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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 43 - 17 de Fevereiro de 2008

F. ALTAMIR DA CUNHA 
altamir.cunha@bol.com.br
Natal, Rio Grande do Norte (Brasil)
 

Sonhos Premonitórios

Discute-se, freqüentemente, sobre a possibilidade de se conhecer o futuro. Dizem alguns que o futuro a Deus pertence. Entretanto, existem situações através das quais algumas pessoas entram numa determinada faixa vibratória, seja por revelação feita diretamente por Espíritos, sonhos ou clarividência sonambúlicas (o espírito fica parcialmente liberto do corpo físico), e elas têm acesso a informações sobre o futuro. 

Não é tão raro quanto se imagina. Embora a maioria desses fenômenos não seja divulgada, quando acontece entre pessoas ilustres despertam mais interesse e divulgação. 

Como exemplo, lembramos dois casos bastante conhecidos: o de Martin Luther King e o de Abraham Lincoln.        

a)  Martin Luther King

Revela o jornal parisiense, France-Dimanche em seu número 1.130, que dois dias antes de ser assassinado, o líder negro tivera um sonho em que se via estendido em um caixão mortuário e cercado de milhares de pessoas. Impressionado com o sonho, chamou seu amigo Andy Young e telefonou para a sua esposa informando sobre o acontecido. 

Na véspera da tragédia, ele se encontrava discursando para os membros das associações sanitárias em Memphis, quando surpreendeu a todos falando: “muitas vezes penso na minha morte e no meu enterro. Se um dia alguém de vós falar sobre a minha campa, diga que Martin Luther King deu a vida pelos seus irmãos, para vestir os pobres e alimentar os esfomeados”. Parecia sem sentido o que falara. Porém, a previsão tornou-se realidade; algum tempo depois, ele foi assassinado.        

b)  Abraham Lincoln

Alguns dias antes de ser assassinado, Lincoln teve um sonho que o deixou impressionado. Numa oportunidade onde se encontrava com algumas pessoas, inclusive a sua esposa, ele contou: 

“Há uns dez dias recolhi-me muito tarde. Pouco tempo depois de estar deitado, caí em sonolência, pois estava fatigado e, em breve, comecei a sonhar. Parecia haver, à minha volta, um silêncio de morte. Subitamente ouvi soluços convulsivos, como se muitas pessoas estivessem chorando. Julguei ter deixado a cama e que vagueava pelo andar inferior. Aí o silêncio foi quebrado por dolorosos soluços, embora a pessoa que assim se lamentava estivesse invisível. Andei de sala em sala. Não havia à vista qualquer pessoa viva, mas, onde quer que passasse, esperavam-me os mesmos lamentos de dor, todos os móveis me eram familiares. Onde estavam, contudo, aquelas pessoas que assim se lamentavam como se seus corações estivessem dilacerados? Sentia-me, em verdade, confuso e alarmado. Que significaria tudo aquilo? Decidido a descobrir a causa do mistério, continuei deambulando até a sala oriente. Ali me esperava uma surpresa macabra. 

Diante de mim erguia-se um cadafalso, no qual repousava um cadáver envolto em vestes fúnebres. Em volta perfilavam-se soldados, fazendo guarda, e uma enorme multidão. Outros contemplavam lamentosamente o corpo cuja face estava coberta. Outros soluçavam piedosamente.  

– Quem morreu na Casa Branca? – perguntei a um dos soldados. 

– O Presidente – foi a resposta. 

– Ele foi assassinado. 

“Da multidão veio, então, uma explosão ruidosa de dor que me despertou do sonho. Não dormi mais naquela noite e, se bem que se trate de um sonho, desde então encontro-me estranhamente indisposto”. 

Não demorou mais do que alguns dias, em 14 de abril de 1865, no Teatro Ford, de Washington, Abraham Lincoln, era alvejado por um tiro de pistola, vindo a falecer no dia seguinte. 

Sejam quais forem as definições dadas para os sonhos, se não se considera a participação do Espírito, tornam-se estas sem consistência.  

Para uma explicação mais lógica, que elucide este mistério dos sonhos (inalcançável pela ciência materialista), trazemos a lume definição de Kardec (codificador da Doutrina Espírita): “Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até os mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos” (O Livro dos Espíritos, p. 216). 

Neste estado de liberação, provisória (pelo sono), também o Espírito poderá ter acesso aos arquivos do inconsciente, onde se encontram registrados episódios importantes de sua vida, tanto com relação ao passado, como ao planejamento com relação ao futuro. Como parte integrante deste, a data e o gênero de morte. 
 

Bibliografia:

ALVES NETO, Aureliano. O Espiritismo explica. Editora Edicel.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita