18. Deus, no entanto,
está presente em cada um
de nós, no templo vivo
da consciência, o lugar
sagrado, o santuário, em
que se encontra a divina
centelha. É ele que leva
e faz resplandecer no
fundo de nossas
consciências as santas
imagens do bem, da
verdade, da justiça, e é
honrando essas imagens
divinas, rendendo-lhes
um culto diário, que
essa consciência, ainda
obscura, se purifica e
se ilumina. (P. 30)
19. Pouco a pouco, a luz
se engrandece em nós
outros, e gradualmente,
de maneira insensível,
como as sombras dão
lugar à luz do dia,
nossa alma se ilumina
das irradiações desse
foco que reside nela e
faz desabrochar, em
nosso pensamento e em
nosso coração, formas
novas, inesgotáveis de
verdade e de beleza. (P.
30)
20. A Matéria é um modo,
uma forma transitória da
substância universal.
Escapa à análise e
desaparece sob a
objetiva dos
microscópios, para se
transmudar em radiações
sutis. Não tem
existência própria. As
filosofias que a tomam
por base, repousam sobre
uma aparência, uma
espécie de ilusão. “A
matéria - diz William
Crookes - é um modo do
movimento.” (P. 32)
21. As velhas teorias
estabeleciam distinção
entre Matéria e a Força,
mas sabemos hoje que
ambas se confundem. Toda
matéria pode ser
transformada em força e
toda força se condensa
em matéria, percorrendo
assim um círculo
incessante. Em discurso
proferido no Congresso
de Química, realizado em
1903 em Berlim, Crookes
asseverou: “Toda matéria
tornará a passar pelo
estado etéreo de onde
veio”. (P. 33)
22. As descobertas de G.
Le Bon provaram que as
irradiações são uma
propriedade geral de
todos os corpos. A
matéria pode
dissociar-se
indefinidamente; ela é
energia concretizada.
(P. 34)
23. O Universo não é,
pois, tal como parecia
aos nossos fracos
sentidos. O mundo físico
constitui ínfima parte
dele. Existe, fora do
círculo de nossas
percepções, uma
infinidade de forças e
de formas sutis que a
Ciência ignorou até
hoje. O domínio do
invisível é muito mais
vasto e mais rico que o
do mundo visível. A
existência dos fluidos,
afirmada pelos Espíritos
há meio século, está
estabelecida
experimentalmente, de
maneira rigorosa. (P.
35)
24. Os seres vivos
também emitem
irradiações, mas de
naturezas diferentes.
Eflúvios humanos,
variando de forma e de
intensidade sob a ação
da vontade, impregnam
placas com misteriosa
luz. As volições do
pensamento, as projeções
da vontade transmitem-se
através do Espaço, como
as vibrações do som e as
ondulações da luz, e vão
impressionar organismos
em simpatia com o do
emitente. (P. 35)
25. A energia parece ser
a substância única,
universal. No estado
compacto, ela reveste as
aparências do que
chamamos matéria sólida,
líquida, gasosa. Sob um
modo mais sutil,
constitui os fenômenos
de luz, calor,
eletricidade,
magnetismo, afinidade
química. Estudando a
ação da vontade sobre os
eflúvios e as
irradiações, poderíamos,
talvez, entrever o ponto
em que a força se torna
inteligente, em que o
pensamento se transforma
em vida. (PP. 38 e 39)
26. Deus manifesta-se na
Natureza, e o homem é,
na Terra, a mais alta
expressão dessa
Natureza. Somos a
criação e a expressão de
Deus, que é a fonte do
Bem. Esse Bem, nós o
possuímos em estado de
gérmen e nossa tarefa
consiste em
desenvolvê-lo. Nossas
vidas sucessivas, nossa
ascensão na espiral
infinita das
existências, não têm
outro fim. (P. 42)
27. A tarefa que cada um
tem a realizar resume-se
em três palavras: saber,
crer, querer, isto é,
saber que temos
recônditos e inatos
recursos incalculáveis;
crer na eficiência de
nossa ação sobre os dois
mundos, o da Matéria e o
do Espírito; querer o
Bem, dirigindo nosso
pensamento para o que é
belo e grandioso e
conformando nossas ações
com as leis eternas do
trabalho, da justiça e
do amor. (P. 42)
28. Vindas de Deus,
todas as almas são
irmãs. Da paternidade de
Deus decorre a
fraternidade humana;
todas as relações que
nos ligam unem-se a esse
fato. (PP. 42 e 43)
29. Nossa inteligência
ainda não amadureceu;
nossa razão, criança,
tropeça nos acidentes do
caminho; daí o erro, os
desfalecimentos, as
provações e a dor. Mas
cada ser possui os
rudimentos de uma
inteligência que
atingirá o gênio e tem a
imensidade dos tempos
para desenvolvê-la. Cada
vida terrestre é uma
escola, a escola
primária da Eternidade.
(P. 44)
30. Nessa lenta
ascensão, procuramos,
antes de tudo, a
ventura, a felicidade.
Contudo, em seu estado
de ignorância, o homem
não pode atingir esses
bens, porque os tem
procurado quase sempre
onde não estão, na
região das miragens e
das quimeras e por meio
de processos cuja
falsidade só lhe aparece
depois das decepções e
dos sofrimentos. São
esses sofrimentos que
nos esclarecem,
ensinando-nos que a
verdadeira felicidade
não está nas coisas da
matéria, passageiras e
mutáveis, mas na
perfeição moral. (PP. 44
e 45)
31. Todos os seres
encontram-se ligados uns
aos outros e se
influenciam
reciprocamente. O
Universo inteiro está
submetido à lei da
solidariedade. Uma
força, que denominamos
atração, os reúne
através dos abismos do
Espaço. (P. 45)
32. A solidariedade liga
os astros, como os
homens. Daí vêm todas as
intuições geniais, as
inspirações profundas,
as revelações
grandiosas. Em todos os
tempos, o pensamento
elevado irradiou no
cérebro humano e Deus
nunca recusou seu
socorro, nem sua luz, a
raça alguma, a povo
algum. (P. 46)
33. Muitas vezes,
durante o sono, as almas
terrestres, atraídas por
suas irmãs mais
adiantadas, lançam-se
com força para as
alturas a fim de se
impregnarem dos fluidos
vivificantes da pátria
eterna. Ali, Espíritos
amigos as cercam e as
exortam, reconfortam e
acalmam suas angústias.
(P. 48)
34. A prece é a
expressão mais alta
dessa comunhão entre as
almas. Nesse sentido,
ela é o ato mais
importante da vida; é a
inspiração ardente do
ser humano que sente sua
pequenez e sua miséria e
procura, pelo menos por
um instante, pôr as
vibrações do seu
pensamento em harmonia
com a sinfonia eterna.
(P. 50)