Obra em
análise:
Mereça
ser
feliz:
superando
as
ilusões
do
orgulho
Autora
espiritual:
Ermance
Dufaux
Autor
encarnado:
Wanderley
S. de
Oliveira
Sumário:
Atribuída
pelo
médium
Wanderley
S. de
Oliveira
ao
Espírito
de
Ermance
Dufaux,
a obra
afirma
que
para
gozar do
direito
natural
de ser
feliz
não
basta
simplesmente
cumprir
com
algumas
receitas
de
conduta,
como se
fossem
fórmulas
prontas
para
êxito
imediato.
Merecimento
é um
estado
afetivo
a ser
conquistado,
um
sentimento
sem o
qual
permanecemos
reféns
da
tirania
da culpa
e do
medo.
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Este livro, como muitos
outros que estão
surgindo diariamente por
via mediúnica, contém
ensinamentos
edificantes, citações de
Jesus, de Kardec, de
conhecidos Benfeitores
Espirituais. Entretanto,
de permeio, traz
mensagens
desalentadoras, num
ataque generalizado
contra os espíritas, sob
a capa de alertamento.
Atentando-se para os
temas abordados e o
estilo dos escritores,
facilmente pode-se
concluir que se trata de
um plano para
desacreditar o
Espiritismo, desanimar
trabalhadores,
desvalorizando-lhes o
trabalho no Bem. Às
vezes sutilmente, às
vezes diretamente,
procuram desmerecer até
o próprio estudo da
Doutrina.
A julgar-se pela ótica
deste livro, e de outros
da mesma orientação, o
Espiritismo não está
conseguindo ser escola
de aperfeiçoamento para
ninguém, o que é
absolutamente falso!
Para estudo,
transcrevemos alguns
trechos, em itálico,
colocando entre
parênteses o número da
página do livro.
Conservamos fielmente a
grafia original,
inclusive algumas falhas
gramaticais.
Assim, o aprendiz começa
a sua faina espiritual,
doando-se nas atividades
de amor ao próximo e na
afanosa busca de
conhecimento. O tempo
passa e a melhora é
evidente. Contudo, o
próprio trabalhador
observa, em determinado
momento, que se encontra
diante de si mesmo com o
grave compromisso de
transformação e
crescimento, tendo uma
longa jornada a encetar.
Nesse ínterim,
experimenta a sensação
de que o progresso
efetivado não é
compensador e passa a
debater-se com a questão
da felicidade, do
equilíbrio e da
superação de velhos
vícios.
(29)
Não conheço um único
caso de alguém que,
tendo se colocado em
atividades de amor ao
próximo e se dedicado a
estudos, não tenha
crescido
espiritualmente. Qual
seria a intenção desse
Espírito ao fazer essa
afirmativa?
Comum observar,
igualmente, o pessimismo
em que se encontram
muitas lideranças
valorosas, entregues ao
desânimo depois de ricos
investimentos na lavoura
doutrinária em anos de
trabalho e devoção,
desacreditando de tudo e
de todos, projetando no
movimento espírita o
derrotismo que tomou
conta do seu campo
mental.
Essa questão sutil da
vivência espírita tem
passado despercebida de
muitos, e não é por
outra razão que bons
tarefeiros têm
abandonado a sementeira
ou tomado (sic) em
diversos insucessos do
comportamento...
(30)
Outra afirmativa
destituída de base.
Podem acreditar nela
aqueles que não militam
no meio espírita.
Novamente, a Autora toma
casos isolados como
regra geral. Os
espíritas não são seres
perfeitos, mas tomar as
atitudes de alguns
poucos como verdade
geral é torcer os fatos,
faltando à verdade.
Os excessos nesse tema
são reais; a
intransigência, a
normatização têm servido
para assustar e
atemorizar muitos
corações. Frases
impiedosas e humilhantes
têm sido estatuídas a
pretexto de esculpir um
modelo de conduta ou
padrão para a vida
espírita, calcadas em
velhos chavões
religiosistas no estilo
“espírita faz isso,
espírita faz aquilo”,
subtraindo a
possibilidade da
conscientização, do
amadurecimento, da
interiorização dos
conteúdos pelas vias
sagradas do coração.
(31)
A ser verdade o afirmado
acima, os centros
espíritas estariam se
esvaziando
progressivamente.
Entretanto, o que ocorre
é exatamente o
contrário. Vê-se um
aumento assustador na
freqüência às casas
espíritas. Esse
Espírito, se estivesse
bem informado, se
quisesse realmente
ajudar, por certo
chamaria a atenção para
a necessidade urgente da
preparação de
evangelizadores de
infância, de juventude e
de expositores para o
público em geral.
E o mais lamentável é
que muitos corações
passam a acreditar que
esse mecanismo de
sofrimento é o resultado
de reflexos do seu
passado reencarnatório,
quando, em verdade, a
pessoa está no labirinto
de si mesma sem
conseguir encontrar as
saídas pelas quais já
poderia ter passado,
caso guardasse melhor
habilidade de conviver
bem consigo própria.
(32)
O Espiritismo realmente
nos ensina que estamos
na colheita de nossas
semeaduras do passado,
próximo ou remoto,
mostrando que a melhor
solução para as
dificuldades presentes é
o trabalho no Bem e o
esforço na construção da
paz íntima. A Autora
desconhece que os
ensinamentos espíritas
apontam exatamente no
sentido contrário desse
cultivo da dor para a
remissão de pecados? Ela
tenta passar a imagem de
que a depressão campeia
no meio espírita. Por
que, ao invés dessa
mensagem desalentadora,
não fala do valor da
prece?
Adentramos o centro
espírita. Era intensa a
movimentação em ambos os
planos. Em uma saleta
mais resguardada, vimos
o irmão Santos,
presidente daquela
agremiação, em sentida
prece a Jesus pelas
tarefas da noite. Após
isso, expediu normas à
pequena equipe de
atendentes para os
serviços do diálogo
fraterno que logo se
iniciaria. Nosso irmão
Santos apresentava um
halo reluzente que
denotava paz e
equilíbrio interior.
Logo após, ao ouvir o
relato de bela jovem
desequilibrada, o
presidente do centro, se
encanta com ela, e,
sentindo forte
inclinação para um
desvio comportamental,
faz o seguinte apelo:
“Jesus, por que o Senhor
faz isso comigo? Como
posso resistir a
semelhante tentação?
Perdoe-me, mas tenho
minhas necessidades!...
Estou confuso e fraco.
Não consigo resistir!”
(43)
Essa, a fragilidade do
presidente de uma
agremiação espírita, pai
de três filhos, cuja
esposa era trabalhadora
da instituição. Como
pode um trabalhador,
cuja luz espiritual que
apenas diminuíra,
desequilibrar-se
simplesmente por ouvir o
relato da vida amorosa
de uma criatura? E o que
dizer dessa prece a
Jesus, cobrando do
Mestre a tentação que
lhe teria destinado? A
Autora, ao transcrever a
história desse
presidente de centro
quer, mais uma vez,
demonstrar a fragilidade
daqueles que apenas
“trabalham no Bem e
estudam”. Qual a
orientação seria dada a
Santos, para que não
fraquejasse?
Ele havia se envolvido
incontrolavelmente com a
bela jovem. Permitiu-se
sonhos de ventura e
paixão, enquanto ouvia a
dor alheia, e num
impulso infantil, mas
demonstrando uma fachada
de tranqüilidade,
atravessou todas as
dependências da
instituição em passo
apressado e foi até a
sala de passes,
carregando enorme
desespero e lascívia.
Apenas queria fruir o
prazer de vê-la outra
vez.
Terminada a tarefa,
seguimos o dedicado
servidor até a sua
residência. Esquivou-se
dos cumprimentos de
cordialidade, deixando
seus familiares atônitos
e trancou-se em seu
escritório particular,
recusando conversa e
convivência.”
(44)
Sempre o alvo dos
relatos equivocados são
espíritas,
principalmente os
dirigentes...
Imaginemos, se um
dedicado dirigente
espírita é tão frágil,
está tão sujeito a
falhas tão grosseiras,
de que lhe vale o
esforço no Bem? Quem
julgasse o Espiritismo
pela ótica desse
Espírito não acreditaria
mais em nada. Parece que
Ermance vai propor uma
postura nova diante dos
ensinamentos dos
Espíritos, no que tange
à aplicação do Evangelho
na vida.
Mauro, nosso companheiro
é um reincidente
contumaz Sua
invigilância vem
agravando-se a bom
tempo. Como ninguém lhe
supervisiona os atos,
considerando-se que ele
é o “supervisor” de
todos na condição de
dirigente, fica à mercê
de suas limitações. Não
tendo com quem possa lhe
ouvir ou não querendo
abrir-se para diálogo
sincero com quem vote
confiança, enfraquece-se
em lamentável crise de
sigilo mantendo a
fachada de bom espírita,
porém, solitário e
cansado em suas lutas.
(44)
É uma proposta utópica,
absurda, essa de os
trabalhadores de um
grupo exporem suas
limitações, seus
problemas íntimos, aos
demais companheiros de
trabalho, ainda mais no
tocante à vida sexual.
Se ainda não aprendemos
a dialogar abertamente
nem nos grupos
mediúnicos, se ainda não
conseguimos nos libertar
dos melindres, como,
então, propor passos tão
arrojados? Afinal, quem
orientaria o grupo? Quem
seria o psicoterapeuta?
Por que não aplicar o
que se aprende da
Doutrina, ou seja, a
busca do aconselhamento
com Espíritos Amigos,
durante o sono físico?
Um espírita que tenha a
lucidez de analisar seus
atos, sentindo a própria
fragilidade, é alguém
que busca
aperfeiçoar-se. Nesse
caso, não seria mais
fácil solicitar socorro
aos amigos espirituais,
confessar-se a eles,
rogando-lhes amparo, do
que abrir sua vida
íntima aos companheiros
de trabalho? Será que
esse Espírito não mediu
as proporções da utopia
que propõe? Ou,
intencionalmente,
mediu-as?
Esse sutil ufanismo
ronda as esferas
doutrinárias quando se
crê, com a melhor das
intenções, que a
Revelação Espírita é a
“única” estrada de
acesso para a libertação
do homem junto aos
cativeiros das expiações
terrenas
(56)
Afirmativa profundamente
leviana! Parece que esse
Espírito tem visitado
outras esferas
doutrinárias, que não as
espíritas, pois que “O
Evangelho segundo o
Espiritismo” tem o cap.
XV intitulado: “Fora da
caridade não há
salvação”, e não “Fora
do Espiritismo...”
Pregam felicidade e
apontam rumos, aliviando
o outro com a tese de
que em Espiritismo não
se cobra valores
financeiros pelos bens
espirituais,
incentivando a procura e
a adesão como se
angariasse um fiel para
salvação, despreocupando
em confortar as chagas e
ser o mensageiro da
doutrina em si próprio,
para aquele que sofre e
necessita de arrimo.
Essa “ética de reclusão”
enseja uma quase
“alienação” dos centros
espíritas junto aos
problemas sociais,
porque destaca-se como
vantajoso e correto que
a sociedade busque o
centro e não o inverso.
(56 / 57)
Será que esse Espírito
tem certeza do que está
dizendo? Até mesmo
pessoas de outras
religiões reconhecem a
caridade como principal
característica do
Espiritismo! Hoje, além
do socorro material
propiciado através do
alimento e do vestuário
– quando não até de
moradia –, está se
generalizando, e com
excelentes resultados, o
“Atendimento Fraterno”
que, através da conversa
evangelizante leva-se
aquele que busca o
socorro à prática da
reflexão, do
auto-conhecimento, à luz
da prece, com o auxílio
do passe e, em certos
casos, o encaminhamento
à desobsessão?
Observe-se a falácia do
conselho para que o
centro espírita busque a
sociedade. Será que é
sugestão para que os
espíritas batam de porta
em porta oferecendo o
Espiritismo, como outras
religiões o fazem?
Forma-se assim uma
linguagem, um discurso
estereotipado com
sugestões derivadas
dessa atitude ufanista
como a de solicitar ao
novo freqüentador que
deixe a sua religião
para poder freqüentar a
casa espírita, ou ainda
que abdique de novenas e
hábitos de adoração por
não condizerem com o
“estereótipo espírita”,
ou mesmo na formulação
de teses sobre carmas e
mediunidade a
desenvolver como se
fossem “senhas de
aceitação e batismo” do
novo aprendiz nas
atividades doutrinárias.
(56 / 7)
O trecho transcrito
acima chega a ser
revoltante! O discurso
destrutivo desse
Espírito vai, quase que
imperceptivelmente,
crescendo em
intensidade, à medida em
que vai envolvendo o
leitor menos atento. São
verdadeiramente
estarrecedoras essas
afirmativas. Onde esse
Espírito viu essas
práticas? Chega às raias
do atrevimento dizer que
no Espiritismo sugere-se
que alguém deva deixar
sua religião para
freqüentar um centro
espírita, como se fosse
exigida uma profissão de
fé. Está se tornando
comum, em obras
mediúnicas surgidas
ultimamente, a tentativa
de minimizar ou de
anular o valor da
vivência espírita. Aos
trabalhadores, essas
mensagens não afetam,
mas atingem aqueles que
se aproximam do
Espiritismo. Esses, o
alvo principal de
semelhantes
pronunciamentos.
Grande decepção será
pernoitar nesse ufanismo
doutrinário e acordar
nas paragens
extrafísicas
decepcionados com a dura
realidade de nossa
condição espiritual,
quando então será
constatado que
incontáveis almas
vitoriosas e felizes
jamais ouviram falar em
Espiritismo, porque
serviram única e
exclusivamente à
religião cósmica da
caridade: muito amaram.
(57)
Sócrates, Francisco de
Assis, Gandhi, Madre
Tereza de Calcutá,
Albert Schweitzer, além
de todos aqueles grandes
Espíritos que se
comunicaram com Kardec –
logo, antes do advento
do Espiritismo – , não
eram espiritistas, e são
freqüentemente citados
como modelos em
palestras e na
literatura espírita.
Será que, diante disso,
ainda haveria
necessidade de esse
Espírito fazer essa
advertência aos
espíritas? Se
endereçasse suas
palavras a pessoas de
outras religiões –
algumas que pregam a
exclusividade da
salvação –, até seria
compreensível. O que
pretende, afinal, esse
Espírito?
E essa madureza vem se
operando, ato contínuo,
enquanto ficamos nas
“janelas de nossas
agremiações” esperando
que o mundo se converta
ao Espiritismo,
assemelhando-se à figura
lendária Rapunzel,
deixando crescer longas
tranças de prepotência,
enunciando frases do
tipo: “o Espiritismo
explica tudo, tem
resposta para tudo há
mais de um século!”
(58)
Há várias maneiras de
se combater o
Espiritismo. Uma é esta:
combatê-lo através de
uma obra mediúnica,
contendo afirmativas
assim tão levianas,
infiltradas na nobre
literatura Espírita.
Muitos espíritas dirão
que isso não merece nem
comentário. Só os
fazemos porque obras
danosas como esta têm
endereço certo: as mãos
daqueles que estão se
iniciando no
Espiritismo. Além do
mais, há a necessidade
imperiosa de se
denunciar essa e outras
obras semelhantes como
não-espíritas.
O personalismo – marca
moral pertinente à
maioria esmagadora dos
discípulos espíritas – é
uma lente que procura
dilatar nossos valores e
uma nuvem que busca
ofuscar nossas
imperfeições,
tornando-se entrave à
opinião sincera em razão
de insuflar o melindre e
a mágoa.
(66)
De novo, o ataque aos
espíritas! Se o
personalismo é marca
moral pertinente à
maioria esmagadora dos
discípulos espíritas,
o Espiritismo não
conseguiu despertar, até
agora, quase ninguém
para o aprendizado das
nobres lições do
Evangelho. De nada
teriam valido as lições
de Kardec e as que
vieram através dos
grandes médiuns.
Esse livro, sim, é uma
nuvem que busca ofuscar
a luz que o Espiritismo
lança sobre a vida das
criaturas, o que
incomoda grandemente as
Trevas. É fácil de se
constatar que os
inimigos da Doutrina se
cansaram de atacá-la de
fora para dentro. Agora
querem implodi-la,
usando a mediunidade, em
obras de caráter
destruidor como essa.
Ainda acerca das
opiniões alheias,
acostumemo-nos a elas
lembrando que o próprio
Jesus não as dispensou
quando perguntou em
exemplar atitude íntima
aos discípulos:”Quem
dizem os homens que eu
sou?”
(67)
Esse Espírito deveria
estudar o Novo
Testamento antes de
apresentar Jesus como
pessoa simplória,
interessada em
comentários a seu
respeito. Quem lê essa
passagem em “O Evangelho
segundo o Espiritismo”,
transcrita no cap. IV,
entende que Jesus queria
deixar o ensinamento
sobre a reencarnação, e
não saber da opinião dos
outros, mesmo porque ele
não precisaria perguntar
nada, pois lia o
pensamento das pessoas,
conforme se depreende do
diálogo com a Samaritana
(Jo, cap. 4).
"Então eu gostaria de
começar esse assunto
dizendo, com a
franqueza, de sempre e
com muita piedade, que
os espíritas estão muito
orgulhosos da humildade
que imaginam possuir!
Sim, é isso mesmo, e
vocês são testemunhas
das lutas e problemas
que nossos irmãos
queridos carregam para
cá por causa disso.”
(166)
Depois de vários
capítulos contendo bons
alertamentos, as
palavras acima,
atribuídas a Maria
Modesto Cravo, chamam a
atenção pela acusação
generalizada aos
espíritas, até parecendo
contaminadas pelos
discursos do “Dr. Inácio
Ferreira”, que não se
cansa de falar mal de
médiuns e de espíritas,
através de ditos
chistosos e de uma
pretensa franqueza,
vazados numa linguagem
pouco condizente com a
dignidade da mensagem
espírita.
“Para ser franca e
brincar um pouco com
coisa séria, o movimento
espírita está parecendo
uma passarela onde o
orgulho desfila com
várias fantasias.
Fantasias de grandeza e
propriedade da verdade
são os adornos que mais
se vê!!!”
Logo após meu retorno
para a vida dos
espíritos, fui convocada
por Eurípedes a
coordenar as ações para
(sic) um novo
pavilhão junto a essa
casa de amor, destinado
a socorrer os líderes
religiosos Cristãos da
humanidade,
especialmente os
dirigentes espíritas.
Por três décadas
consecutivas venho
aprendendo nessa tarefa
sobre os perniciosos
reflexos do orgulho. O
pavilhão sob as ordens
de minha equipe tem
crescido em tamanho e
necessidades a cada
dia.” (167)
Novamente o ataque aos
espíritas. Até parece o
“Dr. Inácio”! Nunca
Maria Modesto Cravo
faria tal afirmação a
respeito dos espíritas.
Entre os espíritas pode
haver algumas expressões
isoladas de orgulho e
vaidade, mas essa
generalização é
descabida.
É de se
perguntar como pode
alguém combater o
orgulho de outrem
fazendo afirmações de
poder e de mando como as
acima? Compare-se a
humildade de Clarêncio,
Aniceto, Alexandre,
Calderaro, Gúbio, Áulus,
que nunca declararam
estar no exercício de
chefia alguma.
“Em todos os campos dos
seguidores de Jesus
encontramos fracassos e
quedas. Nossos amigos de
ideal espírita, por
exemplo, costumam falar
do orgulho como quem
conhece e domina o tema,
dando notas de sua
presença até mesmo na
prepotência em falar do
assunto. Poucos
demonstram consciência
do orgulho do qual são
portadores, poucos sabem
realmente onde e como
sua vaidade se
manifesta. Basta dizer
humoradamente que
existem muitos corações
orgulhosos da reforma
íntima que já fizeram.
Tão orgulhosos que se
sentem melhores e mais
adiantados que a maioria
das pessoas, dando
ensejo ao surgimento das
férteis imaginações de
que são missionários
prontos para salvar a
humanidade, quando, em
verdade, expressiva
maioria deles não estão
conseguindo salvar nem a
si mesmos.”
(168)
Pobre Maria Modesto
Cravo que, como o
eminente Dr. Inácio
Ferreira, está agora
sendo caricaturada por
esses Espíritos, cuja
leviandade os leva a
formular afirmativas tão
absurdas como as que se
lêem acima. Esse livro
não mereceria sequer
comentário, não fosse
para ajudar alguns
espíritas novatos, ainda
incapazes de avaliar
tamanha mistificação.
“Essa modéstia imaginada
pelos espíritas precisa
ser esclarecida em favor
da felicidade deles
próprios. Eles estão com
orgulho da humildade que
supõem possuir, meus
amigos! Isso é
grave!...”
“Uma modéstia imaginada
e não sentida, uma quase
fragmentação que beira
os quadros mais
conhecidos da “psicose
pacífica, aceitável.”
“Como assevera Inácio
Ferreira: “os espíritas
estão passando por uma
loucura controlada, uma
psicose intermitente...”
Mas temos que perguntar:
quantos conseguirão
manter esse controle e
até quando?”
“Ainda usando as claras
observações de Inácio,
ele nos diz que “o pior
louco é aquele que finge
que não é louco, porque
não assume, não quer
enxergar.”
(170)
Se alguém, que não
conhece o Espiritismo,
ler essas barbaridades
veiculadas por esse ou
esses Espíritos, vai
imaginar que os centros
espíritas estão lotados
de pessoas orgulhosas,
tolas, que se enganam a
si próprias, nada
fazendo pelo seu
aprimoramento
espiritual, que é a
marca primeira da
Doutrina. Parafraseando
o “Dr. Inácio”, pode-se
dizer que o pior médium
é aquele que não avalia
aquilo que publica, pois
muito do que se lê nessa
obra é um verdadeiro
atentado ao Espiritismo,
através de um atentado
ao bom senso.
“Vemos quantos
companheiros estão
empenhados em largar
cigarro, bebidas, carne
e certos ambientes como
se reforma íntima fosse
restrita a movimentos
primários de contenção.
O trabalho no terreno
dos sentimentos é o fiel
da balança nos trâmites
da evolução.”
(170)
Novamente, a argúcia do
mistificador se revela,
quando coloca num mesmo
plano o uso da carne com
os hábitos viciosos de
beber e de fumar. Ao
dizer que a reforma
íntima não se restringe
a “movimentos primários
de contenção”, ele
minimiza o esforço da
criatura que se empenha
em deixar algum hábito
vicioso. A respeito do
hábito de fumar, não se
poderia esperar outra
posição do “Dr. Inácio”,
pois ele faz questão de
fazer tremenda
propaganda desse vício
em várias obras de sua
autoria.
“Bom, chega de falar mal
dos espíritas!”
“Se um dia conseguirem
um médium corajoso o
bastante para relatar
minha fala, digam que
fiz isto como um “teste
ao orgulho”. Quem ler
minha fala até esse
ponto, sem ter um
enfarto de revolta, é
candidato a ser humilde
no futuro.”
(171)
Este Espírito, que se
intitula Maria Modesto
Cravo, se não é o mesmo
que se apresenta como
Dr. Inácio Ferreira,
pelo menos são do mesmo
grupo, pois o falar é
igual: a relativização
do vício de fumar (agora
acrescida do de beber),
o ataque aos espíritas,
a irreverência, o
humorismo fora de
contexto e o hábito de
alardear coragem. É
lamentável que a
mediunidade e a imprensa
espírita sejam usadas
para isso...
“A melhor campanha para
a instauração de um novo
tempo na Seara passa
pela melhoria das
condições do centro
espírita, que é a célula
operadora do objetivo do
Espiritismo. Lá sim se
concretizam não só o
conhecimento e o
trabalho, mas a absorção
das verdades no campo
individual em colóquios
íntimos e permanentes,
que reproduzem os
momentos de Jesus com
seu colégio apostólico.
(175)
O período acima consta
do apêndice, no final do
livro. É intitulado
“Programa de Bezerra de
Menezes”, mas no fim da
página há a declaração
da autoria: “autores
diversos”, o que leva o
leitor a não saber qual
o trecho atribuído a
esse abnegado Espírito.
Note-se o uso de frases
de efeito: O que quer o
autor dizer com
absorção das verdades no
campo individual em
colóquios íntimos e
permanentes?
Nota-se, mais uma vez, o
esforço desse Espírito
no sentido de confundir,
atacar o trabalho
desenvolvido nos
centros, minimizando o
seu valor e sugerindo
sua substituição por
ações que ficam nas
palavras, sem uma
explicação clara e
objetiva.
Será que Jesus promovia
esses colóquios
íntimos e permanentes,
como sugerido acima, ou
vivenciava as verdades
que pregava, através do
serviço ao Pai, na
pessoa do próximo?
“Por isso, temos que
promover as Casas, de
posto de socorro e
alívio a núcleo de
renovação social e
humana, através do
incentivo ao
desenvolvimento de
valores éticos e nobres
capazes de gerar a
transformação.”
“Para isso só há um
caminho: a educação.”
(175)
A que casas espíritas
esse Espírito se refere?
E o que têm feito as
casa espíritas
orientadas segundo os
ditames da Doutrina? Não
são núcleos de educação
humana, através da
divulgação dos valores
éticos do Evangelho de
Jesus?
“O núcleo espiritista
deve sair do patamar de
templo de crenças e
assumir sua feição de
escola capacitadora de
virtudes e formação do
homem de bem,
independentemente de
fazer ou não com que
seus transeuntes se
tornem espíritas e
assumam designação
religiosa formal.”
(175)
Se um núcleo é “um
templo de crenças”, não
é um centro espírita. Se
não é uma “escola
capacitadora de virtudes
e formação do homem de
bem”, também não o é. E
se está “tentando fazer
com que alguém se torne
espírita e assuma
designação religiosa
formal”, nega
completamente a sua
condição de casa
espírita.
Portanto, onde esse
Espírito se baseou para
fazer mais essas
declarações falaciosas?
É possível que alguém,
sendo espírita, aceite
um despautério dessa
envergadura?
“Elaboremos um programa
educacional centrado em
valores humanos para
dirigentes,
trabalhadores, médiuns,
pais, mães, jovens,
velhos, e o apliquemos
consentaneamente com as
bases da Doutrina.”
(175)
E não é isso que o
Espiritismo tem feito?
Aliás, tem feito mais,
pois proporciona
educação também à
criança, através de
aulas de evangelização,
o que não consta das
recomendações
“pedagógicas” desse
Espírito. Aqui nos
lembramos dos Espíritos
apontados por Kardec
como pseudo-sábios (O
Livro dos Espíritos,
item 104).