ARTHUR
BERNARDES
DE
OLIVEIRA
tucabernardes@gmail.com
Guarani,
Minas
Gerais
(Brasil)
Enxaqueca para
ninguém
botar
defeito
Celso de Oliveira,
auditor fiscal de
tributos federais, já
aposentado, mas ainda
com escritório de
prestação de serviços a
empresas, na área do
direito tributário,
vinha, desde a mocidade,
sofrendo de terrível
enxaqueca, com tudo
aquilo que uma boa
enxaqueca pode trazer de
sofrimento: dor de
cabeça intensa,
localizada logo acima do
nariz, entre um olho e
outro, perturbações
digestivas, náuseas,
vômitos ... Um horror!
Crise para ninguém botar
defeito. Inutilizava
seus dias de trabalho,
quando acontecia.
Dir-se-ia que ele já
estava acostumado com o
sofrimento.
Não era espírita, embora
tivesse, desde cedo,
certa queda pela
Doutrina. Ajudava nossos
movimentos, sem qualquer
tipo de preconceito e
ouvia, prazerosamente,
os casos que a gente
contava sobre Espíritos,
mediunidade,
reencarnação.
Um dia me pediu para
assistir a uma das
reuniões que dirigíamos
na Fundação João de
Freitas, em Juiz de
Fora. Tinha a intuição
de que os Espíritos
pudessem curar sua
enxaqueca, durante a
sessão.
Eu deixei. Quando ele
chegou à Fundação,
apresentei-o ao grupo,
como meu conterrâneo e
companheiro de trabalho,
mas não disse uma só
palavra sobre o seu
problema e sobre o
motivo que o levara até
ali. Aliás, sempre
procedi assim. Não dizia
aos médiuns o objetivo
principal da reunião.
Era segredo entre
dirigente e protetores.
Talvez pelo mesmo motivo
pelo qual o Sr. Américo
não queria que seus
médiuns estudassem. Para
ter a certeza de que o
que vinha pela boca do
médium era do Espírito,
não da leitura!
Sentamo-nos: os
participantes, em torno
da mesa de trabalho; meu
amigo, na primeira fila
de cadeiras do salão,
onde desenvolvíamos o
trabalho.
Começa a reunião. Dona
Antônia, uma boa médium
vidente, que fazia parte
do grupo, começa a
descrever:
− Interessante – dizia
ela.
–
Vejo esse amigo do
senhor, que nos visita
hoje, em crises de
terrível dor de cabeça!
(E descreveu todo o
sofrimento por que
costumava passar o amigo
visitante.)
E concluiu com uma
revelação que, para nós,
espíritas, é muito
comum:
− Estão me mostrando uma
existência anterior
desse moço, em que ele
feitorava escravos, com
um azorrague na mão.
Vejo-o chicoteando um
dos escravos e a lâmina
seccionando uma das
artérias exatamente no
ponto da testa onde se
localiza a dor que ele
sente nos momentos de
crise!
Eu não fiquei sabendo se
meu amigo ficou
definitivamente curado.
Sei que as crises
diminuíram e a
intensidade da dor
também diminuiu. Pode
ser que o conhecimento
da causa tenha dado a
ele maior tranqüilidade
para suportar-lhe os
efeitos.
Talvez seja por isso que
está obtendo muito
sucesso a chamada
terapia de vidas
passadas.