e, em breve,
comecei a sonhar.
Parecia haver, à minha
volta, um silêncio de
morte. Subitamente ouvi
soluços convulsivos,
como se muitas pessoas
estivessem chorando.
Julguei ter deixado a
cama e que vagueava pelo
andar inferior. Aí o
silêncio foi quebrado
por dolorosos soluços,
embora a pessoa que
assim se lamentava
estivesse invisível.
Andei de sala em sala.
Não havia à vista
qualquer pessoa viva,
mas, onde quer que
passasse, esperavam-me
os mesmos lamentos de
dor, todos os móveis me
eram familiares. Onde
estavam, contudo,
aquelas pessoas que
assim se lamentavam como
se seus corações
estivessem dilacerados?
Sentia-me, em verdade,
confuso e alarmado. Que
significaria tudo
aquilo? Decidido a
descobrir a causa do
mistério, continuei
deambulando até a sala
oriente. Ali me esperava
uma surpresa macabra.
Diante de mim erguia-se
um cadafalso, no qual
repousava um cadáver
envolto em vestes
fúnebres. Em volta
perfilavam-se soldados,
fazendo guarda, e uma
enorme multidão. Outros
contemplavam
lamentosamente o corpo
cuja face estava
coberta. Outros
soluçavam piedosamente.
– Quem morreu na Casa
Branca? – perguntei a um
dos soldados.
– O Presidente – foi a
resposta.
– Ele foi assassinado.
“Da multidão veio,
então, uma explosão
ruidosa de dor que me
despertou do sonho. Não
dormi mais naquela noite
e, se bem que se trate
de um sonho, desde então
encontro-me
estranhamente
indisposto”.
Não demorou mais do que
alguns dias, em 14 de
abril de 1865, no Teatro
Ford, de Washington,
Abraham Lincoln, era
alvejado por um tiro de
pistola, vindo a falecer
no dia seguinte.
Sejam quais forem as
definições dadas para os
sonhos, se não se
considera a participação
do Espírito, tornam-se
estas sem consistência.
Para uma explicação mais
lógica, que elucide este
mistério dos sonhos
(inalcançável pela
ciência materialista),
trazemos a lume
definição de Kardec
(codificador da Doutrina
Espírita): “Os sonhos
são efeito da
emancipação da alma, que
mais independente se
torna pela suspensão da
vida ativa e de relação.
Daí uma espécie de
clarividência indefinida
que se alonga até os
mais afastados lugares e
até mesmo a outros
mundos” (O Livro dos
Espíritos, p. 216).
Neste estado de
liberação, provisória
(pelo sono), também o
Espírito poderá ter
acesso aos arquivos do
inconsciente, onde se
encontram registrados
episódios importantes de
sua vida, tanto com
relação ao passado, como
ao planejamento com
relação ao futuro. Como
parte integrante deste,
a data e o gênero de
morte.
Bibliografia:
ALVES NETO, Aureliano.
O Espiritismo explica.
Editora Edicel.